‘A partir de janeiro, polícia atira para matar’, disse candidato ao governo de SP pegando carona no eleitorado do colega de extrema direita
Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
Jornal GGN – Contrariando recomendações da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo que, em relatório divulgado em agosto, identificou excessos em 74% das ocorrências em que policiais, civis ou militares, mataram civis durante supostos confrontos em todo o ano passado, o candidato ao governo do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) declarou à rádio Bandeirantes que, a partir de 1º de janeiro, a polícia vai atirar para matar se bandidos reagirem.
“Não façam enfrentamento com a Polícia Militar nem a Civil. Porque, a partir de 1º de janeiro, ou se rendem ou vão para o chão (…) Se fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atirar para matar”, disse.
O discurso de Doria aponta para a estratégia de conquistar o eleitorado do presidenciável da extrema direita, Jair Bolsonaro. O candidato do PSDB tem feito discursos cada vez mais duros no campo da segurança. “Em ato de apoio a Bolsonaro, aliados do capitão reformado cobraram que Doria se posicione a favor do presidenciável do PSL”, pontua nota publicada na Folha de S.Paulo nesta terça-feira (02), sobre as declarações do psdebista.
Doria tem em vista o segundo turno. Pesquisa mais recente para o Estado de São Paulo, do Datafolha, mostra o candidato do PSDB com 25% das intenções de voto, a frente do presidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), com 22%, e do atual governador Márcio França (PSB), com 14%. Luiz Marinho, do PT, vem em quarto lugar, com 5%.
Para quem venceu as eleições à prefeitura de São Paulo, em 2016, afirmando que não era político, e sim gestor, o psdebista está longe de apresentar conhecimento técnico sobre o que a segurança pública do Estado realmente precisa. Segundo a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, o número de mortes praticadas pelas polícias paulistas em supostos confrontos em 2017 foi o maior da série histórica, iniciada em 2001. O número de mortes no ano passado alcançou 940.
A Ouvidoria analisou um total de 639 ocorrências que resultaram em 756 mortes de civis. Do total, verificaram que em 48% dos casos as policiais se excederam na legítima defesa, isto é, onde a polícia disse que houve confronto armado, as vítimas foram atingidas com disparos pelas costas e na cabeça. Em 26% das ocorrências, as vítimas estavam portando armas brancas ou armas falsas de fogo.
Em apenas sete casos, que correspondem a 1% das ocorrências avaliadas, a estava polícia menos municiada do que grupos que tiveram mortos em confronto. “Na maioria das vezes, a polícia estava melhor armada do que as vítimas. Só diminuiremos a letalidade a partir do diálogo com as polícias”, explicou o ouvidor Benedito Mariano em entrevista à Agência Estado, quando na divulgação do relatório.
A Ouvidoria aponta o trabalho 14 recomendações para a Secretaria da Segurança e para o Governo do Estado, entre elas a difusão do método Giraldi, que prevê o uso progressivo da força: quando houver necessidade do uso de arma de fogo ou qualquer outro instrumento letal, o mais desejável é ferir sem mater o criminoso.
Outras recomendações da Ouvidoria são a reativação da Comissão Especial para a Redução da Letalidade e criação de uma disciplina sobre esteriótipos para derrubar a discriminação social e racial nas academias de polícia.
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Gestor que vende tudo não é gestor
O pior é Paulista compactuar com isso. Para a camara federal os mais votados em sao paulo representam o pior dos politicos brasileiros, tiririca, russomano, bolsonaro, feliciano e kim.
Atirar para legitmamente se defender exlui a ilicitude do ato
Atirar em legítima defesa exclui a ilicitude do ato, ainda que o agressor venha a morrer em decorrência dos balaços. Mas atirar para matar é crime.
O Dória não fez uma proposta, ele fez apologia ao crime de homicídio.
Pra quem já se fantasiou de
Pra quem já se fantasiou de tanta coisa, a fantasia de Bolsonaro chique é só mais uma.
Quem serão os alvos das balas do Dória
Os alvos das balas do Dória serão os alvos das balas do Alckmin e dos demais políticos de direita: os favelados pobres, pretos e putas.
Ninguém dos Jardins ou de Higienópolis será alvejado. Só pobres, pretos, putas e, se bobear, petistas.