Construtoras da Lava Jato doaram 20% dos gastos de Dilma e Aécio na eleição

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Construtoras investigadas na Operação Lava Jato doaram, juntas, cerca de R$ 109 milhões às campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, os dois principais postulantes gastaram pouco mais de R$ 570 milhões no pleito deste ano. Isso significa, em números grosseiros, que a cada R$ 5 gastos na empreitada, R$ 1 é proveniente das construtoras. Ou seja, 20% dos gastos da petista e do tucano juntos sairam do caixa de sete empresas envolvidas nos esquemas de corrupção na Petrobras.

Dilma, que conseguiu a reeleição apesar do placar apertado contra Aécio no segundo turno, recebeu mais do que o tucano das construtoras. Foram R$ 68,5 milhões distribuídos, nesta ordem, pelas empreiteiras Andrade Gutierrez (R$ 21 milhões), OAS (R$ 20 milhões), Odebrecht (R$ 13 milhões), UTC Engenharia (R$ 7,5 milhões), Queiroz Galvão (R$ 3,5 milhões), Camargo Corrêa (R$ 2 milhões) e Engevix (R$ 1,5 milhões), segundo levantamento publicado no Estadão desta quinta-feira (27).

Leia mais: Dilma e Aécio gastaram mais de R$ 570 milhões na eleição

As mesmas empresas, com exceção da Engevix, aparecem na lista de doadores de Aécio. Juntas, repassaram R$ 40,2 milhões para a campanha do tucano. Foram R$ 20 milhões da Andrade Gutierrez, seguida pelo grupo Odebrecht (R$ 9 milhões), OAS (R$ 6 milhões), UTC (R$ 2,5 milhões) e Camargo Correa (R$ 0,5 milhão).

Os candidatos que não passaram ao segundo turno das eleições receberam, juntos, R$ 182 milhões de oito empreiteiras, incluindo a Mendes Júnior. No total, portanto, as empresas aplicaram ao menos R$ 290 milhões em campanhas eleitorais em meio à investigação da Lava Jato. Apenas o PSOL negou publicamente a participação do setor privado no caixa da campanha de Luciana Genro.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Reforma política.

    Esta é a maior prova  que necessitamos urgente de uma mudança no sistema político brasileiro.Principalmente no que que concerne  ao financiamento de campanha. Pois , nao importa se o voto será em lista fechada, voto distrital, proibição de coligações, etc. Se não mudarmos o tipo de financiamento das campanhas as  lambanças serão eternas. Meus amigos os eleitos tornam-se comprometidos com estas espresas  a partir do momento que recebem vultosos recursos das mesmas. Esses  valoreres  que chegaram a   290 milhões de reais em 2014  aplicados nas eleições  significam  que depois dos pleitos elas cobrarão as faturas. Isto é, superfaturamentos das obras públicas, propinas, formações de carteis, etc.  REFORMA POLÍTICA JÁ 

  2. negação total

    Enquanto isso, o PT acredita que é uma boa estratégia de relações públicas apontar que esse caso de corrupção se estende até os governos anteriores do PSDB.

    O problema é que essas denúncias levam o cidadão da classe média ressentida até à negação completa do sistema político: PT, PSDB, PMDB, tudo junto. Não importa a ele que tais esquemas estejam ou não sendo combatidos. O que este cidadão quer é não saber.

    Não tenho certeza que a tomada de iniciativa da Dilma em encampar as investigações esteja tendo sucesso perante a percepção do grande público. Tomara que sim.

  3. Pra quem é burra “que nem

    Pra quem é burra “que nem eu”, com essa quantia, advinda de doações de empreiteiras ou outras empresas, o que podemos esperar? A Operação Lava a Jato vai limpar as eleições; vai torná-las melhores, com menos toma-lá-dá-cá?

    Alguém me explica aí por que dois candidatos, apenas dois, gastaram quase seiscentos milhões na capanha. E se há chances dessas campanhas serem mais baratinhas. 

  4. financiamento público de

    financiamento público de campanha já!

    o resto é hipocrisia e postergação de qualquer solução,

    o que só beneficia o mesmo esquema que age hoje.

  5. Certo, e a parte que foi para

    Certo, e a parte que foi para a Dilma é fruto de propina e a parte que foi para o Aécio, dos lucros “normais” das construtoras. Sem contar que o desvio está lá na prestação de contas da campanha (supostamente) vitoriosa. E o Gilmar disponibilizou na internet para que um sherlock virtual ache a “prova do crime”. Tipo “onde está Wally?”.

    Olha só, para mim é o contrário. Se eu fosse dono de empreiteira só doava para a Dilma, e no caixa 1 mesmo, qualquer dinheiro, sujo ou limpo. Nos governos do PT é que tem um monte de obra pelo país a fora. É PAC para tudo que é lado. Mesmo que o pig diga que já deveria estar pronto, o fato é que as empreiteiras estão ganhando. Então está explicado porque elas querem doar para campanha petista

    Doação para o Aécio é que não é muito bem explicado, já que sob governos tucanos as grandes obras são escassas, se houver alguma. Perguntem aos fabricantes de tijolo. Por exemplo, preferem aplicar o dinheiro da Sabesp na bolsa de Nova York. Porque eu, empreiteiro, gostaria de ter um governo tucano? Isso sim não faz sentido. Aí tem.

     

  6. Até que ponto a operação lava-jato interessa à mídia?

    Não se faz necessário uma análise muito apurada para concluir que a mídia tem motivos  de sobra para se preocupar com a operação lava-jato. É simples, qual o destino final do grosso dos investimentos que as empresas fazem para as campanhas eleitorais? A julgar pela prestação de contas eleitorais da última eleição, certamente para pagar serviços de propaganda às empresas de mídia, o que indica que elas têm muito à perder com a investigação à fundo desse escândalo. Mais do que isso, um dos possíveis, e benéfico, efeito colateral esperado é o consequente barateamento das   campanhas, principalmente se for adotado o financiamento público. Assim, não surpreenderá se a mídia intensificar a sua tendência de criminalizar os políticos e gestores públicos e vitimizar as “pobres empreiteiras” que, para para “manter os empregos” e a economia funcionando tiveram que ceder “à chantagem” de uma política “suja”. Essa postura brindaria as empreiteiras, a própria midia,  dificultaria a adoção de medidas eleitorais moralizadoras e sustentaria, com falsos argumentos, a irresponsabilidade de incentivadores do golpismo, como  Gilmar Mendes, por exemplo, que mesmo com tanto tempo como Ministro do Supremo Tribunal Federal, ainda não percebeu que a corte suprema não é o escritório de advocacia do PSDB. Quando os movimentos sociais começarão a se  mobilizar para pedir mais rigor nas apurações e urgência na reforma política com financiamento público das campanhas? Quando eles  assumirão a linha de frente de um movimento moralizador, tirando das mãos de hipócritas a bandeira da ética na política e na gestão pública? As articulações entre Gilmar Mendes e Dias Toffoli, e o espaço que a candidatura de Eduardo Cunha à presidência da câmara dos deputados está tendo na mídia, mostram que não parece haver momento mais oportuno para uma reação.        

  7. Tal qual ……………………

    Tal qual nas grande democracias !!! Como nos Estados Unidos; como na França; como n a Inglaterra, etc, etc etc. 

    Nos Estados Unidos as Mega-Corporações financiam as cammpnhas eleitorais tanto de Republicanos como Democratas, em valores milhares de vezes maiores do que aquí !!!

    Lá, os financistas, são fabricantes de armas, banqueiros, seguradoras;laboratórios, Empresas de mercenários; Empresas de prisões; agronegócios, tráfico, enfim os llobys de todas as áreas de atuação nas sociedades.

    Nãos sejamos ingênuos em pensar que aquí é diferente, pois qualquer dos lados que ganhar, esaremos bem !!!!

    É assim que funciona, e não só no Brasil !!!!!!!!!!!!!!!

    Vamos com esta operação Lava-Jato, reduzir, amenizar, mas não acabar. Não se iludam !!!!!!!!!!!!

    Deixemos a midia fazer o carnaval delas para possivelmente ober algum dividendo politico, mas só em cima dos incautos ou coadjuvantes !

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador