Psol dá apoio formal à candidatura de Haddad

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O Psol divulgou ontem, dia 8, em carta aberta assinada pela executiva nacional, apoio à candidatura de Fernando Haddad, do PT, e Manuela D’àvila, do PCdoB, para a Presidência da República. Na nota, o partido que disputou o primeiro turno com Guilherme boulos e Sonia Guajajara, afirma que a tarefa central, neste momento, é derrotar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. “Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo”.

Confira a íntegra da nota:

#EleNão: para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o Psol defende o voto em Haddad e Manuela

As eleições no primeiro turno terminaram mantendo o mesmo cenário de instabilidade e polarização provocados pelo golpe de 2016 e que aprofundou uma crise econômica e social que já se desenvolvia. Também aprofundou uma crise de representação política de tal monta que gerou as condições para o surgimento de uma candidatura de extrema-direita e que chegou ao segundo turno com apoio de parte considerável das classes dominantes. A eleição golpeou diferentes caciques políticos, fazendo com que a extrema-direita capitalizasse a raiva social contra o “sistema”.

O 2º turno é a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro. Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo. Para isso o Psol apoiará a partir de agora a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom som: ele não!

O PSOL e a aliança que conformamos no primeiro turno em torno de Boulos e Sônia, com os movimentos sociais e o PCB, intelectuais e artistas continuará a defender a dignidade do povo brasileiro contra a desigualdade e os privilégios. Essa candidatura marca o início de um novo ciclo na esquerda brasileira e o PSOL tem orgulho de ter acolhido e estimulado essa construção. Por isso, continuaremos a defender as causas que nenhuma outra candidatura teve a coragem de sustentar.

Estaremos na campanha para derrotar Bolsonaro e eleger Haddad e Manuela defendendo a soberania nacional e os direitos da maioria de nossa gente. Estaremos nas ruas e nas urnas exigindo a revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e todas as suas pautas – a igualdade salarial, a lista suja do machismo e a legalização do aborto. E para tanto, não abriremos mão da luta por nossa soberania energética com a defesa do Pré-sal, da Petrobrás e da Eletrobrás, na perspectiva de uma transição da matriz energética e do modal de transportes.

O PSOL compreende que a luta para derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança, justiça, igualdade e soberania no Brasil.

Orientamos nossa militância a constituir comitês amplos pelo #EleNão. O exemplo das mulheres, que tomaram as ruas no último dia 29 de setembro, nos inspira e fortalece para que novas manifestações massivas ocorram para derrotar a extrema-direita. Estaremos na campanha para levar Haddad e Manuela a vitória e para que a vontade do povo seja respeitada. Onde houver segundo turno para os governos estaduais, orientamos nossa militância a apoiar nomes que se oponham publicamente ao projeto de Bolsonaro. Em cada estado as instâncias locais definirão as formas de contribuir ativamente na mobilização popular para derrotar o atraso, priorizando a construção de espaços plurais e que incorporem todos e todas que defendem a democracia, mantendo nossos princípios e a coerência que marcam o PSOL.

Continuaremos nas ruas, juntos, sem medo de mudar o Brasil. Ele não!

Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2018

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Campus Lagoa do Sino da UFSCar – Lula e Boulos, Pela Educação.

    Raduan Nassar insurge-se contra PEC da Desigualdade

    Publicado em 3 de novembro de 2016 por 161101_lula-raduan-e-alunos

    Lula com Raduan Nassar e alunos e professores do campus Lagoa do Sino da UFSCar | Fotos: Ricardo Stuckert

    Escritor doou campus à UFSCar e teme que área seja privatizada, em função dos cortes no orçamento social. Ele avisa: nesse caso “será aberto grave litígio, por contrariar frontalmente objetivos da doação”

    Em seu sítio em Buri, SP, o escritor Raduan Nassar recebeu para almoço, no dia 1º/11, o ex-presidente Lula, com o objetivo precípuo de visitar o Campus Lagoa do Sino – UFSCar, instalado na fazenda doada por ele ao governo federal, quando fez importante pronunciamento, acabando ovacionado por centenas e centenas de presentes.

    Lula, em exercício em 2010, aceitou prontamente a doação, sem titubear um instante sequer, doação formalizada por escritura pública em 3 de fevereiro de 2011, tendo à época como Ministro da Educação o atual prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad. A doação incluiu mais de 3.500 m² (três mil e quinhentos metros quadrados) de área construída, três pivôs centrais, quatro silos armazenadores, dois secadores de grãos, sistema de secagem a gás, maquinaria compreendendo: colhetadeira, tratores, pulverizadores, e muitos outros implementos.

    161101_boulos-lula-suplicy-raduan

    A aceitação da doação pelo governo federal aconteceu três anos depois de a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), desistir de aceitar a mesma doação, barrada que foi pelo governo do Estado de São Paulo, apesar de o então reitor da ESALQ ter declarado que se tratava de uma fazenda de fazer “cair o queixo”.

    O campus universitário em pauta, como tantos outros instalados pela gestão Lula, tinha o objetivo de propiciar o acesso ao ensino superior a jovens sem poder aquisitivo, incluindo filhos de trabalhadores rurais, negros e indígenas, o que vem acontecendo até esta data.

    Defensor da educação pública, o escritor Raduan Nassar assiste hoje perplexo ao inacreditável risco de o Campus Lagoa do Sino – UFSCar vir a ser privatizado. Segundo um dos expoentes defensores da PEC 241 / PEC 55 (com incalculável prejuízo ao Brasil e aos trabalhadores, com o risco de fechamento do Campus por estrangulamento de recursos), o deputado Nelson Marquezelli, por sinal grande exportador de suco de laranja, é igualmente defensor, mas, bem entendido, das privatizações, tanto que não hesitou em afirmar literalmente: “Quem não tem dinheiro não faz universidade.”

    Caso ocorra efetivamente a privatização do Campus Lagoa do Sino – UFSCar, será aberto grave litígio por contrariar frontalmente os objetivos da doação da mencionada fazenda, que seria fundamentalmente o ensino público gratuito.

    A registrar: além de Lula, estiveram presentes ao almoço, o ex-ministro Luiz Dulci, o ex-senador e vereador eleito mais votado Eduardo Matarazzo Suplicy, o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto) Guilherme Boulos, o presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores) Vagner Freitas, a deputada estadual Márcia Lia, e outros.

    https://outraspalavras.net/blog/2016/11/03/raduan-nassar-insurge-se-contra-pec-da-desigualdade/ 

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