Alckmin precisa dobrar eleitorado para chegar ao 2º turno

Entre eleitores do PSDB, Alckmin perde até mesmo para Bolsonaro em pesquisas espontâneas; com Lula na disputa, 13% do eleitorado que diz preferir PSDB, votaria no petista
 
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Jornal GGN – O ex-governador de São Paulo e candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, precisa dobrar seu eleitorado em cinco semanas para conquistar uma vaga no segundo turno. A avaliação é apresentada pelo colunista da Folha de S.Paulo, Bruno Boghossian. 
 
O tucano tem a seu favor o maior tempo para exibição na propaganda eleitoral gratuita que começa 31 de agosto, com 5min32s, contra 2min23 de Lula (ou Haddad). Os demais concorrentes (Marina Silva, Ciro Gomes, Álvaro Dias e Bolsonaro) não somam juntos o total de tempo conquistado pelo PSDB. 
 
Alckmin tem tido dificuldades de penetrar, até mesmo, nichos tucanos. Segundo pesquisa espontânea, realizada pelo Datafolha, divulgada sexta-feira (24), entre os eleitores que dizem preferir o PSDB como partido, feita sem citar o nome de candidatos, 22% preferem o deputado federal e candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, contra 14% que dissera o nome o ex-governador de São Paulo. Outros 35% dos eleitores do PSDB disseram que ainda não sabem em quem votar em outubro.
 
Quando a pesquisa incluiu a lista de nomes dos candidatos, o cenário mudou. Sem Lula na disputa, Alckmin aparece com 34% das intenções, contra 27% de Bolsonaro. Incluindo o PT, Lula leva 13% dos votos dos eleitores psdbistas, atrás de Alckmin (31%) e Bolsonaro (24%).
 
Já, nas pesquisas gerais, incluindo todo o eleitorado brasileiro, Alckmin conta com cerca de 9% do eleitorado. Neste quadro, pondera Boghossian, o candidato do PSDB “precisa, no mínimo dobrar seu eleitorado em cinco semanas”, portanto até o dia do primeiro turno da eleição, 7 de outubro.
 
Ainda que sua estrutura na TV e rádio possam fazer a diferença nos próximos dias, o articulista lembra que Alckmin não tem sido capaz de romper os 10% de eleitores com curso superior ou de classe média alta, “segmentos em que Aécio Neves batia os 30% em 2014”.
 
“O tucanato perdeu espaço para Jair Bolsonaro: mais de 40% dos apoiadores do deputado do PSL votaram em Aécio na última eleição”, analisando, por outro lado, o PT como “rei do campo vermelho”, em mais um ano eleitoral. 
 
A saída que o PSDB busca é conquistar eleitores de Marina, Alvaro Dias, Meirelles e Amoêdo. “Dentro desse campo, a rejeição a Bolsonaro é quase o dobro do índice de Alckmin”. Esse será um trabalho mais fácil do que alcançar um grupo que cresce ano a ano: dos desiludidos com a política. 
 
Em pesquisas do Datafolha que apresentam o embate direto entre PSDB e PT, 70% dos eleitores disseram aderir ao voto branco ou nulo no primeiro turno. Uma tendência que poderá se repetir no segundo.
 
Redação

6 Comentários

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  1. Origami

    Seria mais fácil se o eleitorado fosse de papel. Mas é difícil fazer dobraduras com materiais mais resistentes…

    (Me ocorre a ideia, entretanto, de que os institutos de pesquisa, em geral ideologicamente próximos à tucanice, podem estar desinflando artificialmente os números de Alckmin, para começar a aumentá-los durante a campanha, e criar a impressão de que a canddatura está deslanchando. Eles provavelmente fizeram isso com Aécio em 2014, e quase deu certo.)

  2. Dobrar

    Alckmin precisa dobrar o eleitor, e é preciso que o eleitor não se dobre a Alckmin, mas que por ele (e Bolsonaro e o “Novo”, etc) os sinos dobrem.

  3. INVENTARIANDO V

    Inventariando o que os excelsos gaiatos casuístas do STF já declararam sobre a questão, com a EDSON FACHIN já “são” CINCO votos a favor da liminar da ONU.

     

    ALEXANDRE DE MORAES:

    [video:https://youtu.be/4g-bvQnITQc%5D

     

    ROBERTO BARROSO:

    [video:https://youtu.be/eWc6pQfEgE%5D

     

    ROSA WEBER:

    [video:https://youtu.be/maFRcTqB3nM%5D

     

    GILMAR MENDES:

    [video:https://youtu.be/eLTJuz9S3q4%5D

     

    EDSON FACHIN:

    [video:https://youtu.be/Cf2ESiYTmKM%5D

  4. Concentração de renda e o liberalismo econômico

    Com a aprovação da reforma trabalhista, da lei da terceirização, e o fim da exigência de conteúdo nacional na Petrobras e no BNDES, grande parte do eleitorado está percebendo que o Liberalismo econômico deixou de ser uma bela propaganda da maior parte da grande mídia, para virar uma perversa realidade,

    Ainda resta a reforma da previdência, aposentadoria após 70 anos, para aqueles que sobreviverem a dura vida do liberalismo econômico,

    Trabalhadores sem estabilidade no emprego, tem restrição ao crédito, via juros mais altos e/ou prazos de financiamentos bem mais curtos, o que reduz   o mercado interno, emprego e a renda.

    Quase 50% do eleitorado pertencem a famílias com renda de até 2,5 salários mínimos.

    Não falta bala de prata contra Jair Bolsonaro, certamente é com isso que conta a candidatura do PSDB, mas provavelmente os eleitores com renda familiar  ate 2,5 salários mínimos de Jair Bolsonaro, podem votar no candidato do PT, muito mais em função da perversa realidade do liberalismo econômico, do que por preferência partidária.

    Basta mostrar as votações da reforma trabalhista e da lei da Terceirização para demonstrar de que lado está o PSDB.

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