Funcionários do Banco Central no RJ enviam carta à Dilma defendendo autonomia

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil
 
Funcionários do BC no Rio defendem autonomia operacional da instituição
 
Por Alana Gandra
 
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central regional Rio de Janeiro (Sinal-RJ) encaminha hoje (2) à candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, resumo do projeto em defesa da autonomia orçamentária, operacional e administrativa do Banco Central (BC). A proposta tramita há mais de um ano no Congresso Nacional.
 
O documento já foi entregue às coordenações das campanhas dos presidenciáveis Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) e também será endereçado à candidata do PSOL, Luciana Genro.
 
Vice-presidente do Sinal-RJ, João Marcus Monteiro informou à Agência Brasil que o projeto  aborda o chamado  “sistema financeiro cidadão”. Assegurou que a autonomia defendida pelos funcionários é diferente de tornar o BC independente. Segundo Monteiro, não se trata de estabelecer um quarto poder no país. “O Congresso fiscalizará a atuação do banco”, assinalou.
 
A ideia do Banco Central autônomo nos planos operacional, administrativo e orçamentário objetiva permitir que a instituição possa defender a moeda nacional, sem sofrer pressões do mercado financeiro  ou outras ingerências externas.
 
“A independência seria deixar o BC fazer o que quiser, como um quarto poder. Não é isso que os funcionários desejam”. Conforme o vice-presidente do Sinal-RJ, da mesma forma que o Judiciário não presta contas ao Executivo ou ao Legislativo,  o Banco Central independente também não prestaria. “A gente não quer isso. Queremos o banco autônomo. Assim, ele tem de prestar contas à sociedade, por meio do Congresso”, observou.
 
Monteiro destacou que, com o BC autônomo, os mandatos do presidente e dos membros da diretoria seriam descasados do mandato do presidente da República. “O presidente começaria já com a diretoria anterior. No meio da gestão, se desejasse nomearia nova diretoria.
 
Acrescentou que a autonomia operacional dá ao banco certa independência, “porque não fica amarrado ao governo. Ele faria o que é melhor para fortalecer a moeda nacional”, finalizou. 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

25 Comentários

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  1. Submetido ao Brasil

    Autonomia do BC ? – Não !!!

    Independência do BC ? Muito menos ainda !!!

    O BC é uma instituição que tem que operar em sinergia com as demais instituições visando ao bem da sociedade brasileira. Portanto, o BC deve estar submetido aos interesses da sociedade brasileira. 

    Não existe economia puramente técnica. Na realidade o que existe é Economia Política.

    Se o mercado financeiro pode se apropriar do BC, então as escolas privadas podem se apropriar da Educação, os industriais se apropriarem do Fisco, os comerciantes se apropriarem da Receita Federal, as empresas de seguro saúde podem se apropriar de todo o sistema de saúde e a Anvisa, etc… 

    E para concluir o saque ao Estado, o PCC pode se apropriar da Polícia Federal.

    1. Cidadão, funcionario do BACEN RJ/BSB/SP

         Curse economia, contabeis ou engenharia ( 4 a 5 anos ), depois curse um cursinho “para concursos” ( uns 2 anos) objetivando uma vaga na SRF ou BACEN, entrou no sistema, fique por uns 10 anos evoluindo internamente ( politicamente entendido ), comunique-se com os “agentes de mercado” ( pontes – futuras), faça trabalhos esporádicos, sem colocar seu nome, para assessorias/consultorias privadas ( um insider ) – se vc. for razoavelmente bom e esperto, consiga uma “carreira academica” ( 2 dias por semana, em uma faculdade particular, e um mestrado meia-boca, pago “pelo banco” – se suas conexões forem corretas politicamente, um “ensaboado”, dá até para pegar um INSEAD na França – tudo pago pelo “Estado”).

            Aposente-se com 45 anos, integral, e terá duas opções: 1. Continuar com a assessoria privada; 2. Tornar-se funcionario de um Banco/Financeira privada – uma carreira “cidadã”.

      1. Bem, se tudo isso acontece

        Bem, se tudo isso acontece nesse BC, qual é a sua proposta para acabar com isso ?

        Resolve aí como se faz para ter um BC controlado pelo governo mas sem funcionários públicos.

         

  2. PLS 102/2007

      Se for este, originário de Arthur Virgilio, com substitutivo de Francisco Dornelles, não passa em votação, mas para os funcionários do BACEN, seria ótimo arbitrar seus já polpudos salarios e gratificações – quanto a “defender a moeda”, é papinho para bovinos nanarem; resumindo:

       Combinação perversa aos interesses nacionais: Corporativismo de funcionários publicos, somado a interesses de mercado = eles ganham, o resto perde.

  3. Hierarquia, por onde anda ?

    Nassif,

     Os funcionários da PF e da ANA serviram de inspiração, agora é a vez da turma do BC também mandar a hierarquia às favas.

    Caso esta moda pegasse, seria o caos, mas de qualquer maneira, fica mais do que evidenciado o elevado padrão de soberba que domina inúmeros funcionários públicos federais, que só se contentam em conversar com deus.

    1. Espelho

       Os mais “evoluidos” funcionarios publicos federais concursados, somente dignam-se a “conversar com Deus”, em momentos intimos, quando frente a um espelho.

  4. bode na sala

    parece a estória do bode na sala.

    como é para o presidente eleito indicar e aprovar uma diretoria do bacen, então é melhor que continue no início do mandato mesmo, no calor da vitória nas urnas, do que em meio de mandato, desgastado pelos escroques internacionais e seus arautos do entreguismo, acocorados na ‘grande’ mídia corporativa e antinacional.

    boa ilustração do caso foi aquela canga ridícula, de ‘tomates’, exibida por apresentadora de um ‘stand up’ matutino, ‘recheado’ de receitas e futilidades.

  5. Seguindo a onda

    Inicialmente os Bacen, PF, MP, e a seguyir, porque não, Policias civil e militar estduais, Universidades  e Escolas Públicas de todos os níveis, bem como  demais repartições públicas de todos os ministérios e secretarias (estaduais) tornar-se-ão independentes para melhor trabalaharem, obter resultados, atender ao público, etc., etc. etc.

    Esta turma quer mesmo é tornarem-se donas de uma parte do destino das pessoas e do país, para poder chantegeá-los (país e autoridades) e conseguirem aumentos de salários e melhores aposentadorias (tal como o STF está fazendo) , em suma enriquecendo sem fazer nada! 

  6. Maior piada, autonomia aos

    Maior piada, autonomia aos heróis nacionais defensores da moeda nacional, o cúmulo da fetichização das relações sociais mesmo.

    Pior que eu acredito na sinceridade deles. Mas eles não sabem o que falam.

  7. Também tô na fila; quero

    Também tô na fila; quero minha autonomia, já sou maior de 18 e mereço decidir meu salário, meu horário, tudo para o bem do país. 

  8. Establishment….

    é tudo que não que nao precisamos…. uma coisa é liberdade…outra é poder. PODER… É SOMENTE DO POVO. DE NINGUEM MAIS

  9. Lobby

    Sou servidor e já fui conselheiro de associação  e digo sem medo de errar: para esses do BC servidores essa autonomia é chance de mais poder e com isso mais remuneração  … Ponto final

  10. É autonomia CORPORATIVA, para

    É autonomia CORPORATIVA, para poder ter liberdade de aumentar salarios, no mesmo processo que destruiu a USP, não tem absolutamente nada a ver com INDEPENDENCIA politica do Banco. Papo de pelego querendo extorquir mega salarios.

    Nada a ver a não ser com o interesse deles, não da população brasileira.

    1. Foi a mesma coisa que

      Foi a mesma coisa que destruiu a USP, Motta? Eu realmente gostaria de entender o que levou a maior Universidade brasileira a essa derrocada. Se foi essa tal autonomia para super-salários eu sou radicalmente contra em qualquer repartição pública. Aliás, a perda da estabilidade no serviço público sempre foi algo defendido por mim. Quando se sai do manto dessa proteção muita coisa boa pode acontecer nas Instituições que representam o Estado.

  11. ‟A ideia do Banco Central

    ‟A ideia do Banco Central autônomo nos planos operacional, administrativo e orçamentário objetiva permitir que a instituição possa defender a moeda nacional, sem sofrer pressões do mercado financeiro  ou outras ingerências externas.″

    Na prática, o que se constata quando o BC opera no modo ‟lindo, leve e solto″,  é exatamente o contrário dessas declarações de supostas boas intenções: a moeda nacional fica mais refém da banca internacional, do mercado financeiro e muito mais receptiva a ‟outras ingerências externas″. 

    Nas crises recorrentes da acumulação de capitais, então, essa perversidade se revela em todas as cores. Vide o BCE, p. ex., defendendo fieramente o Euro e matando a base econômica que lhe dá a sustentação. Tudo isso para benefício de uns poucos, a galera do FIRE (Ver Michael Hudson, a respeito).

    Não. A moeda tem que ser uma criatura do Estado (para ser por ele instrumentalizada quando quer que necessário. Mas quem faz issso? Os EUA!!!) e não uma refém dos detentores de capital, em detrimento do restante da sociedade. A proposta de um BC autônomo por si só já é esdrúxula e anacrônica. Ver, p. ex.., o que nos diz Steve Keen sobre o assunto. E, numa sociedade periférica e que ainda luta para superar o subdesenvolvimento, representa uma espécie de auto-condenação a este último.

  12. Banco Central e o voto

    Escolhemos o chefe do Poder Executivo. Ele indica respectiva equipe, dirigentes de empresas e líderes de instituições que, sob sua responsabilidade, implementarão seu projeto. Os defensores da tal independência do Banco Central querem uma instituição acima do Poder Executivo escolhido pelo voto, não é mesmo? Votos atrapalham os fundamentos do mercado, não? Ou será que, também pelo voto da população, será escolhida a direção do Banco Central?

     

  13. Comentários Patéticos por aqui !!!

    Ler esses comentários seria ao menos divertido se não fosse trágico. É alucinante e patética a falta de conhecimento desses “comentaristas sabe-tudo de plantão” que tentam defender o PT sobre o que é o Banco Central, como são os Modelos de Bancos Centrais pelo Mundo, sobre mercado bancário, etc.
    Realmente, se mudar a cor da grama, essa PeTralhada morre de fome. Primeiro, bando de Boca Aberta, antes de abrirem o órgão escretor para escrever merda por aqui, estudem um pouco quais são as funções do Banco Central, sobre o que é uma Autarquia e seus deveres constitucionais. Estudar sobre o proncípio da Legalidade e os demais princípios do Direito Administrativo e Constitucional que regem as Autarquias, Sobre o FED, o Banco Central Europeu e Chileno (e seus casos de sucesso com sua independência), sobre Accountability, e depois, após saírem dessa infância intelectual e aprenderem a respirar, venham tentar fazer comentários sobre o Banco Central com um mínimo de conhecimento sobre o que estão falando. Chega a dar dó.

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