Além de tirar Marília Arraes da disputa, PT definiu apoio ao PSB em mais 3 estados

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Além de forçar a retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, para selar um acordo com o PSB, o PT decidiu apoiar candidatos pessebistas em mais 3 estados: Paraíba, Amazonas e Amapá. A resolução foi divulgada na noite de quarta-feira (1º), indicando que tudo foi pensando para continuar com o programa maior do partido, que é priorizar a candidatura de Lula ao Planalto.

Em troca do recuo com Marília, o PSB se comprometeu a retirar a candidatura própria em Minas Gerais para não atrapalhar a tentativa de reeleição de Fernando Pimentel (PT). Além disso, vai anunciar “neutralidade” no primeiro turno da eleição presidencial. Na prática, isso significa que o PT conseguiu afastar de vez a possibilidade de o PSB apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT), que se apresenta como a única alternativa viável à inelegibilidade de Lula.

Leia, abaixo, a resolução.

O Partido dos Trabalhadores, por meio de resolução do Diretório Nacional de dezembro de 2017, decidiu conferir prioridade absoluta à candidatura do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.

A primazia do projeto nacional nas eleições de 2018 foi reiterada em sucessivas resoluções do Diretório Nacional e da Comissão Executiva Nacional, orientando e vinculando a este projeto as alianças nos estados.

Com o objetivo de fortalecer a unidade do campo popular em torno da candidatura Lula, e na perspectiva de construir as condições políticas para que uma aliança progressista  governe o país a partir de janeiro de 2019, a direção do PT desenvolveu intenso diálogo com outros partidos, prioritariamente PSB e PCdoB, com os quais temos vínculos históricos.

PSB e PCdoB estão entre os cinco partidos que assinaram conosco, por meio das fundações partidárias, o manifesto programático Unidade para Reconstruir o Brasil. Nestas eleições, já estamos juntos na Bahia, Acre, Ceará e Maranhão, e trabalhando para constituir alianças no maior número possível de estados.

O PT entende que a unidade do campo popular é necessária para superarmos a profunda crise do país, reverter a agenda do golpe e retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão, onde o povo e os trabalhadores voltem a ser o centro das ações de governo.

Nessa perspectiva, o PT decide incorporar-se às campanhas em que esses aliados históricos disputam governos estaduais, criando as condições para ampliar nacionalmente o apoio à candidatura Lula.

Diante disso, a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, com base no Artigo 159 do Estatuto do PT e cumprindo as resoluções do Diretório Nacional sobre a candidatura do companheiro Lula à Presidência da República, resolve, como diretriz estabelecida por esta instância:

Apoiar, nos estados do Amazonas, Amapá, Paraíba e Pernambuco, os candidatos a governador do PSB, assim como já apoiamos a candidatura do PCdoB no Maranhão;
Formalizar este apoio por meio da integração do PT às respectivas coligações majoritárias;
Formalizar o convite ao PROS para integrar a coligação nacional em torno da candidatura Lula.
Brasília, 1º. de agosto de 2018

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Traição

    A despeito de um pragmatismo político, o PT está dando chances reais de Alckimin ou Bolsonaro ganharem as eleições presidenciais. Gente, vamos combinar, o Lula não será candidato! O aparato é muito forte, PF, MPF, Setor Financeiro e Judiciário. Se derrubaram a Dilma por um crime que não cometeu, com a chancela do STF, quanto mais um candidato condenado em segunda instância. A dita direita voltou ao poder por um golpe. E o PT agora está colaborando para que ele fique através das eleições. Só os petistas radicais ainda não descobriram que o Lula não será candidato. E se for candidato e eleito, não vai assumir. E o que vai acontecer? Luta armada? Façam-me o favor. Ou a dita esquerda (isso existe no Brasil?) se une contra o mal maior ou vai se unir na cadeia. O que está acontecendo em Pernambuco sob a responsabilidade do PT é traição!

  2. Lavaram as mãos..

    .. no começo eu achei que era incompetência, mas agora, sei lá, talvez Lula e as lideranças de fato dentro do partido estejam mesmo afim de participar de um grande conchavão, tendo ciro à frente, porque esse papo de que vai isolar o ciro é conversa, eles estão é formando uma frente de centro direita (que chamam centro esquerda)..

    .. eu lamento muito..

    .. neste texto, falo sobre o incrível potencial do lulismo, que está sendo dissipado agora:

    “.. nasceu num rancho pobre, esperto que só, não sentou no banco de escola, mas deu lições a muito doutor, enfrentou o império para libertar seu povo, foi caçado, preso: Jesus, o que estão fazendo?” https://jornalggn.com.br/blog/jruiz/jesus-o-que-estao-fazendo

  3. E assim caminha o PT…

    Confesso estar meio nauseado com todos esses arranjos! Criticamos os “arranjos dos outros” e ó nós … fazemos o mesmo e dizemos que é para “resgatar a democracia”… Ah vai se catar!

  4. Se é Golpe, as Eleições são

    Se é Golpe, as Eleições são irrelevantes. Se o Sistema Judiciário resolveu conspirar nada há o que fazer senão se revoltar.

    Os caciques do PT estão tentando salvar seus cargos no congresso, nos governos estaduais e em Brasília. Não vejo nenhuma estratégia de revolta, de levante popular de articulação das bases. Isto é um fato.

    Bolsonaro jamais se elegerá.

    O PT com essa realpolitik como se estivesse no início do século se suicidou.

  5. artilharia pesada do outro lado…

    ou mais exatamente do lado dos que querem  impedir a retomada do poder pela esquerda com uso de tudo que há de jogo sujo no STF e no STE

    e do lado da esquerda, ultimatos

     

    realmente política não é para qualquer um. Única saída ou uma ilusão persistente

     

     

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