Cada voto dado neste domingo será histórico, por Janio de Freitas

“Só um candidato representa a continuidade da democracia”, alerta colunista considerando chances de virada 
 
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Jornal GGN – Nas últimas 48 horas o candidato Fernando Haddad apresentou crescimento expressivo nas pesquisas eleitorais, em grande medida ao volume de pessoas que, no corpo a corpo, decidiram sair às ruas e às redes sociais para expressar o voto em favor do petista e o risco que a eleição do militar reformado Jair Bolsonaro representa para a democracia. No Rio de Janeiro, neste sábado, artistas como Paulo Betti, Patrícia Pilar, Letícia Sabatella e Henrique Diaz andaram pelo centro da cidade e percorreram linhas de metrô em favor de Haddad.
 
O fator da possível virada é destaque na coluna de Janio de Freitas, publicada neste domingo na Folha de S.Paulo. O articulista pontua que só um candidato representa a continuidade da democracia, lembrando de um paralelo interessante nas falas do militar:
 
“O ‘ame-o ou deixe-o’ da ditadura retorna com ‘o exílio ou a cadeia’ na alternativa de Bolsonaro para os que incomodam como opositores”. O colunista destaca que a última eleição presidencial com um candidato de extrema-direita no Brasil aconteceu há 73 anos representado por Plínio Salgado, perfil intelectual, ao contrário de Bolsonaro.  
 
Naquele pleito de 1955 ele disputou com Juscelino, Juarez e Adhemar. Plínio Salgado foi fundador da Ação Integralista, conhecido como o chefe dos “camisas verdes”, e fez uma campanha dentro dos trâmites do nacionalismo de direita e com “poucos arroubos antidemocráticos”, chegando às urnas com 8% dos votos.
 
Agora, em 2018, após uma reportagem apontando para um esquema de caixa dois na divulgação em massa pela equipe de campanha de Bolsonaro, a Folha precisou requerer investigação da Polícia Militar por conta de ameaças a repórter Patrícia Campos Mello e ao diretor do Datafolha Mauro Paulino, ambos atacados por seguidores de Bolsonaro. Só para dar um exemplo de uma corrida eleitoral marcada pelo aumento da casos de violência praticadas por eleitores do militar da reserva. 
 
Ao contrário de Plínio, Bolsonaro, além de não participar nem do último debate, numa estratégia clara de esconder sua fragilidade intelectual e de comando de um estado, será sempre lembrado por “sua presença inútil na Câmara”, por 27 anos como deputados, por “incontáveis brutalidades e apenas dois projetos aceitos pelo plenário”, aponta Janio completando que sua campanha “foi uma sucessão de desaforos e primarismo ameaçador”.
 
O jornalista reforça que as conquistas sociais e políticas de minorias foram conquistada pelo esforço de grupos sociais como negros, aponsentados, sem-terra, pequenos assalariados, homossexuais. “São muitos milhões com motivo para se sentirem ameaçados por Bolsonaro”, arremata Janio lembrando que o que o candidato tem a oferecer ao ativismo é “acabar com todos eles”. 
 
Europeus e democratas americanos têm manifestado a preocupação com a ascensão desse perfil político no Brasil, mesmo com menos informação do que os próprios brasileiros sobre a história e vida do militar. “E, como se precisando dar um exemplo ainda em tempo, o Parlamento Europeu aprovou por farta maioria, no meio da semana, a recomendação aos países da União Europeia para tornarem proibidos os grupos e movimentos de extrema direita”, destaca Janio mostrando como, mais uma vez, parece que o Brasil caminha para sentido contrário ao desenvolvimento democrático, e de maneira acelerada.
 
Acordar, não sendo tarde
 
“Quanto a nós, Fernanda Montenegro resume, “resta-nos esperar que o Brasil acorde, e cante”. É menos poético, e isso não é bom, mas se o Brasil apenas acordar já estaremos, ainda que exaustos, continuadamente livres para agir por nossas consciências. Em um ou outro sentido, cada voto dado neste domingo será histórico”. Para ler na coluna na íntegra, clique aqui. 
 
 
Redação

2 Comentários

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  1. Pitaco Musical: Eleitor machão do Bolsonaro

    CAMISA AMARELA (quase nem mudei a letra original, rs, rs, rs)

    Encontrei o meu pedaço na Paulista de camisa amarela
    Cantando “O Bolsodória”, oi, “O Bolsodória”
    Convidei-o a voltar pra casa em minha companhia
    Exibiu-me um sorriso de ironia
    Desapareceu no turbilhão da galeria

    Não estava nada bom, o meu pedaço na verdade
    Estava bem mamado, bem chumbado, atravessado
    Foi por aí cambaleando, se acabando num cordão
    Com um AK-47 na mão

    Mais tarde o encontrei num café zurrapa do Largo da Lapa
    Folião de raça, bebendo o quinto copo de cachaça
    Isso não é chalaça!

    Voltou às sete horas da manhã, mas só da quarta-feira
    Culpando o PT “da roubalheira”, oi, “A roubalheira”
    Me pediu ainda zonzo um copo d’água com bicarbonato
    Meu pedaço estava ruim de fato, pois caiu na cama e não tirou nem o sapato

    Com as pesquisas da semana
    Despertou mal-humorado
    Quis brigar comigo
    Que perigo, mas não ligo!

    O meu pedaço me domina
    Me fascina, ele é o tal
    Por isso não levo mal
    Pegou a camisa, a camisa Amarela foi votar com ela
    Gosto dele assim
    Passou a brincadeira e ele é pra mim

  2. Valeu Roger Waters!

    Lula é o Super cara!

    Haddad é o Cara!

    Roger Waters também é o cara!

    Roger Waters é musico da Humanidade!

    E agora é mais humano ainda!

    Cidadão brasileiro!

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