Projeto quer acabar com cotas para mulheres nas eleições

De autoria do senador Angelo Coronel (PSD/BA), a proposta será analisada nesta quarta pela CCJ do Senado

Foto: Lula Marques/Agência PT

Jornal GGN – Um projeto de lei quer colocar fim às cotas de 30% para a candidatura de mulheres a cargos no Legislativo. De autoria do senador Angelo Coronel (PSD/BA), a proposta será analisada nesta quarta-feira (03) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Entre os movimentos políticos e sociais que reagiram à proposta, o Grupo Mulheres do Brasil, comandado pela empresária Luiza Helena Trajano, das lojas Magazine Luiza, está tentando pressionar os parlamentares a evitar que o projeto seja aprovado na Comissão.

O Grupo, que reúne 30 mil mulheres no Brasil e exterior, emitiu uma nota, informando que “repudia a tentativa de retrocesso no reconhecimento da importância feminina nos espaços de poder”. Entre os senadores cotatados pelo movimento estão o relator Fabiano Contarato (Rede/ES). Elas esperam que os parlamentares não deixem passar a medida na Casa.

Entre os argumentos, elas lembram que o Brasil está ainda muito aquém de outros quando o tema é representatividade feminina na política. De acordo com o organismo Inter Parliamentary Union, o país está atrás de 151 países no ranking dos que incluem as mulheres no Parlamento.

Para o Grupo Mulheres do Brasil, as cotas que obrigam os partidos a preencher 30% de suas vagas por candidatas mulheres, além da distribuição igualitária dos recursos do fundo partidário e eleitoral, já tiveram um grande impacto positivo nas eleições passadas, de 2018.

O resultado foi que aumentou 5 pontos percentuais a participação feminina no Congresso, aumentado de 10% da legislatura anterior para 15% agora, o que ainda não deixa de ser inferior ao número de candidatas mulheres no pleito eleitoral, que girou em torno de 30% em 2018, e também do próprio eleitorado brasileiro, que representa mais da metade dos que votam (52%).

Para uma das líderes do Comitê de Políticas Públicas do coletivo, Lígia Pinto, as cotas garantiram um pouco mais de participação das mulheres na política e acabar com essa medida seria retroceder – uma estratégia que interessa aos políticos homens: “É uma tentativa de manter o velho modus operandi em que apenas candidaturas de homens ganham visibilidade”, disse.

“Se não houvesse as cotas, esse resultado seria ainda pior. Desde que estabeleceram que os repasses de recursos deveriam contemplar também as candidaturas femininas dentro dos partidos a pressão de alguns senadores e deputados para acabar com o sistema de cotas aumentou”, defendeu.

Redação

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