Centrão recua apoio a Alckmin e passa a fazer campanha por Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Líderes do Centrão fecharam aliança com Alckmin – Foto: Reuters
 
Jornal GGN – Após alguns congressistas e candidatos a governo de partidos do “Centrão” abandonarem o palanque de apoio a Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato tucano à Presidência já assumiu como possível o recuo de parte de seus aliados. Com os dias mais próximos das urnas, o apoio destes candidatos migrará para adversários de Alckmin, principalmente Jair Bolsonaro (PSL).
 
O movimento ocorre porque os candidatos precisam assegurar seu apoio a candidaturas mais viáveis do que a aliança original formada em torno do nome do tucano, que nas últimas pesquisas eleitorais não compete nem em terceiro lugar das intenções de voto dos brasileiros.
 
Por isso, apesar de oficialmente os líderes do grupo dos partidos que formam o “Centrão” terem anunciado o apoio ao tucano, com a aliança que inclui o DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, que ainda acabou concedendo maior tempo de televisão a Alckmin, a fuga vai ocorrendo pela falta de mudanças no cenário eleitoral.
 
Alguns dos aliados já anunciaram o apoio ao nome de Ciro Gomes (PDT), que corre hoje contra Fernando Haddad (PT) para tentar um segundo turno nas eleições presidenciais. E há quem apoie o próprio candidato do PT, como é o caso de Ciro Nogueira, presidente do PP, que vem pedindo votos a Haddad no Piauí. Mas boa parte aderirá força a Bolsonaro, pela maior semelhança com as pautas conservadoras defendidas pelo próprio “Centrão” no Congresso.
 
Quando os líderes do Centrão fecharam a aliança, partidos do bloco já tinham como rivais o PSDB em 12 estados, e em sete deles os tucanos eram adversários diretos de candidatos do DEM. Alckmin precisava diluir as divergências, mas com as intenções de voto estagnadas, não obteve retorno. 
 
A própria equipe de campanha de Alckmin já tomou conhecimento da debandada, admitindo que a possibilidade de fuga é real, pela falta de reação nos resultados das pesquisas eleitorais, faltando pouco mais de duas semanas para as votações.
 
Também por oportunismo, essa migração é endossada nas regiões aonde Bolsonaro lidera as intenções de voto – Sul e Centro-Oeste, conforme divulgou o GGN pela pesquisa do Datafolha de hoje. Integrantes do PP, PR e Solidariedade, por exemplo vem fazendo campanhas locais nestes estados a favor de Bolsonaro, em uma via de mão dupla de apoio, para também receber parte do eleitorado do candidato da extrema direita nos cargos parlamentares.
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A canalhice do PT

    Essas informações demonstram que o Coiso se fortalece e aumenta muito sua chance de vencer.

    Para enfrentar essa força torna-se cada vez mais evidente que a Frente Democrática deveria ter sido constituída, mas foi boicotada pelos estrategistas do PT.

    Hoje, o PT observa que Haddad sozinho não terá votos para vencer o Coiso. Então, aponta uma faca para a consciência dos democratas: quem não votar no Haddad estará elegendo o fascista. Ou seja, o PT nos levou a beira de um abismo e nos obriga a votar em seu candidato, para não cairmos todos no precipício.  Qual o adjetivo para tal canalhice ?

  2. Perigo
    “O cenário é o seguinte:A esquerda se divide entre mandar pro segundo turno o candidato do PT e o candidato do PDT. Isso porque o adversário de direita se apresenta como um “outsider”, está a frente nas pesquisas e representa uma ameaça a estatização e manutenção da soberania nacional sobre seus patrimônios.O candidato do PDT é mais velho, mais experiente, mais brigão e confrontador enquanto o do PT é mais jovem, mais apaziguado e apela pro emocional ao invés do racional.O candidato do PDT venceria o adversário da direita no segundo turno por ser mais conhecido e ter menos rejeição. A projeção é que o candidato do PT perca caso vá ao segundo turno com o candidato de direita pela rejeição ser tão grande.A população escolhe o apelo emocional e manda para o segundo turno o candidato do PT, que é derrotado como era esperado graças a, entre outros fatores, excessiva manipulação da Globo.O candiadto da direita governa o país e logo se mostra um desastre.O candidato do PDT era Leonel Brizola e o do PT era Lula. O da direita era Ferenando Collor.O relatado acontece em 1989, mas pode ser uma projeção de 2018.” Recebi hoje este texto e fiquei impressionada com as relações com o q estamos vivendo hoje. A História se repete é a máxima mais repetida na geopolítica e mais uma vez se prova verdade. Do PT temos Haddad q apesar de todos os seus méritos pessoais é mais visto como poste do Lula, talvez pela própria estratégia do PT ao insistir em Lula como candidato apesar de q todos sabíamos q isso não aconteceria. Mais uma vez apela-se apara o emocional, desta vez a prisão injusta e política do Lula. Ainda temos a reassalva do Boulos, abençoado pelo próprio Lula no dia se sua prisão. Que bem ou mal, tira votos do primeiro turno apesar da tranferência de todos os seus votos ao canditado da esquerda q for ao segundo turno. Do PDT temos Ciro q não é nenhum Brizola, q não aceitou fazer acordo com o PT (ou não aceitaram fazer acordos com ele, depende de quem se acredita) e acabou dividindo a esquerda ao sair candidato. OU seja, temos rejeição dentro da própria esquerda em relação a ele. Mas seria o candidato q derrotaria a direita no segundo turno justamente pq não tem tanta rejeição da direita. E na direita (leia-se direitíssima) tem o #elenao, q assim como o Collor, se arvoreia de ser o candidato q vai “colocar ordem nesse país” e apela para o eleitor de saco cheio da bandidagem de políticos (neo caçador de marajás). Sim, sua rejeição é tão grande q muitos apostam q não vencerá de jeito nenhum no segundo turno. Esquecem q sua rejeição na esquerda é grande, mas na direita não. Nem no centro. Seus números só crescem. Os votos do NOVO migrarão para ele, os votos do PSDB já estão migrando, os votos do Alvaro Dias migrarão para ele, alguém duvida? Os votos do Eymael com seu vice evangélico migrarão também, restam Marina, Daciloko (desculpe, Daciolo) e João Goulart na briga. Mas mais uma vez, a esquerda está dividida!!! Tem muita gente votando Marina, mas no segundo turno entre Haddad e #elenunca votarão no Voldemort pq “PT nunca mais ainda” digo isso pq vi de perto. Acho a pesquisa do IBOPE mostrando o Haddad disparando do Ciro é só mais uma manipulação da Globo para dividir mais ainda, (mas isso sou eu, q adoro uma conspiração) pq as outras pesquisas mostraram uma margem menor. Se Ciro e Haddad começarem a se bater, perderemos vergonhosamente. 

  3. Os ratos já estão abandonando o navio

    Político em campanha sente quando está na hora de pular de palanque. E é claro que o grosso do baixo clero, que precisa renovar seus mandatos nesta eleição, já sentiu que Alckmin é um caso perdido.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador