Falta humildade para entender que Bolsonaro é um grito. As pessoas estão gritando, diz Esther Solano

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Autora de um recente estudo sobre o crescimento da extrema direita brasileira e do perfil do eleitor de Jair Bolsonaro, a cientista social, pesquisadora e professora da Unesp Esther Solano divulgou um texto em sua página no Facebook afirmando que “falta muito exercício de humildade” para entender a força do presidenciável e o medo e anseios de seus seguidores. Como fez no estudo, Solano chamou atenção para a falta de tato e interesse das esquerdas em entender esse fenômeno e se preparar para combatê-lo no campo das propostas. Leia o texto abaixo:

Por Esther Solano

No Facebook

Falta muito exercício de humildade para entender a força de Bolsonaro. Para entender que ele é um grito. As pessoas estão gritando. Sim, tem monstros que apoiam ele, tem racismo, misoginia, homofobia, sim, mas a maioria não são monstros e devem ser escutados. Aliás, eu acho que inclusive os monstros devem ser escutados porque muitas vezes é nosso sistema que produz eles: 

1) As pessoas que entrevistei sempre falavam direta ou indiretamente do que eu denomino “medo existencial”, ou seja, incapacidade cognitiva, emocional de entender as mudanças aceleradas e a fluidez deste mundo. Elas tinham medo do futuro e não esperança. Elas querem a volta da hierarquia, da autoridade, do mundo ordenado e “arrumado” do passado. Se você consegue se sentir a vontade neste mundo vertiginoso e hipercomplexo, talvez é porque você tem o privilégio de ter acesso a educação, conhecimento e informação. Não todos têm este privilégio.

2) Todas falaram com angústia da (in)segurança pública brasileira. 60.000 mortos por ano. Aguém acha loucura que as pessoas sem bom conhecimento política sintam-se tão desesperadas por estes números que queiram acreditar em qualquer solução possível? Qual é a solução eficaz que o campo progressista ofereceu para esses 60.000 mortos durante todos estes anos?

3) Todos falavam que a política brasileira é corrupta, personalista e que se sentiam abandonados pelos políticos. Dificil de entender quando nós sabemos que o estado brasileiro está altamente privatizado, refém do mercado, de uma máquina fisiológica asquerosa, de oligarquias, de elites?

4) Todos também compartilhavam o discurso da meritocracia, do cidadão-consumidor. Não é isto compreensível num mundo onde o ser humano é medido pelo que compra e produz, num país onde aqueles que não têm nada em termos materiais não têm nem direito à vida? Num mundo onde até Deus virou mercadoria?

Bolsonaro é tudo isso. No seu desespero, as pessoas falam como podem, como sabem. Há muito tempo que as pessoas estão falando. Não estamos escutando.

Leia também: Para a esquerda entender e parar de menosprezar o eleitor de Bolsonaro

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

21 Comentários

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    1. .

      Este video no youtube tem mais de um milhão de acesso.

      E

      Dentre a “boçalidade” de Bolsonaro e as boçalidades deste Duvivier, de um milhão de acesso, esta a maioria silenciosa, que tudo leva a crer esta muito mais para Bolsonaro.

      Os ventos mudaram. A maioria silenciosa se movimenta em direção ao novo norte, precursor dos novos tempos.

  1. Sim,  os eleitores de

    Sim,  os eleitores de Bolsonaro são a prova da barbárie capitalista.  Para mudar isso, dois caminhos: reformar e humanizar o capitalismo, penso impossível. Superar o capitalismo, mais fácil pensar em sua auto-destruição.

  2. De longe, a melhor explicação

    De longe, a melhor explicação sobre o fenômeno JB que já li, objetiva e concisa. O fenômeno JB é o resultado direto da insistência das elites dirigentes no modelo “balcão de negócios” para a condução da vida pública nacional, que passa pela captura do Estado pelas oligarquias pró-rentistas, seus asseclas políticos e seus serviçais midiáticos e acadêmicos. A pergunta do trilhão é: como será possível reverter esse quadro dantesco? É sobre as respostas que todos os cidadãos conscientes e preocupados deste País sofrido teremos que pensar, e muito, pois o sistema de poder vigente é à prova de reformas internas.

  3. Indivíduos Mutilados

    Num artigo do Economista Luiz Gonzaga Belluzzo está escrito:

    “Os indivíduos mutilados executam os processos descritos por Franz Neumann, em Behemoth, o livro clássico sobre o nazismo: “Aquilo contra o que os indivíduos nada podem – e que os nega – é justamente aquilo em que se convertem.” O mundo da vida aparece sob a forma farsista de um conflito entre o bem e o mal, objetivado em estruturas que enclausuram e deformam as subjetividades. A indignação individualista e os arroubos moralistas são expressões da impotência que, não raro, se metamorfoseia em violência. Convencidas da universalidade do seu particularismo, as “boas consciências” distribuem bordoadas nos que estão no mundo exatamente como eles, só que do lado contrário.”

  4. não tem nada a ver com

    não tem nada a ver com humildade..

    .. o que eu posso fazer com um cara que diz que Alckmin é de esquerda, que a única direita no Brasil é o bolsonaro, além de recomendar que ele procure um médico e um professor de história?

    O que eu posso fazer por alguém vazio é oferecer alguma informação..

    .. agora, se o cidadão entende normal alguém, candidato à presidência do Brasil, fazer apologia à tortura e ao estupro, ele talvez não devesse viver em sociedade..

    .. não tem nada a ver com humildade.. grito..

    .. não acho que seja por aí..

    Aproveito o ensejo para comentar o vice do bolsonaro..

    .. rapá, colocaram um general para ser subalterno de um capitão..

    .. rs..

    .. vai dar meleca..

    .. hein?

    .. quanto tempo duraria um “mandato” do bolsa?

  5. o eleitor comum (e eu incluo 99% dos blogs ditos progressistas)

    Quando partidos quando chegam ao governo (Poder é outra coisa mais ampla e mais efetiva),num grau ou noutro se parecem. Ou são criados recursos pra deificação(por melhor que tenha sido,noutras épocas,sob vários fatores,um bom governo).Mas as “sandálias da humildade”,alguém já disse,a humildade muita vez é a outra face da vaidade humana exarcebada,autoritária (foi uma das máxima de La Rochefoucauld).Todos somos responsáveis por essa deificação cega.E parte da população grita, enojada(é humanamente impossível que nossa justiça parcial somente persiga o que tem números dessas pesquisas em 35% Quem acredita nessas pesquisas públicas?O povo também erra,recebeu,não foi politizado.Agora… (E os currais eleitorais? ) 

  6. Humildade?

    A professora descobriu a pólvora!

    Descobriu que existe um extrato conservador vinculado aos setores sociais que sustentam ideológicamente as nossas elites predadoras. Na sustentação do escravismo, da primeira república, das ditaduras, dos governos conservadores, da imprensa monopolizada, pela nossa história afora, quem estava lá?

    O eleitorado do Maluf, dos coronéis nosdestinos, dos ruralistas, dos evengélicos pentecostais, trabalha com que referencial de imaginário social?

    Bolsonaro é o desaguadouro deste setor da população que permaneceu à sombra, apoiando Sarney, Collor, FHC e o golpe.

    Alerta! Em algumas situações, a pólvora pode ser explosiva.

  7. Vou ousar discordar da
    Vou ousar discordar da cientista social, obviamente sem base científica, para exprimir que a opção por Bolsonaro é fruto do discurso midiático que condena a política e todos os políticos, apontando a solução para a violência permitida a um Salvador da Pátria.

  8. Se comportam feito crianças,

    Se comportam feito crianças, não sabem se comunicar e aceitam soluções simplistas por isso ganham volume nas redes, onde parte da informação da comunicação é mais difícil de serr repassada. Mas recebem bem o discurso raso dos meios de comunicação em massa que são todos de direita, falta pluralidade na mídia. Melhorcombater com idéias simples mas não simplistas, por exemplo, que a violência só gera mais violência, ou abordar o aspecto da violência, mais racional, diferente da abordagem dos jornais que enfatizam a segurança que assumeuma dimensão mais emotiva da percepção na falta de argumentos, e como se vê na intervenção militar do Rio os jornais não abordam certos aspectos da segurança pública.

  9. Poxa vida. Quando li a

    Poxa vida. Quando li a manchete achei que leria um texto com uma discussão mais substancial do “fenômeno” Bolsonaro. O texto dela simplesmente elenca exatamente os mesmos argumentos simplistas que os fãs deste camarada utilizam. Nada como simplificar questões complexas para fazer tudo parecer aceitável…

    Quando ela pergunta o que o campo progressista fez no tocante à segurança pública, quase que afirmando que nada foi feito, eu quase caí da cadeira. Só faltou ela dizer que é compreensível que cada cidadão queira uma arma para se defender dos bandidos!!!

    Se vamos dar ouvidos a estas vozes para (re)pensar o Brasil, por favor, parem tudo que eu quero saltar. Se autoridade (aqui na verdade, ela deveria se referir ao autoritarismo…), hierarquia e ordem fizessem tanta diferença assim, depois de 21 anos de um ditadura militar violenta, estaríamos vivendo em algo parecido com a Suécia. Me poupem destas aneiras, por gentileza.

    1. Não critiquem se não conseguiram fazer nada melhor

      Quando a Pesquisadora o que o campo progressista fez no tocante à segurança pública, afirmando, nas entrelinhas, que nada foi feito, é como se ela dissesse: Não critiquem o Bolsonaro se vocês não conseguiram fazer melhor do que ele se propõe a fazer.

      Nessa linha de raciocínio, ela aplaudiria até a Rachel Sheradnaze quando justificou a barbaridade contra o homem que foi amarrado a um poste. É compreensível.

  10. A professora Solano deve

    A professora Solano deve aprofundar suas conjecturas a

    propósito deste tema.  Tentar enfiá-lo a fórceps e marteladas

    sinaliza aguda irresignação de comentaristas aquí do blog.

  11. pesquisa relevante, mas acho que é insuficiente.

    Eu considero a análise da professora, que eu li na integra, muito relevante pois pode pode ajudar a esclarecer porque pessoas de classe média baixa votam no Bolsonaro. Mas acho insuficiente pois tem um limite metodológico: não se baseia em amostras representativas do eleitor de Bolsonaro. Pelo que vi em todas as pesquisas eleitorais, a maioria dos eleitores de Bolsonaro é jovem,homem, branco, do sudeste e estão no topo do nivel de renda  e escolaridade. Por isso creio que a pesquisa que deve ser lida com a devida cautela, pois sem essa cautela fica parecendo que o Bolsonaro é o candidato preferido das classes mais baixas ou das classse média baixa, o que contraria todos os dados de todas as pesquisas eleitorais.E uma pesquisa de ‘lugar de fala’, que sozinha, não fala tudo.Para se falar tudo deve se ouvir a maioria dos eleitores de Bolsonaro, o ‘eleitor representativo’, o que eu não vi na pesquisa.

    Pelas pesquisa eleitorais se pode concluir que Bolsonaro só está no pareo porque há um grande numero de candidatos e de nulos, brancos e indecisos, não porque ele representa a maioria dos eleitores que são os de baixo nivel de renda e  escolaridade.Seguindo os dados estatísticos das pesquisas eleitorais  fica fácil saber quem está gritando:a classe dominante.

  12. A esquerda não pode cair no

    A esquerda não pode cair no erro de Hillary quando chamou os eleitores de Trump de deploráveis. Pra mim, esse foi um ponto que tirou votos preciosos pra ela vencer, pois foi um percentual nada desprezível de pessoas que votaram em Obama e, decepcionadas em ver que estavam e estão e estarão abandonadas economicamente, votaram em Trump contra a elite norte-americana que nada fez para evitar que cada vez mais o país tenha duas realidades diferentes = o pessoal que trabalha na indústria pontocom e ganha muito dinheiro e do outro lado milhões de pessoas que veem que terão um padrão de vida pior do que os seus país, pois a tecnologia hoje cada vez mais destroi mais empregos do que cria novos – vide as lojas que vão fechando com o uso cada vez maior do comércio eletrônico.  O momento crucial da eleição será  quando ficar claro pro povão que o Lula não entrará na eleição e aí se verá o quanto destes votos vão pro candidato do pt (acho que será Hadad ) e o quanto vai pra Bolsonaro, pois há muita gente que voto em Lula de olho fechado, mas se não for ele, vai de Bolsonaro – e não por compartilhar a ideologia do boçal, mas quase como um protesto. 

  13. Esta ai

    E veio para ficar!

    Por partes:

    1)  No mundo do Bolsonaro não tem cinza. Ou é preto ou é branco!

    E então ele canaliza para parcela significativa a resposta para essa dissonancia cognitiva coletiva que a maior parte ( sim a maior parte) da população professa.

    O sistema político brasileiro é incompreensivel para a maioria da população. E atropelando qualquer percepção de arranjo coletivo, Bolsonaro vem com a resposta de uma solução individual. Sob certos aspectos se aproxima , de forma modernizada do discurso janista.

    2) A resposta é simples no ítem segurança pública: para uma sociedade medieval, um sistema simplista e medieval. A lei de talião, a sharia se possível. E como  porta voz de parte do setor castrense a ordem agrada aos simpatizantes do capitão.

    A resposta do dito “campo progressista”, como na maior parte das propostas reformistas, foi um compromisso insustentável entre interesses de difícil conciliação.

    3) Vide o ítem 1)!  A complexidade do sistema político, sua inequidade estrutural  só fomenta este sentimento. E o fato de ser privatizado  e atrelado e dependente do mercado passa batido, pois a grande aspiração é de ser mercado, ser consumidor, e se possível não só do básico mas do que diferencia o lumpen das elites.

    4) Pasteurizados pelo discurso do mérito mercadista, e herdeiros de uma uma visão corrompida de “santidade” , onde o “justo” será recompensado pelo seu sacrifício e retidão. De uma leve modificação nesta crença e sustente que a recompensa vira aqui e agora e não em uma “vida futura”! Estão postos os ingredientes para um salvacionismo (filho bastardo do sebastianismo lusitano) individualista , ególatra e enganoso. Os seguidores desta vertente se identificam com o Bolsonaro que foi garimpeiro. Aquele que representa  “os que se viram” e não os “dependentes” e “coitadinhos”, ou como preconizava um certo cabo austríaco: “o forte”. De novo, no mundo do Bolsonaro não tem cinza. Ou é preto ou é branco! Então, ou voce é um “forte” ou é um fraco.

    E os fracos   estão fadados à extinção!

     

    É um grito claro, realmente está ai há muito tempo, e caso seja ignorado vai se fazer ouvir. 

    Nos EUA o sentimento é que raptaram a democracia. Trump foi  a resposta da “Amércia profunda” .

    Há a possibilidade que aqui , o capitão Bolsonaro seja uma catarse em um processo secular de modernização conservadora.   

  14. Eleitor do boçalnato é como

    Eleitor do boçalnato é como um eleitor do Alckaedamin, só que ele come merda e arrota merda, já o do tucano, arrota caviar. Portanto, o boçalnista é mais autêntico. Se fosse obrigado a escolher entre os dois pra ser amigo, escolheria o eleitor do boçal. Falta humildade (coragem???) aos estudiosos políticos para entenderem que Alckaedamin (ou Aécio, Serra, FHC) é um grito, os canalhas estão gritando, também queremos fazer parte dessa grande quadrilha.

  15. Uma boa reflexão

    Bolsonaro é fruto da frustração e do medo que se transforma em ódio. De fato, nem as esquerdas nem a direita neoliberal solucionaram os problemas da população que se resumem à exclusão social que vem se crescendo no mundo todo, inclusive nos países ricos.

    A causa da crescente exclusão é o colapso do capitalismo como sistema, mas como as pessoas não podem ver a causa (pois seria o fim do capitalismo),  o resultado são as Le Pen, os Trump e os Bolsonaros da vida, que funcionam como catalizadores do medo e do ódio, “energias negativas” direcionadas a alguns bodes expiatórios: petistas, gays, negros, favelados, migrantes, árabes etc.

  16. Como derrotar Bolsonaro nas eleições 2018

    https://twitter.com/luciocaramori/status/1023939679287238656

    Resolvi usar minha experiência como redator publicitário e de campanhas eleitorais pra escrever um pequeno guia aqui: COMO DERROTAR JAIR BOLSONARO NAS ELEIÇÕES 2018. Veja bem: é a forma como EU vou abordar o assunto. Sinta-se à vontade para fazer ou não.

    Primeiro e MAIS IMPORTANTE ponto: a luta não é para mudar a opinião dos Bolsonaristas. É PARA GANHAR OS INDECISOS. Desista de mudar o voto de quem age por ódio, e não razão. Melhor mostrar a quem não decidiu ainda o quanto a opção Bolsonaro é um retrocesso perigoso.

    Por mais absurdo que seja, os comportamentos RACISTA, HOMOFÓBICO, VIOLENTO do candidato não me parecem os melhores argumentos contra ele. Infelizmente, existe uma tendência mundial em relevar essas atitudes. O que interessa é SEGURANÇA, EMPREGO, SAÚDE.

    O argumento que ele não fez NADA pela segurança do Rio de Janeiro em 30 anos de mandato vai ser mais eficaz do que comentar que ele espancaria o próprio filho se fosse gay. Porque ele sempre se vendeu como pulso firme contra a violência e não como defensor de minorias.

    Um tema que acho que pode ser uma exceção é o comportamento MISÓGINO dele. Mas, mesmo assim, me refiro à gravação onde ele diz que mulheres merecem ganhar menos no trabalho. Em uma época de crise dessa, nenhuma mulher escuta isso e acha bonito.

    Esqueça essa bobagem de “Não fale do bicho papão que ele desaparece”. Os eleitores deles vão continuar berrando, espalhando ódio e convencendo os indecisos no grito. Precisamos ser uma voz CONTRÁRIA, DETERMINADA, LÚCIDA e INFORMATIVA. O silêncio, nesse caso, será nossa derrota.

    Não saia do grupo de WhatsApp da Família, do Trabalho, do Prédio, do Clube por causa de radicais Bolsonaristas. Seja o contraponto. Seja a pessoa que combate as fake news com informação, que aponta o radicalismo, a hipocrisia, as promessas sem planos. E uma sugestão valiosa:

    Esqueça a IRONIA, o SARCASMO. As pessoas entendem isso como prepotência. O que está acontecendo é muito sério e os indecisos precisam entender isso. Deixe para os Bolsonaristas a pecha de “zueiros” e aponte o dedo para eles para falar como essa “zueira” pode acabar com o país.

    Esse último ponto tem muito a ver com minha lembrança de um debate entre o Cristovam Buarque e o Joaquim Roriz na minha cidade natal, Brasília. Cristovam ironizou o jeito tosco de Roriz falar. E isso pegou muito mal com o eleitorado mais simples.

    Outra sugestão: não aponte um outro candidato. Mostre como a preocupação maior é não permitir a eleição de Bolsonaro. Se ele cair no 1º turno, o segundo será entre duas visões de Brasil. Aí sim, cabe discussão. Bolsonaro não tem visão nenhuma.

    Bolsonaro é uma ameaça SIM e não acredite em quem diz o contrário. Trump se elegeu por descuido de formadores de opinião que achavam sua candidatura um espetáculo para a mídia. 30% nas intenções de voto não é pouca coisa e brasileiro adora prestar atenção em quem está na frente.

    Bolsonaro PRECISA ser derrotado no primeiro turno. E precisa cair MUITO para ter pouca influência no segundo. Acho que ele é a maior ameaça que a nossa democracia já enfrentou nesses 30 anos. E deve ser encarado como tal.

     

    1. Absolutamenbne lúcido, o seu

      Absolutamenbne lúcido, o seu posicionamento. Estava em BSB, na época do debate Cristóvão x Roriz e o “catastroficamente” engasgado pelo Roriz e debochado pela militância do Cristóvão foi a pá que enterrou sua candidatura, por incrivel que pareça. Assim, apostar em apontar a tosquice do Bolso, os “portugueses ausente da África” (na sua lição de história inesquecível no Rida Viva”, etc, só vai fazer com que aqueles que possuem tanta cultura quanto ele se sintam cada vez mais identificados.

  17. Sugestão de leitura

    Bolsonaro: Elitismo e democracia na campanha eleitoral
    Por Marcos Nobre, 01/08/2018

    https://piaui.folha.uol.com.br/bolsonaro/?doing_wp_cron=1533128474.4199109077453613281250

    (…)

    Enfrentar Bolsonaro de maneira eficaz exige primeiro aceitar que ele tem direito de ser candidato. Mais que isso, exige aceitar que ele está exercendo esse direito, que Bolsonaro é candidato. Parece óbvio, mas não é. O estado de negação em que se encontra boa parte da elite pensante está atrasando de maneira alarmante o combate efetivo a essa ameaça, que tem de ser travado, neste momento, na arena propriamente eleitoral.

    Aceitar Bolsonaro como candidato permite atacá-lo em seu ponto de maior vulnerabilidade. Em uma campanha eleitoral, o que conta é demonstrar capacidade e convencer de que poderá resolver os problemas do país com política. Todas as vezes em que foi levado a esse terreno, o líder autoritário das redes sociais fracassou de maneira inapelável.

    (…)

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