Pesquisa de opinião pública através dos tempos sobre as eleições no Brasil, por Franklin Frederick

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Pesquisa de opinião pública através dos tempos sobre as eleições no Brasil

por Franklin Frederick

Os intensos debates sobre as próximas eleições no Brasil ultrapassaram as fronteiras geográficas e mesmo temporais, transbordando das redes sociais e chegando até outras dimensões. Aproveitando este fato, decidimos realizar uma pesquisa de opinião pública através de vários períodos da história para saber que candidatos teriam mais possibilidades de serem eleitos em cada um dos períodos estudados. Nossa pesquisa procurou também saber em quem votariam alguns importantes personagens históricos de diferentes épocas. Nosso objetivo é contribuir com elementos que possam dar mais fundamento às escolhas do eleitor brasileiro. Por questões de metodologia, em nosso trabalho consideramos apenas os seguintes candidatos: Luís Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin e Marina Silva.

Começamos nossa pesquisa pelo Império Romano onde pudemos constatar uma intensa polarização entre os candidatos Lula e Jair Bolsonaro. Os Imperadores Nero e Calígula declararam seus votos em Bolsonaro, bem como a maioria da elite imperial. Já os irmãos Graco e os movimentos sociais organizados em torno do gladiador Spartacus apóiam firmemente a candidatura do Ex-Presidente Lula. O candidato Alckmin teve poucos votos, ainda assim mais do que a candidata Marina Silva, que não teve nenhum. No Império Romano o candidato Jair Bolsonaro teria grande possibilidade de se eleger.

Procedemos com a nossa pesquisa na Idade Média onde o quadro continua praticamente o mesmo: o candidato Alckmin segue com uma votação inexpressiva e a candidata Marina Silva continuou sem receber votos. Já a polarização entre os candidatos Luís Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro se acentuou ainda mais, praticamente dividindo a sociedade medieval em dois campos: de um lado os camponeses e a maioria da população apoiando o candidato Lula; os senhores feudais e a poderosa Igreja Católica dando apoio incondicional e irrestrito ao candidato Jair Bolsonaro. Não resta a menor dúvida de que, na Idade Média, Jair Bolsonaro seria o candidato vencedor.

No Renascimento este quadro começa a mudar. Pela primeira vez a candidata Marina Silva recebeu alguns votos graças ao apoio da influente família de banqueiros de Florença, os Médici. Geraldo Alckmin também melhorou a sua posição devido ao apoio do Papa Alexandre VI e de Machiavel. Mas Jair Bolsonaro conta com o apoio de filósofos importantes como Thomas Hobbes e Francis Bacon, além da veemente adesão do romeno Vlad Tepes, “o Empalador”, à sua candidatura. A Igreja Católica ficou dividida: parte da cúpula seguiu a orientação do Papa Alexandre VI votando em Alckmin, mas a maioria segue apoiando o candidato Jair Bolsonaro. Ainda dentro da Igreja Católica, os franciscanos declararam seu apoio ao candidato Lula, também apoiado pelos filósofos Giordano Bruno, Montesquieu e Montaigne, assim como pelos escritores Rabelais e Cervantes. Neste contexto tão confuso nossa pesquisa não se atreve a afirmar qual candidato teria mais chance de se eleger.

Na época do Iluminismo percebemos um fenômeno interessante: pela primeira vez o candidato Jair Bolsonaro caiu nas pesquisas. O Iluminismo é um período em que este candidato não consegue avançar muito. A candidata Marina Silva sobe um pouco mais nas pesquisas assim como o candidato Geraldo Alckmin, mas o candidato Luis Inácio Lula da Silva dispara nas intenções de voto, graças ao apoio de grande parte da classe intelectual e artística – Rousseau, Diderot, Molière, Mozart, Lorenzo Da Ponte, entre outros – dos artesãos, dos camponeses e dos trabalhadores em geral. Voltaire, Kant e Goethe nos informaram que votariam em branco. Já a personalidade mais conhecida da época depois de Napoleão Bonaparte, o explorador e naturalista Alexander von Humboldt, para decepção da candidata Marina Silva, declarou seu apoio ao candidato Lula. Nossa pesquisa concluiu que, no Iluminismo, o candidato Lula seria eleito.

É no período Romântico que a candidata Marina Silva se encontra melhor nas pesquisas, ainda sem chances de ganhar, mas com mais apoio de intelectuais e artistas ela se torna bem mais conhecida. Os Socialistas Utópicos como Charles Fourrier parecem ter uma grande afinidade com esta candidata. O candidato Alckmin também cresce muito neste período, principalmente entre as elites financeiras da França e Inglaterra. Um importante segmento da classe artística, Richard Wagner à frente, também o apóia.

Segundo as nossas pesquisas, a candidatura Lula é novamente a que mais cresce, não só entre os trabalhadores em geral, mas também entre os intelectuais: Victor Hugo, Maupassant e Zola na França, por exemplo, declararam seu apoio ao candidato Lula, bem como os pintores Gustave Courbet e Camille Pissarro.

Já o candidato Jair Bolsonaro é praticamente unanimidade entre os setores da sociedade envolvidos com a empreitada colonial: traficantes de escravos, colonos e proprietários de minas e plantações formam a principal base de apoio deste candidato. Cabe mencionar que nos Estados Unidos o candidato Jair Bolsonaro sempre foi muito popular entre os colonos, sobretudo no Sul. Presidentes dos EUA proprietários de escravos e famosos por suas políticas de extermínio dos povos indígenas, como Andrew Jackson, por exemplo, são cabos eleitorais importantes deste candidato.

Porém mais uma vez, nossa pesquisa não consegue informar com precisão que candidato seria o vencedor das eleições neste período na Europa. Nos EUA tudo indica que seria o candidato Bolsonaro.

Nossa pesquisa prosseguiu no século XX pós-Primeira Guerra. Nos anos 20 e 30, sobretudo na Itália e Alemanha, percebemos novamente uma intensa polarização entre os candidatos Luis Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. A candidata Marina Silva voltou a cair nas pesquisas e só não desapareceu do cenário político devido ao apoio da escritora Virginia Woolf. A partir dos anos 30 e até a Segunda Guerra Mundial a polarização Lula-Bolsonaro entre os intelectuais e artistas tanto europeus quanto norte-americanos é muita clara. Charles Chaplin, Picasso e Upton Sinclar declararam votar no candidato Lula; Erza Pound, Salvador Dalí e Ayn Rand apóiam Jair Bolsonaro. Heidegger nos enviou uma longa carta explicando sua preferência por Geraldo Alckmin, mas não nos convenceu. Acreditamos que ele vota mesmo é no Bolsonaro. A candidatura Alckmin só sobreviveu devido ao apoio de um grupo pequeno porém influente: Sigmund Freud, C.G Jung , T. S. Elliot e alguns poucos mais.

Na primeira década após a Segunda Guerra Mundial, nossa pesquisa constatou um novo fenômeno: enquanto o candidato Lula cresceu de maneira exponencial na Europa Ocidental, o candidato Jair Bolsonaro praticamente desapareceu do cenário político desta região, tendo votos apenas na Espanha e em Portugal. Nos EUA no mesmo período o fenômeno foi inverso: houve um enorme crescimento do candidato Jair Bolsonaro, seguido pelo candidato Geraldo Alckmin. Desde essa época a polarização Bolsonaro – Alckmin domina a política Americana, embora o candidato Lula continue a ter o apoio fiel de escritores como Dashiell Hammett e Dalton Trumbo. Na Europa Ocidental será a polarização Lula – Alckmin que vai perdurar até por volta dos anos 70. Na França, por exemplo, Jean-Paul Sartre é um intransigente defensor da candidatura de Luis Inácio Lula da Silva, enquanto André Malraux faz um valioso trabalho a favor do candidato Geraldo Alckmin. Nos EUA, figuras públicas importantes como o aviador Charles Lindbergh e o influente Senador Joseph McCarthy têm um papel importante na promoção do candidato Jair Bolsonaro. Em contrapartida, Martin Luther King Jr. e muitos outros do Movimento pelos Direitos Civis declararam seu apoio ao candidato Lula.

Nos anos 70 e 80 o candidato Alckmin começou a crescer muito na Europa Ocidental enquanto o candidato Lula caiu bastante nas pesquisas. Já a candidata Marina Silva teve um crescimento excepcional a partir dos anos 90 nos EUA graças ao apoio de parte de Wall Street, de Bill Gates e de Warren Buffet. Atualmente, em países como a Polônia e a Hungria, o candidato Jair Bolsonaro aparece liderando com folga as intenções de voto. Nos EUA, a eleição de Donald Trump voltou a colocar o candidato Jair Bolsonaro em evidência.

Franklin Frederick

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