Eleições 2020 provaram que Bolsonaro não é mais cabo eleitoral

As eleições municipais 2020 provaram que Jair Bolsonaro não é mais cabo eleitoral. Relembre a análise

Foto: REUTERS/Adriano Machado

Jornal GGN – As eleições municipais 2020 provaram que Jair Bolsonaro não é mais cabo eleitoral. Relembre a análise feita no primeiro turno da disputa às Prefeituras do país:

Cabo eleitoral? O “efeito Bolsonaro” nas eleições 2020
Por Patricia Faermann

Publicado 15/11/2020

Ao contrário do “efeito Bolsonaro” visto em 2018, com fileiras no Congresso sendo fechadas por candidatos não conhecidos do meio político, somente por anunciar em suas campanhas que apoiavam o então presidenciável, este ano o apoio dado diretamente pelo mandatário ou anunciado pelo postulante não vendo sendo suficiente para puxar votos.

Balanço feito pelo GGN revela que a grande maioria dos candidatos à Prefeitura de capitais do país que receberam ou deram este apoio declarado não conseguiram se sustentar entre os preferidos nas intenções de votos. A exceção ficou na capital cearense, Fortaleza, onde o primeiro no ranking das pesquisas, o deputado federal Capitão Wagner (PROS), é bolsonarista.

Confira, abaixo, os candidatos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro:

São Paulo

O apoio explícito de Jair Bolsonaro a Celso Russomanno (Republicanos), na capital paulista, tampouco trouxe diferenças no avanço das pesquisas eleitorais. Ele sofreu, inclusive, queda de anteriores 20% para hoje 14% das intenções de voto, segundo o Datafolha desta quarta (11). Ele está atrás de Guilherme Boulous (PSOL) e de Bruno Covas (PSDB), que é o preferido, com 32% das preferências.

Rio de Janeiro

Na capital fluminense, o atual prefeito não melhorou sua imagem desde que a família Bolsonaro anuncia a preferência para Marcelo Crivella (Republicanos). Em segundo lugar, com 14% das intenções de voto, segundo o Datafolha divulgado nesta quarta (11), 73% dos cariocas afirmam, segundo o Ibope, querer uma mudança de gestão.

Recife, Pernambuco

Em Recife, Bolsonaro apoia a Delegada Patrícia (Podemos), que segundo o Datafolha de 11 de novembro está em quarto na disputa, com 15% das intenções de voto. Joao Campos, do PSB, tem 29%; Marília Arraes, 22% e Mendonça Filho (DEM), 18%.

Bolsonaro declarou que só entrou na campanha da Delegada Patrícia porque foi bem votado em Recife em 2018. No 1º turno, o hoje presidente teve 43% dos votos em Recife. Fernando Haddad (PT) teve 30% – 383 mil votos (Bolsonaro) ante 267 mil (Haddad).

Fortaleza, Ceará

Capitão Wagner (PROS) conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados, em 2018, pelo estado, somente por anunciar em suas campanhas o apoio a Jair Bolsonaro. Este ano, disputando a Prefeitura da capital cearense, o parlamentar é o preferido das pesquisas, que o colocam com 30% das intenções de voto, segundo o Datafolha, divulgado nesta quarta (11). 

Mas a disputa não está garantida para ele, e divide embate com outros dois candidatos de Fortaleza, o deputado estadual Sarto (PDT), nome de Ciro Gomes e que detém 27% das intenções. Em seguida, a ex-prefeita da cidade, Luizianne Lins (PT), tem 15% na disputa.

E, apesar de apresentar o melhor desempenho entre todos os candidatos bolsonaristas das capitais, o deputado Capitão Wagner curiosamente não incluiu o nome de Jair Bolsonaro em seus programas eleitorais. 

Maceió, Alagoas

O segundo colocado nas pesquisas de Maceió também mostra alinhamento com o presidente. Não apelando explicitadamente a bandeira bolsonarista, o deputado federal João Henrique Caldas (PSB), juntamente com o candidato a vice Ronaldo Lessa (PDT) – ex-prefeito, ex-governador e atual deputado federal, afirma somente que tem “boa relação com o governo federal”.

Ele tem 22% das intenções, segundo a última pesquisa Ibope, e está atrás do candidato do MDB, Alfredo Gaspar Mendonça, que tem 26% das intenções.

Curitiba, Paraná

O deputado federal Fernando Francischini (PSL), que foi eleito graças ao apoio declarado a Bolsonaro, passou por rumores de uma ruptura com o presidente, mas se mantém afirmando “aliado” do mandatário, o que não angariou preferência dos curitibanos, com somente 8% das intenções, segundo o Ibope do dia 22 de outubro. É também o que tem a maior rejeição da população, de 33%.

Salvador, Bahia

Em Salvador, o único candidato declaradamente alinhado ao bolsonarismo na capital baiana, Cézar Leite (PRTB), tem 1% das intenções de votos, segundo o Ibope do dia 30 de outubro.

São Luis, Maranhão

Da mesma forma, em São Luis, o único candidato bolsonarista declarado, Sílvio Antônio (PRTB), tem 2% de votos, segundo Ibope desta sexta (13). A disputa na capital maranhense está mais centrada entre apoiadores ou oposição ao governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB).

É o caso de Eduardo Braide (Podemos), que está na liderança, com 41% das intenções de votos, e se opõe a Dino. Em segundo e terceiro lugares aparecem Duarte Júnior (Republicanos) e Neto Evangelista (DEM). ambos com 19% das intenções, que afirmam apoiar Dino.

Natal, Rio Grande do Norte

Os candidatos potiguares que se alinham à Jair Bolsonaro não têm obtido sucesso nas pesquisas. O Delegado Leocádio (PSL) já havia colado sua imagem à de Bolsonaro para disputa à vice-governador em 2018, sem sucesso, e desta vez não foi diferente. Ele está com 7% das intenções de votos, segundo o Ibope do dia 26 de outubro.

Aracaju, Sergipe

O candidato bolsonarista que publicou arte com os slogans “LucioNaro” e “BolsoFlávio“, Lucio Flavio (Avante) está com somente 3% das intenções de votos do Ibope desta quinta (12).

Belém, Pará

O deputado federal do Republicanos que declarou apoio a Bolsonaro, Vavá Martins, está em quinto lugar para a Prefeitura de Belém, com somente 7% das intenções de votos.

Manaus, Amazonas

Em Manaus há alguns candidatos que apoiam Jair Bolsonaro para disputar a Prefeitura. O que tem maiores intenções de voto é o militar Coronel Menezes (Patriota), com 8% das intenções, segundo Ibope desta quarta (11), que o distanciam das possibilidades.

 

Redação

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