“Cobertura da imprensa se encerrou com página deprimente”, analisa João Feres Jr.

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – O cientista político João Feres Júnior, coordenador do Machetômetro, projeto de análise da cobertura midiática das eleições 2014, aponta o cenário dessa relação conflituosa Imprensa x Candidatos: “Muito preocupante para a democracia brasileira esse tipo de comportamento da grande mídia. A cobertura se encerrou com uma página deprimente”, disse em entrevista ao GGN.
 
Em sua última análise no Manchetômetro, intutulada “Folha padrão Veja: o DNA marrom da mídia brasileira“, publicada neste sábado (26), a véspera do segundo turno foi marcada enviesamento político estimulado pela revista Veja, propagando-se pelo jornal paulista que se tornou “um grande panfleto sobre o ‘escândalo'”.
 
Em um balanço da cobertura total nesse período de disputa eleitoral, o diagnóstico: “o gráfico da última semana da campanha mostra que Dilma foi campeã de chamadas e manchetes negativas por quase todo período de campanha”. “Sonho com o dia em que esse tipo de prática não mais ocorra em meu país”, assim encerrou o artigo.
 
“A cobertura dos três jornais que a gente estuda, a Folha de S. Paulo, o Globo e o Jornal Nacional, se caracterizou por um viés bem forte contra a candidata do Partido dos Trabalhadores Dilma e contra o PT. Agora, no final da campanha, acho que a coisa se revestiu de uma radicalidade que eu nunca tinha visto antes. Todos os jornais e revistas semanais juntos querendo dar um golpe de mídia, ou seja, virar o resultado eleitoral por meio de um factoide que a Veja começou a publicar e que rebate nos outros jornais todos”, afirmou o professor, defendendo que a oposição teve a campanha bancada pela revista.
 
Ouça a entrevista completa:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. é o consóricio dessa grande

    é o consóricio dessa grande mídia

    – folha,veja,globo,cbn, etc etc – com o tucnato aeciano.

    criam o golpismo e já vão metendo a culpa

    de bolivarianismo no pt e nos progressistas.

    maniqueísmo difícil de engolir e de combater.

    fla x flu inominá.vel.

    guerra geladíssima depoiis do fim da guerra fria.

  2. Somente a concentração da

    Somente a concentração da mídia nas mãos de um número reduzidíssimo de grupos familiares explica essa atitude da imprensa. Como pontificou o Nassif, falta concorrência, falta pulverização. Que empresário ou que ramo empresarial, não detendo tal monopólio, seria capaz de se opor ferozmente à vontade de pelo menos um terço da população, que são os eleitores e simpatizantes do PT. Alguém consegue imaginar a Casas Bahia ou a Volkswagen abrindo mão de trinta milhões de eleitores/consumidores que simplesmente deixariam de comprar lá se ela explicitasse tão fortemente seu apoio a uma candidatura antipetista e, não somente isso, com violentos ataques ao PT? Essas eleições tornaram ainda mais claro que já era evidente: a regulação da mídia se impõe e é urgente. Não para limitar a liberdade de expressão e de informação, mas para impedir a concentração de diversos canais de propagação da informação nas mãos de poucos grupos. A propriedade cruzada de meios de comunicação é que permite que a pauta de assuntos e de opiniões seja formulada, basicamente, por quatro empresas: Globo, Abril, Estadão e Folha. Tais empresas escolhem o que os cidadãos vão discutir em casa, no trabalho e socialmente. Fazem isso através de seus jornais, rádios, revistas e tevês, todos submetidos a uma única decisão: a do dono. Se o proprietário de cada um desses canais fosse impedido de ter o controle de mídia de outra espécie, ocorreria não somente a pulverização das titularidades dos canais, como também a pulverização das decisões sobre os assuntos a serem pautadas pela mídia, abrindo-se, inclusive, a possibilidade, hoje praticamente inexistente, do controle dos conteúdos recíprocos, com críticas ou exposição de opiniões divergentes. Claro que a vitória de Aécio implicará a manutenção da regulação na forma atual, ou seja, inexistinte. Tocavia, caso Dilma sagre-se vitoriosa nesse pleito, penso que a regulação da mídia deve ser uma de suas pautas prioritárias. O Brasil precisa ser salvo desse verdadeiro aprisionamento de opiniões que hoje vivenciamos.

  3. Seja qual for o resultado das

    Seja qual for o resultado das eleições presidenciais, ele já está comprometido pelo claro golpe do mafioso esquema Veja-Globo-Folha e afins. Um absurdo o Brasil aceitar uma canalhice desta. Na boca da urna, os meios de comunicação lançarem denúncias sem prova contra a presidenta e sem direito de defesa. Isso não é democracia, é golpismo claro. Se Dilma vencer, a primeira providência dela tem que ser quebrar o mafioso monopólio da mídia golpista e bandida. Todo o processo eleitoral foi marcado por denúncias da mídia unicamente contra a presidenta Dilma, algo absolutamente desigual, covarde e canalha. Revoltante. Sem essa manipulação midiática, Dilma teria sido eleita no primeiro turno, e com folga. Há no Brasil um sequestro do legítimo direito da população de escolher os rumos do país.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador