Marília Arraes diz que acordo com PSB só prova que sua candidatura tem condições de ganhar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Robério Sá

Jornal GGN – Na tarde desta quinta (2), durante encontro do diretório do PT em Pernambuco, a vereadora Marília Arraes voltou a afirmar que vai insistir na candidatura própria ao governo do Estado, em oposição à tentativa de reeleição de Paulo Câmera (PSB). No dia anterior, a executiva nacional do PT anunciou acordo com o PSB que envolve o compromisso de retirar a candidatura de Marília. O recuo seria uma exigência do PSB para não apoiar nenhum candidato à presidência da República.
 
Marília disse que o que o PSB fez com o PT foi “chantagem e que “toda essa reação dos adversários mostra que tendo candidatura aqui em Pernambuco, nós ganhamos a eleição.” 
 
A retirada da candidatura de Marília dividiu o partido e a militância. No Twitter, o deputado federal Wadih Damous considerou a decisão um grave erro político.
 
Há pelo menos 12 anos o PT não apresentava um candidato competitivo o suficiente para retirar o grupo do PSB de Eduardo Campos (morto em acidente aéreo durante a eleição de 2014) do poder.
 
Segundo Marília, sua candidatura é uma construção da base do partido e não pode ser interpretada como puro desrespeito à resolução da executiva, devendo a militância ser respeitada.
 
“Aqui ninguém está sendo subversido. Aqui ninguém está desrespeitando posicionamento de superior. Nós respeitamos os posicionamentos divergentes. Temos respeito aos companheiros e dirigentes que pensam diferente de nós, mas temos a obrigação de representar a base do PT e o que o povo de Pernambuco está querendo.”
 
A intenção de Marília é reunir a maioria dos delegados em torno da aprovação de um resolução local pela apresentação de candidatura própria ao governo. Com isso, ela pretende pressionar a cúpula nacional a rever o acordo.
 
A vereadora ainda destacou que não tem como o PT fazer um acordo de “gabinete” e forçar o partido a subir no palanque do PSB após anos de oposição.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Aliança PT x PSB
     A discussão em torno da aliança do PT com o PSB (na verdade, é só um acordo) tem se restringido a avaliar o impacto sobre Pernambuco e Minas Gerais. Em Minas Gerais, a retirada de Márcio Lacerda pode não ajudar a candidatura de Pimentel, porém não atrapalha. A questão de Pernambuco, pela qual tentam criar uma grande comoção, pode ser justificada sobre dois aspectos: 1) mesmo sendo  ruim e mal avaliado, o governo Câmara não pode ser considerado uma ameaça à esquerda e, tampouco, ao PT; 2) a candidatura da jovem Marília é uma faca de dois gumes. Assumir o governo estadual nas circunstâncias atuais, com crise, sem maioria etc. poderá “queimar” o futuro da candidata e do PT no Estado. Talvez seja mais prudente ela se candidatar a deputada federal, tentar ser uma puxadora de votos e reforçar a bancada petista na Câmara. Isso é muito necessário. Além disso, há dois pontos que estão sendo relegados. Primeiro, a necessidade de se conter o risco Ciro Gomes: apesar da aliança com as forças direitistas ter sido frustrada, se algum candidato tucano (Álvaro Dias ou Alckmin) não decolar, Ciro ainda pode, ou poderia, no decorrer da campanha, se tornar o plano B dos golpistas. E seria o único candidato a ameaçar a hegemonia da esquerda em um segundo turno. Em segundo lugar, a aliança com o PSB abre uma perspectiva inédita em São Paulo. Acho até que a questão paulista motivou o acordo. Pelo cenário que se desenha, Márcio França e Dória irão para o segundo turno em SP, e Dória está queimadíssimo, principalmente na capital. Nesse contexto, em um eventual segundo turno, França ficaria em uma situação que teria que se aliar ao PT, pois, com Alckmin ou com Bolsonaro no segundo turno, o opositor dele seria um tucano (Dória) e aliado de Alckmin (seu candidato de primeiro turno). Essa bagunça na eleição paulista possivelmente beneficiará o PT no segundo turno e pode ser o motivo, “inconfessável”, do acordo com o PSB.

     

    1. Vejo que vc não sabe nada do que se passou/passa em PE

      Seguinte: Paulo Câmara é um fantoche escolhido por Eduardo Campos pra funcionar como seu fantoche. Mas Eduardo morreu e o fantoche ficou aí governando nosso estado. Claro que pra vc isso não faz a mínima diferença, mas nós estamos há três anos e meio sem um governador de verdade e vc vem dizer que não faz mal completar oito anos nessa situação, que é até bom que Marília não se queime como governadora nesta situação difícil. Não estamos preocupados com a carreira de Marília, que, obviamente, vai se dar bem no final. Estamos preocupados com o povo pernambucano. 

      Não sei o que vc considera “uma ameaça à esquerda”, mas em 2014 Câmara apoiou Aécio no segundo turno e em 2016 liberou secretários com mandato de deputado para irem votar a favor do impeachment de Dilma. Isso tudo certamente instruído pela eminência parda do PSB em Pernambuco, a viúva de Eduardo, Renata. Gente que só obteve o prestígio que obteve junto ao povo de Pernambuco graças ao apoio do PT quando o partido esteve na presidência. Na primeira oportunidade, voltaram-se contra.

      Quem quiser que confie neles nesse “acordo” furadíssimo que não promete nem apoio, mas uma suposta neutralidade – e, pelo que entendi, apenas no primeiro turno. Troca-se o certo pelo duvidoso, pois não acredito que Pimentel vença mesmo com a saída de Lacerda (que não o apoiará). Perderemos Minas, Pernambuco e o gás da militância petista em um dos estados que mais vem apoiando Lula.

      Ah! Pra completar, a mídia faz o carnaval em cima da burocratização do PT: “que horror!” 

       

  2. A Marília Arraes está

    A Marília Arraes está certíssima. Tem que impedir essa manobra traiçoeira da direção nacional. O Lula tem entre 30% a 40% no primeiro turno e o candidato que ele indicar terá algo em torno de 30% dos votos. Não faz sentido abrir mão de uma candidatura tão importante quanto a da Marília Arraes sendo que não há vantagens para a candidatura do Lula com a neutralidade do PSB.

    Além disso, a Marília Arraes representa uma importante renovação no PT. Ela dá uma nova cara ao PT e melhoraria a imagem do partido para toda a sociedade. Ainda há tempo para a direção nacional voltar a trás dessa decisão covarde e injusta. 

  3. Num país como o Brasil, essas

    Num país como o Brasil, essas contradições entre o local e o nacional vão sempre existir. Agora, se um partido decide formar coalizões, e não correr sozinho, parece claro que a estratégia deve ser tomada pela executiva nacional. Se der errado, que se derrote essa executiva em novas eleições internas. E aí, ficar “lavando roupa suja” fora de casa é tudo que os adversários desejam.

    E aborrece até os aliados.

    A falta de alguma coisa que possa ser chamade de “Programa de Governo” dá nisso aí, o apelo ao personalismo.

    É isso que tem deixado o Professor Wanderley Guilherme dos Santos enjoado. Por que esse enfado, essa demora, essa inapetencia em botar no papel o que o do partido fez até agora e o que quer fazer no futuro?

    Essa estrutura toda de sede nacional, estadual, municipal, executivas, diretorios, etc, serve para que, pra tomar cafezinho?!

  4. o PT prefere o traidor Câmara a estrela Marília.

    Pode ter certeza que Marília Arraes já desperta uma ciumeira danada nos caciques do PT de olho no possível espólio político de Lula. Marília tem potencial para logo logo ser uma figura exponencional do PT a nível Brasil. Lula preso está sendo alvo fácil de manipulações dos líderes petistas que não lhe contam toda verdade que se passa aqui fora.

    1. Muito ciúme e além disso MULHER

      Marília tem enorme potencial. Abandonou o PSB fundado por seu avô por discordar dos rumos  e se filiou ao PT, levando sua bandeira às bases. Será em 2018 ou em 4  anos a primeireira governadorA  em um estado dominado por homens. Isso provoca muita inveja dentro e fora de Pernambuco.   Aqui uma ótima entrevista com ela há um mês atrás:

      https://m.youtube.com/watch?v=ahLTKmDqK0I#fauxfullscreen 

  5. Barrabás!

    Que maravilha, Marília é eleita governadora de Pernambuco e Bolsonaro ou Alckmin, presidente do Brasil.

    Vá enxergar a árvore em vez da floresta, assim, lá em Taubaté.

    Impressiona a facilidade com que busca-se uma casca de banana para chamar de sua e escorregar sofregadamente, sob risos golpistas.

    Quando enxergará-se cristalinamente que apenas Lula reune condições de impedir que vençam a eleição e legalizem o golpe ( daí tanto o perseguirem para que não seja candidato), necessitando para tanto, principalmente se impedido e necessário o ‘Lula Linha’, de todo apoio disponível, pouco importa de onde, desde que para derrotar o golpe. Enquanto Ciro divide em qualquer situação que não seja o candidato, e sendo, os golpistas vencem com pé nas costas, pelo simples fato que Ciro é e continua sendo o maior inimigo de si.

    Escolhemos-no ou pedimos a Globo perguntar a massa, quem preferem não crucificar? 

    1. Francisco, isso que você

      Francisco, isso que você falou deveria ser registrado em cartório e daqui alguns meses quando ocorrer o óbvio ululante: o Lula não poderá concorrer e esse movimento do PT, além de prejudicar a Marília e o Ciro, deu uma forcinha para o Bolsonaro e o Alckmin. Quando isso ocorrer você deveria ser submetido à uma surra em praça pública.

  6. Não desista Arraes !!!

    Mais sintomas da degeneração do partido. Se bem que estes já são até crônicos, tantos foram os casos de sufocamento de candidaturas estaduais, ao longo dos últimos anos, em nome da “realpolitik” dos acordos de gabinete.

    O PT não está interessado na militância de base ou em respeitar as decisões desta base, ou em permitir que novas lideranças floresçam e cresçam renovando o partido. Esse partido que representou durante mutios anos a esperança de ruptura com o sistema não existe mais. Infelizmente o que o pt quer hoje são seguidores fanáticos e acríticos, reunidos em torno de mantras repetidos à exaustão, diante do mais leve grau de discenso. Quem não segue a linha da direção é “cego que não vê a floresta”, é “traidor”, “quinta coluna” e por aí vai. É uma espécie de stalinismo de sarjeta, uma caricatura degenerada do original, misturada à íntima convivência e ao pleno domínio do “modo de fazer” política no Brasil: financiamento eleitoral, marketagem de alto coturno e campanhas milionárias.  

    O projeto de retornar ao poder, que insiste em se manter bovinamente dentro da (des)ordem golpista, é a única coisa que importa. O partido hoje, tenta apenas grantir seu lugarzinho ao sol nesta podridão que é o sistema político brasileiro. Não há sinal de ruptura. Nem mesmo a campanha de “libertação” de Lula é capaz de dar o mais leve passo fora da ordem estritamente delimitada pelo golpismo. 

    Não nos iludamos, nada vai mudar! Qualquer partido sério diante do cataclisma que sofreu, faria um gigantesco esforço de se renovar, de fazer uma balanço histórico de sua experiência no poder, e de como foi de lá expulso a pontapés, de realizar uam profunda autocrítica e sobretudo de renovar suas lideranças.

    Não vai acontecer. 

    A mensagem é: esse modelo deu certo e vamos voltar ao poder com ele. Ame-nos ou deixe-nos. 

  7. candidatura Araes

    Não estamos em condições de privilegiar projetos individuais, nossa única chance de retomar o Brasil das mãos dos golpistas é com esse acordo em torno de Lula e/ou um substituto identificado com um projeto de reconquista e retomada do projeto interrompido pelo golpe. Pela primeira vez o PT age com responsabilidade e não se deixa manipular por aproveitadores do nível de Ciro Gomes e não pode ceder a alguém que já brigou em outro partido para impor seus projetos pessoais e por tudo a perder. Já vimos no que deu aceitar pessoas de fora, que quando as coisas ficaram dificeis, abandonaram o barco, tipo Delcídio e tantos outros.

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