Olhando para 2022, Maia fala de “lunáticos” no governo e comenta Moro na disputa

Ainda não há a confirmação se o DEM retomará os planos de 2017, quando quis lançar o deputado à Presidência da República.

Foto: Isac Nóbrega/PR

Jornal GGN – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem marcando presença em manchetes dos jornais nos últimos dias, mantendo críticas ao governo de Jair Bolsonaro, sem ataques diretos, e analisando publicamente o cenário de o ex-juiz Sérgio Moro entrar para o jogo político da disputa presidencial daqui a dois anos. Ainda não há a confirmação se o DEM retomará os planos de 2017, quando quis lançar o deputado à Presidência da República.

“Lunáticos conseguem prevalecer”, lançou o deputado, na noite deste domingo, ao comentar sobre o clima dentro do governo Bolsonaro para o comando do Ministério da Educação. O deputado não só atacou discretamente a atual gestão, como o faz sempre na condição de angariar espaço e evitar conflitos diretos com o Executivo, em entrevista à GloboNews, como também comentou sobre temas em pauta dos últimas dias, como a Fake News, polêmicas ambientais e recuperação econômica do país em meio à pandemia.

“As fake news passaram a ser um instrumento de estímulo ao ódio, às instituições democráticas, às ameaças à vida, à integridade física. Pra mim, passou a ser um tema vital para o futuro da nossa democracia”, foi uma das declarações, concedidas na entrevista.

Sobre o recente anúncio de um grupo de investidores internacionais que ameaçaram deixar os negócios no Brasil caso o governo de Jair Bolsonaro continue a manter uma política de desmatamento e contra o meio ambiente, Maia opinou que “o mais importante não é trocar o ministro”. “Se trocar o ministro e mantiver a mesma narrativa, não resolve nada. O mais importante é mudar a sinalização para a sociedade. Tenho certeza que atores da equipe econômica, em janeiro, foram informados; e voltaram preocupados com recuo de investidores em relação ao Brasil pela questão ambiental”, manifestou.

Uma das críticas diretas feitas ao governo, sem mencionar diretamente Jair Bolsonaro, foi sobre o núcleo que ele considera ser “lunático”, em referência ao ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, e defendendo que “os lunáticos deixem de ser relevantes nas redes sociais, na influência ao gabinete”.

Segundo Maia, teriam sido estes lunáticos que ocasionaram, também, a desistência de Renato Feder para assumir o MEC. “Talvez fosse convidado, talvez fosse um bom ministro. Agora, os lunáticos conseguem prevalecer em um debate onde a racionalidade devia ser a principal palavra”, manifestou, antes de continuar, afirmando que “um dos lunáticos” estava nos Estados Unidos e fazer referência a Weintraub.

“Eu espero que o Banco Mundial tenha juízo e saiba escolher bem os seus diretores. O Banco Mundial não merece esse tipo de política”, criticou, diretamente.

Mas mostrando que seus ataques eram a estes tais “lunáticos” do governo, sem abrir espaço de confronto incisivo com o mandatário, o presidente da Câmara também reforçou na entrevista que busca manter um bom diálogo com o Executivo, sobretudo neste momento de pandemia. “Eu fico com a tese de que o presidente compreendeu que, sem um bom diálogo com o Parlamento, sem prioridade no Parlamento, sem sentarem à mesa o presidente, o Congresso e o STF, as coisas não vão andar no Brasil.”

Por fim, o parlamentar também lançou comentários sobre a possibilidade de Sérgio Moro entrar para a disputa eleitoral à Presidência, em 2022. “Se for candidato [em 2022], é candidato fortíssimo. Eu acho até que fez um bom trabalho no Ministério da Justiça. Tivemos divergências. Ele representa uma parte da sociedade. A gente viu as últimas pesquisas com o nome dele. Ele caminha para a política e é bom que participe do processo eleitoral do Brasil. Acho que é um candidato com muitas chances de chegar ao segundo turno”, opinou.

 

Redação

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