Para Erundina, manifestações foram uma explosão do anseio de participação popular

Sugerido por Rui Daher

Do Valor

Ainda em busca de utopias
 
Por Paulo Totti
 
Foi na tarde em que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que o projeto político e social do atual governo “mofou”. A ex-senadora Marina Silva fez coro: “O entulho da velha política atrapalha o Brasil”. Estes foram os momentos destacados pela mídia como os mais importantes do ato que PSB e Rede realizaram na Câmara dos Deputados, no início de fevereiro, para anunciar as diretrizes gerais de sua campanha à Presidência e vice da República. Passou despercebido o que aconteceu no início do evento, quando a plateia do lotado Auditório Nereu Ramos se deu conta de que faltava alguém na mesa diretora dos trabalhos. “Erundina! Mesa! Mesa!”, ecoou pelo salão. Sob aplausos, a deputada Luiza Erundina de Souza (PSB-SP) foi chamada ao palco. Não lhe deram a palavra, mas um lugar de honra entre figuras ilustres até de terceiras legendas, como a senadora Ana Amélia (PP-RS).
 
Menos de 24 horas depois, Erundina está no restaurante da Câmara dos Deputados para este “À Mesa com o Valor”. Aos 79 anos, a deputada revela jovial entusiasmo, não necessariamente com o que aconteceu no dia anterior – “ontem ou anteontem?” -, mas com as novidades da política brasileira. Para ela, a difusa manifestação das ruas em 2013 foi “uma primavera, uma explosão do anseio de participação popular”. E diz acreditar que a aliança PSB-Rede pode absorver e representar essa ansiedade, não só nas eleições de outubro, mas para o futuro. “Sinto-me como nos tempos de criação do PT em 1980”.

 
– Seu otimismo é comovente…
 
– O povo faz história, cria condições para rupturas democráticas. Acredite nisso.
 
Gestos teatrais ou alteração do tom de voz são tímidos ante a empolgação das palavras. É a Erundina de sempre, tranquila. E firme. Sua fala é enxuta de adjetivos. Economiza-os até quando lembra retalhos da infância na periferia de Belém do Rio do Peixe, distrito de São João do Rio do Peixe (hoje Uiraúna), a 480 quilômetros de João Pessoa.
 
Pai, mãe, dez irmãos e uma nesga de terra no sertão da Paraíba. Plantavam feijão, milho, agricultura de subsistência. E um pouco de algodão. “Com a venda do algodão, dava para comprar uma muda (de roupa) para cada filho no fim do ano.” A mãe, Enedina, fazia bolos que Erundina vendia na feira. O pai, Antônio Evangelista, era também artesão, trabalhava o couro. Conheciam-no pela produção de selas e arreios que não machucavam os animais. Mas a seca do semiárido, um ano sim, outro não, arrasava a plantação, o movimento da feira minguava, e quem compraria arreios para cavalos mortos? “A cada seca, o pai nos levava pra algum lugar pra tentar não morrer de fome nem de sede. Migrávamos. Os maiores a pé, os menorzinhos num jegue. Quando chovia, voltávamos. Braba foi a seca de 43.”
 

A escadinha de irmãos dividia-se pela metade, os cinco mais velhos eram varões. Erundina puxava a fila de cinco meninas. Os dois primeiros irmãos morreram, “por desnutrição, certamente”.

– Hoje levas de retirantes já não invadem as cidades. O que mudou?

– As condições são diferentes. Mas a miséria continua, apesar de atenuada pelo Bolsa Família. Estruturalmente, o problema não mudou. O latifúndio continua e continua a necessidade de buscar a cidade grande para salvar a vida. As pessoas já não fogem a pé, vão de ônibus. Daí se amontoam nas favelas, invadem os espaços vazios, até a polícia vir despejar por ordem da Justiça.

Os pais, semi-analfabetos, queriam que as meninas estudassem. Em São João do Rio do Peixe não havia o que se chamava curso ginasial. Ao terminar o quinto ano primário, Erundina pediu para repetir o ano, não queria ficar longe da escola. Aos dez, uma tia, viúva, acolheu-a em Patos, onde havia um ginásio particular e a mais velha das primas, professora, conseguiu-lhe uma bolsa. “Era também uma família pobre, numerosa. Às vezes faltava mistura (carne) e eu era mais uma boca…” Em Patos, Erundina estudou dois anos. A tia mudou-se para Campina Grande, Erundina foi junto e, também com bolsa, terminou o ginasial em outra escola particular. O “científico”, atual ensino médio, pôde ser cursado em escola pública. “Aí, já trabalhava”. Estudava à noite e lecionava no primário em escola de irmãs de caridade, onde chegou a formar um coral. A vontade era ser médica, mas não tinha dinheiro para morar em João Pessoa. Ao mesmo tempo, as irmãs precisavam de apoio para continuar a estudar. Erundina resolveu ajudá-las, trouxe-as para Campina Grande – a mãe foi junto, o pai ficou no sertão – e, com seu trabalho, pagou o estudo delas durante nove anos. E desistiu da medicina.

“Só o estudo poderia libertá-las. Lá no sertão o destino das meninas seria igual ao de outras da minha geração: casariam cedo, teriam uma filharada, a miséria se reproduziria e, a cada seca, estariam pelas estradas à espera do inverno.”

Sem câmbios no tom de voz, a deputada faz uma revelação:

“Por isso, talvez, o projeto de casamento não se colocou para mim.”

A conversa seguia e ninguém à mesa pensara em comer. O garçom avisou que em breve a casa estaria cheia e a comida poderia demorar. O encontro se iniciara ao meio-dia e já eram 12h40. Não havia o tradicional bufê porque a cozinha estava em reformas, mas o restaurante oferecia uma fórmula – “Mesa brasileira” – com duas opções de entrada e de prato principal. Erundina dispensa o creme com couve-flor e escolhe a salada de folhas com tomates, palmitos, crotons e azeite balsâmico. Como prato principal, filé mignon ao molho de vinho com arroz “tipo risoto”. Para beber, água sem gás. O fotógrafo Ruy Baron a acompanha. O repórter opta também pela mescla de folhas e prefere salmão com alcaparras e suco de caju. Há três anos, a qualidade da comida do restaurante da Câmara, fornecida pelo Senac, foi criticada neste mesmo espaço – numa entrevista com o deputado Romário Faria(PSB-RJ). Desta vez, o Senac reabilitou-se. A salada, pela delicadeza do tempero, saborosa. O prato principal, irrepreensível.

Nos nove anos que passou sem estudar, a jovem mergulhou na militância. Eram tempos de dom Helder Câmara em Recife e de dom José Maria Pires em João Pessoa. Sem ser beata e nunca ter pensado em ser freira, mas inspirada na pregação dos dois arcebispos, Erundina ligou-se à Ação Católica. “Já tinha uma concepção cristã de justiça e me dediquei ao trabalho de conscientização e politização na periferia. Nos domingos, ia mais a reuniões com os pobres do que à missa. Foram anos de outro aprendizado, o da solidariedade”.

Depois de quase uma década, volta aos estudos e é aprovada no vestibular da recém-criada Faculdade de Assistência Social de Campina Grande. Passados dois anos, transfere-se para João Pessoa, onde trabalha como auxiliar administrativa no então INPS e conclui a graduação na Universidade Federal. Volta para Campina Grande no cargo de secretária de Educação e Cultura do município. Em 1968, consegue uma bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes) para o mestrado na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. “Havia o compromisso de que, na volta, seria professora na Universidade Federal da Paraíba, necessitada de pós-graduados em sociologia. O Exército me vetou. Era sexta-feira, quando a nomeação foi cancelada. Na segunda seguinte ia começar o ano letivo de 1970. Guardo a carta do reitor, um oficial da reserva.” A “opção pelos pobres” passou a ser monitorada. Ao sair de uma reunião com empregadas domésticas, encontrou um jovem que fora seu vizinho em Campina Grande. Conversaram um pouco e, “muito sem jeito”, o rapaz disse ser informante do Exército com a missão de segui-la. Uma amiga, parente de um general, pergunta a este sobre a situação de Erundina. Resposta: “É melhor ir embora; se ficar, acaba presa como subversiva ou desaparece”.

Decide mudar-se para São Paulo. Faz concurso para a Prefeitura e, em 1971, começa a trabalhar como assistente social em cortiços e favelas. “A luta era a mesma do sertão: o pobre e sua tentativa de fugir da pobreza.”

Passou quase dez anos entre os excluídos da grande metrópole. Com colegas de profissão reativou a associação dos assistentes sociais. Em 1979, o governador biônico Paulo Maluf (agora no PP) patrocina em São Paulo um congresso de assistentes sociais que julgava adeptos do regime. Erundina e sua turma resolvem comparecer e, fruto de pertinaz trabalho em um plenário de três mil pessoas, conseguem derrubar a direção “pelega” do congresso. Caem também os homenageados. Sai Maluf e entra Luiz Inácio da Silva, líder das greves do ABC. Lula é o orador no encerramento. Retifica o que dissera num comício, quando acusara assistentes sociais de tentar aliciar trabalhadores para furar a greve na Volkswagen. “Descobri aqui que há assistentes sociais e assistentes sociais.” Nessa noite, Lula e Erundina se conheceram, num contato breve.

“No dia seguinte, Lula mandou recado: ‘Se não tiver nenhuma vinculação com esses grupos de esquerda clandestinos, está convidada a se juntar a nós e fundar o PT’. Sou do PT a partir daí. Estou entre os 113 que assinaram a ata de fundação.”

– Não militava na Ação Popular (AP), Ação Popular Marxista-Leninista (APML), PCdoB, que tinham muitos quadros de origem católica?

– Não. Nunca participei de qualquer grupo clandestino. Atuava com o pessoal da Ação Católica, abertamente.

– Como é a sua relação atual com Lula?

– Não existe.

A partir daí, a vida de Erundina é conhecida. Vereadora em 1982, deputada estadual em 1986 e, em 1988, primeira mulher, e nordestina, e de esquerda, a ganhar eleição para prefeito de São Paulo. Nas prévias do PT para a escolha do candidato, derrotou Plínio de Arruda Sampaio, hoje no PSOL. Erundina era considerada a radical, tinha apoio do sociólogo Florestan Fernandes, do ex-guerrilheiro José Genoino, de facções católicas e trotskistas. Com Plínio, o moderado, estavam Lula, José Dirceu, Ruy Falcão. “Não era a candidata deles e não fui a prefeita deles. Lula não foi à minha posse. Foi a Porto Alegre para a posse de Olívio Dutra”.

– A direção do PT sabotou sua administração?

– Atrapalhou. Questionavam minhas decisões, queriam estatizar tudo. Como é que iria estatizar o transporte coletivo, uma frota sucateada? O serviço ia ficar pior. Foi um governo difícil. A oposição estava na imprensa; na maioria dos vereadores; no governo do Estado, com Orestes Quercia e depois Luiz Antônio Fleury; no governo federal, com José Sarney e depois Fernando Collor; nos malufistas saudosos da ditadura, e no Tribunal de Contas, com conselheiros indicados pelos prefeitos anteriores. E em parte do PT. O que me salvou foi o secretariado de nível ministerial escolhido por mim: Marilena Chauí, Paulo Freire, Paul Singer, Ermínia Maricato, Hélio Bicudo, Dalmo Dallari…

Controlou a enorme dívida deixada pelo antecessor, Jânio Quadros, e chegou a tentar o passe livre no transporte público. O sistema, engenhoso, um tanto romântico, se pagaria com um “plus” no IPTU. A iniciativa foi abortada por oposição da Câmara e da imprensa, que convenceram o próprio PT de que o povo não valorizaria, pelo contrário, depredaria, algo oferecido de graça.

O PT perde as eleições em São Paulo e Maluf volta à prefeitura. Em Brasília, há o “impeachment” de Collor e assume Itamar Franco, com ambição de formar um governo de união nacional. Itamar, “homem sério, honesto”, convida Erundina para o Ministério da Administração, cargo que exerceria apenas de fevereiro a maio de 1993. Ela aceita, sem consultar o PT, que decidira manter-se na oposição. A indisciplina custou-lhe a suspensão dos direitos partidários. Volta um ano depois e, em 1996, disputa novamente a prefeitura e perde no segundo turno para Celso Pitta (PPB). O clima no partido, porém, já não lhe é acolhedor. Em 1997, sai do PT e vai para o PSB. Elege-se deputada federal em 1998 e se reelege a partir de então. Está agora no quarto mandato, aspirante ao quinto. Em 2000, tentou voltar à prefeitura, mas foi derrotada por Marta Suplicy (PT). Dois anos depois, apoia Lula para presidente – também Dilma Rousseff em 2010. Em 2012, estaria novamente ao lado do PT como candidata a vice de Fernando Haddad para a prefeitura, não fosse a bizarra visita de Lula a Maluf, interessado nos minutos que o partido do ex-governador (PP) agregaria à propaganda petista no horário eleitoral. Erundina retirou a candidatura, fiel à crítica que faz à prática política brasileira: “O pragmatismo leva ao abandono dos princípios”.

Na Câmara, Erundina atua nas comissões e é assídua em plenário, além de presidente da subcomissão Memória, Verdade e Justiça, que complementa o trabalho da Comissão Nacional da Verdade. Em 2011, apresentou projeto que modifica o artigo 1º, parágrafo único, da Lei de Anistia. “Ao tratar de crimes conexos, dá anistia a crimes comuns, tortura, assassinato. O torturador é anistiado junto com o torturado. São anistiados até os autores de atentados como o do Riocentro, cometido depois de 1979, quando o Congresso, sob pressão militar, aprovou a lei. O STF considerou a lei constitucional, mas o Congresso que a votou pode até revoga-la. Não é lei pétrea.” O projeto dorme nos meandros da Câmara.

Ao projeto, “e também à vida pregressa”, a deputada atribui o fato de ter sido vetada em visita que parlamentares realizariam no fim do ano passado às dependências onde funcionou o DOI-CODI, célebre e macabra sigla da repressão. Os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Ana Rita (PT-ES) e Randolphe Rodrigues (PSOL-AP) fariam uma inspeção no quartel da rua Barão de Mesquita, no Rio, agora sede da polícia do Exército. Quando incluíram Erundina na lista de visitantes, veio a resposta de que ela não seria recebida. Os senadores recorreram a autoridades mais altas. Até o ministro da Defesa, Celso Amorim, interveio. Chegou-se a um acordo.

– E a visita foi feita?

– Foi. Antes de a gente percorrer os locais onde teriam ocorrido torturas, um oficial fez um relato sobre a história da polícia do Exército, desde o século XIX. Quando chegou a 1964, pulou para os tempos atuais. Reclamei: “Tá faltando um capítulo aí”. “Não quero fazer política”, disse o oficial.

– A senhora é homenageada em público, exibida até, como integrada na campanha de Campos e Marina. Aconteceu ontem e no dia do anúncio da aliança. Internamente também é considerada, tem influência?

– Em São Paulo não tenho nenhuma influência, a direção estadual decide sozinha. Nos âmbitos estadual e nacional, o PSB tem feito algumas concessões com as quais não concordo. Gilberto Kassab quis entrar no PSB quando saiu do DEM. Chegou a conversar com Eduardo. Aí eu disse: “Entra por uma porta, saio pela outra”. Tenho posição de independência, discordo de público. Com isso, evitei também o apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin. Se dependesse só da direção estadual, o PSB em São Paulo continuaria linha auxiliar do PSDB.

Em São Paulo, Erundina (214 mil votos na última eleição para a Câmara) disputa a condução do PSB com seu colega Márcio França (172 mil votos). França, presidente da sigla, tentou o apoio de Campos à reeleição de Alckmin, de cujo governo foi secretário de Turismo e de quem pretendia ser vice. Erundina foi contra e Marina Silva impôs a opção por uma candidatura própria. Márcio, ex-prefeito da litorânea São Vicente, tem votos na Baixada Santista. Erundina, na região metropolitana de São Paulo.

– É candidata a governadora?

– Marina queria que eu fosse. Meu candidato é Pedro Dallari, filho do Dalmo. Professor da USP, ex-presidente do PSB municipal, coordenador da Comissão Nacional da Verdade, é nome representativo, respeitável. Não vamos reduzir tudo ao processo eleitoral. Queremos fazer bonito na eleição, mas, pelo diálogo com a sociedade, criar um saldo de organização capaz, depois da eleição, de continuar o processo de mudança da cultura política brasileira. É a nossa concepção do novo, novo na forma de ser partido, de ser governo, de atuar.

– A senhora é ouvida na formação do programa da aliança?

– Sou mais uma militante. Contribuo com minha experiência e minhas ideias. Me convidam para reuniões, debates, seminários, que se realizam pelo país para aprofundar a proposta geral. É coisa séria, e é pra valer, viu?

Erundina está mesmo animada.

– O que Campos tem de diferente?

– Eduardo é muito aberto. Eu me impressiono que nas reuniões do partido ele sempre fica do início ao fim, o dia inteiro. Não faz como outros, que falam na abertura, ditam ordens e vão embora sem ouvir o que os demais têm a dizer… Ele acompanha tudo, ouve um por um, toma nota. E amarra no fim com base no que anotou. É uma pessoa que aprende fácil!

Sobre Marina, a deputada é igualmente fraterna. “Somos próximas desde a criação do PT, originárias da mesma experiência de respeito ao poder de mudança do povo. Os discursos de Eduardo e Marina são diferentes, mas se complementam no apelo a mudanças qualitativas. Isso é fantástico.

O repórter provoca: “A senhora é católica, Marina foi católica e agora é criacionista.”

“Cada um com sua crença.” Faz uma pausa e ri, condescendente: “Ninguém é perfeita”.

É hora da sobremesa, doces e frutas servidos num aparador perto da cozinha. Erundina volta com generosa porção de pudim e fruta em calda.

– A sua saúde, como está?

– Brinco que, quando filho de pobre não morre no primeiro ano de vida, se cria e dura muito. Estou muito bem. Sou apaixonada pelo que faço, quero mudar as coisas. Há decepções, é claro. Mas ficar parada na frustração, no desalento, é atitude conservadora. Tem que voltar a lutar. A motivação dá vida à gente. Tenho utopias, entendeu?

– A propósito, a senhora vê em Campos chances de vitória?

– Vejo essa possibilidade. PT e PSDB, embora fortes, estão exauridos. Não dá para subestimar o potencial de Dilma, mas não acredito que Aécio (Neves) seja páreo para ela ou para Eduardo. A composição com Marina dá expressão à candidatura de Eduardo num outro nível. É um novo paradigma na forma de fazer política.

A quase octogenária se despede com um beijo. A passos lentos, vai para o plenário, onde a sessão já começou.

 

12 Comentários

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  1. triste fim

    triste o fim de vida de Erundina, dividir o palanque ¨socialista¨com Heraclito Fortes, Borhausen e Campos…………………é muito socialista junto com a fada da floresta Marina Osmarina……………..triste.

  2. kassab não serve

    Gilberto Kassab quis entrar no PSB quando saiu do DEM. Chegou a conversar com Eduardo. Aí eu disse: “Entra por uma porta, saio pela outra”

    engraçado………..não aceita Kassab, e aceita Borhausen e Heraclito Fortes????

    não entendi

  3. Erundina e o PT

    Erundina foi boicotada pela direção municipal do PT, dirigida na época por Rui Falcão. Zé Dirceu também ajudou nesse boicote através de prepostos como Cândido Vacarezza. E teve Luiz Eduardo Greenhalg como vice. Nada mais a dizer nesse aspecto. Seu secretariado, apresentado na véspera da eleição, era de invejar qualquer governo do país nos seus anos de governo. Paulo Freire, Paul Singer, Dalmo Dallari, Marilena Chauí, não só personalidades, mas pessoas também com capacidade operacional. Dá dó compará-lo seja como os ministérios de Lula, seja com os Dilma.

    A eleição de 92, que o texto aponta como derrota dela, não o é. É derrota da cidade de São Paulo, posta a escolher entre Maluf e Suplicy, já senador. Maluf é eleito no segundo turno, tendo, na abertura da campanha do segundo turno, recebido o apoio, na forma de um manifesto, de personalidades como Juca Kfouri (primeiro nome da lista), Rodolfo Konder (posteriormente secretário de cultura dongovernoMaluf) e diversos tucanos e antigos membros do ex-pcb, então em processo de transformação no atual pps.

    Erundina errou na sua relação com o PT. Errou ao aceitar o ministério de Itamar e não perceber que aquilo era somente uma forma de ultrajar o PT e Lula. Mas ela se julgava, naquele momento, maior que Lula, por ter sido a prefeita de São Paulo. Lula era o favorito nas elieções de 94. Errou em 96, ao fazer a campanha do “PT que diz SIM”, em contraposição à maioria abosolta do partido e dos movimentos sociais que negavam o Plano Real e as reformas neoliberais impostas pelo governo FHC. Errou novamente em 2000, ao contrapor Marta pela direita, no desejo de ser aceita pelos paulistanos detentores do poder econômico.

    Mas se redimiu no apoio a Lula em 2002 e em 2006, na postura crítica em relação aos rumo do governo, em especial na sua capacidade de ceder aos mínimos apelos dos detentores de poder econômico e de mídia desse país.

  4. Erundina pode ter erros, mas é uma pessoa respeitável

    Fico triste ao ver tantos se encarniçar contra ela, num nível tao baixo. Ela merece respeito. 

  5. Me lembro da vitória  de

    Me lembro da vitória  de Erundina em São Paulo, como comemoramos,

    que dia feliz. Mas..mesmo sem concordar, no geral  ainda tenho considereção

    por ela , que sofrerá a “maldição do ex petismo” até o final de seus dias.

     

    1. bem lembrado

      Participei desta alegria,lembro dela em um programa deT V

       do asqueroso Ferreira  Neto (pena paga) tentando frita-la,mas

      ela se saia muito bem, acima do Q.I do entrevistador ?

  6. “Controlou a enorme dívida

    “Controlou a enorme dívida deixada pelo antecessor, Jânio Quadros, e chegou a tentar o passe livre no transporte público. O sistema, engenhoso, um tanto romântico, se pagaria com um “plus” no IPTU.”

     

    é, os reacionários também diziam que o SUS era “romântico”. E ainda tem gente na América Latina que acha que ensino universitário gratuito também é “romântico”. Vai entender como funciona a cabeça de certas pessoas.

  7. TENHO RESPEITO POR ERUNDINA, MAS E O ACORDO COM O PSDB

    Tenho respeito e muito por Erundina. Acho que ela foi personagem importante nas conquistas da Senzala. Mas e o acordo com do  PSB com o PSDB, ela vai engulir?

  8. Erundina é uma pessoa que

    Erundina é uma pessoa que merece todo o respeito. É uma mulher íntegra e de fibra, compromissada com a luta por uma sociedade mais justa. Mas acho essa história de que ela foi injustiçada pelo PT muito forçada. É verdade que o nome apoiado pela cúpula partidária nas prévias do partido foi o de Plínio Arruda, na época identificado como um moderado. Mas vencida essa fase, todo o partido se engajou na sua campanha. Sua vitória foi a maior obtida pelo PT até então. Seu sucesso ou seu fracasso impactaria no prestígio do partido a nível nacional. Seria suicídio a direção do PT boicotá-la, e isso não aconteceu. Os nomes citados do secretariado de alto nível que ela montou são todos do PT, sem exceção. Além disso, quando ela aceitou participar do governo Itamar Franco, o Partido foi bem compreensivo com ela. Outra pessoa seria tratada com mais dureza. Sua suspensão temporária foi, na verdade, um salvo conduto dado pela direção do PT para que ela pudesse aceitar o convite, sem que isso desmoralizasse a postura de oposição que o PT queria manter. Além disso, logo que saiu do governo, foi imediatamente reintegrada ao Partido e foi escolhida candidata ao Senado em 1994. Perdeu. Em 1996 disputou as prévias do partido para a Prefeitura de São Paulo contra o Mercadante. Ganhou a disputa interna e Mercadante, já então uma estrela do partido, aceitou ser o vice em sua chapa. Perdeu novamente e resolveu sair do PT dizendo que não tinha espaço no partido. Acho que nesse momento faltou-lhe um pouco de honestidade e de generosidade com o partido, cujas bases nunca lhe negaram apoio. Mas reafirmo o meu enorme respeito pela sua pessoa.

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