PMDB quer que Dilma defina alianças regionais

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Da Reuters
 
Novo cenário eleitoral inquieta PMDB, que espera definições de Dilma
 
Por Jeferson Ribeiro
 
BRASÍLIA, 10 Out (Reuters) – A aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, as migrações de parlamentares para outros partidos e cenários eleitorais nos Estados têm deixado as bancadas do PMDB no Congresso, em especial no Senado, inquietas e os senadores querem que a presidente Dilma Rousseff comece a definir já algumas alianças regionais.
 
A pressão do PMDB se dá justamente num momento em que o próprio governo refaz seus cálculos eleitorais depois da surpreendente aliança entre a ex-senadora Marina e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Campos, anunciada no último sábado e cujo o impacto eleitoral ainda é incerto.
 
Esse novo cenário foi alvo inclusive de uma longa reunião no Palácio da Alvorada entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira.

 
Após o encontro de aproximadamente quatro horas, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que também participou da reunião, disse que a avaliação é de que é muito cedo para traçar estratégias. Segundo ele, as candidaturas de oposição ainda podem passar por mudanças até o ano que vem e ainda não se sabe o impacto da união entre Marina e Campos.
 
“A presidenta tem os principais palanques praticamente em todos os Estados do país”, disse Mercadante aos jornalistas.
 
Essa vantagem, porém, pode se desfazer na avaliação dos peemedebistas caso Dilma e o PT não comecem a definir prioridades em algumas disputas.
 
Uma reclamação corrente no PMDB do Senado, por exemplo, é a situação do Ceará. Lá, o líder da bancada de senadores, Eunício Oliveira, quer disputar o governo, mas está inseguro sobre como montar a aliança e teme que Dilma não apoie apenas a sua candidatura.
 
O atual governador, Cid Gomes, rompeu com o PSB para apoiar a reeleição de Dilma e se filiou ao recém-criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e, agora, deve indicar um sucessor para disputar o governo. Essa possibilidade pressiona o senador peemedebista, que quer uma definição de Dilma.
 
“Nossa preocupação é resolver a questão dos cenários regionais. A pressão vem da base para Brasília”, disse à Reuters o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
 
“O desafio que esse cenário (eleitoral) exige é que tenhamos atores claros”, acrescentou. Rêgo, aliás, é alvo de outra polêmica recente entre Dilma e os peemedebistas do Senado.
 
O PMDB queria que ele fosse indicado para assumir o Ministério da Integração Nacional no lugar do ex-ministro Fernando Bezerra, que deixou o governo após seu partido, o PSB anunciar que não faria mais parte da coalizão de Dilma.
 
A presidente, porém, só quer nomear novos ministros efetivos para as pastas em dezembro, quando muitos auxiliares deixarão o governo para disputar as eleições estaduais. A decisão contrariou os peemedebistas, mas eles terão que aceitar a determinação da presidente.
 
Preocupada com essa insatisfação do maior partido da aliança de Dilma no Congresso, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, fez um intensivão de reuniões com a bancada nessa semana.
 
Se reuniu duas vezes com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conversou com Rêgo, com Eunício e com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), para aparar arestas e impedir que as votações sejam contaminadas pelo mau humor do partido.
 
Um senador peemedebista resumiu o momento: “estamos fazendo um alerta de que precisa conversar, mas não é uma crise”, disse pedindo para não ter seu nome revelado. “Essas conversas não podem ficar para a última hora”, acrescentou o parlamentar.
 
Um outro peemedebista do governo avalia que é cedo para tratar de todos os cenários regionais, mas já está na hora de definir algumas variáveis das equações estaduais para garantir palanques unidos e competitivos.
 
Ele aponta os casos da Bahia, onde Geddel Vieira Lima já avisou que fará campanha contra o PT, caso o governador petista Jacques Wagner não aceite fazer uma aliança com o PMDB; do Ceará, onde há dúvidas sobre os movimentos de Cid Gomes; e do Rio de Janeiro, onde PT e PMDB também devem se enfrentar.
 
“Se os projetos regionais do PMDB ficarem em xeque, a aliança nacional com o PT pode se enfraquecer”, avisa esse parlamentar.
 
Por enquanto, porém, esse peemedebista diz que os senadores estão passando por uma “angústia de grávida nos meses finais de gestação.”
Redação

10 Comentários

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  1. “Essa vantagem, porém, pode

    “Essa vantagem, porém, pode se desfazer na avaliação dos peemedebistas caso Dilma e o PT não comecem a definir prioridades em algumas disputas”:

    Que ha de errado com O POVO como prioridade?  Eh so ver quem tem as propostas melhores PARA O POVO!

    O PMDB eh Clube dos Sem Agenda agora?  Porque eles querem cumplicidade de Dilma para “prioridades” que eu nao entendi?

  2. Surge a nova Rede: RVPT

    Por Ronaldo Souza

    No restabelecimento da democracia, após a longa noite de trevas da ditadura militar, lá estavam o MDB e a Arena, este com origem na própria ditadura. Com o tempo o MDB se transformou em PMDB, a Arena em PFL, depois em DEM (em processo de extinção) e foram surgindo PT, PTB, PDT, PSDB (respira por aparelhos) e tantos outros.

    O Brasil se notabilizou então pelo surgimento de diversos partidos políticos, na maioria das vezes com objetivos bem claros e escusos. Hoje, são 32 partidos.

    Apesar de discordar completamente de Juracy Magalhães (político cearense que fez carreira na Bahia), quando disse que “tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, cabe uma comparação, só para nos situarmos; nos Estados Unidos existem dois partidos; Democratas e Republicanos.

    Aproveito e abro um parêntese. Juracy Magalhães, avô de Jutahy Magalhães Jr. (mais um neto na política, PSDB-BA), com aquele pensamento “progressista” de colonizado, hoje seria tranquilamente avô político de muitos desses netos que andam por aí na cena política brasileira.

    Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes, um dos grandes políticos brasileiros, foi Ministro de Ciência e Tecnologia de Lula e de lá saiu para ser governador de Pernambuco.

    É difícil encontrar outro governo estadual que tenha tido apoio tão forte do governo federal (Lula e Dilma) quanto teve Eduardo Campos. O Brasil todo sabe, Pernambuco em particular, que Lula fez Eduardo Campos.

    No entanto, quem leu o Balaio do Kotscho, blog de Ricardo Kotscho, viu que, apesar de ser cria de Lula, Eduardo Campos guarda ressentimentos de Lula e do PT.

    Reproduzo um parágrafo do texto de Ricardo Kotscho:

    “Assim como Eduardo Campos ficou magoado com a postura de Lula durante a campanha municipal de 2010, Marina saiu do PT ressentida por não ter conseguido espaço para seus sonhos presidenciais, uma vez que Lula já tinha se definido pela candidatura de Dilma Rousseff para a sua sucessão ainda em 2006. Mágoa e ressentimento estão na gênese da ‘Coligação Democrática’ anunciada em Brasília, como se pode constatar nos discursos”.

    Em seu discurso de filiação ao PSB, Marina declarou em alto e bom som: “A minha briga, neste momento, não é para ser presidente da República, é contra o PT…”

    Surge assim a Rede da Vingança do Partido dos Trabalhadores, RVPT.

    Jorge Bornhausen, ex-presidente do DEM, reconhecido como homem de direita, é hoje um dos importantes recém filiados do Partido Socialista Brasileiro (PSB), partido que faz parte da Rede. É dele a famosa frase; “Vamos acabar com essa raça”. Claro, referindo-se ao PT.

    Bornhausen começou a sua carreira política na ditadura, com grande apoio dos militares. Continuou depois no PFL (agora DEM) e esteve todos esses anos sempre ao lado de Antônio Carlos Magalhães, José Agripino Maia, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, José Roberto Arruda, Ronaldo Caiado e muitos outros, todos com profundas ligações com o povo. Neles, um traço em comum; sempre estiveram contra projetos que foram lançados para beneficiar as camadas mais pobres da sociedade, como Bolsa Família (bolsa esmola, como chamaram), Minha Casa, Minha Vida e tantos mais.

    É com ele e outros, como Heráclito Fortes (ex-DEM e agora PSB-PI), que Eduardo Campos vai “fazer mais” pelo povo. É com eles que Marina vai mudar a forma de fazer política no Brasil. É com eles que ela vai fazer a “nova” política brasileira. Claro, em breve, assim que as coisas se definirem, também com apoio da mídia brasileira, com a sua visão progressista do Brasil.

    Luiza Erundina, que não deixa dúvidas quanto ao ódio pelo PT, já está lá. Quem sabe nomes como Heloisa Helena, Roberto Freire e tantos outros venham a se filiar em breve à nova rede. Motivo todos têm. E é o mesmo; ódio ao PT.

    A sustentabilidade da rede está garantida, pois, diferentemente de outras que possam vir a existir, a RVPT não faz restrições ideológicas. No seu pragmático projeto, contempla todo e qualquer político, todo e qualquer partido e todo e qualquer intelectual ou artista que tenham no ódio ao PT a sua razão de existir.

    Dizem que há um limite para tudo. É o que se percebe nas vozes que começam a se manifestar nas redes sociais e mesmo em conversas informais, expressando um misto de surpresa e decepção, afinal, quem poderia imaginar a atitude de Marina.

    Pior ainda é saber que ela não tomou a decisão de se candidatar pelo sonho de mudar o Brasil. Além da pressão dos seus bilionários patrocinadores, de cuja existência somente agora alguns tomam conhecimento, é uma pena que justamente a evangélica e pura Marina tenha guardado nesses anos todos no seu coração tanto ressentimento e ódio pelo PT, ao ponto de dizer, sem nenhum pudor, que “a minha briga, neste momento, não é para ser presidente da República, é contra o PT…”

    De Eduardo Campos já se esperava algo desse tipo, afinal já vinha dando sinais nessa direção há algum tempo. Perdeu-se na vaidade e ambição. Marina Silva se perde num enorme sentimento de vingança por um homem, Lula, e um partido, PT, seus criadores.

    É muito ódio e desejo de vingança para quem quer ser Presidente do Brasil.

    1. Pena que o unico paragrafo de

      Pena que o unico paragrafo de Kotscho que ele reproduziu nao tem literatura de suporte nenhuma ;  muito menos existe qualquer evidencia que Marina Silva teria acesso em 2006 a uma (improbabilissima) decisao de Lula quanto aa presidencia de 2010.

    2. Uma dúvida

      Gostaria de enviar esse comentário para uma amiga. No Blog antigo, bastava clicar em link permanente, que me dava condições de compartilhar o comentário. Agora não consigo. Alguém pode ajudar? Só consigo compartilhar os assuntos principais que estão no “Nassif Online”. TKS, Marly 

      PS: Alguns posts e comentários, gosto de repassar àqueles que, comprovadamente sei que são contra o governo e também para alguns que acreditam em tudo de nefasto que aparece na internet, embora sem assinatura. Fico furiosa.  

      1. Desejo de enviar

        Marly, não sei se você está falando do meu texto – Surge a nova rede: RVPT. Se for, tendo o seu e-mail posso enviar direto para você

        1. É o teu texto sim, Ronaldo! 

          É o teu texto sim, Ronaldo!  Adorei! Gostaria de enviar através do Blog. Caso você tenha condições, através do Blog de ver o meu e-mail, tudo bem. Mas acho que não é possivel. Não gostaria de expor publicamente o meu e-mail, pois poderia me causar problemas. De qualquer forma, muito obrigada e parabéns pelo texto!     

  3. … ha muito o PMDB aceita e

    … ha muito o PMDB aceita e se acomodou em ser a cauda da cobra e nao a cabeça.   portanto, terah de seguir onde a cabeça for, mesmo a contragosto.

  4. Serra e Campriles, um caso de amor, admiração e respeito mútuos

    Eduardo Campriles vai enveredar pelo discurso furado e fracassado do Serra na disputa do ano que vem. 

    O primeiro discurso, furado e fracassado, é o de dizer que ele é mais ‘lulista’ do que a Dilma. 

    O segundo discurso, furado e fracassado, é o de dizer que ele é “o mais preparado”, tal e qual o vampiro da Mooca se auto intitula. 

    E Osmarina Radonski? 

    Ela entra com o ódio, o ressentimento e o combate direto contra o ‘chavismo’ do PT.

    A esverdeada chapa da reação ‘horizontalizada’ quer entrar para a história (na lata de lixo…) como a coalizão que conseguiu apunhalar o coração de Lula, pelas costas.

    O PSB quer tomar o lugar do PSDB e contar com o apoio do mesmo para derrotar Lula, Dilma e o PT. 

    Para tanto, dirão qualquer coisa. Terão um discurso progressista ou reacionário, dependendo do inocente público para o qual se dirigem. 

    O PSB e o PSDB já tem um acordo de apoio mútuo num eventual segundo turno, contra Dilma Rousseff. 

    Urge que Luiz Inácio e o Partido dos Trabalhadores tomem as devidas providências.

  5. Balaio do Kotscho

    Só para esclarecer. 

    “No entanto, quem leu o Balaio do Kotscho, blog de Ricardo Kotscho, viu que, apesar de ser cria de Lula, Eduardo Campos guarda ressentimentos de Lula e do PT”.

    Não ficou nítido que era um link, mas quem clicar em Balaio do Kotscho no texto que postei terá acesso ao texto ao qual me refiro.

  6. Recado para Dilma

    O governo está um pouco de salto alto por causa da aliança Campos-Marina, tida como fracassada, melhor não contar vitória…

    Quanto ao PT, que procure lançar o máximo de candidatos a governador, senador, evitar grandes coligações proporcionais para crescer a bancada legislativa e melhorar a correlação de forças.

    Se as mesmas alianças ou estratégias erradas de 2010 repetirem novamente não haverá remorso de eleitores petistas em apoiar a chapa adversária do PSB.

    Marina é vazia, duvido que ela descartaria o Feliciano por exemplo, mas expulsar Caiado foi uma bola dentro e um exemplo para o PT, quem disse que a esquerda precisa de aliança com ruralista para ganhar eleição?

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