“Já deu o que tinha que dar”: Mourão quer assumir agenda de campanha de Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O candidato a vice na chapa disse que “vitimização” e “exposição” do presidenciável “já cumpriu tarefa” e “já deu o que tinha que dar”
 

Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – O candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão, admitiu que a facada sofrida pelo presidenciável e consequente operação médica “é uma exposição que já cumpriu a sua tarefa” e defendeu que “a vitimização” de Bolsonaro “já deu o que tinha que dar”. A partir de agora, o general quer assumir a liderança da agenda de campanha.
 
As declarações foram dadas nesta terça-feira (11), após Mourão participar de uma reunião com correligionários do PRTB em Brasília para avaliar a estratégia da campanha, enquanto Bolsonaro segue internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
 
Tranquilos com os resultados das pesquisas Datafolha e Ibope, divulgados nesta segunda e terça-feira, em que o candidato da extrema direita aparece com 24% e 26% das intenções de voto, respectivamente, o general avalia que a campanha precisa seguir e que a “tarefa” da ampla exposição da saúde de Bolsonaro em benefício eleitoral já foi cumprida.
 
A partir de agora, Mourão quer assumir a cabeça da campanha, dando sequência às atividades de agenda enquanto o deputado segue hospitalizado, e afirmou que as propagandas devem parar de “vitimizar” Bolsonaro. 
 
“Esse troço já deu o que tinha que dar. É uma exposição que eu julgo que já cumpriu sua tarefa. Ele vai gravar vídeo do hospital, mas não naquela situação, não propaganda. Vamos acabar com a vitimização, chega”, disse Mourão, admitindo a exposição proposital para efeitos eleitorais.
 
Em decisão interna do partido, o PRTB irá pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o candidato a vice susbtitua Bolsonaro em debates de televisão por enquanto. Hamilton Mourão confirmou que esse é o desejo de sua sigla, não mencionando o PSL de Bolsonaro, e que tem como objetivo “não perder tempo”.
 
Também claramente confortável com a liderança que a chapa assume neste momento de acordo com as pesquisas, o general, que chegou a acusar o PT da autoria da facada, afirmou que não haverá confrontos e que o partido quer “reduzir as tensões”. 
 
“Não adianta haver confronto neste momento, não faz bem para ninguém e é péssimo para o país”, disse, reduzindo o tom contra os adversários políticos.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

14 Comentários

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  1. Que ninho de cobras. O

    Que ninho de cobras. O general foi direto na jugular do capitão. Se fazem assim entre eles, imaginem, no poder, o que farão com o povo.

  2. Ciro chama general Mourão, de “jumento de carga”

    O candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse, em sabatina promovida pelos jornais “O Globo”, “Valor Econômico” e pela revista “Época”, realizada nesta quarta-feira (12), que o general Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), é um “jumento de carga”.

    Ciro disse ainda que, caso eleito, em seu governo militar não pode falar de política. Quer as Forças Armadas altivas. Mas ele será o chefe.

    Sobre a declaração do Comandante Villas Boas que próximo presidente pode não ter legitimidade, Ciro foi ainda mais ácido.

    “Estaria demitido e provavelmente pegaria uma ‘cana’. Mas deixa eu explicar, ele está fazendo isso para tentar calar a voz das ‘cadelas no cio’ que embaixo dele estão se animando com essa barulheira. Esse lado fascista da sociedade brasileira. Esse general Mourão, que é um jumento de carga, tem uma entrada no Exército e agora se considera tutor da nação. Os brasileiros têm que deixar muito claro que quem manda no país é o povo”, disse.

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    A contundente declaração de Ciro Gomes, deixa claro que a extrapolação dos militares ao afirmarem que não permitiriam que Lula fosse candidato, têm que ser respondida a altura. E só um Ciro que nunca disse que tem aquilo roxo, o fêz.

    Hadad, com a docura que lhe é característica, jamais peitaria de frente.

    Na postura política tipo “Lula, paz e amor”, tentaria “comer o mingau pelas beiradas”.

    Vamos ver o desenrolar disso. Como será o coice do muar?  

  3. E os bolsominions achando que

    E os bolsominions achando que o PT enviou o homem da faca. E não adianta desenhar pra eles, o negócio é fazer um meme. Se bem que ainda estou a procura do sangue. Já examinei as fotos até com lupa, mas ainda não achei nem uma gotinha.

  4. General prestando continência a capitão é o rabo abanando o cão

    Nunca desceu garganta abaixo o general vice do capitão. Não prestei serviço militar aos 18 anos, mas conheci de perto a poderosa hierarquia militar quando fui caixa avançado do BB no quartel do 9º GAC – Grupamento de Artilharia de Campanha, em Nioaque (MS), durante 10 meses, em 1984. Costumo dizer que foi meu serviço militar. Vi coisas, já relatadas aqui, há algum tempo. 

    O que explica o comportamento do general é o seguinte. Geisel escolheu o sucessor, Figueiredo. O problema: Figueiredo era general, mas de 3 estrelas, e um general de 4 não presta continência a um general de 3. Pelo Almanaque do Exército, Figueiredo receberia a quarta estrela somente dali 2 ou 3/4 anos. Geisel atropelou o almanaque , deu a quarta estrela pro Figueiredo na frente dos outros, e Figueiredo virou general-presidente-ditador. De quatro estrelas. 

    É inimaginável o general Etchegoyen batendo na porta do capitão-presidente pedindo licença para entrar. 

  5. Digo e repito, se Bolsonaro
    Digo e repito, se Bolsonaro se eleger as chances dele sofrer um atentado são enormes. Mas atentado de verdade, não essa merda de atentado de bosta que inventaram

    Seria a forma mais rápida e dentro da lei, da FFAA chegar ao poder sem dá um tiro.

    Se eu fosse o Bolsonaro ficava esperto.

  6. Tudo muito estranho

    Ao que tudo indica o capitão nazista bateu no teto na intenção de voto e a sua rejeição é altíssima, podendo invializar a sua vitória, apesar de todo o esfoço de parte do Ministério Público para ajudá-lo. O capitão nazista é “vítima” de um seguidor bolsonarista, ferido, está recluso num quarto de hospital. Aproveitando-se da situação, o general nazista entra com um pedido para substituir o capitão nos debates. Repito, estaria o consórcio golpista preparando uma solução Sarney, como em 1985? Qual é o percentual de rejeição do general nazista? Diante de um provável estado de comoção, o general nazista aprofeitaria para tentar faturar politicamente, e no poder, como Hitler, implantaria uma ditadura e nomearia o Barroso para ministro da justiça. Tudo muito estranho.

  7. o fascismo é o caos no poder

    Nada de novo; já me disseram aqui que os fascistas eram ‘disciplinados’ – isso é pura propaganda. A realidade histórica é que o fascismo é uma luta de cãos bravos pelo poder, um caos institucioinalizado, um engolindo o outro com todos os recursos possiveis. Isso inclui atentados contra a vida do ‘lider’  – Hitler sofreu vários atentados ‘internos’ na luta pelo poder e promoveu várias ‘queimas’ como a ‘noite das facas longas’ (isso fica para especulação….). Um governo do fascista vai ser o caos interno com lutas violentas pelo poder, algo que já se ve hoje em toda a fascistada encruada no judiciário, nas policias/milicias e forças armadas.

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