Candidato do governo Temer tem que propor SUS pago e radicalizar na privatização, diz Marun

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – O ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, Carlos Marun, divulgou entre aliados uma carta polêmica onde defende que Henrique Meirelles, candidato à Presidência pelo MDB, proponha cobrança pelos serviços do SUS e radicalize nas privatizações, entre outras ideias controversas.
 
Na mesma carta, Marun critica a superlotação no sistema carcerário, defendendo medidas alternativas para crimes menos periogosos à sociedade, e propõe que as concessionárias de rádio e TV sejam obrigadas a transmitir programas educativos em alguns horários ao longo do dia.
 
No texto, Marun diz também que o governo Temer vetou o apoio do centrão ao “débil mental” do Ciro Gomes, o que ajudou a candidatura do tucano Geraldo Alckmin por tabela. Ainda assim, para o ministro, é Meirelles quem incorpora o melhor projeto na eleição.
 
Marun indica que, para alavancar apoio a Meirelles, o MDB deveria prometer aprovar a reforma da previdência após as eleições.
 
Leia abaixo a íntegra da mensagem, divulgada pela Folha de S. Paulo.
 
​”Colegas, estive refletindo sobre a situação de nossa pátria e conclui que existem males que veem para bem. Estamos agindo corretamente. A atitude de Alckmin nas denúncias o torna não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes.
 
Este apoio foi para os tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz o candidato para o agora. Temos um ótimo candidato e temos liberdade para estabelecermos um projeto realmente modernizador e que não seja refém das mazelas de um presidencialismo de coalizão que sabemos ter sempre a tendência de transformar-se em um balcão de negócios. Um projeto que vá além da Economia. Somos ou não somos um partido reformista?
 
Se somos, chegou a hora da ousadia. Conclamo os companheiros a apresentarmos à nação um plano realmente arrojado, que dê continuidade às conquistas do nosso Governo Temer. Com coragem de dizer a verdade. Confiantes na vitória, mas sem medo da derrota. 
 
Vamos reafirmar nosso compromisso absoluto com a responsabilidade fiscal. Vamos assumir o compromisso de fazermos ainda em novembro a Reforma da Previdência. Quanto a política, nós sabemos que ela tem que mudar. Vamos propor em janeiro uma reforma política que realmente reduza o número de partidos, acabe com a reeleição para o executivo, reduza o número de parlamentares nas casas legislativas da União, Estados e Municípios e reduza proporcionalmente estas despesas.
 
Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o Caixa Dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro. Vamos propor uma verdadeira reforma da administração pública com a relativização da estabilidade e com um teto salarial de acesso ao serviço público não superior um terço do teto de saída.
 
Vamos radicalizar nas privatizações e propor a autonomia do Banco Central. Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criarmos uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal.
 
Vamos propor um Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo. Vamos propor medidas que possibilitem um real combate a criminalidade, duras mas realísticas. Vamos ter coragem de dizer que cadeias são hoje universidades do crime. Que lá devem estar os reincidentes e aqueles que representam perigo para a sociedade. Que em relação aos outros tipos de crime temos que propor medidas duras mas alternativas. Que é uma imbecilidade ficarmos sustentando delinquentes em presídios para que eles saiam dali criminosos perigosos.
 
Vamos deixar claro que existem só Três Poderes na Republica e que eles devem se respeitar. Vamos manter o Bolsa Família, mas vamos propor um valor mínimo para o atendimento pela saúde pública, mantendo a gratuidade absoluta somente para aqueles que são realmente carentes. 
 
Vamos apoiar a educação criando a obrigatoriedade das TVs concessionárias públicas de apresentarem diariamente das 9 às 11hs e das 14 às 16hs programas educativos produzidos pelo estado. 
 
Vamos…, vamos…, vamos ousar! 
 
Se vencermos, será uma vitória do Brasil. Se isto não acontecer, pelo menos teremos o orgulho de não termos participado da eleição a passeio.
 
Coragem MDB e vamos em frente!”
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Caro Nassif
    Ele está sendo

    Caro Nassif

    Ele está sendo sincero.

    Quem puder pagar paga, quem não puder morra.

    Esse tipo de proposta é a do Alckmin, mas ele mascara, assim como Bolsonaro.

    É assim que pensa a direita, mas camufla.

    O Brasil não foi feito para todos, mas para uma minoria.

    Maruns defende essa minoria.

    Temos que ter mais sinceridade.

    Com sinceridade genocida e dependendo do voto do povo, ainda assim,  muitos serão eleitos

    Saudações

  2. Concordo quando esse cidadão

    Concordo quando esse cidadão acima do bem e do mal, declara que é necessário cobrar pelos serviços do SUS, só que obrigando todos, inclusive os “representantes das câmaras legislativas” de todas as instâncias (federal, estadual e municipal) serem obrigados, também, a utilizar os serviços de saúde do SUS. Aliás, deveria ser obrigatório, quem recebe proventos e salários do Estado brasileiro, utilizar todos os serviços ofertados pelo Estado. 

  3. chocado mas não surpreso

    Realmente não podemos esperar nada dessa direita.

    Ou as propostas são simplesmente mentirosas e demagogicas ou irreais.

    Não vamos perder tempo com esses tipos!

     

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