Para Marcos Lisboa, excessiva preocupação com ministro da Fazenda é “fetiche”

“Busca-se no enfermeiro o conforto que não se percebe no cirurgião. A escolha do ministro da Fazenda deveria ter a mesma relevância das demais nomeações técnicas”
 
Divulgação
 
Jornal GGN – O aumento da preocupação, induzida pelos jornais, com os economistas dos presidenciáveis é considerada pelo presidente do insper e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa como “fetiche”.
 
Para ele, “a escolha do ministro da Fazenda, deveria ter a mesma relevância das demais nomeações técnicas”, escreveu em sua coluna na Folha de S.Paulo
 
“Uma sociedade que dedica tanta atenção aos possíveis nomes para conduzir a tediosa função de ministro da Fazenda revela que o processo eleitoral parece estar desorientado. Algo como despender a maior parte do tempo debatendo a escolha do calculista da obra em vez de discutir o projeto do arquiteto para a casa em que iremos morar por muitos anos”, comparou.
 
A preocupação ganhou força logo após a notícia veiculada quarta-feira (19) na coluna de Mônica Bergamo, também na Folha, de que o assessor econômico de Bolsonaro e possível ministro da Fazenda, caso o candidato do PSL vença as eleições, Paulo Guedes, desenha um projeto para recriar um imposto nos moldes da CPMF. 
 
Para Lisboa, o foco para a equipe econômica dos candidatos é explicada à “desmedida polarização política”, que induz a “inusitada ansiedade acerca de quem são os economistas de cada candidato”. 
 
“Não deveria surpreender. Afinal, há um candidato que votou consistentemente a favor de corporações públicas na sua longa carreira política e agora indica que um posto de gasolina é garantia de percurso tranquilo. A má notícia é que combustível pode explodir”, completa se referindo a Jair Bolsonaro, que em 27 anos no Congresso como deputado federal votou em propostas distantes do seu discurso liberal, em uma ponta, e, na outra ponta, o PT de Fernando Haddad com o discurso de resgate do fortalecimento do Estado sobre as decisões econômicas.
 
“Busca-se no enfermeiro o conforto que não se percebe no cirurgião. A escolha do ministro da Fazenda deveria ter a mesma relevância das demais nomeações técnicas, como as de quem irá liderar as agências reguladoras dos setores de energia ou de saúde”. Clique aqui para ler a coluna na íntegra.
 
Redação

4 Comentários

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  1. Calhorda desonesto.
    Então o
    Calhorda desonesto.
    Então o ministro da Fazenda é um mero cargo “tecnico”? Tão técnico quanto o presidente de agência reguladora…..
    Assim como o insper é apenas uma instituição de ensino pura, só conhecimento neutro, não conspurcado pelo vírus dos interesses políticos econômicos.

  2. Fetiche é o cacete!

    Quem tem U tem EDO. 

    Nosso salário não ultrapassa 1 dezena de milhar, sofremos o impacto da economia em nossa qualidade de vida, vemos aumentar o grau da exploração sobre os nossos trabalhos. Sofremos as políticas neoliberais que desresponsabilizam o Estado de ofertar (oferecer, disponibilizar) serviços que já estão pagos pelos trabalhadores através de impostos que por vezes nem sabem que pagam, ao mesmo tempo que desoneram as grandes empresas desses pagamentos ou permitem a transferência para o consumidor final.

    Somos vítimas das políticas que alijam as grandes empresas nacionais e estatais da exploração e beneficiamento de bens naturais em prol de empresas estrangeiras ou privadas que são isentas do pagamento de impostos. Ao mesmo tempo em que alegam não ter dinheiro para bancar as políticas públicas de promoção da qualidade de vida do cidadão, arrasam com as maiores fontes de renda do Estado brasileiro: Petrobras, Eletrobras, Bancos Públicos ou de capital misto.

    Não temos nenhum doutorado em economia que nos permita teorizar, mas temos a vivência prática do resultado do neoliberalismo no nosso lombo. 

    Privatista e desinvestidor das verbas estatais em benefício do povo NÃO TERÁ CHANCE DE FERRAR COM A GENTE EM SEJA QUAL FOR O PRÓXIMO GOVERNO. 

    Trata-se somente da sobrevivência de 90% da população brasileira e não de FETICHE.

  3. O mito da neutralidade científica da economia

    Ministro da fazenda é só cargo técnico e a técnica é neutra. Este é lema do neoliberalismo, a de tratar a economia como uma ciência natural, que só pode ser conduzida de um único jeito, o científico. No capitalismo, a coisa mais importante que existe é a economia. Então, os ministros que administram a economia de um país (Fazenda, Tesouro, BC, Planejamento) são e serão sempre os mais importantes do governo, de qualquer governo. E não se trata de um cargo técnico, mas sim político.

    A técnica “neutra” de um Meireles e Palocci aprofundaram a desindrustrialização. Depois, a de Levy  e Meireles nos afundou na recessão. E em todos estes anos de técnica “neutra” o mercado nadou e nada em dinheiro.

    Querem fazer crer que seu cargo é meramente técnico para continuarem aplicando a “ciência econômica neoliberal” enquanto a banca nada em dinheiro como sempre.

    Como diz o André Araújo, o mercado cuida dos seus, e somente dos seus. Mas quer fazer crer que suas ações são neutras, científicas e, por isso, as únicas possíveis de serem tomadas. E mais, querem que acreditemos que suas receitas neoliberais são boas para todo o país, e naõ apenas para os especuladores do tal mercado.

  4. Ministro é cargo político

    Tem a função de implantar a política definida pelo presidente. Do segundo escalão para baixo aí pode ser cargo técnico, se não fizer oposição às diretrizes políticas.

    E ministro da fazenda tem de ser de extrema confiança do presidente.

    Só é quadro técnico (e olhe lá) se o próprio presidente for também o ministro da fazenda de fato.

     

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