Do Estadão
Em ato dos 34 anos do partido, presidente defende sua gestão e, sem citar nomes, ataca adversários que apontam fim do ciclo petista
Ricardo Galhardo e Isadora Peron – O Estado de S. Paulo
São Paulo – A presidente Dilma Rousseff usou o evento de comemoração dos 34 anos do PT na noite desta segunda-feira, 10, em São Paulo, para defender o seu governo das críticas que tem recebido, especialmente na área econômica. Dilma chamou os seus críticos de “pessimistas” e “caras de pau” e disse que ninguém cobra mais resultados do seu governo do que ela mesma.
“Eles teimam, teimam mesmo, em não enxergar que estamos conseguindo construir esse novo Brasil, sem abdicar dos nossos compromissos com a solidez dos fundamentos macroeconômicos, com controle da inflação, equilíbrio das contas públicas, e fazendo a dívida líquida do setor público cair”, afirmou a presidente.
Dilma chamou de “cara de pau” quem tem defendido que o ciclo do PT à frente do governo federal chegou ao fim. Na semana passada, o governador de Pernambuco e provável adversário dela na corrida presidencial em outubro, Eduardo Campos (PSB), afirmou que o “velho pacto político” colocado em prática pelo PT “mofou”.
“Agora eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso governo se esgotou, que nós demos o que tínhamos o que dar”, ironizou.
A presidente também chamou de “pessimistas” os que criticam os resultados da sua política econômica. “Esses pessimistas aproveitam alguns desequilíbrios típicos de uma conjuntura internacional muito difícil, que todos os países estão enfrentando, para dizer que o fim do mundo chegou. O fim do mundo chegou sim, mas chegou para eles, e isso faz muito tempo”, afirmou.
Sem citar o julgamento do mensalão, Dilma homenageou a militância “solidária com todos aqueles que concorreram ou concorrem a cargos, mas solidária especialmente com companheiros que mais precisam dela, com companheiros nas situações mais difíceis”.
Ao fim de seu discurso, a presidente falou dos planos para o futuro e de como os governos do PT criaram alicerces para o Brasil avançar. A fala da presidente tem a ver com o slogan criado pelo publicitário João Santana para o evento: “Sempre em frente, sempre à frente”.
Novos termos. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez as críticas mais duras aos prováveis adversários da presidente na eleição deste ano. Sem citar nomes, Falcão criou dois termos para se referir a eles: “neopassadista” e o “novovelhista”. Segundo pessoas próximas a Falcão, o discurso se refere ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a Eduardo Campos.
Em seu discurso, disse que os dois são “partes do mesmo corpo”. “O neopassadismo e o novovelhismo parecem farinha do mesmo saco. Assemelham-se em quase tudo”, afirmou o presidente do PT.
Em seu ataque mais pesado, sugeriu que os adversários de Dilma fecharam os olhos para as denúncias de corrupção no Metrô e na CPTM durante os governos tucanos em São Paulo e para o episódio da apreensão de cocaína no helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG). “O algo ‘novo’ é fechar os olhos, e, quem sabe até, esquecer-se de tapar o nariz, para carregamentos exóticos em helicópteros?”, disse.
Mensalão. Seguindo a tônica do discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de semana, Falcão criticou a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal e disse que “a Corte não é um partido político, nem uma torcida organizada”. Nesse momento, Falcão foi interrompido por militantes da corrente minoritária O Trabalho, que foram para a frente do palco com uma faixa pedindo a anulação do julgamento do mensalão.
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Presidenta Dilma Roussef, o
Presidenta Dilma Roussef, o povo brasileiro está do seu lado. O povo brasileiro sabe diferenciar bem aquilo que é mostrado, aquilo que é lido, aquilo que é veiculado como ‘opinião pública(da)’. O povo brasileiro já sente como é o atendimento médico do olho no olho, do toque de uma mão firme em seus ombros, da alegria de poder servir um simples cafezinho para aquele médico que mesmo às duras penas se faz entender dentro de sua moradia tão humilde.
Todos nós sabemos do esforço dos últimos 12 anos do governo petista, contra tudo e contra todos, de manter a economia num patamar aceitável de crescimento e de controle com indices de desemprego cada vez menores, com aumento salarial sentido principalmente por nossos velhos aposentados.
Sabemos que ainda temos muito caminho a percorrer. A estrada é longa! A luta é árdua! Mas o esforço é compensador.
Peço-lhe que na sua campanha para reeleição que vá ao interiorzão deste país continental e veja por seus próprios olhos os resultados destes ultimos anos. Os frutos gerados por uma política de dividir o bolo e não as migalhas. De ter o povo como meta absoluta!
Sabemos também Presidenta, que não estamos no paraíso. Ainda falta muito. Mas as ferramentas para a construção do novo já estão aí. As sementes já foram lançadas. Com investimento na educação e na saude, o que o nosso povo mais anseia, teremos um país mais humano, mais homogeneo, mais criativo, com mais qualidade e quem sabe meus netos terão aquilo que os de sua idade, em outros locais no mundo têm.
Acredito muito no meu partido. Acredito muito no que foi proposto para os próximos 50 anos. Só não podemos nos deixar seduzir pelos cantos de sereia que às vezes aparecem por aí ou ainda por maledicencias repetidas todos os dias.
E por fim, acredito muito na senhora Presidenta. Acredito no seu fiel desejo de transformar este país numa potência. Não uma potencia gurrilheira mas uma potencia de valores, de homens e mulheres dedidcados a cada dia melhorarem mais as suas vidas e também o lugar onde vivem!
Que Deus a ilumine!
Ó a fofoca:
“Segundo pessoas próximas a Falcão, o discurso se refere ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a Eduardo Campos.”
É pra isso que servem os políticos da oposição, pra serem testas de ferro de quem não quer sair da sombra. Eduardo campos e marina silva estão gostando de fazer esse papel alegremente.
A Dilma fala com a convicção
A Dilma fala com a convicção dos justos. Conhece os personagens que tentam apequená-la , conhece o surrealismo da paisagem em que vive , as pequenas e as grandes traições. Para aqueles que criticam a falta de coerência dos personagens de folhetim , atentem para o personagem Dudu , ele desmonta qualquer crítica. Personagens que saem da vilania para o heroismo nos capítulos finais da novela , ou ao contrário , mocinhos , que ao final da trama revelam-se vilões desalmados. A Dilma não falou em nomes , mas o Dudu está inserido em sua fala , ator oculto do teatro da incoerência , mocinho para uns , vilão para outros …
Hoje voto na Dilma
Dito isto, sugiro à nossa presidenta um Talismã.
O que faz um talismã funcionar?
First, let me say that there are obviously many different types of
talismans and many different approaches to them. We are only dealing
with astrological talismans here, talismans that are ensouled with
astrological spirits. Also we are working in a very traditional
Western, pre-1700 context.
Even traditional astrologers had different paradigms for how astrology
and astrological magic worked. Al-Kindi, for example, wrote a book
called “On the Stellar Rays” that attributed the power of the planets,
and in fact, all things to the fact they emitted spiritual rays. Mind
you these are not x-rays, or light or some other form of matter and
energy, these are spiritual rays, but this is a very congenial
explanation for moderns.
The second approach is that epitomized by Plotinus, who writes that
the stars are not causes, but since all things are part of the One,
one can read events through the stars. In other words the cycles of
the planets and stars very clearly indicate the underlying spiritual
cycles that govern all material things.
Finally, the third traditional approach, might be termed the magical
approach. Here the spirits of the stars, planets, etc., are seen as
spiritual entities, with personalities that can be interacted with.
All of these traditional approaches interacted and overlapped.
Picatrix, in particular, mentions all three at various points. As a
predictive astrologer, I tend towards the second approach, of the
common cycles of Heaven and Earth, but as an astrological magician, I
am increasingly pulled towards the third, the magical approach.
In fact, I could take this a bit further and say that my approach is
increasingly that of a celestial priest. When you go to a temple or
shrine in Japan, for example, you can buy talismans which the priests
have created/consecrated.
Talismans aren’t their primary purpose, the function of the priests,
however, more devotional and more focused on serving the spirits and
assisting people in their spiritual path. This is certainly the
direction I would like to move in.
Ok, so following the magical approach, what is it that we do when we
create a talisman? Where does its power come from?
Let’s look at perhaps the most modern style of magic, Chaos magic.
The closest to a talisman in this style of magic is the sigil,
“A sigil can be thought of as an original artistic creation, produced
by conceiving a sentence that expresses a magical intent, and
converting that sentence into a pictorial representation. The point is
to obtain an image that can carry the intent past the psychic censor
and into the subconscious mind, where it becomes magically effective.
He goes on to say, The great advantage of sigil magic is that no
particular belief-set is needed to work with it; there are no
discarnate entities to summon, no deities to appease, no invisible
rays to emanate from your solar plexus, (unless you want to create
them yourself as a meta-belief device).”
Magical power in Chaos magic, therefore derives from the individual, a
very modern attitude!
Traditional astrological magic is based on a worldview where, while an
individual has their own personal magical power, most magical powers
lie outside the individual. Cornelius Agrippa, in his Three Books of
Occult Philosophy, speaks of three worlds, the material, the celestial
and the divine world. Astrological magic, therefore comes from the
celestial world, intermediate between the material and divine.
Using our third traditional approach, therefore, the power of
astrological magic comes from the astrological spirits. Picatrix
says, “By sages, magical images are called talismans…To work
victoriously he makes it with mathematical proportions and influences,
and uses celestial writing. These images are made from their proper
substances in order that they might receive the aforementioned
influence, and this is done at appropriate times. By suffumigation
they are strengthened, and spirits are drawn into these images.”
Picatrix Bk I ch 2.
Let’s examine this a bit further. How is it exactly that spirits are
drawn into talismans? One way is epitomized by the Goetia and similar
grimoires, which command the spirits and use superior power, often
divine names and the will of the magician to imprison the spirits.
I follow a different, more devotional approach. Similarly Ficino
speaks of making talismans working with the Anima Mundi, the Soul of
the World, as a collective spirit containing all of the celestial
spirits through, “daemons [spirits] being attracted and gifts from
the ensouled world and from the living stars. Again let no man wonder
that Soul can be allured as it were into material forms, since she
herself has created baits of this kind suitable to herself, to be
allured thereby and she always and willingly dwells in them. There is
nothing in this whole living world so deformed that Soul [of the
world] does not attend it, that a gift of the Soul [of the world] is
not in it. Three Books on Life, Bk III ch 1.
Astrological spirits ensoul our talismans because the talismans are
made at the correct time for the spirit, are of appropriate materials,
images and designs and because we very politely and repeatedly request
that they enter the talisman. Finding our request fitting and proper,
they ensoul the talisman.
—
Christopher Warnock
Renaissance Astrology &
Astrological Magic
Mistérios existem
“Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia”
Enigma astronômico de Galileu é decifrado depois de 400 anos
Quando observado a olho nu, Vênus aparenta ter uma “coroa radiante” que a faz parecer oito a dez vezes maior do que Júpiter
O planeta Vênus está mais próximo da Terra do que Júpiter e brilha mais forte que o astro gasoso durante a noite. Entretanto, este fato, por si só, não explica todo o seu destaque no céu. Há uma razão perfeitamente plausível para entendermos como os olhos percebem a luz em comparação com a realidade óptica de um telescópio, de acordo com o jornal The Independent. Quando observado a olho nu, Vênus aparenta ter uma “coroa radiante” que a faz parecer oito a dez vezes maior do que Júpiter.
Vênus, acima, e Júpiter, abaixo, aparecem na noite de Londres, na InglaterraFoto: Getty Images
O astrônomo italiano Galileu Galilei foi o primeiro a perceber que esta “coroa” estaria relacionada à percepção humana ou, como ele descreveu, um “impedimento dos olhos”, a qual seria eliminada pelos telescópios. Mas, para ele, este impedimento seria uma interferência no modo como as luzes das estrelas são processadas pelo olho humano.
Entretanto, cientistas agora mostram que este efeito é causado pela forma como células sensíveis à luz nos olhos respondem às imagens de intensidades diferentes em um cenário escuro. Vênus aparece maior porque sua imagem é exagerada pelo centro visual do cérebro. Assim, é criada uma “coroa radiante” mais resplandecente que de Júpiter, segundo o estudo publicado pela National Academy of Sciences.
Eles acreditam que o efeito influencia o modo como enxergamos porque a retina humana e o cérebro estão sintonizados para responder aos contrastes de objetos de luz contra um fundo escuro. “Galileu foi o primeiro a afirmar que nosso olho distorcia a realidade. Ele conseguia ver que Vênus parecia ser muito maior que Júpiter quando visto a olho nu – e que o oposto seria verdadeiro quando visto através de um telescópio”, disse Jose-Manuel Alonso, da New York College of Optometry.
Caos mágica
Kaos é Ruído !
Ebulição randômica Não-linear
Caos é informação.
Caos é ruído.
Ruído é pertubação da estrutura. Imprevisível, acidental, sem padrão: um fator estranho ao programa inicial.
A pertubação não produz mera desorganização, mas também faz o salto para uma complexidade superior. Novas possibilidades aparecem, o caminho se engravida das encruzilhadas e bifurcações improváveis. na escolha de uma possibilidade, as outras estão condenadas, perdidas para sempre, desfeitas na moenda cronológica.
Pertubação é o conflito da vontade.
Quando nos colocamos diante de uma escolha, os pontos de bifurcação concretizam a realidade – se à esquerda, à direita ou em direção ao muro; se encaramos o trânsito estúpido ou abandonamos o carro; se acabamos o dia tendo salvo uma vida ou salvamos o dia matando alguém; se carregamos nosso companheiro durante a maratona de um relacionamento ou fomentamos a crise; se tememos o desemprego ou seguimos a perigosa via dos sonhos.
Tais pontos desenham o mapa do tempo e da vida, são as cicatrizes do movimento dos objetos e das pessoas. Em meio à informação e ruído nós delineamos a arquitetura de nosso universo, demolindo o que poderia ser, no momento da nossa implacável decisão.
Não há retorno.
Caos é liberdade.
Escolha.
Belluzzo – A ordem natural da Economia Política
No assunto.
https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-ordem-natural-da-economia-politica-por-belluzzo
Da Carta Maior
A Ordem Natural da Economia Política
Os incômodos causados por Keynes aos que postulam o paradigma da “racionalidade” foi e tem sido considerável. A inexistência de bases “racionais” para a tomada das decisões econômicas cruciais, aproxima perigosamente a economia e suas pretensões científicas do “inferno irracional” que os economistas imaginam cercar as decisões políticas. A economia, transformada num “saber histórico”, converteria os economistas em cidadãos de segunda classe na hierarquia da comunidade científica. O artigo é de Luiz Gonzaga Belluzzo.
Luiz Gonzaga Belluzzo
Na antiguidade clássica e na idade média, argumenta Hegel na Fenomenologia do Espírito , a subjetividade estava completamente submetida a uma ordem “objetiva”, imutável e implacável do mundo. Esta cosmologia estava presente na religião grega, no mundo jurídico romano e, com algumas diferenças, na “ordem revelada” da Idade Média cristã. Mesmo os que, como Heráclito, fundavam sua reflexão sobre o “movimento universal”, viam nele uma sucessão de desdobramentos da natureza e da sociedade que escapavam ou estavam acima da personalidade humana. O destino implacável não era, portanto, uma representação ilusória do movimento do mundo, mas uma forma histórica da consciência dos homens.
Na aurora da Idade Moderna, a expansão do comércio nos poros da ordem feudal, a ciência experimental de Bacon, o “cogito” de Descartes desembaraçaram o sujeito de sua submissão ao mundo objetivo e estimularam o projeto do controle da natureza e do destino humano pela razão. Desde então, o sujeito pretendeu cobrar os seus os seus direitos de dominação, reivindicando o poder de suas Luzes, abominando os obstáculos da tradição ou de tudo lhe figurasse contrário aos princípios de uma ordem natural, desvendada e comandada pela “razão”.
A Economia Política Clássica já estava “contida” no pensamento político e moral inglês do século XVII e na filosofia da Ilustração do século XVIII, que tentavam responder aos desafios colocadas pelo nascimento de uma sociedade de indivíduos, nos interstícios da ordem assegurada pelo Estado Absolutista. Carl Schmitt afirma que ninguém compreendeu tão bem a natureza da sociedade dos indivíduos como Hobbes. Quando Hobbes se refere ao estado de natureza, não está se referindo ao momento de constituição do Estado, mas a um momento em que o Estado está ausente, em que as hordas privadas mergulhavam a sociedade dos indivíduos na guerra civil. Isto o fez concluir que é o medo do aniquilamento que constrange os indivíduos a entregar a própria liberdade aos cuidados do Leviatã.
Para o Hobbes de Schmitt, a visão do estado de natureza como um estado em que os homens conviviam pacificamente, em que o homem era naturalmente bom, só pode surgir em uma sociedade em que o Estado está consolidado, em que a sociedade civil já está submetida às leis emanadas do Soberano. A visão do bom selvagem, do homem predisposto ao contrato com o outro, como Locke a formula, pressupõe o Estado já organizado.Hobbes, ao contrário, surpreende a sociedade dos indivíduos no momento em que o Estado submergiu na voragem da guerra religiosa, soçobrou na crise da sociedade governada pelo desejo e pelo medo. Para Hobbes, a possibilidade de o Estado ser destruído numa crise desencadeada pelas rivalidades “particularistas” da sociedade civil é permanente.
Na Teoria dos Sentimentos Morais, Adam Smith dispõe-se a refutar “tão odiosa doutrina e provar que, anteriormente a qualquer lei ou instituição positiva, a mente estava dotada naturalmente da faculdade que permitia distinguir, em certas ações e afeições, as qualidades do certo, do louvável e do virtuoso, e, em outras, aquelas do errado, do condenável e do vicioso… É através da razão que descobrimos estas regras gerais de justiça que regulam nossas ações. ”Na Riqueza das Nações, Smith deriva a propensão para a troca a partir das inclinações naturais do indivíduo naquele “estado rude e primitivo da sociedade”. A troca de mercadorias decorre da disposição natural dos indivíduos privados à relação com o “outro”, cimentando em bases firmes e racionais a nova “sociabilidade”.
Os indivíduos, produtores independentes de mercadorias, buscando o seu interesse, “constituem” a sociedade. Smith procede, na verdade, a uma “despolitização” das relações sociais, buscando afirmar a autonomia da sociedade econômica em relação ao Estado Absolutista, sublinhando o seu caráter natural e “espontâneo”, que se deixa revelar na sabedoria providencial e impessoal da Mão Invisível. Enquanto permanecia a dependência do político, como sustentavam as teorias economicas do mercantilismo, não era possível pensar a economia como um sistema racional, submetido à operação de leis semelhantes às que comandam o mundo físico e biológico.
A economia surge, portanto, com a pretensão de se constituir numa esfera privilegiada da convivência, em que a liberdade é uma imposição das leis que regem a natureza humana. As leis naturais decorrem da “razão”dos indivíduos que os predispõem às relações contratuais, mediante a livre disposição da vontade. Tais leis devem seguir o seu curso, desembaraçadas da interferência e do arbítrio da política. “Laissez-faire, laissez-passer” clamavam os fisiocratas, imaginando o organismo econômico como um análogo dos organismos biológicos.
A economia, ao longo do século XIX, tomou como paradigma cientifico a imponente construção da mecânica clássica e como paradigma moral o utilitarismo da filosofia radical do final do século XVIII. O homo oeconomicus, dotado de conhecimento perfeito, busca maximizar sua utilidade ou os seus ganhos, diante das restrições de recursos que lhe são impostas pela natureza ou pelo estado da técnica. O programa de investigação da corrente dominante em Economia continua a apoiar a sua construção no homo oeconomicus. O ser racional e calculador fundamenta a sociedade, definida como a agregação dos indivíduos atomizados. Se a concepção é atomística, então todas as causas devem ser extrínsecas. E se os sistemas não dispõem de uma estrutura intrínseca (isto é, esgotam-se nas propriedades atribuídas aos indivíduos que os compõem) toda a ação deve se desenvolver pelo contato. Os indivíduos “atomizados” não são afetados pela ação dos demais, isto é, as partículas que executam os cânones da ação utilitarista jamais alteram o seu comportamento na interação com as outras partículas carregadas de “racionalidade”.
Os fundamentos da teoria econômica dominante definem coerentemente o mercado como um ambiente comunicativo cuja função é a de promover de modo mais eficiente possível a circulação da informação relevante. Essa “ontologia do econômico” tem uma expressão metafísica e outra epistemológica. A metafísica reivindica o caráter passivo e inerte da matéria e a causação é vista como um processo linear e unidirecional, externo e inconsistente com a geração do novo. Na versão epistemológica, reduto preferido do positivismo, os fenômenos são apresentados como qualidades simples e independentes, apreendidas através da experiência sensível.
Nesse caso, a causalidade é vista como a concomitância regular de eventos que se expressa, depois de processada pelo sujeito do conhecimento, sob a forma de leis naturais. Não é surpreendente, portanto, que a suposição fundamental das teorias novo-clássicas, com expectativas racionais, afirme que a estrutura do sistema econômico no futuro já está determinada agora. Isto porque a função de probabilidades que governou a economia no passado é a mesma distribuição de probabilidades que a governa no presente e a governará no futuro. Haveria por detrás das ações humanas estruturas naturais capazes de garantir a reprodução, quase sem atritos, das relações sociais. Tudo o que é sólido não se desmancha no ar.
A Lógica e o Tempo
No livro Epistemics and Economics, o economista George Shackle cuida de encarar a questão da racionalidade, tão cara aos economistas. “O tempo e a lógica”, comenta Shackle, “são estranhos um ao outro. O primeiro implica a ignorância, o segundo demanda um sistema de axiomas, um sistema envolvendo tudo o que é relevante. Mas, infelizmente, o vazio do futuro compromete a possibilidade da lógica”. George Shackle está simplesmente afirmado que a economia é um saber que está obrigado a formular suas hipóteses levando em consideração o tempo histórico, dimensão em que se desenrola a ação humana. Ela deve se entregar ao estudo do comportamento dos agentes privados em busca da riqueza, no marco de instituições sociais e políticas produzidas ou construídas pelas ações e decisões do passado.
A especificidade da ação econômica, numa sociedade em que as decisões são “descentralizadas”, é definida pelo carater crucial das antecipações do grupo social que detêm o controle da riqueza e que deve decidir o seu uso a partir do critério da vantagem privadas. Por um lado, os planos individuais de utilização da riqueza não podem ser pré-reconciliados; de outra parte, os resultados não-intencionais do turbilhão de ações egoístas modificam irremediavelmente as circunstâncias em que as decisões foram concebidas.
Há, portanto, uma dupla incerteza. Shackle, combinando criativamente Hayek e Keynes, está conferindo às decisões empresariais de investimento um caráter crucial, na medida em que “criam o futuro”. Esta criação do futuro é, para ele, um ato que decorre do poder originário e irredutível dos que controlam a criação de riqueza no capitalismo. É um ato praticado em condições de incerteza radical que muda, a cada momento, a configuração da economia.
Sir Isaiah Berlin valeu-se de Arquíloco para distinguir dois tipos de sabedoria e de ciência: “A raposa sabe muitas coisas, o ouriço sabe uma grande coisa”. Shackle usou o texto de Berlin para definir Keynes e a Teoria Geral, diante do desencontro de idéias que assolou a chamada teoria econômica durante os anos 30. Shackle sugeria que, sob vistosa pelugem de raposa, escondia-se Keynes, o ouriço. A Teoria Geral parece ter muitas ideias, mas apenas uma é fundamental: a acumulação de riqueza numa economia descentralizada e monetária é um salto no vazio. Os detentores de riqueza sob a forma monetária são obrigados a apostar que nenhum fenômeno perturbador vai ocorrer, entre o momento em que tomam a decisão de empregar o seu dinheiro na contratação de fatores de produção e a recuperação, no futuro, deste valor monetário acrescido do lucro. Tais decisões são tomadas individualmente na suposição ilusória de que o futuro vai continuar reproduzindo o passado.
Keynes não estava negando a possibilidade de funcionamento das economias descentralizadas. Estava sugerindo que, ao contrário do que procurava demonstrar a bela arquitetura dos modelos de equilíbrio geral, a reprodução destas sociedades não estava garantida. Estava sim amparada em convenções precárias, que poderiam ser desfeitas por impulsos, medos e súbitas mudanças no estado de expectativas da classe social que detem o monopólio dos meios de produção. Esta classe de empresários e de senhores da finança têm a faculdade de usar o seu poder – conferido pela posse dos meios de produção e pelo controle do dinheiro e do crédito – para promover o próprio enriquecimento, em benefício do conjunto da sociedade ou simplesmente entregar-se ao“amor do dinheiro” e à proteção patrimonial, produzindo a pobreza coletiva.
O nascimento das ciências sociais e da economia tem a ver basicamente com a questão das condições de reprodução de uma sociedade fundada na divisão social do trabalho, na “separação” entre os indivíduos e na busca do enriquecimento privado. Keynes e Marx, como Hobbes, trataram desta questão, acima de todas as demais. O importante, porém, não foi a forma específica como cada um deles a tratou, mas o fato de que procuraram demostrar o caráter problemático da reprodução desse sistema social e econômico. Não falaram apenas de crises de funcionamento, de desajustes passageiros quase auto-regeneráveis, mas da possibilidade de um colapso nos processos de coordenação que permitem a compatibilização das decisões descentralizadas .
Um determinado grupo de indivíduos é responsável, nestas sociedades, pelas decisões cruciais. Não é suficiente que sejam sábios, prudente e virtuosos. Não haverá sabedoria ou virtude capaz de livrá-los de decisões socialmente insensatas, simplesmente porque eles não podem abandonar seus impulsos de acumular riqueza abstrata, nem – recorrendo à lógica e ao cálculo de probabilidades – adivinhar o futuro. Estão condenados a construir o futuro a cada momento, com o precário conhecimento do passado.
Keynes era organicista. Aceitava o entendimento conservador -antiliberal e anti-iluminista – que concebia a sociedade e o indivíduo como produtos da tradição e da história. Cultivava os valores de uma moral comunitária, anti-vitoriana e, sobretudo anti-utilitarista. Não é casual, portanto, que ele tenha começado a sua vida intelectual criticando a racionalidade instrumental, operativa. Isso não quer dizer que recusasse o programa da modernidade, empenhado na progressiva liberdade e autonomia do indivíduo. Mas não acreditava que esta promessa pudesse ser cumprida numa sociedade individualista em que os possuidores de riqueza orientam o seu comportamento dentro das regras estabelecidas pelo ganho monetário. O “amor ao dinheiro”, sentimento que move o indivíduo na economia mercantil-capitalista é um obstáculo ao processo de emancipação do sujeito, a menos que seus efeitos negativos sejam neutralizados pela atuação jurídica e política do Estado Racional.
Os incômodos causados por Keynes aos que postulam o paradigma da “racionalidade” foi e tem sido considerável. A inexistência de bases “racionais” para a tomada das decisões econômicas cruciais, aproxima perigosamente a economia e suas pretensões científicas do “inferno irracional” que os economistas imaginam cercar as decisões políticas. Um observador atento e participante ativo do debate econômico notou, com razão, que a corrente dominante considera não-científica qualquer teoria construída a partir da hipótese que afirma o caráter crucial das decisões capitalistas. Se há decisões que podem “criar o futuro” o processo econômico está mergulhado no fluxo do tempo histórico, que, dizem, só passa uma vez pelo mesmo lugar. A economia, transformada num “saber histórico”, converteria os economistas em cidadãos de segunda classe na hierarquia da comunidade científica.
Excursus Científico
Os economistas podem revigorar seu orgulho, se aceitarem, como consolo, ficar na companhia dos meteorologistas. Nos 50 e 60, o físico e matemático Von Neumann, pai do computador, imaginou a possibilidadede aumentar a precisão das previsões meteorológicas e de controlar as condições do tempo. O aparecimento dos satélites e da computação digital impulsionou ainda mais a confiança na transformação dos modelos de previsão em instrumentos tão precisos quanto a equação que descreve a queda dos corpos.
Nesse tempo, mais exatamente em 1960, o meteorologista e matemático Edward Lorenz construiu um sistema de 12 equações, um modelo puramente determinista. Dado um ponto de partida, as condições meteorológicas se desenvolveriam da mesma maneira, a cada vez. Alterado ligeiramente o ponto de partida, o tempo evoluiria de uma maneira diferente. Lorenz descobriu, no entanto, ao longo de suas simulações, que pequenas alterações nas condições iniciais podem tornar qualquer previsão sem qualquer valor. Os erros e incertezas interagem, se multiplicam e formam processos cumulativos. Uma brisa em Porto Alegre pode provocar uma tempestade em São Paulo.
Uma velha canção do folclore ilustra o que na Teoria do Caos foi designado como dependência sensível das condições iniciais. ”Por falta de um prego, perdeu-se a ferradura/ Por falta de uma ferradura, perdeu-se o cavalo/Por falta do cavalo, perdeu-se o cavaleiro/ Por falta do cavaleiro, perdeu-se a batalha/ Por falta da batalha, perdeu-se o reino”.
Sabe-se muito bem que, tanto na ciência quanto na vida, uma cadeia de acontecimentos pode ter um ponto de crise que vai aumentando com pequenas mudanças. Mas o caos significa que estes pontos estão por toda parte. Em sistemas como o do tempo, a dependência sensível das condições iniciais é a consequência inevitável da maneira pela qual as pequenas escalas se combinam com as grandes.
Se a companhia dos cientistas do clima não satisfaz, os economistas podem buscar arrimo na física do século XX . A termodinâmica, a física dos quanta e a teoria da relatividade – vem descobrindo que os caminhos na Natureza não podem ser previstos com exatidão. As pequenas diferenças, as flutuações insignificantes podem, se produzidas em circunstâncias apropriadas, invadir todo o sistema e engendrar um novo regime de funcionamento.
Uma das novidades da ciência contemporânea está em sua capacidade de revelar que a Natureza é muito mais rica em suas determinações do que supunha a nossa vã filosofia. Ilya Prigogine e Isabelle Stengers mostram que a fenomenologia descrita pela termodinâmica, pela física das partículas e pela teoria da relatividade “não só afirmam a seta do tempo, mas tambem nos conduzem atualmente a compreender um mundo em evolução, um mundo onde a “emergência do novo” reveste um significado irreversível… O ideal da razão suficiente supunha a possibilidade de definir a causa e o efeito, entre os quais uma lei de evolução estabeleceria uma equivalência reversível…” “Comecemos pelo próprio big bang. Como iremos ver, trata-se de uma consequência inevitável do próprio modelo standard atualmente dominante: se seguimos a evolução do universo em relação ao passado, chegamos a uma singularidade, a um ponto sem extensão” onde se encontra concentrada a totalidade da matéria e da energia do universo…, mas curiosamente, nem este modelo, nem a física em geral nos permitem descrevê-la: as leis físicas não se podem aplicar a um ponto de densidade infinita de matéria e energia.
”Prigogine e Stengers, nas considerações finais do livro “Entre o Tempo e a Eternidade”, concluem que as ciências não refletem a identidade estática de uma razão à qual era necessário submeter-se ou resistir, mas participam da criação de sentido (itálicos meus, LGMB) ao mesmo nível que o conjunto das práticas humanas. “Elas não nos podem dizer o que “é ” o homem, a natureza ou a sociedade de tal maneira que, a partir desse saber, possamos decidir a nossa história.”
Interessante comentário sobre escravos e mestres.
“While most humans agree that slavery is evil – that the ownership of one human by another is immoral – few humans equate slavery with enforced education, welfare, health, and the idea of a perfect orderly universe. Slavery is usually associated with power over others and with the ability to enforce one’s will on another without the fear of retaliation. Within the “right” of ownership and debt there is a hidden mystery – a metaphysics – a knowledge only available to those with the power to create and enforce their metaphysics. Whenever a new group achieves power, they also inherit the metaphysics and magickally, the ability to use it.”
Giordano Bruno – Para os inocentes bem intencionados
Dando suporte, temos em Giordano Bruno o que é a evolução do livro o Príncipe do Machiavel, em De Vinculis en genere.
Ninguém no mainstream vai citar, mas é o que todos usam. Vamos para um novo acordo, um novo conscenso, um onde o povo e a nação possam ter voz e direitos, não somente deveres.
Nem Beluzo, nem ninguém mais, vai falar sobre isto, mas é o que funciona no mundo político moderno.
Reflexões sobre a obscura obra De vinculis in genere
Reflections on the De vinculis in genere , by Giordano Bruno At Oxford University, Giordano Bruno’s brief, obscure but very profound work, De vinculis in genere , is considered a cornerstone of modern political thought on the par with Machiavelli’s Prince. In fact, many Anglo Saxon and Middle European historians and intellectuals consider De vinculis in genere modernity’s most intelligent and insightful political work. The LondonSchool of Economics uses it as a core text because of its usefulness in understanding behavior patterns in contemporary social life. Man, created by nature as a being who “desires” and tries to find fulfillment and completion outside of himself, is at the centre of Giordano Bruno’s work. Man’s desire is of a connective nature, it seeks union, and thus is primarily erotic – in the most spiritual and all comprehensive meaning of the word – and is capable of accepting both instinctual elements and ethereal and mystical contemplations. For this reason, among its many characteristics, the Eros is capable of creating fanciful mental images both in one’s own mind(as originator) and in that of others (those who as loved ones benefit from their lovers’Eros ). This is because the Eros is an experience that can kindle and spill over into psyche of other persons. In interpersonal relations this capacity for erotic suggestion allows for the creation of links and ties as for example, and in various forms, between two lovers, two friends, among members of a group or a political party, between a leader and his followers. And in politics it is the Eros – and not reason as Aristotle would have it – that is the essence of the connective tissue that ties together all of the parts of the whole, meaning society. Seen from this angle, the point of encounter between those who wield power and those who yield it finds a place of compensation and equilibrium – the so-called consensus. A politician does not base his decisions so much on force and violence as on the art of consensus. And a politician can achieve this if the will of the people is taken into account. Government with consensus on reciprocal guarantees – that’s what we see in advanced democratic systems, notwithstanding any distortions. Evolved democratic countries usually commission sophisticated and detailed market research on everything: to interpret the tastes and tendencies of their citizens and, above all, to understand their hidden desires, their secret pleasures. Advertising is full of erotic messages, some blatant, some subliminal. It is government by manipulation of the consumers and by lifestyle inducements. Basically, the shift from Machiavelli’s logic to Bruno’s consists in a recalibration of the image of man and how he functions in society. From Machiavelli’s brute force with an infinite potential for vice and virtue to Bruno’s capacity for desires and infinity. The driving mechanism is the Eros, in all its variations, and its grasp on the rational and the imaginary mind. It is imagination that conquers the political throne, not force. And so the politician becomes the clockmaker of man’s dreams and aspirations, of clubs, associations and social groups. His aim is to create, identify, channel and guide the desires that spring from man’s erotic nature. In addition to reflection, this system also has an “operating” element. It is here that the philosopher/politician takes on the roles of artist/magician. A modern leader takes command, but not in the rigid Machiavellian way nor in Gramsci’s variation of party-prince. For Bruno, gaining and maintaining power is a “magical” operation (in the true sense of the word) because while the end is the same (having control of the situation) what changes is the means (persuasion). Just like a lover casts a magic net around the object-subject of his love with gestures, words, services and gifts, so “society’s magician” casts the net of his fantastic vision over the world to capture his “prey” by means of his consent. In Machiavelli’s republican vision, the citizen is, at the most, a complacent subject, in Bruno’s the citizen is a lover to be conquered and tied. Bruno calls this chain of operations “vincolare” (to win) and his procedures are given the generic name for ties, that is “vincula”. Politics is not the Machiavellian science of command and power but the art to understand how to manipulate the mind of people and individuals. Bruno deals with the problem from the manipulator’s point of view. He is the theoretician par excellence of modern politics. Centuries later, it will be up to Sigmund Freud (in his famous work on mass psychology and analysis of the ego, 1921) to study the same psychological phenomena and the relation between power from the point of view of individuals (and not politicians) the masses and the individual. While Machiavelli’s Prince is the ancestor of the adventurer-politician, Bruno’s magician is the prototype for the impersonal systems of mass media, self-censorship, global manipulation and brain trusts that fascinate and control the masses of western democracies. The magician’s capacity to control citizens is in direct proportion to his knowledge of them and his ability to tap into what they desire the most. And this applies both to groups of citizens taken as a whole and to each individual citizen. All of humanity filters through the love-Eros funnel, which is deemed stronger than the will. (It is in this sense that Bruno is Nietzsche and nihilism’s strongest adversary because the love-Eros principle is a universal one that ties everything in the universe to everything in the universe and thus to its creator to whom everything is tied. The desire for power of Nietzsche’s man finds fulfillment in the abyss into which he sinks due to a lack of support or ulterior goals. Bruno’s erotic man, however, is not lubricious or satanic. He can love wealth, sex, and power in its many forms, both erotically and voluptuously, but these dimensions, which – ultimately – are only marginal ones do not extinguish his drive. According to Bruno, everything leads back to love as the vital essence of the universe. What about jealousy? It is the self-love of someone who does not tolerate superiority or quality in others. Modesty? It is love of honesty. Hate? It is the opposite of love. In neo-platonic terms, Bruno leads all forms of emotion, sentiment and humanity back to the Eros , the one and only daemon magnus . If all of this is but a variation on a single theme and everything leads back to the universal Eros , those who possess and understand it are capable of possessing and dominating everything in the world, even inter-personal and inter-subjective relationships. The De vinculis in genere lists, studies and interprets (from a magical and interested point of view) every type of relationship possible between individuals and groups of individuals. Therefore, it is an encyclopaedic catalogue, a practical manual – in fact, the manual – to achieve this superior form of knowledge that unites science and art in a supreme synthesis. Bruno’s magician is the well where all the subterranean rivers of the individual and social Eros come together in an infinite network of connections. In the US (the western democracy whose internal policies have applied and still apply the procedures described in Bruno’s book) the search for power and its affirmation is made on the basis of consensus. Man’s Eros, imagination and faith are the three foundations of this detailed work of progressive connection. They are the three pillars upon which every day research institutes labour incessantly to monitor American social changes. Politicians and financiers view the outcomes of these studies as oracles and they use them to develop their strategies. In 1974, after the first serious tensions in the Middle East and the oil crisis, the Gallup Institute, after a poll, indicated that 56% of the American population held entertainers in greater esteem than politicians, perhaps because the latter are more willing to compromise than certain celluloid gunslingers. If we revisit the US’s history we will see that among the politicians that followed the poll we find as president the former actor Ronald Reagan and the current governor of California, Schwarzenegger, he too a former actor. Power moulds and re-moulds until its takes on the shape of the beloved or the lover because its reason for being is its survival, and widening towards erotic and spiritual satisfaction. Nowadays consensus is the democratic weapon that in this way allows for increasing development of the parts with reciprocal enjoyment and zero bloodshed. But much more could be said about this consensual “orgasm” between elected politicians and electoral body. As Wilhelm Reich pointed out in his work on mass psychology and Fascism, it is an orgasm that under the Nazi and Stalinist regimes became a collective trance. To what degree this Bruno type of universal erotic coupling of both politics and society is democratic in content is still a matter of debate and reflection among the scholars of the London university, given their fear of dictatorial, totalitarian or even populist deviations in its application. These academics, and among them Dahrendorf, and the now deceased Eliade and his disciple Couliano, are just the latest scholars to consider the De vinculis in genere a masterpiece. The first to recognize the importance of Bruno’s text were the Rosicrucians, as indicated in the texts of P. Arnold and F. A. Yates on the movement’s history.