Quociente Eleitoral: a esquerda não sabe jogar, perde a democracia, por Francisco Julio Xavier

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Quociente Eleitoral: a esquerda não sabe jogar, perde a democracia 

por Francisco Julio Xavier

Momentos difíceis estamos vivendo. A alta votação não faz do candidato um eleito. Com a lei de quociente eleitoral veio à tona o velho vício da esquerda em não ser dada a alianças. Parece que a palavra “aliança” soa para a esquerda como um termo negativo. Se um partido tem uma pequena divergência nos pontos, é motivo o bastante para não se coligar.

O comunismo, o socialismo, de todo mundo junto, unido pelo bem comum, se perde na briga colossal de egos dos partidos nanicos e ditos compromissados com uma sociedade aprimorada pelo coletivismo.

Duras críticas a fazer ao PSTU.  Os gritos favoráveis a democracia se emudeceu. Por quê? Porque sim. O partido não vai para as ruas defender partidos corruptos. A moral do partido é mais importante do que a democracia, do que a luta no momento mais crucial para o país. “decidamos ficar aqui inertes ao vendaval em favor do nome conceituado do nosso partido de extrema esquerda”- seria uma hipotética fala na ata de reunião do partido. Nossa, que decisão mais sensata?

Com essa grosseira tática, o partido confirma: não queremos fazer política para ganhar eleição, apenas para fazer barulho, gritar a torto e a (direita) esquerda, mil verdades. Essa é a nossa máxima contribuição que temos a dar para a sociedade.

Nessas eleições, a candidata a vereadora do PSTU de Natal-RN, Amanda Gurgel, perdeu o segundo mandato, mesmo sendo a segunda mais votada no pleito devido a farsa da democracia, quociente eleitoral.

Mas será que foi por isso mesmo que, mesmo com mais de 8 mil votos, se perdeu o mandato?

A intolerância ao diálogo e as alianças inviabilizaram a segunda chance de a Professora engatar um projeto desafiador que ajudaria a sociedade natalense.

Para a lógica do partido, vale mais os direcionamentos protocolados dos partidários do que algo que possa ser concreto ou próspero. O partido vive no século XVIII e se recusa a se abrir para o novo.

Mudança parece ser encarada como outra palavra: corrupção.

O medo paira sobre a esquerda. Não querem aderir nem em partes ao jogo das modernas eleições.

A direita é astuta, se une pelo dinheiro, são amigos até onde o dinheiro os unir. Já a esquerda, não se une pelo dinheiro, mas são bem mais fáceis de se separar pela briga incessante de quem manda mais.

Com essa insana e ridícula atitude, perde tempo e companheiros que acreditam nessa batalha. Falemos grosso e desaforado dessa tática retrógrada e desnecessária.

Agora se deve juntar os cacos e ser reerguer. E esperamos que a lição fique para 2018. Boa sorte!

Francisco Julio Xavier é Jornalista, formado pela Universidade Potiguar – UnP

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Olha, até entendo onde o

    Olha, até entendo onde o autor quis chegar e até, em tese, concordo. Mas ai me lembro do governo Lula, onde foi bonzinho, fez alianças e tal. E então a direita mais retrógrada  e fisiológica resolveu criar várias frentes para destruir o PT e os principais nomes deste partido.  Como a esquerda nunca foi  unida e grande, ficou o PT praticamente falando sozinho… e ainda uma voz bem fraca e praticamente inaudível. 

    Pense bem, já imaginou se o Lula tivesse aberto a caixa preta da Petrobrás do governo FHC, logo ao  tomar o poder? Já imaginaram quantos cadáveres sairiam dali?  Acredito que por uma questão de governabilidade resolveu não mexer com outro partido, resolveu passar por cima e esquecer .  Agora recebe no lombo toda a culpa, até a que não tem.

     

  2. Sem união acordada não há salvação

    Aqui em Vitória/ES aconteceu o mesmo. PT e PSOL foram solteiros e o PCdoB coligou-se com a situação. Resultado, não elegeram nenhum vereador, apesar de votções expressivas. 

  3. Verdades

                  Tem uma velha piada – eu pelo menos a considero piada – que diz que quando alguém de direita é contra o uso de arma, ele não usa arma, mas quando alguém de esquerda é contra o uso de arma, ele deseja que ninguém possa usar arma.

                  Cito a piada para discutir este conceito de muitos da esquerda de estarem sempre certos e os outros errados. Como estão certos, não podem negociar a verdade.

                  O que se fala do PSTU valeu para o PT – apesar deste exemplo não ser bom, pois exatamente quando deixou de valer é que as coisas saíram dos trilhos – e vale para a esquerda como um todo. Alianças para um bem comum são tão difíceis e a imagem de fanático intransigente do esquerdista continua.

                  Mas isso é até um problema menor. Mergulhamos nas trevas no Brasil e a grande maioria só grita contra um Golpe, como se ele saiu do nada e que Dilma ganhou a eleição de 2014 depois de anos de governo de direita. Para a maioria o PT cometeu pequenos erros, coisa pouca e, mesmo assim, apenas em nome de um Republicanismo. Como se fosse Republicano colocar mal caráter em postos chaves da república.

                  Agora o grande nome que restou ao PT perde a eleição e a culpa é dos outros, da Globo, da elite. O povo, ah o povo só esta certo quando vota no PT. Quando vota contra, é manipulado, é medíocre – um trocadilho esperto, né Nassif -, não sabe das coisas. Ora, não se aprendeu nada com a Marta? Agora não é mais necessário defender o governo maravilhoso dela, que foi perseguida pela mídia… ela nos traiu!

                  Hoje temos um enigma maldito para resolver: se fazer um bom governo não afeta em nada o voto popular – hipótese para quem afirma que o Haddad fez um bom governo – o que influencia? A Globo? Ótimo, então porque grande parte da verba publicitária do governo irrigou o maior inimigo da democracia? A mágica do picolé de chuchu? O ódio da elite? São Paulo deve ser um lugar muito bom, pois tem mais elite que povo…

                  São Paulo passou a ser – e continuará – sendo o inferno na Terra para o PT porque o partido não consegue ganhar do PSDB com frequência. Porém, perdeu para o PSDB ou para um partido que insistiu em Marta, Mercadante? Quando propôs um Haddad ganhou a eleição. Sou do tempo que o problema da esquerda era o Nordeste, pois ele votava no Arena, no PDS, no PP, no Demo. Votou no PT passou a ser vanguarda, o problema estava resolvido.

                  A votação da Marta mostra que o problema não era o PT…

                  A votação do Haddad deveria nos obrigar a discutir: será que foi tão bom para todos assim? Serrá que nossa estratégia política nos últimos doze anos foi tão errada assim? Ou todos os “assim”?

                  Tudo gira em torno da verdade de cada um, da incapacidade de discuti-la: seja para fazer alianças, seja para não cometer os mesmos erros…

  4. O PSTU tem uma ideologia

    O PSTU tem uma ideologia clara mais clara que o PSOL por exemplo. É o único partido da extrema-esquerda declaradamente Morenista. Para o Morenismo, não há nada mais reacionário do que o Stalinismo. O Stalinismo é mais reacionário que o próprio fascismo ou o liberalismo mais desenfreado. Leia-se na interpretação deles, Stalinismo = socialismo real, outras esquerdas e adversários do liberalismo

    A aliança informal do PSTU com a direita faz todo sentido dentro dessa ideologia. O indivíduo do PSTU critica Cuba, critica a Venezuela, faz festa para Yoani Sanchez. Quando opinam sobre política internacional, é sempre para defender os americanos contra o “Stalinismo” de Putin. Defendem o EI na Síria e os neonazistas da Ucrânia, pq o adversário são sempre os “Stalinistas” Assad e Putin.

    Um texto relativamente famoso do PSTU sobre a Síria pede armas para o imperialismo americano para combater o Stalinista Assad.

    http://www.pstu.org.br/node/20077

    É engraçado que a metralhadora do PSTU está sempre apontada para governos contra-hegemônicos e inimigos dos americanos. 

    Mas não é só no PSTU que o morenismo encontra lar. Importantes correntes do PSOL são morenistas, como a MES da Lulu Divx LAcradorx e a CST do Babá aqui no Rio. 

    Eu acho que na construção de uma frente de esquerda, a presença dos morenistas é inviável. O melhor nome para definir o que eles fariam é “infiltrar-se”. Essencialmente promoveriam o sectarismo e o divisionismo. 

    As vezes sou até paranóico e chego quase a achar que o morenismo é invenção da CIA, mas é fato que ele só promove divisões na esquerda e sempre funciona como linha auxiliar da direita. 

    Jamais esquecerei de junho de 2013, quando esses quinta-colunas jogaram o Brasil no Abismo !!!

  5. Que significa “modernas

    Que significa “modernas eleições”, as ganhas, por exemplo, por Dória? As que usam urnas pqra impressões digitais?  E “alianças”, “diálogo” modernos? Em torno de conveniências eleitorais ou porgramas de governo? Será que as esquerdas e aliados os têm?  Ou todos  inclusive a direita esclarecida, ainda repetem as velhas palavras de ordem que não mais empolgam as massas já insensíveis e que só desejam compreender propostas factíveis para seus problemas reais? Nas “eleições modernas”, o povão, sem isso, só tem duas opções: eleger os mentirosos promesseiros de sempre ou apelar para seu silente protesto: abstenção crescente. Será que já entendemos o verdadeiro recado desta?

     

     

  6. Partidos radicais
    Estão a soldo para DIVIDIR.

    Foram comprados para isso! Só não vê quem é idiota!
    Fuja da ideologia! E volte para a teoria dos conjuntos, sua primeira aula de matemática!
    Vc pode não gostar mas o mundo é assim! Nós brasileiros concorremos com eles que não são brasileiros.
    É simples.

    Mas aqui tem um monte de gente que acha que concorre entre si. São aqueles que acreditam em ideologia e por isso não temos um projeto de país. Temos projetos ideológicos e só. Nada que se encaixe em nossa realidade e por isso mesmo sempre será fator de discórdia, fator de divisão.

    E este é o motivo pelo qual estes partidos de esquerda são até incentivados pelo status quo. Porque é o cimento pelo qual o projeto nacional é sabotado.

    Só o NACIONALISMO será fator de união neste país sem raça!
    Vc pode não gostar mas no fundo sabe que é verdade!

    Porque reconhece a impossibilidade da utilização de ideologias e religiões !

  7. contribuição que temos a dar para a sociedade…

    “…contribuição que temos a dar para a sociedade…” Quanto tempo sem ouvir essa frase. Balsâmico nestes tempos.

  8. fora do jogo sujo.

    Pode se criticar o PSTU por vários motivos, mas fico na dúvida: o problema é de quem não sabe jogar ou é do jogo?. Ai fica fácil entender porque enquanto alguns se preocupam em ficar limpos em jogo sujo e outros se sujam porque o jogo é sujo, quem está fora do jogo – a maioria da população –  se recusa a continuar participando do ‘jogo’.

     

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