Delegado ignorou hipótese pericial compatível com a versão da vítima, aponta advogada

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A defesa da jovem de Porto Alegre que teve uma suástica marcada em seu corpo divulgou à imprensa trechos do laudo feito após o exame de corpo de delito, sugerindo que o delegado do caso pode ter se antecipado ao afirmar que houve automutilação.
 
O laudo diz que a marca, por ter sido feito de maneira muito superficial, é “compatível” com automutilação, mas a perícia é incapaz de provar isso. Além disso, o símbolo nazista poderia ter sido talhado na pele por terceiros, se a jovem não tivesse oferecido resistência. O delegado tratou essa segunda hipótese como “consentimento” premeditado em seus depoimento na imprensa.
 
A advogada Gabriela Souza destacou o trecho em entrevista ao Correio Braziliense, divulgada na tarde desta quarta (24).
 
“As lesões verificadas apresentam, portanto, características compatíveis com as de lesões autoinflingidas, embora não haja, a partir exclusivamente dos resultados do exame de corpo de delito, elemento de convicção para se afirmar que efetivamente foram autoprovocadas”, diz o laudo pericial.
 
“Nesse sentido, pode-se afirmar que as lesões foram produzidas: ou pela própria vítima ou por outro indivíduo com o consentimento da vítima ou, pelo menos, ante alguma forma de incapacidade ou impedimento da vítima em esboçar reação”, prossegue.
 
A advogada afirmou que quer a investigação concluída, indicando que falta análises de câmeras de segurança e de oitivas com os profissionais que atenderam a jovem.
 
Ao Correio, o delegado – que causou polêmica ao afirmar que a suástica desenhada era, em sua opinião, um símbolo budista – afirmou que a vítima poderia ter usado bijuteria para se automutilar. Ele ainda disse que ela tem problemas emocionais e toma remédios fortes.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. O mesmo delegado falou que é o símbolo da paz

    Um delegado que fala de cara que é o símbolo da paz, está mal intensionado e nada mais é que um estúpido boçalnarista. Picaretas!

  2. Aliás…

    Aliás, o delegado é tão isento de isenção que para ser coerente com sua hipocrisia deveria dizer que o símbolo budista da paz (e não a su´stica) foi gravado pela própria garota. Falando em símbolo, seu delegado, aceite uma figa, esse símbolo tão brasileiro, porém com o sentido que a figa tem lá no Japão. Ou um americano símbolo de mão que para americanos é “ok” e para nós…

  3. Paranóia que vem de longe
    Na ocasião da notícia postei esse texto que está abaixo. E apanhei de um tal de “anarquista lúcido” .rsrsrs.

    Paranóia pura.
    Fernando M.
    qui, 11/10/2018 – 09:44

    Nassif! Vou copiar o meu mito. Brizola. Eu também venho de longe e estou tendo delírios paranóicos.rsrs
    É em relação a essa moça em quem teria sido “tatuada” uma suástica. É muito ruim opinar por foto. Sem examinar. Sem conversar. As lesões parecem (PARECEM) auto-infringidas. Tomars que esteja errado. A vermelhidão parece não combinar com a lesão. Ela a vermelhidão é muito recente. Coçadura? A suástica parece um pouco mais antiga. Juro! Parece muito mas muito mesmo, lesão com tampa de caneta Bic. Peço muito a Deus que esteja errado.Ela até lembra o caso de uma barrigada do Noblat em um caso de uma brasileira em algum pais europeu. Já tem alguns anos.
    Seria pavoroso, começando a delirar, que essa moça em algum momento viesse a declarar que “sou petista e fiz isso para prejudicar ele”. Isso seria um maná nas tais redes sociais, demonstranfo que o campo progressista é quem produz as fakenews. Seria desmoralizante.
    Paranóias de alguem que “vem de longe”??

  4. Vamos ler o laudo

    O laudo menciona a possibilidade  da lesão ser produzida “ante alguma forma de incapacidade ou impedimento da vítima em esboçar reação”. Portanto, a afirmação que foi automutilação é fake news.

  5. Viés de confirmação ..
    Viés de confirmação , seria isto ?

    Se parte de uma premissa e se prioriza as evidências que confirmem a tese inicial.

    A tendência ao erro é grande.

  6. refestelo do capitão pacifista

    E então, com base nas três possibilidades levantadas pelos peritos:

    a- lesões autoinflingidas

    b – lesões inflingidas por outro indivíduo com o consentimento da vítima 

    c – lesões infllingidas ante alguma forma de incapacidade ou impedimento da vítima em esboçar reação

    O delegado teólogo, sério conhecedor dos símbolos religiosos,  apesar de a garota haver afrmado que foi imobilizada por terceiros, sapeca seu veredito na alternativa “a” , com o apoio acrítico da mídia dos oligarcas, que não ouviu a outra parte, como de costume, para o refestelo do capitão pacifista.

    Aliás, por falar no REBOTALHO DA DITADURA esfakeado, o médico que o operou é ou não é um famoso ONCOLOGISTA, conforme assim foi identificado ao dar entrevista ao programa do baby dórea?

    1. A superioridade física

      A moça, muito mais forte que os seus atacantes , não esboçou qualquer defesa, claro, eles eram três, eram nazistas e ela podia muito bem se defender. Assim,  ato contínuo, tirou um clips do bolso e começou a se riscar, ameaçando denunciar o grupo por um “suposto” ataque nazista. Eles, trêmulos, nem podiam se mexer de medo da moça.

      O delegado, num bem  fundamentado inquérito,  assim narrou o ocorrido.

      Isso é que  é um “delegado”

      Concursado com o moro; mesma turma da faculdade- cada um tomou um rumo, mas a competência,

      “quanta semelhança”!!!

       

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