Bretas curte postagens de Bolsonaro, enquanto esposa de Moro diz: “Não é hora de mimimi”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Diretamente da “República de Curitiba”, a esposa do juiz Sergio Moro, Rosangela Moro, decidiu usar sua conta no Instagram, na noite de segunda (17), para se manifestar sobre as eleições de 2018. A advogada – sócia de Carlos Zucolotto, compadre de casamento acusado de cobrar propina para ajudar um candidato a delator na Lava Jato a negociar com os procuradores – escreveu que “não é hora de mimimi”, e reproduziu um texto de Fernando Gabeira, no qual o jornalista responde às críticas sobre não ter respondido General Mourão, o vice de Jair Bolsonaro, quando ele disse em entrevista na GloboNews que “heróis matam”.
 
No trecho que postou na rede social, a primeira-dama da Lava Jato omitiu a citação direta de Gabeira a Bolsonaro. O trecho original diz: “O clima de radicalização está levando as pessoas a lerem apenas notícias com as quais concordam. Cerca da metade das intervenções na rede negava a facada em Bolsonaro. Se continuarmos assim, abrigados em tribos, acreditando apenas no que queremos acreditar, será cada vez mais difícil a vida de quem não habita os extremos.” 
 
No artigo, Gabeira criticou os fãs de Bolsonaro que defendem os ideais da Ditadura Militar, mas sem deixar de cutucar a esquerda: “Ao defender a tortura em nome de grandes ideais, a direita cai na mesmo equívoco da esquerda. Adota o lema: os fins justificam os meios.” Gabeira disse também que seu papel como jornalista não é rebater o que um entrevistado diz, mesmo que no caso ele esteja defendendo a ditadura militar e a tortura institucionalizada. 
 
Mesmo sem citá-lo, a advogada recebeu de seus leitores muitas manifestações em apoio a Bolsonaro.
 
O juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio, de outro lado, foi “flagrado” pela equipe da Folha de S. Paulo curtindo postagens do candidato ao longo da campanha, além de ter compartilhado notícias sobre Bolsonaro e mensagens sobre escolha de voto.
 
Procurado pelo jornal, Bretas disse que não apoia qualquer presidenciável. “Sou livre para ‘curtir’ postagens, inclusive de candidatos a cargos políticos. Já ‘curti’, inclusive, postagens de outra candidata ao mesmo cargo”, disse ele, em referência a Marina Silva (Rede).
 
Folha anotou que juízes são proibidos de se manifestar sobre política de maneira eleitoral ou partidária. Mas, na segunda (17), Bretas compartilhou uma notícia sobre pesquisa eleitoral em que Bolsonaro aparecia na frente com os dizeres: “É chegada a hora da decisão. Participemos todos do processo eleitoral. Informe-se e escolha seus candidatos.”
 
“Em agosto, ele curtiu uma publicação do próprio candidato em que exaltava o sistema educacional na Coreia do Sul”, comentou o jornal.
“Entendo que, ao ‘curtir’ uma postagem, apenas manifesto minha concordância com determinado tema ou proposta, sem que isso represente um apoio a qualquer candidato. Eventualmente apoio ideias, mas não pessoas ou candidatos”, justificou.
 
Segundo a Folha, Bretas apagou postagens e argumentou que tem esse hábito quando se tratam de “tweets antigos, desatualizados ou que já estão fora de contexto”.
 
Também depois da reportagem, ele deletou a postagem sobre a pesquisa com Bolsonaro na frente, e compartilhou outra, com a mesma frase, sobre contagem regressiva para o primeiro turno.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Trata-se da nossa Maria
    Trata-se da nossa Maria Antonieta: deem brioches para o povo e deixem o Bozo presidir esse circo anacrônico!
    JAR/

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