Na diplomação de Dilma, Toffoli diz que eleição é ‘página virada’ e repudia 3º turno

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral Dias Toffoli aproveitou a diplomação da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e do vice Michel Temer (PMDB) para repudiar as tentativas de terceiro turno encampadas pelos partidos de oposição desde que o senador Aécio Neves foi derrotado pela petista em 26 de outubro. Toffoli afirmou que “não há espaço para terceiro turno” e pediu que os “especuladores” de plantão se calem.

“As eleições de 2014, para o Poder Judiciário, são uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que especuladores se calem. Já conversei com a Corte, e esta é a posição inclusive do nosso corregedor-geral eleitoral [João Otávio de Noronha], com quem conversei, e de toda a composição. Não há espaço para, repito, terceiro turno que possa cassar o voto destes 54.501.118 eleitores [que garantiram a vitória de Dilma]”, afirmou Toffoli.

A diplomação de Dilma estava agendada para às 19h, segundo informações do TSE, e começou com alguns minutos de atraso. Horas antes, o PSDB informou que entrou com um novo pedido de cassação de Dilma na Justiça Eleitoral. Desta vez, com um diferencial gritante: solicitando a diplomação de Aécio Neves e seu candidato a vice, Aloysio Nunes, no lugar de Dilma e Temer.

Em seu pronunciamento, Dilma afirmou que a eleição não pode ser entendida como uma guerra que produz vencidos e vencedores. “O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe e quem ele quer que seja oposição, simples assim. Cabe a quem foi escolhido para governar, governar bem. Cabe a quem foi escolhido para ser oposição, exercer da melhor forma possível o seu papel”, disse a presidente.

Com um tom de independência das “amarras partidárias”, Dilma ainda avaliou que “mais importante e mais difícil que saber perder, é saber vencer. Quem vence com o voto da maioria e não governa para todos, transforma a força majoritária em um legado mesquinho.” 

Leia mais: Armado por Toffoli e Gilmar, já está em curso o golpe sem impeachment

O TSE destacou, em seu portal, a presença dos ex-presidentes Lula (PT) e José Sarney (PMDB), do presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, do deputado Henrique Alves (PMDB), representando a Câmara Federal, e do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB). A presença de Gilmar Mendes, que julgou as contas de Dilma e do PT, não foi citada pelo Tribunal.

A diplomação na mídia

Nos sites dos jornais O Globo, Estadão e Folha, a diplomação de Dilma e o clima de terceiro turno deram lugar às falas da presidente sobre o combate à corrupção e o caso Petrobras. Exceto na Folha, onde a chamada de destaque era a multa que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende aplicar em quem aumentar o consumo de água. O jornal trata a multa – mais uma ação para lidar com as crises dos Sistemas Cantareira e Alto Tietê – de “sobretaxa”.

Sobre a Petrobras, Dilma disse que a estatal e o governo vão superar a crise atual, mas que é preciso encontrar um caminho para que as investigações da Lava Jato não signifiquem necessariamente a diminuição da relevância da empresa.

“Temos que saber apurar e saber punir sem enfraquecer a Petrobras, sem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro. Temos que continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas.​”

Com informações do R7, G1 e TSE

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Quem tem mais de 50 e não

    Quem tem mais de 50 e não lembra das Esstórias da Carochinha, que em outros lugares eram chamadas de Hestórias de Trancoso. Eu, mais velha um pouco, sei o que era isso.

    A criançada se reunia, às vezes em roda. No meio tinha aqueles eleitos como bons estoriadores. Eu, modéstia à parte, contava muita. Era da Gata Borralheira, que no Nordeste existia uma verão ainda mais curiosa, com as irmãs da porbre coitada sendo obrigadas a falar e de suas bocas saírem muitas fezes. Uma versão danada de grossa. Meus ouvintes, podiam ter minha idade – de 6 a 10 anos, ou muito menos -, mas minha capacidade de prendê-los ao me teatro infantil foi grande. Tá tudo na memória.

    Pois bem, a gente nunca terminava a estória sem uma frase comum aos estoriadores mirins. Acho que era assim:

    “-Entrou pela perna de pinto, saiu pela perna de pato, e mandou senhor meu rei que outro contasse mais quatro”.

    Era a fórmula pra fila andar, enquanto outros tomavam o meulugar, e, assim, sucessivamente, até que nossas mãe nos chamavam pra dormir. E quantas vezes a gente implicava com as mães, ou, por fim a seguia, porém encafifados, com vontade de no outro dia ouvir as mesmas ladainhas ou, quem sabe, conhecer mais algumas curiosidades. Tempo bom que não volta mais.

    Mas, e por que estou com essa conversa afiada, como diria PHA?

    É que parece que o PSDB, ou Aécio sozinho, não entenderam que a estórinha de Trancoso ou da Carochina acaba quando o rei manda contar outra, mais outra, mais quatro,…

     

  2. a dilma e o tse forambme

    a dilma e o tse forambme nessa, mas ação do psdb é um acinte histórico.

    deveria entrar para o febeapá – festival de besteiras que assola o país – ,

    do famoso stanislaw ponte preta.

  3. PSDB perdeu a noção do ridículo

    Ja faz algum tempo esse partido perdeu a noção do ridículo. 

    Numa democracia, lutar ganhar e perder com dignidade faz parte do jogo.

    Agir como menino mimado, que não sabe perder, e chorar e gritar, espernear como menino, é indigno de qualquer partido.

    1. Acho que é bem por aí… Quem
      Acho que é bem por aí… Quem está preocupado com sua biografia não participa do que vimos nas últimas semanas.
      Aproveito para registrar meu enorme desagrado com o que ocorreu ontem: a despeito da notícia – alguém teve a decência de repudiar mais um esperneio dos mimadinhos – a postura do Sr. Ministro beirou a grosseria. Ficou parecendo que ele estava ali defendendo – como se ela precisasse – com sua armadura brilhante a Presidenta – ou seja, um bom moço – e de quebra, nem deveria ter mencionado GM (a quem faltou o dever e a elegância de comparecer, a despeito de tudo). Foi lamentável. Cavaleiro da triste figura.

  4. “É preciso uma nova

    “É preciso uma nova consciência, uma nova cultura, fundada em valores éticos profundos. Ela tem de nascer dentro da cada lar, dentro de cada escola, dentro da alma de cada cidadão e ir ganhando de forma absoluta as instituições”. ( Dilma )

  5. A ficha caiu ?

    Será que agora a ficha caiu e perceberam que ELES foram derrotados nessa batalha ?

    No entanto, sei que a guerra não acabou e não vai acabar. Haverão outras tentativas de golpe, inclusive nesse processo de limpeza, ora em curso, da Petrobras.

    Fico aqui pensando com meus botões: se o Aécio e sua trupe somatizassem esse sentimento que os assola, o que aconteceria ? Acho que daria um bom mote para charge …

  6. Quem diploma a presidenta

    Quem diploma a presidenta eleita não é a mídia.
    Quem empossa a presidenta eleita não é a mídia.
    Quem governa é a presidenta e não é a mídia.
    Sem mídia, apoiaremos Dilma Rousseff.
    Meta o pé na bunda da mídia, presidenta.

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