Meirelles admite trocar PSD pelo MDB para disputar Planalto

“A melhor política social que existe é a criação do emprego”, diz ministro após IBGE mostrar fracasso do governo neste ponto  
 
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(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
 
Jornal GGN – O ministro da Fazenda e pré-candidato, Henrique Meirelles, admitiu que poderá trocar o PSD pelo MDB para disputar as eleições presidenciais. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo em entrevista que concedeu.
 
O ministro destacou que analisa sua candidatura junto com o presidente Temer que poderá concorrer no seu lugar. “Eu e o presidente estamos juntos nesse projeto e vamos chegar a um acordo”, afirmou. 
 
A sua saída do PSD poderá se configurar se o presidente licenciado da sigla e atual ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, decidir ocupar a vaga de vice na provável chapa ao governo de São Paulo junto com o atual prefeito paulista João Doria (PSDB). Se o cenário for confirmado, em troca o PSD irá apoiar a candidatura do governador tucano Geraldo Alckmin ao Palácio do Planalto.
 
Meirelles comentou, ainda, que estuda a competição e conversou com marqueteiros Duda Mendonça, Eduardo Fischer e Fábio Veiga, este último contratado para cuidar da sua imagem no Twitter e Facebook. “Estou fazendo pesquisas qualitativas que mostram o potencial de crescimento e vamos avaliar o cenário. Não tomo decisões por um lampejo”, completou.
 
O ministro disse ao jornal que as denúncias que pesam contra o governo Temer e a baixa margem de intenção de votos (cerca de 2% no melhor cenário do Datafolha) não são impedimentos para a candidatura tanto dele próprio quanto do emedebista: “Trabalho com ele [Temer] e acredito que o presidente tem feito uma administração excelente. Sou parte dela. Se for candidato, defenderei. Não tenho dúvida”.
 
Meirelles destacou, ainda, que o governo espera criar 2,5 milhões de novos empregos neste ano, defendeu a gestão por colocar sob controle a inflação e disse que “os fatos são favoráveis” para facilitar a comunicação durante a campanha da corrida presidencial. 
 
“A melhor política social que existe é a criação do emprego. Além disso, vamos reforçar e, se necessário, ampliar o Bolsa Família”, disse completando que recursos para saúde e aumento da arrecadação também são políticas “fundamentais”. Entretanto ao ser questionado sobre o teto dos gastos públicos que congelam a arrecadação para áreas como saúde, respondeu que a medida “preserva o piso de investimentos” nesse tipo de investimento público, sem explicar de que forma essa mágica acontece.
 
“Mas é fundamental aprovar a reforma da Previdência para poder gerar recursos adicionais” respondeu, por outro lado, suscitando uma nova dúvida, dessa vez quanto a intervenção no Rio de Janeiro, que barra a reforma da Previdência, principal bandeira levantada até então pela equipe econômica do governo como imprescindível ao equilíbrio fiscal:
 
“A intervenção no Rio é uma prioridade, mas vai terminar em um certo momento. Aí a Previdência deverá ser votada. Se não for neste governo, será no próximo e o resultado da eleição passará a ser mais importante ainda”, rebatendo em seguida as críticas de que a intervenção com o Exército no comando foi uma medida eleitoreira. 
 
Ainda sobre as eleições, o ministro negou que poderá sair como vice em alguma chapa: “Eu não sou candidato a vice. Não tenho interesse”. Ele também se posiciona como ‘candidato do centro’, termo que está sendo repetidamente utilizado pela imprensa para definir candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), deslocando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) como candidato da extremidade esquerda, como oposto equivalente, só que da direita, a deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). 
 
“A candidatura (de centro) colocada de fato na mesa é a do Geraldo Alckmin. O Rodrigo Maia está dentro dessa discussão se é candidato. Certamente haverá um candidato apoiado pelo governo. O mais provável é ser o presidente ou eu próprio”. Leia a entrevista na íntegra aqui. 
 
Vale destacar aqui que, se o objetivo de Meirelles ou de qualquer outro candidato apoiado pelo Planalto a eleição presidencial é defender a política de criação de empregos, a margem de sucesso na estratégia parece baixíssima. Isso porque pesquisa da Pnad/IBGE divulgada nesta sexta-feira (23) mostra que o desemprego está praticamente estável com 13,2 milhões em país. 
 
A população de “subempregados”  (a soma de desempregados com aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais, ou seja, trabalhadores informais), como classificou o instituto de alcançou  26,4 milhões em todo o país, ou 23,6% da população brasileira economicamente ativa. 
 
 
Redação

13 Comentários

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  1. Mas o Meirelles JÁ combinou

    Mas o Meirelles JÁ combinou com a cupula do MDB?

    É um misterio da natureza, o que faz um homem com essa idade e perfil, 110% ligado ao financismo, achar que poderá ser ELEITO Presidente da Republica, precisa de mais de 55 milhões de votos no 2º turno,  desses 90% são pobres, como será?

      1. E como se fará essa eleição

        E como se fará essa eleição indireta? So queria entender.

        Meirelles quer ser Presidente desde 2002, se ofereceu a todos os partidos.

  2. Meirelles…..

    Quando o gato não está na casa. Ou foi de forma canalha, retirado dela, os ratos de esbaldam. E está aparecendo rato de todo canto. Povavelmente será descoberto um ninho deles na Urna Eletrônica.  

  3. Curiosa a trajetória deste cidadão:

    foi presidente do Banco Central durante o governo Lula, conseguindo realizar administração até razoável, ia ficar no governo Dilma, mas falou besteira (“só fico se tiver autonomia total”),  depois, no ministério da fazenda tratou de atrapalhar o que ele mesmo realizou no Banco Central na gestão Lula, e durante essa jornada mudou algumas vezes de partido.

    Ou seja, “faz tudo o que o patrão mandar”. Não é este tipo que o Brasil precisa para crescer novamente.

    Ele faz lembrar o episódio do encontro do Sílvio Santos com o Roberto Marinho. Naquela época a Globo estava tentando contratar o Gugu Liberato, tirando-o do SBT. E com isso o SBT perderia drasticamente audiÊncia e faturamento.

    Pois bem, os dois capos se reuniram no Rio de Janeiro e a Globo desistiu do Gugu.

    Durante estas tratativas o Sílvio esteve com um tal de Boni, que era endeusado pela imprensa. Depois de alguns dias., o Sílvio Santos teria comentado algo como “esse Boni vai ser empregado a vida inteira, ele não serve para ser dono”.

    Não é muito parecido?

  4. Ele é o melhor entre os candidatos

    Não me importo com o partido… Me importo em escolher o candidato mais quailificado, que não possui vícios políticos, que faça uma nova política, que venha da iniciativamente privada e que já tenha experiência e capacidade para fazer, por isso irei votar nele!

    1. A sua nova politica é não

      A sua nova politica é não saber nadica de nada dos vicios politicos do “novo” politico que na verdade é mais velho do que caranguejo andar prá trás….kkkkk

  5. Esse ai tem os piores vicios

    Esse ai tem os piores vicios da velha politica, inclusive o enriquecimento (ilicito?) não explicado….

    “Homem mais poderoso da economia do país, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles recebeu, três meses antes de assumir a pasta, R$ 167 milhões em contas que ele mantinha no exterior e que foram usadas para receber pagamentos de grandes empresas, incluindo a J&F, do delator Joesley Batista.

    O ministro recebeu, ainda, outros R$ 50 milhões quatro meses depois de ocupar a Fazenda.

    https://www.buzzfeed.com/filipecoutinho/meirelles-consultoria-217-milhoes?utm_term=.rod5B3NK6#.xbND8jOn4

     

    …..aliás, foi por causa da grana gasta aos montes que, totalmente desconhecido dos goianos, pois sempre viveu nos EUA, foi o mais votado para deputado federal pelo PSDB-GO…

    …essa gente jura de pés juntos que, por terem, com base em processo fraudulento, retirado Lula da disputa, qualquer um da direita terá vitória garantida…

    Como Dória, Meirelles gastou algumas dezenas de milhões de reais do próprio bolso….

    https://www.cartacapital.com.br/politica/como-doria-meirelles-financiou-a-propria-campanha-em-2002

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