Bolsonaro defende acabar com políticas de cotas e de inclusão e diz que são “coitadismo”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução TV Cidade Verde
 
Jornal GGN – Em entrevista concedida de dentro de sua casa para a TV Cidade Verde, do Piauí, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) defendeu “acabar” com as políticas de cotas no Brasil, as de combate ao bullying, de defesa das mulheres e de minorias que, segundo ele, estão “totalmente equivocadas”.
 
“Você não tem que ter uma política para isso”, disse, após citar a prática de bullying nas escolas, naturalizando episódios de preconceitos no Brasil:
 
“Eu lembro do Morgan Freeman, um ator negro americano, perguntaram para ele como combater o racismo, ele falou: não tocando no assunto. Quando eu era garoto, não tinha essa história de bullying. O gordinho dava pancada em todo mundo, hoje o gordinho chora. Acontecem brincadeiras entre crianças, elas estão ali se moldando, moldando o caráter”, disse.
 
Na visão de Jair Bolsonaro, as políticas de inclusão de minorias tratam os negros, as mulheres, nordestinos, gays como “coitados” e caracterizou a política de cotas como “coitadismo”.
 
“Isso [a política de cotas no país] não pode continuar existindo, tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Tudo é coitadismo no Brasil. Vamos acabar com isso”, manifestou.
 
Com a visão ainda retrógrada, Bolsonaro acredita que estas políticas “reforçam, sem a menor dúvida, o preconceito”. “Isso tudo é maneira de dividir a sociedade. Não devemos ter classes especiais, por questão de cor de pele, por questão de opção sexual, por região, seja lá o que for. Nós somos todos iguais perante a lei. Somos um só povo”, disse.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Acho que o Bol$onaro perdeu o voto do Paulo Zottolo

    Em 2007, Paulo Zotollo, Presidente da Philips do Brasil, disse:

    “Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”.

    Agora o Bolsonaro afirma:

    “Vocês [do Piauí] são tão iguais quanto nós do Sul, Sudeste e Centro-Oeste”.

     

    O Bolsonaro, tal qual a Marina $ilva, tá desdizendo tudo o que disse anteriormente. Ele se posicionou contra cotas, mas no primeiro turno ele disse:

    “Eu sou contra a forma de cotas que está aí, que prejudica o próprio negro. Você bota cota para negros, a princípio quais negros têm mais facilidade de passar em concurso ou então ser admitido em vestibular? O negro filho de negro bem de vida. A minha cota é social, eu defendo a cota social. A racial, não”.

     

    Porque ele mudou da água pro vinho tão rapidamente?

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