Ibope retira Lula e não divulga dados com Haddad em pesquisa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – Da mesma forma como fez o Instituto Datafolha, o Ibope também decidiu suspender a pesquisa que incluía o ex-presidente Lula como candidato à Presidência da República. Mas ao contrário de sequer fazer as perguntas, como decidiu o Datafolha, as questões do Ibope já estavam formuladas e foram modificadas no mesmo dia em que os entrevistadores foram às ruas.
 
A relação de intenções de voto para a Presidência da República trazia, originalmente, dois cenários: um que Lula foi incluído e outro sem o líder petista. Mas após a determinação do TSE de cassar o registro da candidatura de Lula, o Ibope decidiu perguntar apenas sobre o cenário que envolve Haddad e, minutos antes da sua divulgação, decidiu suspender a publicação dos resultados.
 
De acordo com nota divulgada pelo Instituto, a não divulgação ocorre porque o Ibope decidiu consultar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o que fazer. Em resposta, o ministro Luis Felipe Salomão preferiu se isentar de um posicionamento e disse que não compete ao Tribunal manifestar sobre isso.
 
A pesquisa já havia sido registrada no TSE no dia 29 de agosto e ouviu 2002 pessoas no dia 1º de agosto, sábado, ou seja, horas após os ministros decidirem barrar a candidatura de Lula. Assim, os entrevistadores, por orientação do instituto, decidiram apresentar apenas o cenário com Haddad.
 
O Ibope informa que só irá dvulgar as respostas da pesquisa após o TSE autorizar. Entretanto, Salomão disse que a Corte não irá analisar este pedido. A resposta do ministro guarda relação com possíveis recursos de Lula na própria Corte e que, portanto, ele não poderia se manifestar antecipadamente sobre o caso.
 
“Revela-se inviável a manifestação em consultas, durante o período eleitoral, ante o risco de antecipação de conclusões jurídicas relacionadas a possíveis demandas futuras”, disse o ministro.
 
Além disso, considerou que o Ibope, por não ser candidato ou partido político que participa das eleições, não pode entrar com esse tipo de ação no TSE. “erifico, de plano, ilegitimidade do Ibope para realizar consultas nesta corte, uma vez que não se trata de autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político”, completou.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

13 Comentários

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  1. A pesquisa foi divulgada
    A pesquisa foi divulgada já.

    https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/06/politica/1536188601_922459.html

    Ibope: Ciro sobe e empata com Marina em segundo lugar na pesquisa sem Lula
    Após adiar divulgação, instituto divulga levantamento que já não inclui Lula, vetado como candidato pelo TSE
    OtrosConéctateEnviar por correoImprimir

    Bolsonaro na periferia de Brasília. ERALDO PERES AP
    EL PAÍS
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    5 SET 2018 – 20:55 BRT
    Ciro Gomes (PDT) cresceu três pontos e empatou com Marina Silva (REDE) em segundo lugar, ambos com 12%, na corrida à Presidência, quando se considera o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, vetado pela Justiça Eleitoral, fora da disputa. Jair Bolsonaro, candidato de extrema direita do PSL, segue na liderança, com 22%. Esses são dados da pesquisa Ibope divulgada no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quarta-feira, realizada já sem considerar a candidatura do petista, impugnado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com base na Lei da Ficha Limpa, na madrugada de sábado. O levantamento, que ouviu 2002 pessoas entre os dias 1º e 3 de setembro, é o primeiro realizada desde que começou a ser veiculada a propaganda eleitoral gratuita, em 31 de agosto.

    Veja os números dos principais candidatos na pesquisa. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.

    Cenário sem Lula (entre parênteses o índice de cada candidato na pesquisa anterior entre 17 e 19/08)
    Jair Bolsonaro (PSL): 22% (20%)

    Marina Silva (Rede): 12% (12%)

    Ciro Gomes (PDT): 12% (9%)

    Alckmin (PSDB): 9% (7%)

    Haddad (PT): 6% (4%)

    Alvaro Dias (Podemos): 3% (3%)

    João Amoêdo (Novo): 3% (1%)

    Guilherme Boulos (PSOL): 1% (1%)

    Henrique Meirelles (MDB): 2% (1%)

    João Goulart Filho (PPL): 1% (1%)

  2. Então … complicado isso né, pessoal?

    Agora a pesquisa vai pra máquina de moer mentes .. estadão,folha, o globo, correio brasiliense e outros reaças da mídia.. etc JN .. Globo News… JP, Bandnews, CBN … ou seja, pro colo da seis famílias que comandam a comunicação no Brasil. Pergunto: o que o PT vai fazer? Como saberemos se está havendo ou não a tal transferência de votos? 

     

  3. Não nos enganemos: Isso é só

    Não nos enganemos: Isso é só para justificar o grande golpe que será aplicado no dia da eleição, a grande fraude das urnas eletrônicas.

  4. Já me decidi: vou votar no Bolsossauro com uma condição

    Se o Bolsonaro me convencer de que a violência é a solução, e não o problema, eu voto no Bolsobosta.

  5. Dados da pesquisa que foram

    Dados da pesquisa que foram escamoteados e que, provavelmente, expliquem os chiliques da tchurma:

    Reportagem de Daniel Bramatti no Estado de S.Paulo informa que o potencial de transferência de votos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Fernando Haddad (PT) aumentou nas duas últimas semanas, segundo a série de pesquisas Ibope/Estado/TV Globo nas eleições 2018. O instituto perguntou aos entrevistados se, com Lula fora da disputa e declarando apoio ao ex-prefeito de São Paulo, eles com certeza votariam, poderiam votar ou não votariam de jeito nenhum em Haddad.

    De acordo com a publicação, a parcela que, nessa hipótese, votaria “com certeza” no ex-prefeito subiu nove pontos porcentuais, de 13% para 22%, desde 20 de agosto, quando o Ibope fez pela primeira vez essa pergunta. E os que “poderiam votar” passaram de 14% para 17%. Os porcentuais se referem ao universo total de entrevistados, não apenas aos que simpatizam com Lula.

    Os que não votariam em Haddad apoiado por Lula em nenhuma hipótese ainda são a maioria absoluta do eleitorado, mas essa parcela caiu de 60% para 53% em duas semanas, completa o Estadão.

    Ora, 22+17 são 39%. Exatamente os votos de Lula ;D

  6. Fachin rejeitou mais um recurso do Lula no $TF

    Fachin deixou de prover recurso do Lula interposto no $TF sob a a alegação de que a decisão do Comitê da ONU tem apenas efeito eleitoral, e não criminal.

    Oh, Cara Pálida, qual foi o efeito eleitoral da liminar concedida pelo Comitê da ONU?

    Ora, nenhuma. Baila na boquinha da garrafa, Fachin.

  7. Se Lula não foi incluido e
    Se Lula não foi incluido e Haddad ja fez parte de pesquisas anteriores porque a necessidade de consulta ao TSE?
    Mal contada essa historia…

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