Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência, por Arkx

Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

por Arkx

muito além dos clichês e preconceitos de uma ex-querda ainda perdida no estreito círculo em torno de seu próprio umbigo, a análise detalhada do resultado das eleições municipais de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, revela a cartografia de um novo ciclo: é possível uma outra forma de se fazer política.

o trabalho de análise de dados é sujeito a enormes distorções. convenientemente torturados, os números provam qualquer tese. assim, é necessário se libertar da má fé e dos estereótipos, para que as mitologias não se imponham sobre os fatos, por mais que estes sejam duros e incômodos.

o mapa da apuração por zona eleitoral desmoraliza fragorosamente a versão que a ex-querda pretende impor sobre o desempenho da candidatura de Marcelo Freixo.

1. não é verdade que a votação de Freixo se restringiu a Zona Sul do Rio. Crivella venceu em bairros da Zona Sul com perfil de classe média alta. enquanto Freixo teve um bom desempenho na Zona Norte, e na Freguesia (Jacarepaguá, na Zona Oeste). na área em torno da Tijuca (com muitas favelas), a diferença da votação em favor de Freixo foi alta. ainda é indispensável considerar que a geografia social do Rio mistura “pobres” e “ricos”, em praticamente todos os bairros tem favelas.

Zonas Eleitorais com diferença menor do que o resultado total:

2. entre 2012 e 2016 verifica-se um expressivo aumento da votação de Freixo, assim como da diversidade do voto por zona eleitoral. entre o 1º e o 2º turno, Crivella beneficiou-se da migração de votos dos candidatos do PMDB e PSDB, levando-o a superar Freixo em zonas eleitorais nas quais este o vencera no 1º turno, tanto na Zona Norte, na Zona Oeste e na Zona Sul.

 

 

3. o mapa da votação entre Crivella (2016) e Eduardo Paes (2012) é semelhante. a mesma semelhança se verifica com a votação recebida por Crivella ainda em 2004 e 2008.

fonte: http://www.editora.vrc.puc-rio.br/media/Ebook_Geografia_do_voto_Rio_SaoPaulo_final.pdf

 

4. a votação na Zona Norte e na Zona Oeste mantém um mesmo padrão, não apenas dos “currais eleitorais” do PMDB como sob forte influência do “voto religioso”.

fonte: http://www.editora.vrc.puc-rio.br/media/Ebook_Geografia_do_voto_Rio_SaoPaulo_final.pdf

 

5. em 2012 Crivella foi agraciado por Dilma Roussef com o Ministério da Pesca e da Agricultura, para assim “cuidar das pessoas” de seu rebanho e pescar ainda mais fiéis para sua igreja. ainda é necessário lembrar que o partido de Crivella, o PRB, é o mesmo partido de José Alencar, por duas vezes vice-presidente de Lula. também é de conhecimento geral que Crivella e José Alencar politicamente compartilhavam da mesma fé. além de sua posição contrária ao aborto, José Alencar declarou que “o homossexualismo é uma forma de violência à natureza humana”. José Alencar também se posicionou contra as “invasões” do MST, classificando-os como “bravatas”. já em relação à CPMF, a considerou como um imposto “abominável”. jamais se esqueça o batismo de Bolsonaro no rio Jordão, pelo pastor do PSC, partido que compunha a base aliada do lulismo. currais eleitorais erguidos ao longo de décadas não são superados em apenas alguns dias de campanha. recorde-se a boa votação de Lula e Dilma na Zona Oeste do Rio. se isto houvesse sido em consequência de consciência política e organização popular, com certeza o voto em Crivella não teria sido tão grande. poder popular só é possível com organização pela base e com autonomia. e não com voto de cabresto, seja em qual candidato for.

6. no 2º turno das eleições municipais no Rio de Janeiro, ainda outro mito do lulismo cai por terra: o poder imbatível da mídia Global. apesar dos golpes da Globo e midiáticas afiliadas, o bispo senador manteve seu rebanho cativo nos currais eleitorais. como também é sabido, assim como NÃO democratizou a grande mídia, pouco investiu nas mídias alternativas e sempre manteve intocadas as fartas verbas publicitárias para a Rede Globo, o lulismo jamais sequer cogitou em investigar os “dízimos” e a “prosperidade” do fundamentalismo evangélico.

Crivella, Garotinho e Dilma

 

Pezão, Eduardo Paes e Dilma (10/2014)

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Redação

56 Comentários

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  1. Sim, é simplista afirmar que

    Sim, é simplista afirmar que o Freixo “teve voto na zona sul” só porque por lá ele superou o Crivella. Aliás, mais do que simplista, é errado mesmo.

    Mas o que me chama atenção, embora eu não tenha feito as contas, é que muito provavelmente todas as forças políticas tenham tido menos votos nesta eleição do que na eleição municipal anterior (por causa do crescimento – constante – do não voto e da fragmentação cada vez maior do espectro parltidario).

    Uma  coisa é medir pelo numero de cargos obtidos, outra é medir pelo número de votos. Deste ponto de vista todos cairam; o PT, o PT, o PT muito mais, evidentemente.

    Ou seja: vitoria das ideologias antissociais, da antipolítiica, etc. Neste sentido, a movimentação da globo e da Igreja católica contra o Crivella aqui no Rio na reta final foi irrelevante. Até mesmo contraproducente. Arrisco até o palpite que foi fingimento, teatro.

    1. Algo desse tipo, sim. Dizendo

      Algo desse tipo, sim. Dizendo meio toscamente: a esquerda (toda ela, todos os matizes) não perdeu propriamente para os partidos de direita. Estes ficaram mais ou  menos do mesmo tamanho, talvez um pouquinho maiores, talvez tenha mudado aqui e ali a distribuição entre eles. A esquerda perdeu para esse ‘nao voto, nao quero nem saber’. Ou seja, a esquerda perdeu para uma outra direita, de certo modo, para uma direita sem cara e sem programa a não ser o programa genérico (e brutal) do “politica nao importa”, “estado nao resolve”, etc. Simplificando, tambem de modo meio tosco, o problema não é o Freixo ter quase 900 mil votos nos “bairros populares” e Crivela ter 1,3 milhões ou algo assim, nesses mesmos lugares. O problema está nos mais de 2 milhoes que pouco se lixaram, que resolverm desistir de qualquer voto, qualquer voz eleitoral (se é que vão ter qualquer outra voz, o que é duvidoso).

  2. Cural eleitoral “

    Cural eleitoral ” evangelico”?

    ibge-religioes

    Pelo grafico podemos dizer que Crivella recebu voto dos católicos e dos sem religião. Os votos da Universal, que diminue seu rebanho, não seria suficiente.

    1. curral eleitoral evangélico

      26/10

      (…) Os recortes feitos pelo instituto mostram que a diferença obtida pelo candidato do PRB se concentra no eleitorado evangélico.

      Ele tem larga vantagem tanto entre fiéis de denominações pentecostais —como a Igreja Universal, da qual é bispo licenciado– como não pentecostais. No primeiro, Crivella tem 91% dos votos válidos e no segundo, 86%.

      Os evangélicos são 33% dos eleitores.

      Os dois estão em empate técnico entre os católicos, grupo que representa 40% da amostra. O grupo de eleitores evangélicos também mostra ser determinante no resultado de votos válidos por ter a menor taxa de brancos, nulos e indecisos na pesquisa.

      ***

      29/10 

      Os dados do Datafolha mostram que o apoio dos eleitores evangélicos é decisivo para a liderança de Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, nas pesquisas ao longo do segundo turno.

      De acordo com o instituto, 92% dos votos válidos de eleitores evangélicos pentecostais –da qual a Universal faz parte– vão para o senador. Entre os não-pentecostais, a proporção é de 80%.

      Os evangélicos representam 28% na amostra do Datafolha. É o grupo que menos declara voto nulo ou indecisão –14% entre os pentecostais e 17% entre não-pentecostais.

      1. Determinante, no entanto não

        Determinante, no entanto não o suficiente para eleger um candidato para o executivo. Os católicos e os sem religião e os espiritas foram necessários para a eleição de Crivella. Este mudou seu discurso e procurou ser conciliador, algo que o Freixo não conseguiu. 

          1. Haja problemas de interpretaçao de textos…

            Se o vot evangélico é determinante mas nao suficiente para eleger um candidato para o executivo e foi eleito um candidato para o executivo isso significa que nao foi só o voto evangélico que causou esse resultado, capisci?

          2. Na campanha de 2o turno de

            Na campanha de 2o turno de 2014 para o governo do Estado Pezão para desconstruir o Crivella associou-o ao Bispo Macedo e a Iurb. Dizia que se elegesse o adiversário seria colocar a Universal e o Bispo no governo, recriminou o dizimo e outras coisas. Freixo no 2o turno seguiu a mesma direção em sua campanha. Resultado de 2014, eleição do Pezão, resultado de 2016, derrota de Freixo. 

            Algo mudou? Os evangélicos mudaram o voto ou os católicos?

          3. Pois é. Mas noçao de realidade nao caracteriza os psolistas

            Tao mais simples apelar para uma falsa explicaçao…

          4. Capisco benissimo! Haja retórica…
            Não existe classe especifica alguma suficiente para eleger qualquer candidato para o executivo. O que existe sim é um perfil de eleleitores que acabam por ser determinantes numa eleição. Não existe na história do Brasil candidato do executivo eleito apenas com votos de um perfil exclusivo de eleitor. Seja ideológico (dir/esq) , religioso, etc.

          5. Ou seja, o George tá certo, nao foi o voto religioso a causa

            Releia a sequência de comentários, quem sabe da segunda vez vc entende… Ele tinha dito que o voto evangélico foi importante mas nao determinante para a eleiçao de um candidato ao executivo, vc fez “ironia” perguntando se prefeito nao era cargo executivo (ou seja, partindo da premissa de que o voto religioso tinha sido determinante, que ele estava NEGANDO) e agora confirma o que ele estava dizendo… Hajadificuldade de interpretaçao de textos…

          6. Minha senhora
            Não se afobe em responder.

            Ele disse que foi determinante mas não suficiente. Retórica, já que – por óbvio – não existe classe especifica que tenha votos suficientes para eleger um …

            Volte 10 casas!
            !

          7. Vc acha que os outros sao burros…

            Qualquer um que leia a sua primeira resposta para o George é capaz de ver o que eu vi, a sua incapacidade de compreensao do que ele estava dizendo. Quer fingir que nao fez o que fez? Ora, ora, passe bem.

      2. Vania, sabes qual é a diferença entre alguém da ….

        Vânia, sabes qual é a diferença entre alguém da Assembleia de Deus, dos Testemunhas de Jeová e de alguém das Universal, Mundial e outras que professam a ideologia da prosperidade.

        Provavelmente não sabes nada, e ficas dizendo abobrinhas sobre o que denominas evangélicos como aquela piada imbecil: “Igual é um monte de japonês dentro de uma kombi”.

        Pois bem, se conheceste a diferença entre o que chamas genericamente de evangélicos pentecostais (só uma informação a Igreja Universal não é classificada como uma confissão evangélica pentecostal, mas sim como uma igreja neo-pentecostal e cada vez se afastando mais do pentecostalismo tradicional como as diversas Assembleias de Deus).

        Também se os políticos soubessem das diferenças destas denominações e das diferenças entre os mesmos poderiam sem muita dificuldade obter grande parte do chamado voto evangélico, desde que não fizessem uma política agressiva contra estas denominações religiosas, fizessem somente uma campanha baseada em conceitos laicos da sociedade.

        Ninguém se atém ao universo das religiões protestantes do Brasil, simplesmente a nossa elite que é católica acha que como disse é um monte de japonês.

      1. Ana Lu, por mais que queira tens a ideologia religiosa….

        Ana Lu, por mais que queira tens a ideologia religiosa católica introspectada na tua mente, a Dilma dizendo que era católica e o Lula sendo Católico, votas nos dois, agora nos “demonios” protestantes jamais.

          1. Ana Lú, se tu tiveste o mínimo de capacidade de autocrítica!

            Ana Lú, se tu tiveste o mínimo de capacidade de autocrítica verias como tenho razão, a internalização que conceitos religiosos em tenra idade imprimem nas pessoas é algo fantástico.

          2. É só o que faltava!

            Cara, nao é o fato de alguém ter uma religiao que me faz nao votar nele. Mas uma coisa é ter religiao, outra é ser padre, pastor, rabino, o escambau. Pior ainda se a candidatura faz parte de um projeto maior de conquista do poder social pela religiao em questao, seja qual for. Neste momento histórico apenas os evangélicos representam esse tipo de perigo, a ICAR está em declínio e as outras religioes — aí incluídos os ramos tradicionais do protestantismo — nao têm projetos desse tipo. E seria ótimo se VOCÊ exercesse um pouco de autocrítica e parasse de dizer bobagens…

        1. Como? 6 é diferente de meia dúzia?

          Para mim, se alguém nao tem religiao é ateu… Ou vc está se referindo a agnósticos? Sofisticado demais quando se trata de analisar tendências eleitorais…

  3. É preciso ser mesmo fã do

    É preciso ser mesmo fã do Freixo para achar que ele tinha alguma chance nesta eleição…

    Claro que eu, particularmente, adoraria ver o Crivella perder, mas não chegou nem perto.

    Esta “vontade” de que é possível fazer política de um jeito PSOL é completamente fantasiosa.

    Crivella era um candidato excepcionalmente ruim, mas ganhou sem fazer esforço…

    O PSOL vive em uma realidade paralela e vai continuar assim… até quando ganhar alguma eleição importante e ver que terá que vender a alma ao diabo, igual ao que o PT fez.

    A realpolitik não é apenas uma desculpa para fazer politicagem, é como a política brasileira respira.

    Governar o Rio sem ter acordo com as empresas de ônibus, com o tráfico, com os evangélicos, com as empreiteiras… NÃO EXISTE!

    Mas vamos torcer, um dia o PSOL aprende 🙂

  4. Contrariamente ao que aforma

    Contrariamente ao que aforma o texto, a “outra forma de fazer política” ainda não se mostrou possível porque o candidato foi DERROTADO, mesmo com toda a ajuda da Globo, e não faltam exemplos de alianças do PSOL com o DEM.

    Se ser ex-querda significa tirar milhões da miséria e construir 18 universidades, mesmo que pra isso seja necessário dar um (importantíssimo!!! sqn) ministério da pesca a um fanático religioso, e ser nova esquerda significa apoiar a ação genocida das UPPs, tirar o corpo fora quando se fala de aborto e não usar letras maiúsculas, então sou ex-querda com muito orgulho.

    Nos psolistas, só uma coisa supera o delírio: a arrogância.

     

  5. Para a Turminha do Freixo é difícil cair a fixa.

    Mais uma vez vemos quão difícil é para o partidelho pequeno burguês chamado PSOL cair a fixa. Insistem ainda que perderam para que chamam o voto religioso e como o Freixo era favorável a população LGTB e os evangélicos contra eles perderam a eleição.

    Simplificações são formas mentais que se reduzem os problemas a dois ou três fatores e com estes se explica tudo, seria até fantástico e maravilhoso se a realidade seguisse estas simplificações, entretanto infelizmente não é bem assim.

    Primeiro grande mito é do fundamentalismo religioso, que parece que o PSOL foi educado pelos serviços de segurança norte-americanos que reduzem problemas históricos, econômicos e sociais a somente um ponto, o fundamentalismo religioso. Uma pessoa com um grau mínimo de observação reduz este argumento a pó em poucas palavras. Pessoas que se dizem evangélicas é um tanto, pessoas que se dizendo evangélicas vão aos cultos é um tanto menos mais um pouco, pessoas que se dizem evangélicas, vão aos cultos e ainda escutam o pastor e votam conforme a determinação do pastor já é uma minoria.

    O que esquecem os militantes do PSOL que as pessoas não precisam ser evangélicos, ir aos cultos e obedecer o pastor a se alinhar aos princípios políticos e culturais que norteiam este povo. Por mais que queiram os militantes do PSOL a maioria da população mais pobre é homofóbica e preconceituosa, e se escutarem um discurso que diaboliza posições homofóbicas vão diretamente aos contrário desta direção.

    A mentalidade conservadora está ainda arraigada na maior parte da população, e para partidos que tomam posições meramente moralizantes sem um discurso que vá de encontro as necessidades das classes mais desfavorecidas, ficando meramente no discurso moralizante os corações e mentes estão perdidos.

    Uma coisa é a cabeça do morador de classe média, que não tem que lutar para colocar comida na mesa, nem estes problemas básicos são a sua preocupação, outra coisa é o habitante da favela em que o dia a dia é um problema, o primeiro tem tempo para elaborar raciocínios mais complexos que demonstram que a homofobia é algo atrasado e do tempo da idade média e que não tem o mínimo sentido. Porém para alguém elaborar este tipo de raciocínio tem que ter tempo e disposição. 

    O que chamo a atenção que enquanto partidos como o PSOL não criarem uma pauta que sirva ao povo trabalhador continuarão com os votos nas regiões mais ricas e com o apoio da pequena burguesia.

  6. Centro-esquerda e Ultra-direita
    Arkx, A meu ver, as surpresas das eleições municipais deste ano, indicam duas perspectivas: 1. A esquerda e parte da direita transmudaram para uma nova [centro-esquerda], devido todo um desenvolvimento intelectual, informativo e biorgânica, haja vista a grande quantidade de jovens bem nutridos de diferentes ativismos ideológico e de uma ressonância analítica dos eleitores de mais idade.  2. A outra parte da direita transmutou-se em [ultra-direita], esta traz consigo a mídia conservadora, alguns egocêntricos da elite, juridiopatas e umas duas ou três mil dezenas de anciões, extremamente corruptos, da cúpula da política de todo País. A boa notícia é que uma ínfima minoria é da ultra-direita. Quem sabe o lulismo abra a mente e se projete estrategicamente para esse novo Brasil que saiu da mediocridade social de décadas atrás.

  7. ARKX

    O arkx é muito engraçadinho. Meigo como o PSOL zona sul. Tudo é bonitinho e favorável a uma prainha, uma cervejinha, um banquinho (BNDES?)  e um violão…

     

  8. Do insuspeito Miguel do Rosário (O Cafezinho)

    Freixo está certo: esquerda pagou pelos erros do PT

    (…)

    Não tenho sido um eleitor do PSOL, mas acho injusto que se queira criticar Marcelo Freixo por ter dito uma verdade, uma verdade que é ainda mais sólida por partir de um partido que, de fato, justa ou injustamente, fez oposição acirrada aos governos do PT.

    Se o PT quiser ajudar a construir uma unidade na esquerda, precisa ouvir críticas. O PT aprendeu a engolir muito sapo ao longo dos últimos anos. Teve que fazer aliança com o que existe de mais podre na direita, e a sociedade entendeu que várias dessas alianças eram necessárias para a governabilidade, tanto que votou no PT e o PT governou o país por 13 anos. A mesma tolerância e espírito aberto que a direção do PT exigiu de seus militantes, para entenderem alianças estranhas mas pontualmente necessárias para governar o país, deve ser usada agora para ouvir críticas de setores da esquerda amargurados com o momento tão difícil vivido pelo país.

    Sem unidade popular, não há esperança para nenhuma reconstrução da esquerda. A rixa entre PSOL e PT tem de acabar.

    E o papel mais difícil, a postura mais humilde, por ter sido governo, por ser uma legenda muito maior, cabe ao PT. O PSOL saiu de sua infância quando seus principais dirigentes apoiaram Dilma no segundo turno de 2014, e quando foram para a linha de frente na luta contra o golpe. Essas críticas, além disso, não vem apenas do PSOL, vem da esquerda social, que é grande e que voltará a governar o Brasil antes do que a direita imagina, porque os problemas estruturais do país estão além do alcance de sua visão egoísta.

    O capital político conquistado por Freixo nas eleições deste ano, não apenas no Rio, mas no Brasil todo, não pertencem apenas a Freixo, nem apenas ao PSOL; pertence à toda a esquerda, e, portanto, não pode ser jogado fora por incompreensão, impaciência ou sectarismo.

    Se o PT quiser renascer como grande legenda de esquerda, precisa ouvir as críticas, mesmo as injustas, com serenidade, porque todas serão oportunidade para que o partido se reinvente.

    1. Minha cara amiga, ninguém é responsável pela incompetência …..

      Minha cara amiga, ninguém é responsável pela incompetência dos outros.

      Se com todo o discurso de oposição ao governo do PT feito durante existência do PSOL como partidinho de pequena burguesia ele não conseguiu discolar a sua imagem do PT é por incompetência própria.

      O Miguel do Rosário é um militante do PSOL e como um bom militante deste partideco deve procurar nos outros os problemas que o próprio partido desenvolve.

      O PT não precisa e não deve ouvir críticas de partidelhos como o PSOL, para que se tenha uma união de esquerda a primeira coisa que tem que se fazer é identificar os partidos que tem algo com a esquerda assentes nos movimentos de massas, pois o PSOL ainda acha que massa é espagueti, e movimento de massas é quando se sacode a mesma para tirar a água. Falar do (..capital político conquistado por Freixo nas eleições deste ano…) é algo sonhático, Feixo conquistou o que já havia conquistado, o voto da pequena burguesia carioca.

      Falar em apoio do PSOL ao governo do PT em momentos como os citados no artigo é considerar as pessoas imbecis ou com perda da memória recente. O PSOL, ou proeminentes figuras do PSOL, eram (e talvez ainda sejam) favoráveis aos processos da Lava Jato, Mensalão e outros mesmo sabendo que isto são meros pretextos políticos para tirar o PT do poder.

      O que o PSOL quer é que o PT se suicide, este seria o sonho escondido do PSOL, pois são tão burros que acham que com o suicídio do PT automaticamente os votos iriam para seu partido. Devido a isto vem a grande insistência do PSOL na famosa autocrítica do PT.

      Em resumo, se alguém deve fazer uma autocrítica é o PSOL, pois além de incomodar os grandes ele não consegue passar de pequeneninho.

       

      1. Miguel do Rosário votou em

        Miguel do Rosário votou em Jandira no primeiro turno e é PT, sobretudo Lula, no RJ. Muito longe de ser alguém da turma do PSOL.

      2. Faltam estrelas para avaliar

        Faltam estrelas para avaliar esse comentário. 13 acho que estariam de bom tamanho…

        A propósito rdmaestri, vc viu que o PCO tem divulgado alguns tópicos da análise política em vides separados ? 

    2. “Freixo está certo: esquerda

      Freixo está certo: esquerda pagou pelos erros do PT

      Essencialmente, o PT teve redução drástica no número de prefeituras por que é corrupto. Então, por que o PP, que é o partido com maior número de investigados na lava-jato, teve um ligeiro aumento. O PMDB, que é notório corrupto, manteve suas prefeituras, e o PSDB teve grande aumento ???

      A partir do momento que o PT fizer uma auto-crítica nos termos propostos, estará vestindo a carapuça de partido mais corrupto do Brasil. E vestindo no PSDB a de mais honesto, afinal, o PSDB ganhou as eleições.

      Quanto a auto-crítica, sugiro uma ao PSOL. Eles deviam fazer a auto-crítica por em 2013 terem mirado a destruição do PT na ânsia de arrumar uma base popular que o partido NÃO TEM e quando viram, destruíram a esquerda inteira.

      O que o PT perdeu, o PSOL não herdou. O próprio mapa eleitoral do post ilustra isso. Embora eu não concorde com o Arkx que a vitória do Crivella é uma vitória do Lulismo. (A maneira como ele fala isso parece pressupor que partidos são iguais pinguins, quando casam, é para a vida inteira (Embora o vídeo de um pinguim trocado por um amante tenha feito sucesso hoje)). Mas tenho de admitir que a sobreposição do mapa eleitoral do segundo turno para presidente com o segundo turno do Rio, aponta nesse sentido. (Embora tb apontasse, teoricamente, Freixo como o candidato dos golpistas).

      Eu sou a favor de auto-crítica sempre, e de todos. Mas a auto-crítica do PT deve ser feita internamente e não pela lavagem de roupa suja no PIG. Eu mesmo aqui falo mal da Dilma e do Zé da Justiça direto, aqui e em fórusn de política, mas jamais falaria isso em uma entrevista para a Folha.

      1. Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

        -> Embora eu não concorde com o Arkx que a vitória do Crivella é uma vitória do Lulismo.

        é mais complexo do que isto. por um lado, Crivella foi Ministro de Dilma, é do mesmo partido de José Alencar, apoiou e foi apoiado por Dilma e Lula. por outro lado, Crivella votou a favor do impeachment e tem um projeto de poder pautado pelo fundamentalismo religioso. estão colocadas as contradições do lulismo. já não é mais possível resolvê-las. mas para a reconstrução da Esquerda e do Brasil, não é saudável negá-las.

        ->(Embora tb apontasse, teoricamente, Freixo como o candidato dos golpistas).

        os dados não corroboram Freixo como candidato dos golpistas. atenção: Freixo ultrapassa Crivella em alguns bairros da Zona Sul no 1º turno e Crivella é mais votado nos mesmo bairros no 2o turno. Crivella herdou votos tanto do PSDB quanto do PMDB. Ipanema, Barra da Tijuca e Recreio são exemplos.

        .

  9. Ao Vencedor as “Selfies”, aos Perdedores, Vira-se o Disco

    Compreender a necessidade do sujeito é predicado, portanto não só não li, como estou comungando com o não lido e concordando em gênero, número e grau, que Freixo moralmente venceu em todas as zonas, inclusive da Vila Mimosa, senão, chegará 2018 (se chegar) com o sujeito clamando pelo predicado até então, aqui, ainda não obtido.

    Convenhamos (pelo amor de Deus, cabo eleitoral ou não), o PSOL com o Freixo nessa eleição, como Martha Rocha em 1954, foi o campeão moral e dos bons costumes, sem contar ter sido o mais politicamente correto, segundo burburinho no Country Club, além de ter eleito em todo o Brasil dois prefeitos, ambos no Rio Grande do Norte.

    Pronto, você venceu e, predicadamente, de posse das batatinhas já pode mudar o disco.

    Agora sorria para a selfie.

  10. Tantos mapas e gráficos coloridos para…

    dizer que Crivella andou ao lado da Dilma. Pronto! A Dilma é a culpada pela derrota do psol no estado do sol radiante. Esse arghx.

  11. Centro-esquerda e Ultra-direita
    Arkx, A meu ver, as surpresas das eleições municipais deste ano, indicam duas perspectivas: 1. Grande parte da esquerda e parte da direita transmudaram-se para uma nova centro-esquerda, devido todo um desenvolvimento intelectual nessa nova era da informação, haja vista a grande quantidade de jovens bem nutridos de diferentes ativismos ideológicos na infantaria das manifestações e de uma ressonância analítica dos eleitores de mais idade.  2. A outra parte da direita transmutou-se em ultra-direita, esta traz consigo a mídia conservadora, alguns egocêntricos da elite, juridiopatas e uns 30 mil anciões, extremamente, corruptos da cúpula política deste País. A notícia boa é que uma ínfima minoria é da ultra-direita. Quem sabe lulistas, petistas e FHCistas abram a mente e se libertem de um Brasil de tempos atrás, por conseguinte, não obstante, psolistas desprenderem-se de um Brasil tempos à frente. Senão estaremos fadados a intermináveis discussões. 

    1. Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

      -> por conseguinte, não obstante, psolistas desprenderem-se de um Brasil tempos à frente. Senão estaremos fadados a intermináveis discussões. 

      esclareço: não sou PSOL. apenas procuro entender os fatos e os dados independente de clichês ou posicionamento político. e, sem dúvida, a campanha do Freixo foi muito maior do que o PSOL.

      .

  12. Marx e Freixo
    Pra acalmar o umbigo dos revolucionários cariocas ,Marx, o Karl, escreveu pra Freixo carta pedindo desculpa por não ter citado o PSOL na Ideologia Carioca. Deve ter sido esquecimento do Engels enquanto almocava no Fasano. Um lapso que definiu eleição.

  13. Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

    – votos válidos na Zona Oeste: 67,36% x 32,64% = 34,72%.

    – votos válidos excluindo Zona Oeste: 53,25% x 46,75% = 6,50%.

    – bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro (inclui Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Joá, Itanhangá, Anil, Pechincha e Freguesia de Jacarepaguá):

    Anil, Bangu, Barra da Tijuca, Barra de Guaratiba, Camorim, Campo dos Afonsos, Campo Grande, Cidade de Deus, Cosmos, Curicica, Deodoro, Freguesia de Jacarepaguá, Gardênia Azul, Gericinó, Grumari, Guaratiba, Inhoaíba, Itanhangá, Jacarepaguá, Jardim Sulacap, Joá, Magalhães Bastos, Paciência, Padre Miguel, Pechincha, Pedra de Guaratiba, Praça Seca, Realengo, Recreio dos Bandeirantes, Santa Cruz, Santíssimo, Senador Camará, Senador Vasconcelos, Sepetiba, Tanque, Taquara, Vargem Grande, Vargem Pequena, Vila Militar, Vila Valqueire.

    – IDH por bairros:

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_bairros_do_Rio_de_Janeiro_por_IDH

    http://www.amafreguesia.org/wp-content/uploads/2015/09/IDH_Rio.pdf

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      1. Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

        -> Para a Turminha do Freixo é difícil cair a fixa.

        -> O Miguel do Rosário é um militante do PSOL 

        não, não estão. a ordem de grandeza indica claramente como foram os votos da Zona Oeste que contribuíram para a diferença final. contudo, mesmo sem estes votos ainda assim Crivella venceria por uma margem razoável.

        confira: “fixa” se escreve com “ch”, mas isto em nada prejudica o entendimento de sua frase.

        confira também: Miguel do Rosário, do site “O Cafezinho”, com boas análises mesmo que discorde delas, tem sido lulista de carteirinha.

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  14. É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem

    Não tô tirando o corpo fora não… na média, eu sou tão velha quanto vocês que comentam aqui e acolá nos blogs sujos.

    Mas eu vejo e convivo de perto com o novo.

    O novo que veio das passeatas de 2013.

    2013 que a visão carcomida de vocês só consegue associar ao golpe.

    Golpe que claramente nasceu muito antes, que foi alimentado sorrateiramente (de baixo do nariz do PT) pelos seios dos “amigos” e dos aliados de então.

    O novo que veio das passeatas de 2013.

    Que a visão cansada de vocês não consegue enxergar.

    2013 que foi de onde bortaram as jovens ocupações dos jovens que hoje vocês tanto elogiam sem ver.

    Porque é esse novo (que não é sectário, que não ama o passado, nem o PT e nem o PSoL) que tá fazendo alguma coisa de fato.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=ffUE7h0DEHs%5D

    1. O novo que veio das passeatas

      O novo que veio das passeatas de 2013.

      2013 que a visão carcomida de vocês só consegue associar ao golpe.

      – PEC 241

      – MBL

      – Revoltados online

      – Privatizações

      – Impechment

      – Massacre do PSDB nas eleições de 2016.

      Quanto aos secundaristas, eles estão tentando consertar as cagadas do pessoal de junho de 2013. Na época, eles nem tinham idade para ir em manifestações…

      E me pergunto pq 1 milhão de pessoas defendia a saúde e a educação em junho de 2013, quando o PT era governo, e hj não se junta nem 1% em um protesto contra a PEC 241.

      1. Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

        é preciso olhar para os fatos e para os dados. os tempos estão mudando. e estão cada vez mais loucos. vem vindo o verão.

        tudo volta nesta espiral de muitas voltas… o que foi reprimido em 2013 persiste em retornar como sintoma. o sistema está em colapso.

        RJ: Veja com exclusividade os cinco minutos em que manifestantes tomaram a Alerj (17/06/2013)

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=oHyfFeUT1-s%5D

        Rio de Janeiro . Fora Pezão ,Fora Temer 08.11.16 – POLICIAIS ocupam a ALERJ 

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=xhjRn-qgwbI%5D

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        1. Os mesmos policiais que

          Os mesmos policiais que reprimiriam qualquer manifestação de outra categoria e que gritavam uh é bolsonaro… uh é bolsonaro…

          Acho que a saída acbará sendo pela extrema-direita, e teremos construir a verdadeira saída depois que esta fracassar….

          1. Freixo no Rio: a cartografia eleitoral da re-existência

            -> Os mesmos policiais que reprimiriam qualquer manifestação de outra categoria

            as manifestações na frente da ALERJ são diárias. repressão? por enquanto, pontuais – ainda assim lamentáveis.

            -> Acho que a saída acbará sendo pela extrema-direita,

            repito: as manifestações contra o austericídio de Pezão e Temer são ininterruptas no Rio e diante da ALERJ. é preciso acompanhar fatos e dados, e não analisar fechado em paradigmas obsoletos.

            manifestações contra o arrocho não são de direita, menos ainda de extrema-direita, qusiquer que sejam as categorias profissionais envolvidas.

            mais, Bolsonaro é um bufão falastrão. acompanhei alguns eventos da campanha dele no Rio. um fracasso. não tem o apelo e penetração popular que se supõe.

            abraços

            p.s.: acho que tôu vendo uma bandeira do PT ali na foto.

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