Apoio difuso do PSB a Aécio favorece Dilma no Acre e na Paraíba

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Embora a Executiva nacional do PSB tenha determinado apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno presidencial contra Dilma Rousseff (PT), dois diretórios socialistas já declararam apoio à candidata petista. No Acre, estado de Marina Silva, e na Paraíba, a decisão já está tomada. Já em Sergipe, por onde Dilma passou na tarde desta quinta (9), ainda há discussão, pois metade dos pessebistas quer apoio o tucano, enquanto a outra metade prefere Dilma.

No Acre, o apoio à Dilma deve ser formalizado na sexta-feira (10). De acordo com o presidente estadual do PSB, Gabriel Gelpke, o ato será feito em Brasília. A informação foi confirmada na manhã de hoje pelo vice-governador acreano César Messias, eleito deputado federal pela sigla.

Messias e Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto, arquitetaram palanque para o PSB disputar a Presidência no Estado, e a situação se manteve quando Marina entrou como substituta. Agora, com Marina inclinada a apoiar Aécio, o cenário no Acre mudou. “Nós vamos apoiar Dilma Rousseff e vamos continuar apoiando o governador Tião Viana”, reforçou Messias.

Dilma inicia a segunda fase da campanha à reeleição viajando prioritariamente pelo Nordeste. Na quarta (8), esteve na Paraíba, em comício que contou com a participação do candidato à reeleição ao governo, Ricardo Coutinho (PSB). Ele declarou apoio à petista e lamentou a postura de Aécio. “Eu vejo com muita tristeza o candidato das elites querendo partir o Brasil ao meio, entre os mais carentes e os mais ricos.”

Hoje, no Sergipe, Dilma fez carreata pelas ruas dos bairros mais pobres, por onde foi aplaudida pela população local. No Estado, Dilma angariou 12 milhões de votos de vantagem sobre Aécio – foi o o sexto maior percentual de votação no país, com 54,91% dos votos válidos contra 22,7% do tucano e 18,56% de Marina.

A estratégia da campanha da presidente é ampliar ainda mais a vantagem de votos sobre Aécio no Nordeste. Só na Bahia, onde Dilma atingiu 64% dos votos, a meta do PT é crescer mais 10%. O único estado da região onde a petista não liderou a apuração foi Pernambuco, onde Marina ficou em primeiro lugar, com 48% dos votos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. As contas dizem que se Dilma

    As contas dizem que se Dilma mantiver os votos consolidados do primeiro turno e um aumento significativo na Bahia e Rio Grande do Sul, estes votos anulam a diferença perdida em São Paulo. Aí, no caso, a briga seria mesmo em Minas e no Rio onde a diferença é bem pequena! Como não acredito que a mídia irá dar trégua nestes 15 dias de campanha, Dilma deve arregimentar os militantes de Minas e Rio a sairem nas ruas e encorajar um voto de mudança (o de Marina!). Com esta campanha na internet iniciada por FHC e difundida pela comunidade médica contra pobres e nordestinos, no Norte e Nordeste do país ela vai dar de lavada!!

    1. Que Deus te ouça! Apesar de

      Que Deus te ouça! Apesar de que consegui 3 votos p/ Dilma, 2 do PSB e 1 do PSOL. Estou um pouco cética, pq parece que houve alguma maracutaia. Algum cheiro tem.

      1. tambem tem

        “O único estado da região onde a petista não liderou a apuração foi Pernambuco, onde Marina ficou em primeiro lugar, com 48% dos votos.”

        Agora por tradicao voltaram no PT/Dilma. a esquerda de pernambuco 

  2. Já há indignados  nordestinos

    Já há indignados  nordestinos em São Paulo, a guerra agora 

    é essa.Eles virão de petrobras com tudo, sem provas e com 

    vzamento seletivo mas nada que afronte mais que preconceito.

  3. Acre e Paraiba? Somando os

    Acre e Paraiba? Somando os dois estados e colocando o ”difuso ” no meio” , não acrescenta e nem diminui absoluramente nada.

           E isso se torna post?

  4. Um resumo do quadro do primeiro turno

    Dilma Rousseff abriu 14 milhões de votos de vantagem sobre Aécio nas regiões Norte e Nordeste. Aécio abriu 5,5 milhões de votos de vantagem (4,2 milhões em São Paulo) nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

     

    -Somente com os votos de vantagem na Bahia, Dilma anulou completamente a vantagem tucana em todo o Sudeste.

     

    -Somente com os votos de vantagem no Maranhão, Dilma anulou completamente a vantagem tucana em todo o Sul.

     

    -Somente com os votos de vantagem na Paraíba, Dilma anulou completamente a vantagem tucana em todo o Centro-Oeste.

     

    A grande batalha do PT é para manter a diferença pró PSDB nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste enquanto abre ainda mais vantagem no Norte e no Nordeste.

     

    A grande batalha do PSDB é para manter a diferença pró PT nas regiões Norte e Nordeste enquanto tenta abrir ainda mais vantagem no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste.

     

    O PSB já está rachado em vários locais do país.

  5. há que diminuir a iferença no

    há que diminuir a iferença no sul/ sudeste para que os número melhorem para  dilma.

    é essencial, embora o nordeste equiibre esse números.

  6. Eleição/2014 – 2º Turno
    Além de discriminar pobres e nordestinos, o PSDB é um partido político formado por pessos mentirosas e sem respeito por ninguém, e mais, são capazes de atropelar tudo e todos, na busca pelo poder, pois partido composto por ricos só favorece ricos, portanto,
    quero ressaltar que o povo brasileiro, que não têm memória curta, deve lembrar-se da péssima admnistração feita pelo PSDB na admnistração do Fernando Henrique Cardoso. Portanto, valorize seu voto, vote PT.

  7. Marina funcionou como

    Marina funcionou como coelho para o psdb no primeiro tuno, quem assiste à corrida de São Silvestre ou acompanha maratona sabe do que eu falo. Se a tese de que o avião de Campos foi derrubado, na qual eu acredito, prevalecer, Eduardo morreu porque não tinha fôlego para ser coelho. Se eu fosse da família de Campos eu não quererira ter Aécio por perto nem que a vaca tossisse.

    1. Você nao iria querer…

      …porque tem escrúpulos. Duvido que você apoiaria alguém que tirasse selfie sorrindo do lado do caixão do seu cônjuge. 

  8. FHC

    Depois da grande declaração do medonho FHC em relação aos nordestinos, quero ver a cara de pau do Aécio ir ao nordeste pedir votos. 

    O povo nordestino deve votar em massa na Dilma e calar a boca dessa pseudo-elite preconceituosa que infelizmente está dando as caras agora.

  9. Urariano Mota: A memória de

    Urariano Mota: A memória de Arraes e o PSB

     

    Para a nova face do PSB, que ainda mantém o nome de Partido Socialista Brasileiro, foi decisivo o papel da direção partidária de Pernambuco. Nesta nova face, que alguns já chamam de novo fascio, têm lugares decisivos o avô Miguel Arraes e o neto Eduardo Campos. Mas como opostos e ruptura em um processo de morte, enterro e transformação. Façamos um brevíssimo recuo. 

    Por Urariano Mota*, especial para o Vermelho

     

    O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) cumprimenta Beto Albuquerque, durante reunião em que o partido de Marina Silva declarou apoio a Aécio no segundo turno, nesta quarta-feira Sergio Lima/ FolhapressO candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) cumprimenta Beto Albuquerque, durante reunião em que o partido de Marina Silva declarou apoio a Aécio no segundo turno, nesta quarta-feira Sergio Lima/ Folhapress

    Em 13 de agosto de 2005, escrevi que os obituários, sempre tão generosos no olho e olfato de abutres, pois sempre esvoaçam e rondam a agonia dos grandes homens, daquela vez haviam falhado no alcance e na mira. Sempre tão bons no faro e argúcia, daquela vez os obituários haviam errado o cadáver do brasileiro Miguel Arraes. No entanto hoje, no mais recente outubro de 2014, que continua o trágico 13 de agosto deste ano, o cadáver é outro. Ou melhor, Eduardo Campos ainda não é um cadáver, como foi o socialista e avô em 2005. Hoje, Eduardo Campos se tornou um fantasma, que ronda o Brasil a partir de Pernambuco. 

    A mudança no perfil do PSB foi de tal forma, que não devemos falar em diferenças. Talvez devêssemos falar na decomposição de um nobre que gerou um vampiro. Quando era presidente nacional do PSB, Miguel Arraes alertava que as eleições não deviam contaminar o partido. Mas o que Arraes dizia, os valores pelos quais o pensador de esquerda Miguel Arraes lutava têm agora a moldura de marketing. As ideias de Arraes não mais lutam, hoje apenas enlutam. Em lugar da luta, o luto, das suas ideias. Para o luto de Eduardo Campos.

    Desde o velório, diante do seu corpo, os sinais de esgotamento do PSB pulavam entre os vivos. De fato, no contexto armado do show mortuário em frente ao palácio do governo de Pernambuco, cujo mote era uma tragédia, entre os telões com os atores políticos e pessoas com bandeiras eleitorais do PSB e de Marina Silva, a ressurreição falava mais perto à terra. Porque o significado era mais simples e baixo, nas condições do show eleitoral criado em torno da missa: a ressurreição era para Marina Silva e a inclinação à direita. 

    Ali começou a campanha da onipresença da direita no Recife e no Brasil, de modo sufocante e matador da sensibilidade e inteligência. A trágica morte de Eduardo Campos foi usada sem nenhum pudor. Desde o velório, plantaram-se boatos de que Dilma e o PT eram responsáveis pela morte física de Eduardo Campos. Durante toda a campanha, Eduardo Campos se tornou o personagem El Cid, aquele que morto teve o cadáver posto, amarrado a um cavalo, a cavalgar na batalha, para que desse a ilusão de vida e assim melhor ânimo espalhasse na tropa. Mas o caminho à direita já estava aberto bem antes do feito heroico do novo El Cid. 

    Para o PSB, Arraes como pensamento já era passamento, morte, anterior ao desastre de 13 de agosto de 2014. A sua prática, do avô, a sua destruição, pelo neto, estava em queda antes da tragédia do avião. Aquele abraçar contrários, ex-adversários, inimigos do avô Arraes, como Jarbas Vasconcelos, ao mesmo tempo que se voltava para um lugar distante de aliados, amigos de esquerda e socialistas históricos, a quem antes havia abraçado, isso já estava claro, porque se fazia a olhos vistos. Mas sempre com um sorriso aberto, que era um passaporte para a mordida, que a maioria de nós não víamos. 

    Uma das maiores contribuições de Maquiavel foi abstrair da análise política os propósitos virtuosos, repletos de valores éticos e edificantes. Mas isso não significa que a moral, no reino até dos animais, tenha deixado de existir. Daí que lembramos de passagem a mudança assustadora do PSB em Pernambuco, que se transformou também em partido fincado em laços de amizade e genéticos. Com Arraes, naquele tempo que se apagou definitivo, havia ex-companheiros do tempo da resistência democrática que o acusavam de concentrador, porque não distribuía generoso cargos, valores e representações, e, pior, não abria espaço para que os ex-companheiros também ascendessem ao poder no tempo das vacas gordas. Quanta ironia, quando se compara com o PSB que Eduardo Campos construiu. O neto não seguiu o avô, embora tenha usado a sua memória mais de uma vez para receber apoios na esquerda e receber atenções materiais dos governos Lula e Dilma. 

    Quando se olha a administração pública, pela incidência de nomes vinculados aos Campos e Arraes, temos a impressão de que estamos diante de novos nobres, ou um clã de novos Kennedys. A comparação, a lembrança do nome Kennedy, não vem por acaso, mas não cabe um aprofundamento nos limites deste artigo. O fato é que o DNA Arraes aparece em todos os caros cargos da administração. Segundo uma pesquisa publicada no site Vi o Mundo, em reportagem de Conceição Lemes, Chico Diniz e Daniel Bento, os parentes de Eduardo Campos se estendiam da mãe Ana Arraes, no Tribunal de Contas da União, a sobrinhos, tia, sogro, cunhada, ex-cunhado e primos em cargos relevantes de Pernambuco. O que mais chamava a atenção na lista era a presença de três gerações de familiares de Eduardo e Renata Campos na administração estadual, inclusive jovens. (Em http://www.viomundo.com.br/denuncias/eduardo-campos-tem-parentes-no-governo-secretario-nega-nepotismo.html ) É uma família de gênios, reconheçamos. Da mãe aos primos e filhos, a quem já prometem um futuro venturoso na política. 

    Que diferença, para os princípios “atrasados“ do velho Arraes, que exigia da filha Mariana uma prática de jornalismo sem privilégios, pois a deixava correr perigo em programa de rádio de Direitos Humanos, como fui testemunha e com quem trabalhei. Para o velho pensador, para o socialista Miguel Arraes, a família era acima de tudo os trabalhadores espoliados. Uma das maiores dificuldades de Gregório Bezerra, no primeiro de abril de 1964, foi convencer camponeses a não virem ao Recife. Massas de trabalhadores se dispunham a vir à luta armados apenas de facões, facas e enxadas contra fuzis e tanques do exército brasileiro. Bastaria esse fato para dar a dimensão do velho. Mas ainda é pouco. A coisa dita assim, até parece que massas ignorantes, fanatizadas, dispunham-se ao sacrifício, a entregar o próprio corpo ao genocídio. Mas não. Tal amor era manifestação testemunhal por atos concretos do que foi o primeiro governo Miguel Arraes. É com ele que surge o revolucionário, o pioneiro e odiado “Acordo do Campo”: trabalhadores da cana-de-açúcar tiveram os mesmos direitos que os trabalhadores urbanos de Pernambuco: salário, décimo terceiro, carteira assinada… deixavam de ser escravos. Daí o fanatismo daquela grande família. 

    As últimas notícias falam que na portaria da sede do PSB, a quem os jornais chamam com acerto de “sigla”, na região central de Brasília, chegaram a ser pregadas folhas com a inscrição: “Aqui o socialismo resiste. #nenhumvotonoPSDB”. Coitados dos idealistas, tão inocentes. E tão frágeis, porque afinal se mantiveram neste novo PSB, que nega e renega o que foi o partido de Miguel Arraes. O compressor da direita de Eduardo Campos foi mais pesado. 

    Há nove anos, em um 13 de agosto, escrevi “Arraes, urgente”. Naquele dia, para a memória de um dos mais ilustres brasileiros, lembrei uma declaração de princípios do velho político: “Como homem público, tenho que esperar tudo, sem queixa, porque é minha obrigação ir pra cadeia, se é pra manter a minha posição de defesa do povo e não capitular diante dele. É minha obrigação ir pro exílio, se não posso ficar na minha terra”. 

    Quantas ciladas a vida nos prega. Hoje, com o apoio do PSB à direita brasileira, a história responde com o fantasma do neto Eduardo Campos: Arraes, adeus.

    *É escritor e jornalista pernambucano. Colunista do Portal Vermelho

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