Pactuação progressista se impõe, por Walter Sorrentino

 
Pactuação progressista se impõe, por Walter Sorrentino
 
As pressões internas e forâneas inclinam o “centrão” em direção a Alckmin. Surpreendente? Nem tanto. Nunca houve por que subestimar as forças do establishment em grandes pactuações em momentos de crise no Brasil. Um norte sempre claro: garantir os interesses das oligarquias econômicas e políticas sempre que ameaçadas por qualquer processo de mobilização popular.
 
Não haveria por que ser diferente dada a ofensiva sem escrúpulos com a ruptura do pacto democrático e mantendo Lula prisioneiro político, sem provas, em processo faccioso e no qual não se esgotou o trânsito em julgado.
 
Confirmado o bloco de forças de Alckmin, Bolsonaro ficará isolado e até poderiam sobrar duas possíveis vagas ao segundo turno, se houver. Mas o fato central, nesse caso, é que a direita se une mais que a esquerda.
 
Quatro importantes forças de esquerda e centro-esquerda, esperança das forças progressistas e democráticas, pelos interesses do povo, marcharão isoladas num quadro desses? Isolar Ciro foi intento da direita, por que a insanidade política de ajudá-la nisso? PSB neutro na eleição presidencial é isolamento também, e mesmo que involuntariamente, seria problemático alheamento de tudo que está em jogo para os destinos do Brasil. PCdoB, PT e PSOL, cada qual em sua trilha, também marcharão isolados?
 
Por que? A quem interessa? As respostas não são tão obscuras assim, invocam uma concepção de tática sobre a frente ampla em face da análise concreta da realidade concreta de forças em confronto. Isso por sua vez, indica leituras diversas sobre os riscos que ameaçam a nação brasileira, exigentes de um norte claro para mudar essa rota, a de um projeto nacional de desenvolvimento – enquanto ideário, plano e estratégias maduros para levá-lo adiante. Em distintas medidas, esses partidos e forças o subscrevem. Então, por que isolarem-se?
 
A incrível força de Lula é um esteio poderoso e pode ser posto a serviço disso. Sabendo que só as forças populares podem sustentar o rumo para, vencendo as eleições, poder tornar realidade Lula Livre.
 
Ainda face à realidade concreta, se não for possível unir a todos, que estabeleçam uma estratégia comum para garantir presença no segundo turno e ousar vencer. É possível. Uma pactuação progressiva sem vetos de nenhuma espécie.
Redação

3 Comentários

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  1. A primeira parte da campanha

    A primeira parte da campanha vai ser lutar pelos direitos e liberdades de Lula, o vice pode até vir de fora dos partidos-

  2. Wanderley Guilherme dos Santos

    Wanderley Guilherme dos Santos defneda esta posiçao do articulista há quase dois anos. Na minha modesta opinião é a melhor proposta: formular um programa de centro-equerda para enfrentar a direita com Lula candidato ou não. Isto já deveria estar concluído há sesi meses atrás ou mais …

    1. “Centro-esquerda”? Qual? Isso é só outro nome p/ “Direita light”

      De esquerda no Brasil só há PT, PSOL (esquerda sonhática…) e PC do B. O resto é direita mesmo, no máximo um pouco menos truculenta. E PC do B e PSOL nao atrapalham muito a candidatura do PT no primeiro turno, e sem dúvida serao aliados no segundo. Entao, o pacto possível JÁ EXISTE.

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