Bolsonaro anuncia ministros e admite que pode faltar a debates por “estratégia”, não por saúde

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Em evento num hotel no Rio de Janeiro, com direito a coletiva de imprensa com a grande mídia, Jair Bolsonaro admitiu que pode faltar a todos os debates de segundo turno por questão de “estratégia”, e não porque precisa cuidar da saúde. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta quinta (11).
 
Segundo o jornal, Bolsonaro disse que assistiu ao vídeo em que Fernando Haddad desafia ele a participar de um debate, para dizer o que foi que fez ao longo de 30 anos como deputado. Entre correligionários, Bolsonaro respondeu que diria a Haddad que “não roubou ninguém” em sua trajetória política.
 
O evento foi convocado para anunciar à imprensa, ao longo de 30 minutos de coletiva, o nome de 3 ministros de um eventual governo Bolsonaro. Paulo Guedes, na Economia. Onyx Lorenzoni, na Casa Civil e Genral Augusto Heleno, na Defesa.
 
Bolsonaro falou ao longo de 15 minutos. Depois, abriu para perguntas da imprensa. O jornal Estado de S. Paulo relatou que apenas poucos jornalistas tiveram o direito de fazer perguntas, e alguns foram vaiados, como a repórter da Folha de S. Paulo.
 
O candidato aproveitou para dizer que não é a favor de regulação da mídia, mas que em seu governo a imprensa terá “responsabilidade no que escreve”.
 
A equipe média de Bolsonaro forneceu atestado para ele não participar de debates e eventos públicos até o dia 18 de outubro. A campanha dele trabalhava com a hipótese de ir aos debates da Record e Globo mas, depois da declaração de hoje, não há mais certeza sobre isso.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Suspeito que ele não vá a

    Suspeito que ele não vá a nenhum debate.

    Por duas razões.

    1 – Está na frente. Crê que sua vitória está consolidada.

    2 – Quem tem poder não debate, manda. E assim será.

    Desconfio até que, se assumir o poder, desistirá de disputar eleições. Suspeito que pense: “para que eleições, para esses políticos demagogos ou esses petistas me tirarem do poder? Daqui não saio daqui ninguém me tira.”

     

    1. Ou então, como já tem bolões

      Ou então, como já tem bolões rolando por aí de quando vai acontecer, o general Mourão vai deixar fluir sua veia golpista de família contra o Coiso.

  2. Ignorante, mas não é bobo

    No primeiro debate o Boulos fez uma pergunta cruel: Quem é a Wal ?

    E todos ficamos sabendo que era uma funcionária fantasma lotada em Brasília, mas que era paga com dinheiro público para cuidar dos cachorros do Coiso em Angra dos Reis. Caiu uma máscara do fascista…

    Em debates, aparece a ignorância, a agressividade primata, e os podres…

  3. Caindo na real

    Bolsonaro, quer gostem ou não, tem um patrimônio eleitoral que mata de inveja qualquer político profissional. Chegou num estágio ou patamar em que pode esnobar as redes de tevê. Não precisa dar audiência para a Globo e nem se submeter à arrogância das estrelas do Jornal Nacional.

    Não comparecer aos debates (convenhamos, um espetáculo de mesmices) é uma estratégia que reforça sua imagem de turrão, machão e autossuficiente. Para desgosto dos adversários, não perderá votos. Tem um teflon igualzinho ao Lula de antigamente. Discursa muito mal, não tem cultura, fala asneiras e besteiras. Atribuem-lhe ideias que não manifestou e criam terrorismo de desconstrução. Mas fala, como o Lula, a lingua do povão. Bravatas rendem aplausos e votos.

    Não adianta. Nada cola. Era assim com o Lula. Lula ganhou e governou. Bolsonaro fará o mesmo. Haverá um congresso renovado e há uma Constituição a observar. Pode até virar um presidente folclórico, mas sem chance para ditador.

    Tem mais: a mensagem do eleitor é uma revolta contra o PT que se dizia capaz, virtuoso e diferente dos demais. É inegável que se igualou aos outros, que se envolveu em corrupção, que aparelhou a Petrobras, que usou o BNDES para criar megaempresas para financiamento político, etc. Resumindo: o PT pisou na bola.

     

     

     

     

     

     

    1. Concordo

      Em genero, numero e grau.

      Mas pegar fama de fujão ou amarelão para quem se construiu em cima de uma imagem de machão boca dura, pode ser o inicio do fim do mito.

      Que não seja tarde demais.

    2. Constituição?

      Aquela ragasda pelo STF? A que deixou condenar lula sem provas, que impediu um desembargador de solta-lo por um juiz de piso e nao aconteceu nada? Aquela que deixou um juiz de piso divulgar grampo ilegal de presidente da republica? Conta outra que a CF (ou o STF) vao impedir o coiso de virar ditador…

      Na primeira crise que ele nao conseguir resolver, fecha o congresso, STF e o povo vai *aplaudir* porque gosta de ver o circo pegar fogo!

      Registre o que estou dizendo, *o povo que vota em Bolsonaro irá apoiar ele implantar uma ditadura igual a do Chavez sem pestanejar*

      Chavez: ex-militar, prometendo acabar com a corrupção dá um golpe na Venezuela

      BS: ex-militar, promete acabar com a corrupção dará um golpe no Brasil

      E o MPF e o STF não vão conseguir fazer nada!

       

  4. Sem querer desmerecer o

    Sem querer desmerecer o Bolsonaro, mas acredito que caso venha acontecer de ser o presidente, seu governo nascerá virtualmente morto!

    Como diria o Mangabeira Unger – há dois pilares que sustentam toda sua retórica e que na prática em si mesmos, se contradizem!

    O primeiro é o anti-Petismo: Com isso ele agrega setores da Midiã, empresariado e das instituições que querem tirar o PT do caminho, mas mesmo após as violentas ações e críticas continua sendo o maior partido social democrata do Brasil.

    O segundo de cunho militarizado de um “populismo criminal” que ataca o problema principalmente na sua fase descendente, é quando o bandido está em desespero e arvora contra nossas vidas, é contra esse criminoso que planeja armar o cidadão, pois o criminoso “profissional”, do crime organizado até policiais treinados teriam problemas!

    Sem visões mais elaboradas, inclusive de cunho social – o tal bandido bom é bandido morto vai gerar mais dor que solução dentro da sociedade!

    Contra o anti-petismo se fizer as reformas que querem os golpistas vai levar para o BREJO todo valor que as Forças Armadas julgam ter alem de seu próprio governo!

    E se não as fizer ou tentar enganar fazendo reformas meia-boca terá contra ele toda ira dos donos do golpe, pois sem as reformas o Brasil é uma bomba-relógio…

    Nesse meio-tempo ele vai precisar gerar empregos no tamanho das expectativas que ele gerou!

    Ele não poderá se tornar um novo PT, será um estelionato eleitoral!

    Um problema que já gerou com um dos donos do golpe, o cervejeiro, que queria a Eletrobras, talvez no congresso o apoio que ele teria viria principalmente do PT!

    Doido isso!

  5. olhando de perto…

    nem para cima nem para baixo

    em termos de aperfeiçoamento,qualquer um dos dois pode simplesmente deixar de existir

    ou Deus ou o Brasil

  6. Estratégia: Um cabo Daciolo à inversa

    A estratégia do Bolsonaro, aproveitando as redes sociais (e provavelmente com apoio externo do empresário cervejeiro), é comunicar-se com o eleitor diretamente, sem passar pelos meios convencionais de comunicação, como uma espécie de “protestantismo” ao inverso, que linkou diretamente o povo com Deus na Alemanha do Martin Lutero. Bolsonaro é um Daciolo no sentido contrário, o seu lado “divino” falando ao povo pelas redes. O eleitor do Bolsonaro, que foi dispensado da comunicação formal da mídia e apenas se orientou pelas redes, fakes e fofocas, terá que ver em breve, pela TV, um novo sujeito que nem conhece. A estratégia do Bolsonaro é ganhar votos como Super-homem e receber a faixa como Clark Kent.

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