Pela faixa presidencial, Aécio afasta seu discurso do modelo de Alckmin

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Aécio Neves, senador do PSDB e candidato derrotado às eleições presidenciais, continua em sua caminhada rumo ao desastre politico. O ex-candidato sobe ao palanque para ataques num tom recém assumido de quem perdeu uma eleição, mas não desiste da faixa presidencial. O tucano se arvora como o rosto da “insatisfação com o governo Dilma”, empunhando uma bandeira raivosa que pertence a um pequeno grupo de direita, e não aos que optaram pelo voto contra a presidente. Agora ele dá um novo tom ao seu discurso raivoso, dizendo que quer se diferenciar de Alckmin. Leia a matéria da Folha.

da Folha

Aécio quer se diferenciar de Alckmin ao atacar Dilma

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

“Nós vamos perder, mas vamos sangrar esses caras até de madrugada.” A frase foi dita pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) a seus aliados no Congresso na véspera da votação do projeto que desobriga o governo a economizar o que estava previsto no ano.

Mais do que o tom motivacional que o mineiro tem usado com sua tropa, a frase revela um estilo: “Eu estabeleci um patamar de oposição e não vou descer um degrau”, disse a um interlocutor.

A estratégia tem como foco mantê-lo como “o rosto da insatisfação com o governo Dilma Rousseff”, mas despertou críticas dos adversários e temor nos aliados.

Na última quinta-feira (5) a presidente sintetizou, sem citar Aécio, as queixas do PT. Em evento ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Dilma pediu “respeito ao resultado das urnas” e disse que era preciso reconhecer a vontade expressa pela população na eleição.

O fato de a petista dizer o que disse e como disse evidenciou Aécio como o alvo da mensagem. Mas ao fazê-lo ao lado do governador tucano que desponta como principal rival interno do mineiro para a candidatura ao Planalto em 2018, ela gerou ao adversário um desconforto adicional.

Aécio dá de ombros às análises de que promove um “terceiro turno” com suas declarações sobre a ilegitimidade do governo: “Nós não vamos nos inibir com esses discursos. Essa reação mostra o incômodo deles. Pela primeira vez o PT está conhecendo oposição e, além disso, uma coisa nova: a oposição conectada com a sociedade”, afirmou o tucano a um aliado.

A segurança do senador de que esse é o caminho certo destoa da opinião de alguns de seus principais aliados. Na última sexta, Aécio gravou um vídeo convocando pessoas a comparecerem a um ato anti-Dilma em São Paulo.

Na fala, fez a ressalva de que o ato deveria acontecer “sempre nos limites da democracia” por saber que saudosos da ditadura participaram dos protestos anteriores.

Foi a primeira vez que Aécio emprestou seu rosto aos mobilizadores do ato. Alguns tucanos viram um risco no gesto: para eles, ao estabelecer uma relação com esses movimentos, o mineiro se mistura a atos sobre os quais não tem controle absoluto.

Para os mais prudentes, ao se aproximar de setores que pedem um golpe Aécio corre o risco de ser vinculado a eles: “Basta olhar para o PSDB. Quem são nossos quadros? São pessoas que lutaram pela democracia. Isso não cola”, tem dito o senador a quem o questiona sobre o assunto.

A postura incisiva não visa só desgastar Dilma: Aécio quer se diferenciar de Alckmin de olho em 2018. Mas aliados do paulista advertem: “Aécio não se segura quatro anos com factóides. Em algum momento a estrutura e a paciência de Alckmin farão a diferença”, diz um interlocutor político do governador.

 

16 Comentários

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  1. Aécio já traiu até o Leblon…

    No dia do protesto em SP, Aécio curtiu a praia em SC

    :

    Colunista Ricardo Kotscho ironiza o desapontamento de Lobão com a ausência do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no protesto pelo impeachment da presidente Dilma, quando o músico afirmou estar “pagando de otário”; “Se tivesse lido a coluna de Ancelmo Gois publicada no jornal O Globo, no mesmo dia, Lobão teria a resposta nesta nota:  ‘Descanso: Aécio e família descansam em Santa Catarina, onde ele obteve dois terços dos votos’. Ninguém é de ferro”, informa Kotscho

    8 de Dezembro de 2014 às 08:11

     

     

    SC 247 – O jornalista Ricardo Kotscho ironiza, no artigo Aécio vai à praia, Serra reaparece e Lobão reclama,  o desapontamento do cantor Lobão com a ausência do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no protesto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no último sábado, convocado pelo tucano. Segundo ele, bastaria ter lido a coluna de Ancelmo Gois, no sábado, para saber que no dia do protesto em São Paulo, Aécio curtia a praia em Santa Catarina.

    Leia abaixo o texto de Kotscho:

    “Cadê os parlamentares? Cadê o Aécio, cadê o Caiado? Estou pagando de otário!”.

    A queixa do roqueiro performático Lobão, agora transformado em garoto propaganda das manifestações contra o governo, tinha sua razão de ser. Afinal, foi o próprio candidato derrotado Aécio Neves, em pessoa, acompanhado por outros expoentes tucanos, quem convocou o protesto de sábado, na avenida Paulista, em São Paulo.

    Era o quinto ato (favor não confundir com o Ato Institucional nº 5 dos militares, de 1968, o golpe dentro do golpe) contra Dilma, o seu governo e o PT, depois das eleições. Se tivesse lido a coluna de Ancelmo Gois publicada no jornal O Globo, no mesmo dia, Lobão teria a resposta nesta nota:  “Descanso _ Aécio e família descansam em Santa Catarina, onde ele obteve dois terços dos votos”. Ninguém é de ferro.

    Quer dizer, Aécio convocou a turma e, em seguida, se mandou para a praia, deixando Lobão na mão. Na avenida, sua tropa ficou dividida entre os que pregavam a volta dos militares e os que apenas queriam denunciar corrupção na Petrobras para impedir que Dilma assuma seu segundo mandato. Para surpresa geral, quem apareceu foi outro senador, o paulista José Serra, que andava sumido, principal antagonista de Aécio dentro do PSDB.

    Já na reta final da caminhada, que reuniu entre 5 mil (segundo Folha e Estadão) e 8 mil pessoas (para O Globo), conforme o veículo e o PM ouvido pela reportagem, Serra subiu num carro de som e mandou ver, num tom misterioso: “As coisas não vão se resolver em uma semana, um mês ou um ano. Mas precisamos estar prontos para o imprevisto, para o improvável. Não há história sem fatos inesperados”, alertou, sem entrar em detalhes. Serra acompanhou a ala principal dos manifestantes pacíficos, que foram até a praça Roosevelt, na região central, enquanto a dissidência pró-golpe seguia em direção ao Comando Militar do Leste, no Ibirapuera.

    Na véspera da votação das mudanças na LDO, na madrugada de quinta-feira, em que a oposição mais uma vez saiu derrotada, Aécio foi mais duro do que seu rival, ao mesmo tempo premonitório e ameaçador: “Nós vamos perder, mas vamos sangrar estes caras até de madrugada”. Aécio, que nem chegou a votar contra o governo, limitou-se a publicar uma foto do protesto em seu facebook.

    Na manifestação do final da tarde de sábado, não correu sangue, mas enquanto o chefe descansava em Santa Catarina, seus seguidores mostraram os dentes em cartazes e palavras de ordem: “Fora, Dilma!” e “Impeachment! Fora, PT!” eram os mais democráticos.

    O governo Dilma, como sabemos todos, está cheio de problemas para montar a equipe do segundo mandato, mas se depender desta oposição, agora liderada por Aécio Neves, podemos ficar tranquilos. Pela demonstração dada no quinto ato de protesto, esta oposição faz oposição a si mesma.

    Até Lobão já está irritado com seus novos líderes.

  2. Só falta uma coisa para Aécio

    Só falta uma coisa para Aécio sumir da política brasileira.

    Parar de se fazer posts sobre ele!

    Não alimente trolls e políticos sem significância!

  3. Seguro

    Dentro de vinte e poucos dias começa nova administração em Minas.  E vão aparecer os podres dos governos do PSDB, principalmente os de seus mandatos – até porque não há governos sem podres. Então, o Aécio vai defender-se alegando que é tudo mentira, que não passa de vingança do PT por causa de suas posições etc.

  4. Lobão e os 3 porquinhos.

    Alguém me indica algum sucesso do Lobão? Da mesma época, eu me lembro da Carla Perez, band leader do grupo “É o Tchan” ou algo parecido. Carla não tocava, não compunha, não cantava. Mas rebolava em cima de uma garrafa e explodia os corações masculinos. Era o nome mais famoso daquela banda. Quem viveu aquela época ainda se recorda dos memoráveis versos “Segura o tchan, é o tchan”, seja lá o que significa isso. Foi uma manifestação cultural digna do octênio tucano. Quanto ao Lobão, só ouvi falar nele quando foi preso com cocaína. O JB perguntou-lhe, quando saiu da prisão, se era verdade que havia sido sodomizado. Lobão negou. Se confirmasse…

  5. Lobão

    Por falar em Lobão, esse cara, até que enfim, está começando a ser querido e conhecido tanto quanto o Chico Buarque. Afinal, ser reconhecido, não era isso que ele tanto queria?…

    Outra coisa, se o Lobão fosse submetido à uma banca de médicos, desses que cuidam da saúde mental, qual seria o diagnóstico?

  6. Trocou o chope de sábado à

    Trocou o chope de sábado à noite em sampa na sequencia da “manifestação” pela praia (e pelo chope) em floripa, ora, ora…

    O fato é que o Aécio precisa manter o pessoal dele motivado, afinal quando assumir o novo governo de Minas a patota dele será tocada de lá. E pra onde esse pessoal vai? Pra são paulo, paraná, goiás!? “É ruim, héim!” Já está lotado.

    E todos sabem: político sem séquito, sem tropa de choque está sozinho literalmente. Esse é o maior desespero de aécio, ficar “desaparelhado”.

    Tudo que eles acusam no pt é o que eles fazem.

    1. Não tenha tanta certeza

      Não consta aqui em Minas Gerais, que a aliança: Pimentel, Aécio, Virgílio Guimarães, Márcio Lacerda, tenha sofrido algum abalo. Não foi por acaso que na eleição passada, já eleito, o Pimentel avisou que se fosse para bater no Aécio, não contassem com ele. E olhem bem, que ele além de ser do mesmo partido da Dilma, consta que foram amigos na adolescência, em Belo Horizonte.

  7. Que fim de carreira…

    Dos radicais que chegaram ao poder executivo pelo voto no Brasil, os únicos que me vêm à lembrança são Carlos Lacerda (a quem, aliás, tem-se de dar crédito pela água que não falta no Rio de Janeiro desde seu governo – deu partida nas obras do Guandu), e Brizola, mas este um radical criado pela retórica da direita, e não verdadeiro radical (Brizola, um civil, foi um dos poucos primeiros a se insurgir contra os passos iniciais da ditadura de 1964 – escamoteada pela palavra “revolução” -, com sua Rede da Legalidade, mérito que não lhe tem sido reconhecido como deveria).  Mesmo assim, chegaram ambos apenas a executivos estaduais.

    Fora do voto, os que chegaram ilegítima e ilegalmente ao poder executivo central foram militares radicais.

    Fernando Henrique e Aécio Neves têm assumido posições radicais e antidemocráticas com o intuito de empolgar um governo legal e legítimo com ardis pseudo legais engendrados por um serviçal da direita que não respeita a própria honra e, muito menos, a democracia: Gilmar Mendes, o pau pra todo galinheiro. Tal como os militares que desonraram a classe e depuseram um governo legal e legítimo, os golpistas de agora, mais sutis, querem pela via de serviçais judiciais, o mesmo que militares truculentos fizeram, desrespeitar a vontade popular. Cardoso, Neves, Gilmar, Toffoli que desonram as respectivas classes, como os militares golpistas desrespeitaram a sua, são tão golpistas quanto seus predecessores de 1964.

    Neves e Cardoso conseguirão, com a ajuda de Mendes, perpetrar golpe? Há condições objetivas ( análogas a condições pré-revolucionárias)  para tal? O povo está maciçamente apoiando eventual golpe que deporia Dilma? Os demais ministros do STF apoiarão a tese de impeachment que Gilmar certamente produzirá (com o provável apoio de Toffoli)? Para derrubar Dilma, bastará o STF declará-la impedida? E o Senado de Calheiros, prevaricará? E o Conselho de Defesa Nacional, o que dirá?

    Cardoso e Neves ensaiam se aproveitar de um “programa de transição” trotskista (as estúpidas manifestações juninas classe medianas) para manipular reivindicações da classe média estabelecendo “ponte” entre essas reivindicações e as bandeiras programáticas reacionárias antiprogressistas. Na elaboração da ponte, entram figuras como  Mendes, Toffoli, delegados da PF e o juiz do Paraná. Com tal ponte, Cardoso e Neves pretendem perpetrar golpe de Estado judicial, camuflado de impeachment, que implantaria governo que se oporia à própria classe média, hoje cortejada por eles. Cardoso e Neves, não nos esqueçamos, são ambos riquíssimos e corporativistas, nada têm a ver com classe média.

    Para se ter clareza de que o governo montado sobre o golpe seria contra a classe média, basta lembrar da época de Cardoso, quando perseguiu especialmente militares, funcionários públicos, aposentados percebendo mais de 1 SM etc. (mas, também, os menos favorecidos). Perseguiu, ainda, a classe média precarizando a saúde e o ensino públicos, impondo aos classe medianos planos de saúde e escola pagos, com preços exorbitantes.

    As circunstâncias políticas que ensejaram o impeachment de Collor por vias políticas e não judiciais, mencione-se, são muito diferentes das atuais. Não há condições políticas, nem no âmbito da representação política e tampouco no plano popular, como houve no caso Collor (que foi inocentado judicialmente), para impedir Dilma. O MST, por exemplo, promete ir às ruas por muito menos.

    Ademais, não se sabe de nenhum caso de chefe de Estado que tenha sido deposto exclusivamente pela via judicial, nem mesmo Nixon o foi. Deposições de chefes de Estado são sempre políticas.

    Tudo leva a crer que este canto de cisne político de Cardoso, que se associou a um servil ridículo e a um enfant terrible, será um final de carreia ridículo e lamentável.

  8. E o Serra, que ao discursar

    E o Serra, que ao discursar no ato, pronunciou as seguintes enigmáticas palavrras:

    “As coisas não vão se resolver em uma semana, um mês ou um ano. Mas precisamos estar prontos para o imprevisto, para o improvável. Não há história sem fatos inesperados”,

    Nassif, voce que é especialista em Serra, o que ele quer dizer com isso?

    1. Que vão tentar derrubar a

      Que vão tentar derrubar a Dilma de qualquer jeito.

      Como o Serra é traíra e canalha a mais tempo que o Aécio, ele é mais polido com suas palavras.

      Mas no fundo eles dizem e pensam a mesma coisa.

    2. Que o “discurso” de de Serra

      Que o “discurso” de de Serra fazia mais sentido ainda diki o que Aecio teria…  se Aecio porventura tivesse escritor de discurso.  Nunca teve.

  9. tancredo venceu muitas vezes

    tancredo venceu muitas vezes por ser conciliador,

    ficou famosos por isso.

    aécio parte para o caminho oposto,

    de lider pode virar

    liderado dos supostamente liderados.

    ser lider do caos – ele acha que pode?

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