Bye bye “querido”, disse a The Economist para Bolsonaro, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Bye bye “querido”, disse a The Economist para Bolsonaro

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Jair Bolsonaro tentou de todas as maneiras se colocar na disputa presidencial como se fosse uma espécie de Donald Trump tupiniquim. Ele se tornou o preferido de uma parcela pequena do eleitorado, mas seu espaço para crescer nas pesquisas é inexistente. A rejeição de Bolsonaro é consistente e tende a crescer em razão dos grupos que se organizam contra ele: mulheres, torcedores de grandes clubes, etc…

Ao contrário do seu imitador brasileiro, Trump não tinha qualquer compromisso pessoal com o resultado da ação daqueles produziram o cenário político/econômico em que ele se apresentou para disputar a presidência dos EUA. Isso facilitou sua tarefa de conquistar a preferência dos norte-americanos desempregados, subempregados ressentidos usando bordões simples como: garantia de empregos norte-americanos para norte-americanos, punição de empresários que transferiram empresas para o exterior, construção de um muro na fronteira do México etc…

Jair Bolsonaro não foi capaz de oferecer nada aos brasileiros prejudicados pelo golpe de 2016. De fato, é evidente que ele não tem a mesma liberdade que Trump desfrutou durante sua campanha. Para se posicionar contra o resultado do Impeachment, Bolsonaro teria que demonstrar publicamente que se arrependeu de ajudar a derrubar Dilma Rousseff. Ele não pode fazer isso sem explodir o ninho de cobras anti-petistas que organizou em torno de si mesmo.

A responsabilidade de Bolsonaro pelo desastre do (des)governo Michel Temer é tão grande quando a de Geraldo Alckmin. Mas o tucano foi mais rápido no gatilho. Alckmin já se afastou de Temer se apresentando como o candidato dos descontentes. Ele tem uma vantagem adicional sobre Bolsonaro: Alckmin era governador e não precisa pedir desculpas por um voto em favor ao Impeachment que não poderia ter dado.

Bolsonaro não é Trump. Ele se parece mais com Marine Le Pen. Derrotada nas eleições francesas para um político até então não muito conhecido (situação em que se encontrava Haddad até Lula anunciar que não disputaria a presidência) a líder da extrema direita francesa provavelmente não disputará uma nova eleição. O mesmo provavelmente ocorrerá com Bolsonaro.

Assim que o novo presidente for empossado, Jair Bolsonaro ficará sem mandato e terá que cumprir sua promessa de fugir do Brasil. Caso contrário, ele irá enfrentar diversas investigações criminais que serão inevitavelmente iniciadas para impedir a chegada de um nazista à presidência brasileira.

O primeiro indício de que o governo petista poderia ser deposto por razões petrolíferas foi dado 08/07/2012, quando o Wall Street Journal criticou a lentidão do Brasil em explorar o Pré-Sal. Eu mesmo comentei esta notícia na oportunidade: O petróleo é nosso ou deles? A reportagem da The Economist contra o ogro do PSL, que foi publicada esta semana e intensamente repercutida em nosso país, tem tudo para funcionar como um marco inicial da destruição do bolsonarismo no Brasil.

A única dúvida que resta é a seguinte: Jair Bolsonaro fugirá sozinho ou será acompanhado pelos filhos?

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

9 Comentários

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  1. O que me assusta é que se um

    O que me assusta é que se um ogro como bolsonaro consegue ter essa força política graças ao terreno da extrema direita que saiu do armário e se pôs às claras, imagina se surgir um político de extrema direita com um tico e teco que funcionem, imagem o estrago que poderá fazer. 

    1. Perfeito! Marine Le Pen está

      Perfeito! Marine Le Pen está sendo intimada, correndo o risco de ser cassada e convocada a um exame psiquiátrico. Mas, perto de Bolsonaro, ela parece até um pouco sensata e moderada. Até a extrema direita europeia, focada na questão da imigração, acha Bolsonaro meio exdrúxulo.

  2. Os fatos atiçam a imaginação

    Os fatos atiçam a imaginação e uma boa teoria conspiratória nasce. Parece coisa do personagem de Mel Gibson no filme Teoria da Conspiração.

    O candidato de extrema direita foi esfaqueado. Surgem dúvidas sobre a real extensão do ferimento, mas ele fica internado desde então e é submetido a mais de uma cirurgia. A polícia conclui que o autor agiu sozinho e tem algum problema psicológico. São encontrados entre os pertences do homem coisas imconpatíveis com seus rendimentos, descobre-se que ele fez uma viagem ao sul e foi ao clube de tiro dos filhos do candidato esfaqueado. A polícia conclui a investigação, mas alguma outra autoridade determina que a investigação seja prorrogada e terminará às vésperas da eleição. Começa a circular o boato de que o candidato esfaqueado estaria com cirurgia marcada exatamente para o período da campanha. O candidato parecia “lento” nos debates e chegou a pedir uma banqueta para poder sentar no primeiro deles. Começa a circular foto em que um pastor parece estar benzendo (ou coisa que o valha) a barriga do candidato, anterior à campanha eleitoral.

    O candidato oficial do golpe, o tucano, não decola.

    Pesquisa datafolha aponta diferença entre Haddad e Ciro inferior a outras pesquisas. Delação de Palocci está marcada para a véspera do debate na globo, com a campanha encerrada. Juiz autoriza o esfaqueador a dar uma entrevista na ante-véspera do dia da votação do primeiro turno. Manchete estapafúrdia da folha de são paulo, sobre a pesquisa datafolha: Bolso lidera, Haddad está em segundo, mas Ciro lidera segundo turno (?!). Delegado bolsonarista quer impedir a entrevista do esfaqueador. FHC aparece com sua cartinha conclamando a união do “centro” contra os radicais (Bolso e Haddad/PT/Lula). Globo começa a tratar Ciro positivamente.

    Conclusão: globo e o resto da direita golpista, cujo candidato oficial não decolou, teria fechado com Ciro e estaria tentando coloca-lo no segundo turno contra o candidato de exterma. Sei lá, eu apenas quis brincar um pouco de roteirista de cinema.

    1. Você sabe… não existe

      Você sabe… não existe veneno que não possa ser envenenado.

      @Haddad_Fernando já está passando @17JairBolsonaro. O petista tem menos rejeição do que o capitão nazista. Portanto, o 2° turno não ocorrerá se @cirogomes desistir de sua candidatura inviável para apoiar o líder do campo democrático @soghetti @boretti @luisnassif @CacoBrasil2.

    2. O Roteiro

      Eu também já estou matutando neste mesmo roteiro. Na véspera, o agressor acusa o agredido. Haddad e Ciro no 2º turno. Em qual candidato a Globo apostou todas as suas fichas?

  3. Por telefone vale? Vale tudo nessa guerra de números

    NOVA PESQUISA MOSTRA EMPATE TÉCNICO ENTRE HADDAD E BOLSONARO

     

     

    Pesquisa do instituto DataPoder360 apresenta o candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, em um quadro de empate técnico com o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL); segundo a pesquisa, Bolsonaro aparece com 26%, seguido de Haddad com 22%. Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro com 14%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 6% e Marina Silva, com 4%; pesquisa DataPoder foi realizada por telefone, entre os dias 19 e 20 de setembro com 4.000 eleitores; margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos

     

  4. Wellcome Ciro, diz The Economist, Rede Globo e o mercado

     

    Ciro continua sendo um camaleão da gota serena (expressão tipicamente nordestina). Pois não é que o homem agora está se balançando para o lado da Globo. Ele está usando o mesmo argumento que levou à cassação da Dilma: “se está mal satisfeito, use o controle remoto”. Você acha que vai dar certo? Du-vi-do-dó.

    Sem dúvida, estgá começando a degringolada do Bolsonaro.

  5. AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

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