O Brasil precisa ter um projeto que una o povo, diz Manuela

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Portal Vermelho

“O Brasil precisa ter um projeto que una o povo”, diz Manuela

Em entrevista ao jornal Diário do Pará, publicada neste domingo (29), a pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, voltou a defender a unidade do campo progressista nas eleições de outubro para derrubar a agenda de reformas imposta pelo golpe de 2016 e que construa um projeto nacional de desenvolvimento.

“O papel da minha candidatura é a defesa do Brasil e da ideia de que o Brasil não precisa punir cotidianamente o seu povo. Não precisamos ser eternamente um dos países mais desiguais do mundo. As saídas não são aquelas que colocam pessoas como números em planilhas, administrando quem vai viver e quem vai morrer, qual criança que merece viver, como minha filha, que está me acompanhando. Eu acredito, e minha candidatura está à serviço disso, que o Brasil precisa ter um projeto para se desenvolver, que una o povo”, defendeu Manuela.

A presidenciável destacou que a unidade do campo progressista é possível. “Temos condições de ter algo nesse sentindo unindo a maior parte do povo brasileiro, não é 50% mais um. É 99% do povo. São só os bancos e o rentismo que ganham com a destruição do país. Existe como desenvolver o Brasil sem colocar no centro do projeto o enfrentamento às desigualdades regionais e de gênero e raça? Não existe”, salientou. 

Manuela destacou que o PCdoB tem feito um esforço para construir essa unidade. “Na última reunião da direção da Nacional o centro da discussão foi esse: a manutenção da nossa candidatura diante de um quadro de não-unidade, de não-saída para o nosso campo político. Mas eu também acredito que o lado de lá enfrenta seríssimas dificuldades. Ou seja, não dá para ter 97% de reprovação para um governo por causa da cara do presidente, é por causa do projeto. E eles representam esse projeto”, enfatizou a presidenciável. 

“Nós defendemos a unidade do nosso campo político desde sempre”, frisou a gaúcha, recordando que desde a redemocratização, o PCdoB defende a unidade para derrotar o então candidato Fernando Henrique Cardoso. “Nossa defesa da ampliação da rede política é algo antigo porque, para nós, mais que o protagonismo individual, nós temos urgência em derrotar esse projeto, que é o projeto Temer [presidente da República pelo MDB], [Geraldo] Alckmin [candidato à presidência da República pelo PSDB], [Jair] Bolsonaro [candidato à presidência da República pelo PSL], até mesmo o da Marina [Silva, candidata à presidência da República pela Rede]”, apontou.

Manuela deve ter seu nome confirmado na Convenção Nacional do partido, programada para o próximo dia 1º, em Brasília. Ela esteve em Belém na última quinta-feira (26), para participar de um congresso do setor da saúde em que apontou suas propostas para tirar o país da crise.

Para ela, a revogação da Emenda 95, do teto de gastos e o fortalecimento do SUS são algumas das medidas que devem ser tomadas para melhorar a saúde pública.

Ela defendeu ainda uma reforma do Estado Brasileiro “para que, ao mesmo tempo em que a gente combate a corrupção, a gente não impeça os investimentos públicos no sistema”.

“É preciso garantir transparência, controle e combate à corrupção com menos judicialização. Isso é o que chamamos de reforma do Estado”, apontou. 

Ela propõe também a ampliação da Contribuição Social de Lucro Líquido (CSLL), que hoje é de 9% e seria elevada para 18%. “Na nossa compreensão, os municípios são aqueles, que investem mais 50% na Atenção Básica, por exemplo, e um terço do total de investimentos no restante, em média. E recebem menos de 20%. Então não nos adianta imaginar o aumento do financiamento do SUS sem imaginar uma nova forma de distribuição que valorize mais esse trabalho dos municípios brasileiros”, argumentou.

Sobre o papel da Amazônia em seu projeto de desenvolvimento, Manuela disse que é impossível pensar um projeto sem “desenvolvimento sustentável” e não contar com o “potencial que a floresta em pé e os minérios dessa região representam para o Brasil”.

“Para nós, o desenvolvimento do século 21 é o que mantém as riquezas e as explora de forma sustentável, mas que garante que o nosso país ocupe posições, sobretudo na disputa científica, com relação a esse território tão rico que é a Amazônia. O povo da floresta precisa viver com dignidade. Não dá para ter um olhar de Audeste e Sul sobre uma região riquíssima com desigualdade avassaladora. Precisamos garantir condições para que o meio ambiente seja preservado. Não podemos ter um olhar que não leve em consideração de que aqui está a população sobre a terra mais rica do planeta e convive com muita pobreza”, frisou.

Questionada sobre a sua defesa a liberdade do ex-presidente Lula e as especulações sobre a possibilidade de ocupar a vice na chapa do ex-presidente, Manuela disse que repudia a prisão de Lula “desde sempre porque acho que não corresponde às leis, à Constituição e o conjunto de leis do Brasil”.

“Acho que a prisão de Lula é política, consequência de um julgamento político feito por um juiz [referindo-se se ao juiz federal Sérgio Moro] que até de férias julga. Que anda ‘serelepeando’ por aí acompanhado dos tucanos. Tirou, absolutamente, a venda que deveria ter dos olhos”, acrescentou. 

 

 

Do Portal Vermelho, com informações do Diário do Pará

 

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. O que é preciso é parar com lero-lero.. .

    Ela e os demais dirigentes do PCdoB, PSOL e etc… precisam entender que o único projeto que une o povo brasileiro é o retorno a normalidade democrática com a libertação imediata de Lula e a punição aos golpistas .

     

  2. O povão está unido em torno do lulismo

    Esse projeto já existe e está aí aprovado pelo povo. Faltam os outros caciques políticos pararem de brincar de tomar chazinho na casa grande e correr para o abraço com a senzala, como faz Lula.

  3. Desenvolvimento com união.

    Que o Brasil precisa de um plano desenvolvimentista, e que paralelamente a isso, una a sociedade, qualquer pessoa minimamente esclarecida, sabe, porém antes de mais nada, é preciso que os governantes( em todos os níveis) tenham vontade política pra isso, e falar disso nas antevésperas de eleições, parece plano eleitoreiro, e aí todos os que “pensam” o país, caem na vala comum das promessas impossíveis de serem cumpridas, sem que haja, antes de mais nada, compromisso com a nação, e vontade política destemida.

    Quando da primeira eleição do Lula, quando nem os mais fiéis militantes do partido, acreditavam que ele conseguiria cumprir o que prometera, na Carta aos Brasileiros, e com as bases partidárias, dadas as esperadas dificuldades, que enfrentaria num Congresso não-aliado, e com a “herança maldita” deixada pelo neo-liberalismo do governo FHC, e ele, lutando contra tudo( política viciada) e contra todos(uma oposição empedernida e acostumada a manter os privilégios da Casa Grande) foi até difícil enxergar que com a vontade política do Presidente, e com o apôio de um staff, que tinha no comando, o Jose Dirceu, não somente foi possível, reverter aquele status perverso que existia desde a proclamação da República, como deu pra antever, que era perfeitamente possível, avançar sem jogar a classe rica contra a pobre, e sem perder a credibilidade da banca internacional.

    Resumindo: Não dá pra sonhar com pleno desenvolvimento, nem com uma sociedade unida e cidadã, sem um Presidente comprometido com todos, independente das simpatias partidárias do seu povo.

    E, sinceramente, não vejo nenhum dos atuais candidatos à sucessão presidencial, que tenha tanta capacidade( e experiencia) que o Lula.

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