CNT/MDA: Lula mantém vitória ou transfere votos, e Bolsonaro estanca

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Lula registra 21,8% das intenções de votos dos paulistas, Bolsonaro fica com 18,4%. Pesquisa também revela capacidade de transferência de votos de Lula, quando Haddad ainda não era o vice
 
 
Jornal GGN – Preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula segue como o favorito na disputa presidencial também entre os eleitores do estado de São Paulo, histórico reduto tucano. É o que mostra a pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta quarta-feira (08), registrando 21,8% das intenções de votos dos paulistas.
 
No cenário em que foi testada a disputa com a participação do ex-presidente Lula, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) fica em segundo lugar com 18,4%, seguido do então governador do estado Geraldo Alckmin (PSDB), com 14%. 
 
Já sem Lula, Bolsonaro consegue a vitória, ainda que não em primeiro turno, com o mesmo resultado de 18,9%. Ou seja, a ausência de Lula na disputa não favorece o candidato da extrema direita. 
 
É possível perceber, ainda, que com a ausência de Lula, há uma transferência de votos, em maior e menor grau, para três candidatos: Marina Silva (Rede) sai de 6,7% para 8,4%; Fernando Haddad que não havia sido cogitado no cenário com Lula fica com 8,3%, em empate técnico com Marina; e Ciro Gomes (PDT) passa de 5% para 6%.
 
Entretanto, a pesquisa entrevistou pouco mais de 2 mil paulistas antes das convenções partidárias deste final de semana, que definiram muitos rumos que ainda estavam incertos. A decisão, por exemplo, de indicar Haddad como vice de Lula ocorreu no final da noite de domingo (05), quando as entrevistas já estavam contabilizadas pelo CNT.
 
Naquele momento, Bolsonaro iria para o segundo turno com Alckmin, em caso de impedimento de Lula participar da disputa presidencial, segundo os eleitores paulista.
 
Por isso, a pesquisa absorveu as intenções do eleitorado de São Paulo em um momento de indecisões partidárias. Ainda assim, Haddad surge no segundo cenário com 8,3%, quando ainda não havia sido cotado oficialmente para disputar a chapa.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. TRANSFERÊNCIA DE VOTOS

    A pesquisa mencionada na notícia acima atesta que há transferência de votos de Lula para Haddad mesmo sem a existência de prévia divulgação do apoio do ex-presidente à necessária substituição de sua candidatura. E o cenário é ainda mais favorável quando divulgado o apoio de Lula à Haddad, conforme recente pesquisa feita em Pernambuco, objeto de comentário a seguir reiterado:

     

    CONFIRMADA A NECESSIDADE DE ESTRATÉGIA AMPLA

    Os resultados da pesquisa  realizada em Pernambuco pelo Datamétrica indica o elevado grau de transferência da votação para Haddad com o apoio de Lula.

    E este elevado grau de transferência de votos será tanto maior quanto mais se divulgar o apoio de Lula ao candidato a presidente que deverá ser indicado por ele, e crescerá na medida em que forem mais conhecidos os mérito de Haddad, em especial no que tange às excelentes iniciativas da sua gestão em SP.

    Por outro lado, a transferência de votos acima referida irá aumentar ainda mais quando for difundido o entendimento de quo o insucesso na tentativa de reeleição à prefeitura paulistana não diminui o brilho das conquistas resultantes da gestão inovadora do ex-prefeito, bem como de que tal insucesso sofreu pesada influência da  onda anti-petista e fascistóide catalisada em São Paulo em 2016.

    Ademais, será maior a transferência de votos quando forem rebatidas com vigor as críticas feitas por certos militantes sectários contra Haddad, pois fato é que o diálogo com os adversários é importante, não implica em nenhum conchavo indecoroso, e é requisito elementar da postura de estadista, necessária para a condução de sociedades diversificadas.

    Portanto, resta evidenciado que a insistência na tentativa de manter a discussão judicial da candidatura de Lula até a última instância constitui um equívoco, pois reduziria o tempo disponível para divulgar o apoio do ex-presidente a Haddad e as razões da sua indicação como candidato a presidente.

    Além disso, a manutenção da candidatura de Lula sub judice permitiria que o STF procrastinasse o julgamento do recurso que venha a ser ajuizado contra provável decisão desfavorável do TSE e, dessa forma, limitasse de maneira prejudicial a campanha da frente de esquerda na disputa pela presidência, e pudesse depois invalidar a vitória das forças populares, pois o indeferimento ou a cassação da candidatura do líder petista após sua vitória nas eleições iria implicar na realização de novo pleito presidencial, conforme disposto no artigo 224, § 3º, do Código Eleitoral.

    De modo que a idéia de delongar ao máximo a discussão judicial da candidatura de Lula pode vir a invalidar sua vitória no pleito, e, por esta via, acarretar a realização de novas eleições em condições desfavoráveis, posto que a definição dos critérios para realização do segundo pleito ficaria a critério da jostiça, não haveria nenhuma garantia de tempo para nova campanha eleitoral, e poderia ser ainda mais difícil viabilizar outra vitória das forças populares num contexto tão adverso.

    Por todos os motivos acima explicitados, é recomendável driblar as inúmeras chicanas judiciais que favoreceriam a direita golpista, através de deliberação de Lula que sustente o registro da candidatura Haddad-Manuela, para que a campanha eleitoral siga no ritmo adequado à conscientização e mobilização dos eleitores, pois é preciso lembrar que a pré-campanha é agora tão importante quanto a campanha oficial, e que o amplo debate acerca da plataforma política e das propostas concretas para o programa de governo é imprescindível para garantir a vitória na eleição presidencial e maximizar a formação de maioria parlamentar, indispensável para sustentar a viabilidade do próximo governo.

  2. Uai ..lula tinha 22 ..saiu,
    Uai ..lula tinha 22 ..saiu, Haddad pegou 8, Ciro 1 e fadinha nem 2

    Cadê o resto ?

    …parece que 9 foi pra branco e indeciso

    Realmente Haddad vai ter que ralar e CIRO, se perceber que não terá gás, deveria desistir a tempo de não corroborar com uma tragédia pro Brasil

    Pena que o PT NÃO quis apostar em Celso Amorin preferindo escolher o mais tucano dos seus filhos

    1. A desculpa esfarrapada dos

      A desculpa esfarrapada dos “estrategistas” do PT já está pronta: não tinham como prever; foi culpa do jogo sujo da mídia e das forças do mercado; foi culpa da Justiça; blábláblá…como se as pessoas não tivessem memória e não pudessem discernir para além do fanatismo.
       

  3. Os golpistas, agora, estão

    Os golpistas, agora, estão somente interessados em promover pesquisas eleitorais nos locais onde Alckmin e Bolsonaro estejam com alguma chance de liderar, vale dizer em São Paulo, por exemplo. É a maneira que estão encontrando para não mostrar a derrota que sofrerão, caso aconteça a eleição para Presidente, e iludir os incautos, dando a impressão que têm chances, mesmo aí sendo derrotados, que é o principal reduto do golpe, da direita, onde, apesar de tudo, Bolsonaro, o golpista melhor posicionado na pesquisa, não passa de segundo colocado. Não conseguem ganhar, mesmo não considerando os redutos onde serão massacrados nas eleições (Nordeste e Minas Gerais). Está difícil mostrar que há chances de vencer Lula, Haddad e Manuela. No máximo, conseguirão levar o pleito ao segundo turno, quando tudo será definido, com todas as chances para a oposição. Mesmo assim, terá de, em São Paulo, na improvável hipótese de a oposição não mais pontuar, superar os quase um milhão de votos da já existentes, diferença apontada nesta pesquisa. Não tem essa de transferência de votos, o eleitor já sabe: É Lula ou Haddad e Manuela. Por conta do arbítrio dos golpistas do Judiciário, que mantêm politicamente o Presidente Lula preso sem provas, duas chapas em uma: Lula ou Haddad na cabeça e Manuela na Vice. Tudo claro, que nem água bem limpinha. A mídia golpista tudo faz para embaralhar o entendimento, mas adianta pouco, ninguém é trouxa. Que provocar comentários, discussão diante de uma aberração dessas, onde pretendem esconder a verdade: a eleição é para Presidente do Brasil, São Paulo é parte, e está se vendo sem condições de decidir o pleito. É uma notícia mentirosa (faxe news) plantada no intuito dde esconder a verdade.

     

  4. Cada pesquisa tem o viés de quem a contratou

    Quando já se dispõe de uma masa de dados coletados, a análise estatística pode ser considerada apenas uma ramo da Matemática. Mas a Estatística adquire o statu de Ciência quando descreve e estabelece critérios para determinação das amostras (técnicas de amostragem), estabelecendo tamanho, composição, de modo que um universo amostral mínimo seja representativo da população estudada e sobre a qual se buscam inferências e padrões.

    Embora o método científico estabeleça a neutralidade como pressuposto de qualquer pesquisa, na prática quase nehuma pesquisa pode ser considerada neutra ou isenta, pois quem encomenda e quem realiza a pesquisa já parte de certas premissas que os induzem a buscar um resultado desejado ou pré-estabelecido. Quando bem feita, a pesquisa pode confirmar ou refutar a hipótese inicial. Se na pesquisa puramente acadêmica ou científica já existem essas pré-induções, nas chamadas pesquisas de intensão de voto, de aceitação ou rejeição a determinado(a) político(a) NÃO HA neutralidade ou isenção alguma; o fato de não ser neutra ou isenta não significa que a pesquisa seja, necessàriamente fraudulenta, mas sim manipulatória e indutória.

    No Brasil os chamados “institutos de pesquisa da opinião pública” são extremamente partidarizados. CNI, CNT/MDA, XP são entidades patronais, representantes do capital. Quando encomendam uma pesquisa, certamente elas orientam os pesquisadores o viés que desejam; sabendodisso, os pesquisadores elaboram os questionários, de modoa induzir as pessoas pesquisadas a responderem segundo o viés desejadopelos contratantes. No caso do IBOPE e do DataFolha, eles são institutos controlados pelo oligpólio midiático (também conhecido como PIG/PPV) que é caixa de ressonância e um dos braços do grande capital nacional e internacional, das oligarquias nacionais, da finança e do rentismo nacional e internacional e do DeepState estadunidense. Um tal Paraná Pesquisas e outros menores, em  vários estados da federação, são controlados pelas oligarquias ou grupos locais de comunicação ou simplesmente “prostitutas da pesquisa eleitoral”, que produzem o resultado desejado pelo cliente/contratante, mesmo que para isso tenha de cometer fraudes grosseiras. Aliás, todos os institutos de pesquisa citados até aqui não estão imunes à prática de fraudes. Dirigido pelo sociólogo Marcos Coimbra, que demonstra uma visão sócio-política mais próxima da que é defendida pelos partidos de Esquera, o Instituto Vox Populi é o que demonstra mais seriedade, confiabilidade e rigor científico nas pesquisas de opinião pública, principalmente as eleitorais. Como os demais, o Vox Populi não é neutro, elaborando os questionários de acordo com o desejado pelos que contratam as pesquisas (freqüentemente o Partido dos Trabalahadores, PT, e a Central Única dos Trabalhadores, a CUT).

    Na quadra atual, com o Brasil sob uma ditadiura das togas, em que o candidato preferido pelo povo está preso político numa solitária curitibana, há mais de 4 meses, incomunicável e impedido de exercer seus direitos civis e políticos, há quase um desespero da direita golpista, oligárquica, escravocrata, cleptocrata, privatista e entreguista em aniquilar polìticamente o Ex-Presidente Lula e proscrever o PT. Os institutos de pesquisa afinados com os golpistas estão tendo extrema dificuldade de ir a campo e coletar dados que sejam capazes de atender aos desejos daqules que lhes encomendam as sondagens eleitorais. Não é por outra razão que essa pesquisa CNT/MDA foi feita apenas em SP, estado berço do anti-petismo patológico disseminado pelo PIG/PPV e feudo político do tucanato hoje liderado pelo insosso Geraldo Alckmin, alcunhado de “picolé de chuchu” e “santo”, este último apelido devido à forma como é citado em planilhas registrando caixa 2 e propina para campanhas eleitorais anteriores dele. Uma boa pauta para os jornalistas investigativos é solicitar acessoe divulgar para o  público o questionário usado pela CNT/MDA nesse levantamento das intenções de voto.

    Levando em conta o que comentei acima, os percentuais dos 3 principais candidatos (Lula: 22%, Bolsonaro:18,5% e Alckmin: 14%) parece decepcionante para os encomendantes da pesquisa CNT/MDA. Nem mesmo com Lula alijado da disputa esses dois candidatos da direita tem o desempenho melhorado (Bolsonaro fica em torno de 19% de Alckmin com cerca de 15%). Os resultados divulgados mostram ainda um grande nº de indecisos, o que não encontra razões lógicas, sobretudo porque a grande maioria dos brasileiros já chegou à conclusão de que o País está sob um regime de exceção (ditadura da toga), em depressão econômica e com TODAS as instituições apodrecidas e sem qualquer credibilidade(incluindo osistema judiciário e as forças armadas). Se mais de 90% dos brasileiros rejeitam o regime golpista encabeçado por Michel e Temer et caterva (representado nessas eleições farsescas e fraudulentas pelo tucano Geraldo Alckmin) e a extrema direita identificada com o nazifascista Jair Bolsonaro não ultrapassa 20%, o mais provável é que candidatos anti-golpe tenham um percentual de intenção de votos bem superior ao que foi divulgado, sobretudo oEx-Presidente Lula. Arrisco dizer que mesmo no feudo tucano paulista Lula tenha hoje em torno de 30% das intenções de voto; digo isso porque o relatório da última pesquisa Vox Populi, divulgado no dia 26 de julho de 2018, quando estratificado por região mostrou Lula com 33% das intenções de voto no Sudeste e 34% no Sul.

    É sintomático que há mais de um mês o IBOPE e o DatFolha não divulgem resultados de pesquisas eleitorais. Estarão eles esperando a impugnação da candidatura do Ex-Presidente Lula?

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