Se Lula não fizer mais, não fará nada, por Luis Felipe Miguel

A conciliação foi rompida pelo capital, que quer agora voltar a ampliar a vulnerabilidade social, que o beneficia. Os setores empresariais, a mídia, os empreendimentos neopentecostais: todos subiram o tom e apostaram numa radicalização de suas apostas.Não basta que o PT queira retomar o antigo trato. Afinal, quando um não quer, dois não conciliam.

Lula no congresso do PT

Se Lula não fizer mais, não fará nada,

por Luis Felipe Miguel

Acompanho as postagens de Fernando Horta e sempre ganho ao lê-las – suas análises são sensatas, inteligentes e bem posicionadas. E admiro essas qualidades mesmo quando discordo de seus argumentos, como é o caso com o texto “Pode Lula fazer mais?”, publicado ontem, que critica às posições à esquerda do lulismo (ou mesmo na esquerda do lulismo) por esperarem que, num eventual novo mandato, o ex-presidente avance além das políticas compensatórias que implantou quando esteve no governo.

Essa esquerda, diz Horta, julga que “o chefe do executivo tem o pó de pirlimpimpim e é capaz de realizar tudo o que pensa”. Na verdade, ele continua, não é assim. Um Lula novamente eleito, em 2017 ou em 2018, defrontaria um Congresso hostil, majoritariamente conservador, e precisaria adaptar suas políticas a essa correlação de forças. A “conciliação” da qual se acusa o PT não é, assim, um ato de vontade, mas o reconhecimento do que é possível no jogo político real.

Creio que isso é um retrato apenas parcial do que foram os governos petistas e do que seria um retorno de Lula à presidência. O lulismo entendeu que seria possível uma negociação pela qual a paz social viria em troca da redução da vulnerabilidade dos mais pobres. A presidência não tem pó de pirlimpimpim, mas tem os recursos – cargos e verbas – para agradar a maioria fisiológica do Congresso e comprar (ou melhor, alugar) sua aquiescência. Os mais pobres ficam menos pobres, os ricos continuam ganhando, a elite política continua parasitando o Estado, em suma, todos ganham. Bolsa-Família e elevação do poder de compra dos salários convivem com a remuneração astronômica do capital financeiro. Foi isso que esteve em funcionamento a partir de 2003 e que entrou em crise no primeiro mandato de Dilma Rousseff, seja porque ela tentou mexer em alguns elementos da equação (combatendo certos esquemas de corrupção, ajustando a política econômica em prejuízo do rentismo), seja porque setores populares mostraram que queriam mais do que o lulismo lhes estava dando (como os protestos de 2013 indicaram).

O fato é que o modelo dos dois mandatos de Lula não tem mais condições de funcionar. A conciliação foi rompida pelo capital, que quer agora voltar a ampliar a vulnerabilidade social, que o beneficia. Os setores empresariais, a mídia, os empreendimentos neopentecostais: todos subiram o tom e apostaram numa radicalização de suas apostas. Ao mesmo tempo, a velha prática da aquisição do apoio parlamentar no varejo se tornou mais arriscada, graças à Lava Jato. O deputado ou senador fisiológico terá menos incentivo para fazer negócio, porque sabe que o governo estará sob ataque; sofrerá pressões cruzadas, uma vez que seus financiadores, mídia e igrejas estarão contra; terá receio, dada a possibilidade de denúncia e punição. Não basta que o PT queira retomar o antigo trato. Afinal, quando um não quer, dois não conciliam.

Nessas condições, o que seria, então, o “grande pacto nacional” que Lula poderia propor? Se não há “reversão de forças”? Tudo indica para uma versão aviltada do acerto anterior, em que a ambição, agora, seria minimizar os danos dos retrocessos impostos a partir do golpe, com serviços públicos ainda mais subfinanciados (graças à PEC 241/PEC 55), relações de trabalho ainda mais precarizadas, economia ainda mais desnacionalizada. Isto até que as classes dominantes julguem que está demais e promovam uma nova virada de mesa.

Não há mágica, não há pó de pirlimpimpim. Há correlação de forças. Mas ela não se dá só dentro das instituições formais. Há certa contradição numa visão que compreende isso ao olhar para os dominantes – que exercem permanentemente seu poder de pressão à margem dos três poderes, logo obriga a ter cautela quando se mexe com eles – mas julga que o campo popular se expressa é por meio do voto.

Sim, qualquer presidente progressista ou mesmo centrista que se eleja enfrentará um Congresso conservador (assim como mídia, judiciário, polícia). O avanço de suas políticas precisará contar com mobilização popular, com a população nas ruas. É aqui que Lula precisará fazer mais. Melhor: precisará inverter a chave. O lulismo promoveu a desmobilização, como prova de seriedade de suas intenções conciliatórias. Isso parou de funcionar. Nas atuais condições, qualquer vitória dependerá da pressão das ruas ser maior do que a pressão das classes dominantes, independentemente de quem esteja no Palácio do Planalto.

Não creio que a esquerda brasileira possa dispensar uma figura como Lula, pelo que simboliza e pelo enorme apelo popular que possui. Mas o programa da esquerda não pode ser “Lula presidente”. Tem que ser a revogação dos retrocessos e o retorno do compromisso com a construção de um país mais justo. Para isso, tem que ir além das políticas compensatórias e avançar na direção de mudanças estruturais. O que falta, na candidatura de Lula tal como posta hoje, é um compromisso claro com essa pauta. Defendê-la não é irrealismo. O irrealismo é julgar que o relógio volta para trás e uma vitória eleitoral fará reaparecer, num passe de mágica, as condições para retomar a conciliação interrompida.

Luis Felipe Miguel

34 Comentários

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  1. A governabilidade deve ser pactuada com a população

    Em eventual novo mandato popular do Lula, prá ser bem sucedido, ele deverá pactuar a governabilidade não com esse congresso formado, com raras e honrosas exceções, por bandidos e que não representa a maioria da população que trabalha e gera o progresso do Brasil, mas os Coxinhas; o Lula deve ajustar a governabilidade com a população que trabalha e sofre.

    A elite que parasita a população amarela quando a populaçpão se levanta.

    Eventual novo mandato popular do Lula deve ser radical, pois a conciliação com os sanguessugas se esgotou

      1. A geração mais alienada dos

        A geração mais alienada dos últimos 4,5 milhões de anos? Eu, hein? Vai que a solução sai do feicebuque…

    1. O que chamo plano A, o B não existe.

      Só há uma alternativa neste momento, ou A ou é nada que com concilhação reduz-se a nada e no fracasso do A pelo menos surgirá uma geração na busca de algo melhor.

  2. mais justo e altivo,

    mais justo e altivo, independente

    ps – e não será por falta do que fazer, já que temas como Saúde, REGULAÇÂO dos mercados e das mídias, medidas que coibissem a violência contra a VIDA e a proliferação de FAVELAS por exemplo, terão que tirar o atraso do particamente NADA que se fez em seus respectivos mandatos

  3. A grande meta

     O objetivo da Republica dos canalhas era tirar a Dilma para evitar o proximo governo do Lula, esta muito claro, se deixa ela fazer um governo tranquilo Lula vem em seguida e talvez mais 8 anos de governo petista e os abutres fora do controle ,o primeiro golpe realizado e o segundo em andamento com certeza  será a  impuganação da candidatura Lula,A esquerda precisa trabalhar um nome de consenso e força, talvez Ciro ou Lindberg, minha preferencia pelo segundo.

  4. e? alguma sugestão?

    Estas críticas a Lula, por bem escritas que sejam, incorrem na mesma insuficiência: Tudo que sugerem que Lula devesse fazer a mais é do mesmo que ele fez.

    Lula já cansou de dizer que uma nova candidatura só terá sentido para ampliar o que já foi feito. Terá que recuperar o que foi estragado sim, mas terá tempo para fazer muito além. Afinal, ele sabe a receita e não precisa de grande elaboração intelectual para confiar que o apoio do povão traz as soluções, sempre que ele procurar atender este povo. As táticas conciliatórias só existirão se trouxerem ajuda e ele acabou de explicar que só se busca aliança com quem ganha. E quem ganha é quem adquiriu uma força que pode ser usada como apoio.

    O imediatismo das críticas parece mostrar que as pessoas acreditam em soluções definitivas e finais. Acreditam em pó de pirlipimpim sim!

    O PT se afastar das bases para se concentrar no governo não seria um problema, se os grupos que se julgam mais autênticos de esquerda se engajacem para ocupar o vácuo como forma de integrar a um governo popular. Isto sim poderia dar lastro ao governo para não depender de ofertas obscuras de oportunistas. Mas parece que este povo prefere ficar torcendo contra para poder embasar suas críticas depois.

    1. lulismo !!!
      O estadao, a folha, a rede esgoto, a veja, a band e o resto da camarilha agradecem aos esquerdas por corroborarem em chamar de lulismo o unico periodo em nossa historia em que tivemos e fomos um simulacro de nacao.
      Sugiro ao LULA que em seus proximos pronunciamentos desenhe o que ele anda dizendo ultimamente.
      Qualquer um desce garganta abaixo, menos o Lula o Partido dos Trabalhadores.
      considere desenhado

  5. O Lula pode ser candidato a

    O Lula pode ser candidato a presidente ? pode sim. Lula pode ser o grande articulador politico sem ser candidato para 2018 ? pode também. Mas tudo passa num pacto com a sociedade como um todo . O governo tem que ser de coalizão , não tem como ser diferente , a representação tem que seguir como está a sociedade no momento , tudo representado . Todos cedem : trabalhadores , empresários , midia  , políticos e as minorias. Agora , outro articulador pode entrar neste pacto nacional ? pode tambem .Mas com certeza todos os grupos de poder deste País vão ter que ceder .

    1. E infelizmente quem pode

      E infelizmente quem pode menos leva  menos. Ou seja euzinha, trabalhadora aposentada,  avó e mãe de família estamos no grupo que pode menos… o do trabalho.

  6. Provocações…

    O artigo do Fernando Horta, base para este texto do Luiz Felipe Miguel, é antes de mais nada uma provocação aos partidos que se dizem à esquerda do PT.

    Vide o último parágrafo do texto, que reproduzo a seguir:

    “Quantas cadeiras no congresso comanda esta esquerda que está a exigir tantas “reformas” do ex-presidente?”

    E neste sentido eu complemento o ótimo artigo do Fernando Horta utilizando uma argumentação que sempre é utilizada com a direita mas que serve igualmente para os partidos que se dizem à esuqerda do PT:

    Vocês querem o poder? Acham que fariam melhor do que o Lula e o PT? Então ganhem as eleições no voto! 

    1. Stalin

      Essa lógica me lembra Stalin.

      Uma vez disseram a Stalin que o Papa defendia uma certa proposição a respeito da política internacional após a Segunda Guerra, ao que Stalin teria respondido: “Quantas divisões de exército o Papa possui?”

      Esses reducionismos caricatos (da política à força militar ou ao número de cadeiras em um Congresso) é o que torna o argumento dos imbecis igualmente imbecis.

      1. De idiotas e idiotices…

        Se você considera “um reducionismo caricato da política” ao se considerar o número de cadeiras em um Congresso, então você é um genuino representante ou está se igualando aos imbecis da esquerda caviar que acham que podem fazer política sem representação parlamentar significativa, o que em última instância significa apoio do povão…

  7. Jovens candidatos?

    Não entendi e não sou de esquerda, sou brasileira patriota e democrata. Os golpistas agora, além de cultivarem preconceitos contra mulheres, negros, pobres, também cultivam preconceito contra pessoas acima dos trinta anos? Cada vez fico mais pasma com este povo coxinha. Quem do PSDB tem menos de trinta? Os cara não têm coerência mesmo 

  8. Todo o poder aos Sovietes? Com que forças?

    Amigo, se Lula (ou qualquer candidato de esquerda, ou centro esquerda) não conseguir apoio ao menos da fração dos capitalistas interessada em produzir para mercado interno, só uma revolução socialista poderá reconduzi-lo ao poder (e conservá-lo por lá). E, infelizmente, sinto informar que revoluções só triunfam quando contam com tanques, fuzis, baionetas etc. Povo nas ruas não basta. Havia muito povo nas ruas em 64, Goulart contava com altíssima aprovação popular, mas isso não impediu o golpe na época.  Não teremos uma Revolução dos Cravos aqui porque nossos milicos são de direita, inclusive nas baixas patentes. Acorde. As mudanças neste país não vão acontecer movidas pelo poder de nossas excelsas vontades, sem apoio em correlações de forças bastante reais.

    1. As mudanças vao começar a
      As mudanças vao começar a acontecer quando o valor do trabalho honesto for maior que o da roubalheira.

  9. Todos os processos políticos são dinâmicos.

    O grande erro em todas as análises é a falta de projeção ao futuro de processos políticos e muitas vezes se deixa de fazer algo pois simplesmente se projeta o presente para um tempo futuro.

    Um terceiro governo de Lula tem que se basear em reais e amplos projetos de reformas, reformas que tragam o povo ao seu lado mesmo que provoquem muito as forças de direita, seria o plano A.

    Se não for pensado que há um plano A e já se mostra que o planao B é que é a solução possível, jamais o plano A existirá, logo a prioridade deve ser única ou o A ou nada, pois com o B certamente será o nada.

  10. Nem se fizer mais

    O grande problema da esquerda, como já postaram aqui é que eles parecem saídos do ” sítio do pica pau amarelo “.

    Dificilmente uma grande mudança ocorreu em toda a História sem um aliado poderoso por trás, de preferência de algum segmento da elite. Mesmo a Revolução francesa, o povo jamais teria conseguido algo, sem o apoio financeiro da burguesia, que era asfixiada pelos altos impostos decretados pela Nobreza, por isto queriam a queda do ancient Regime, e este apoio financeiro é que custeou os poderosos Exércitos de Napoleão. Enfim, sem um padrinho de peso, nada se consegue. Povo saindo nas ruas ? Fizeram muito isto em 64, e nada adiantou.

    A democracia só funciona de fato, se a parte mais poderosa da sociedade, no caso a elite concordar. Caso não concorde, o povo só consegue algo pela astúcia, e estratégia, é o que diria Maquiavel. Infelizmente, o povo despreza Maquiavel, não tem estratégia, e não joga Xadrez bem, diferentemente da elite.

    ————

    Lula é praticamente carta fora do baralho. Ele achou que governaria só com o apoio do povo, só com o seu carisma, e este é um pensamento completamente infantil.

    Depois Lula conseguiu contrair a ira de quase toda a classe política, ao dar total ” independência ” ao Ministério Público, com a sua lista tríplice ( que foi uma das maiores  asneiras, já feitas por um governante, nos últimos 500 anos deste país ), o MP ficou fora de controle, quebrando empresas, destruindo milhões de empregos, prendendo políticos sem provas, e outros absurdos. A maioria dos políticos que têm noção disto, jamais apoiará Lula novamente, nem em sonhos. Os pólítico viram muito bem como o PT abandonou seus próprios correligionários, Dirceu e Genoino, presos sem provas nenhumas, e depois disto dificilmente Lula encontrará apoio suficiente para um governo.

    E o pior é que esta ” independência ” do MP era totalmente desnecessária. O país poderia dormir sem esta.

    Lula dificilmente contará com apoio de qualquer empresário tanto para sua campanha, quanto para um eventual governo. Os empresários viram muito bem o que acontece com quem apoiou Lula, como Marcelo Odebrecht o fez.

    Lula atualmente não tem apoio de  nenhum setor da elite, diferentemente do que acontecia no seu primeiro mandato, quando tinha um vice ( Alencar ) que representava os empresários.

    Poderia citar centenas de erros de Lula, alguns ele mesmo confessou, como ter escolhido Joaquim Barbosa, para Ministro do Supremo, ou ter escolhido Dilma ( o poste ) para sucessora.

    Sou muito grato a Lula pelo que fez ( e que agora infelizmente está sendo desfeito pelo atual governo ) e por sua boa vontade. Mas se o país quiser chegar a algum lugar, precisa antes de mais nada, não que o Lula faça mais, mas sim de outra pessoa que enxergue além do que Lula consegue enxergar.

    Política é algo muito sério, não é coisa para amadores, nem para pessoas que erram com frequência, mas sim para Mestres Enxadrezistas. Quando o tabuleiro de Xadrez é um país, perder o jogo pode sair muito caro.

    ———-

    Ciro Gomes 2018

    1. E o que foi que o povo conseguiu com a Revolução Francesa?

      “Mesmo a Revolução francesa, o povo jamais teria conseguido algo, sem o apoio financeiro da burguesia.” – Zé Guimarães

      Ora, Amigo, a burguesia, por ser uma classe numericamente insignificante, é que não conseguiria derrubar a nobreza sem a participação do povo..

      Como a classe dominante cabe na palma da mão, eles nada conseguem sem o concurso do povo. Se a população fizer uma greve geral, a burguesia não consegue produzir nem comercializar nada.

      1. A burguesia conseguiria sim

        Caro Sr. Ribeiro, satisfação em revê-lo por aqui

        Primeiro, foi se o tempo em que se venciam guerras pelo número de pessoas. Hoje, um punhado de soldados, com armas de tecnologia de ponta, vencem multidões de centenas de milhões. 

        Nos tempos antigos, até posso concordar com o Sr, que uma multidão conseguia (as vezes ) vencer exércitos ou derrubar Reis. Mas hoje, não é mais assim, pois vence quem tem mais armamentos. Depois que inventaram armamento automático, helicópteros, etc, acabou a revolta popular como forma de derrubar governos… a menos que tenha algum poderoso por trás, ajudando o povo, como os EUA, ou algum segmento da elite.

        —————————- 

        A burguesia apenas se aproveitou da insatisfação popular para reforçar mais ainda a sua vitória. Teriam vencido sem o povo ? Provavelmente sim. Muitas revoluções e guerras foram vencidas sem povo nenhum. A proclamação da república no Brasil e queda da Monarquia foi feita sem povo nenhum, só com os militares. O povo até ignorava o porque de tantos soldados na rua, só ficou sabendo dias depois através dos jornais que a Monarquia caiu.

        Sua visão de que a elite depende do povo para ganhar a vida ou comercializar algo, é falha. Não confunda elite com burguesia. A  classe média pode sim ser burguesia, mas não elite. Elite são os ricos que ganham mais  de 10 mil reais por mês. A elite em sua maioria não depende do povo para ter lucros. Vivem de juros trilhonários que o Banco Central paga tirados do Tesouro; outra parte da elite são exportadores de comodities,  soja, etc. Quase não dependem de nosso povo para ganhar a vida. O povo em sua maioria para eles é só uma pedrinha no sapato. Quem depende do povo é a classe média que comercializa em pequenos  comércios estes são burguesia mas não a elite.

        Ou seja, o povo em sua grande maioria pode fazer greve, pode até sumir da face da Terra que não faz diferença alguma para  a elite. 

    2. Ciro = Tasso Jereissati = governo dos “Mercados”

      Mais do mesmo não é o Lula. É o Ciro.

      Não dá pra entender o apoio dele ao Jereissati, vanguarda do retrocesso e das “reformas” mercadistas anti-povo.

      Afinidade de coronéis? Vai ver, são compadres, primos ou sei lá, nas belas terras do Ceará.

      O cara circula o país difundindo um programa nacionalista desenvolvimentista MAS apóia um mercadista entreguista para presidente da república em eleições indiretas.

      Alguém por favor me explique isso. Estará ele seguindo a estratégia do Quanto Pior, Melhor???? Melhor pra quem????

      1. Isto não é verdade

        Primeiro . Ciro gomes não apóia nem nunca apoiou a politica neoliberal do mercado. Quem conhece o discurso dele sabe disso, quem fala o contrário, é porque nunca ouviu Ciro nem nunca assistiu nenhuma entrevista dele. 

        Segundo. Ciro e Tasso foram sim aliados no passado, num tempo em que o PSDB ainda era ” um partido de esquerda”. Ciro abandonou o PSDB quando este abraçou o neoliberalismo entreguista e traiu a nação. Tasso e Ciro mantém a amizade ? Sim. Mas Lula e FHC também já subiram em palanques juntos na década de 80, e são amigos até hoje, o que tem de mal nisto ? Quando Lula estava com cancer, FHC foi visitá-lo no hospital, tiraram fotos juntos, que sairam em vários jornais. Vamos condenar o Lula também por ser amigo de FHC? 

        Confundem ter adversários políticos com ter inimigos políticos.

         

        Tentam fazer terrorismo na cabeça do povo, contra Ciro, como fizeram contra Lula, quando diziam que ele era comunista, e outras mentiras mais. Quem perde é o país. 

  11. Fico realmente impressionado.

    Fico realmente impressionado que certos petistas só comecem a descobrir o óbvio agora.

    Mas o que me impressiona mesmo é que certos outros petistas não consigam descobri-lo nem depois da vaca ter morrido de pneumonia de tanto  tossir.

    O blog do Nassif vai acrescentando uns depois dos outros como “colonistas”, mas ideias novas mesmo, isso neca de catibiribas.

      1. Querida Dandara

        Dá uma procuradinha que você acha… não necessariamente aqui, porque este espaço não é muito receptivo às ideias fora do quadrado petista. Sugiro o Google. Aqui eu confesso que acabei desistindo. Só um pouco de turismo mesmo.

        1. Não procuro, acho

          Ou não. Se tendes algo a dizer, dizei. Não vos procurarei pelo eco academico-chic do vosso sobrenome. Se não considerais este espaço digno de vossa sapiencia, sugiro que procureis algum a altura de vossa sapiencia.

  12. Conciliar, nunca mais !

    Acredito que ninguém tem dúvida de que as mudanças sociais e a política ocorrem pela dinâmica da disputa entre os interesses das classes sociais.

    No Brasil, esta crise nos demonstrou que existe um monstruoso antagonismo entre os grandes capitalistas e os interesses do povo. Os donos do grande capital não têm o menor pudor em cometer qualquer tipo de ação (inclusive criminosa) para aumentar seu poder econômico. Compraram parlamentares, golpearam uma presidente honesta e colocaram no poder uma reconhecida quadrilha de ladrões, corruptos, traidores.

    Portanto, se quisermos construir uma República democrática, livre, justa, solidária, temos que reconhecer esse antagonismo e a impossível conciliação com os grandes capitalistas: os Setúbal do Itaú, os Marinhos da Globo, os dirigentes da FIESP e CNI…

    Nunca foi tão fácil compreender os reais interesses da elite econômica e seu completo desprezo pela Democracia, pela Justiça, pela vida das pessoas. Esse é o momento fértil para travar a luta política, através da qual o povo poderá desenvolver a sua consciência de classe e reconhecer os inimigos que estavam camuflados.

     

  13. O congresso não é

    O congresso não é conservador. Ele é ignorante e incapaz de manter uma posição politica ideologica que possa ser explicada pela ciencia.È formado majoritariamente por uma horda de vai-com-as-outras pronta a aderir a qualquer projeto politico que caia nas graças da população. Dai pessoal quem manda é a economia. Baixar os juros e destravar a economia seria em um primeiro momento a solução para estabilizar o pais. Depois surgiriam os desafios maiores. Sustentar o crescimento, impedir a volta da inflação e não cair na tentação da vingaça politica.

  14. Sobre Lula voltar num terceiro mandato…

    … apenas reproduzo esta entrevista de Moysés Neto no SUL21. http://www.sul21.com.br/jornal/5-perguntas-para-moyses-pinto-neto-henrique-meirelles-seria-o-presidente-da-ideologia-globo-news/ O filósofo e professor do curso de Direito da Ulbra Moysés Pinto Neto é o entrevistado desta semana do programa 5 Perguntas, do Sul21. Ele faz uma análise da situação política do Brasil, avaliando a possibilidade ou não do presidente Michel Temer (PMDB) deixar a presidência, seja via impeachment, renúncia ou cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e os rumos que o País poderá tomar a partir disso. O professor avalia que, pelo fato de pesquisas apontarem que entre 85% e 90% dos brasileiros são a favor de eleições diretas em caso de queda do governo Temer, seria “muito complicado para o Congresso sustentar eleições indiretas”. “A eleição indireta, por si só, já é um pouco violenta em qualquer situação, na medida em que ela suprime aquilo que é o elemento por excelência da democracia, que é o voto”, diz. Segundo ele, a falta de legitimidade do Congresso para fazer esta escolha passa pelo fato de que grande parte dos parlamentares estão envolvidos nos mesmos processos apontados pela Operação Lava Jato. Além disso, há uma insatisfação geral da população, independente do viés político, em relação aos seus representantes. “Afirmar que o Congresso não tenha legitimidade é algo que pode ser rebatido pela questão de que eles foram eleitos. Agora, se nós observarmos legitimidade como um conceito estritamente político, como algo que tem a ver com essa sustentabilidade política, no sentido do representado reconhecer o parlamentar como seu representante, me parece que essa legitimidade está abalada com relação a esse Congresso e, portanto, seria uma má ideia esse Congresso eleger um presidente”, diz. No entanto, caso essa via seja adotada para uma eventual sucessão, ele considera que dificilmente o Congresso seria capaz de “resolver a crise política”, uma vez que ela envolveria um processo de desconstrução de estruturas históricas da sociedade brasileira. “Mesmo com todas as críticas merecidas que a Lava Jato recebe, no sentido de violar garantias e direitos individuais, a gente pode ver que, de alguma maneira, está sendo tocada uma oligarquia empresarial e política, que era blindada em relação a qualquer tipo de controle”, afirma. Ele ainda salienta que os nomes ventilados pela grande imprensa têm todos o mesmo perfil: seriam vinculados a essa mesma oligarquia política e teriam como objetivo oferecer uma blindagem a eles próprios e estariam comprometidos com a manutenção das reformas econômicas em andamento no governo Temer. “Se a gente pensar nos nomes que são especulados. Fernando Hernique Cardoso seria absolutamente bizarro, porque seria voltar 30 anos na história do País. A volta do Lula eu já acho que sofre do mesmo problema, a gente voltar para algo que supostamente já deveria ter sido superado no sentido de renovação do sistema político, FHC seria voltar mais atrás”, afirma. “Rodrigo Maia é um político sem expressão, totalmente vinculado a essa fisiologia. O Nelson Jobim, que é uma figura de bastidores, também vinculado à essa oligarquia política e com trânsito nas diversas burocracias, judiciária, parlamentar, no Exército. Seria uma típica solução de cima, bem característica de eleições indiretas”, complementa. Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ele considera que seria “quase um nome biônico” e o candidato da “ideologia Globo News“. “Seria colocado lá para defender os interesses do mercado financeiro, como se esses interesses representassem a totalidade da sociedade, como se houvesse uma fórmula de gerir a política puramente tecnocrática, se não existisse realmente polêmica. Seria o candidato da ideologia Globo News, para colocar em jogo aquele programa que a Globo News defende constantemente”, ironiza.

  15. …de uma síntese sobre Lula,
    …de uma síntese sobre Lula, seu acerto, seu erro e o que precisamos agora…
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    A verdade do nosso tempo? Lula REVOLUCIONOU o Brasil, nos mostrando o SONHO, O QUE PODEMOS SER…. Um país mais igual, menos miserável e injusto…
    Qual o seu erro, HUMANO erro…? Não prever que nossos OLIGARCAS não aceitariam a CONCILIAÇÃO SOCIAL, um Brasil fraterno, SEM ELITE ÓBVIA, DESCARADA, no nosso sistema SECULAR PREDATÓRIO, de Casa Grande e Senzala….
    Lula SUBESTIMOU O NOJO AOS POBRES, os preconceitos, não viu a CARACTERÍSTICA MAIOR DE NOSSA SOCIEDADE, O NARCISISMO PERVERSO E EXCLUDENTE….
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    O que precisamos agora?
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    Não é de Lula, nem de um novo Lula, precisamos de alguém APTO À GUERRA, AO CONFRONTO, quem aceite a ideia de que NÃO HAVERÁ CONCILIAÇÃO entre as classes no Brasil, pela PAZ, mas somente com a GUERRA, e não me refiro á uma guerra civil, embora talvez até isso fosse necessário ao nosso PACIFISMO DE ARAQUE, onde uma classe HUMILHA a outra, relegando-a a uma vida indigna….
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    Precisamos de alguém que conclame o povo a SE ENXERGAR, a ter vergonha de sua condição quase ESCRAVA, os salários aviltados, as favelas, a insegurança, o massacre via polícia militar, via Judiciário, o massacre diário de uma vida LIMITADA, reduzida, uma ANTI-VIDA, onde uma minoria PRIVILEGIADA tem acesso a tudo, o resto é gado tangido…..
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    Lula merecerá sempre a admiração e o RESPEITO DE TODOS, como já ocorre em todo o mundo! Mas ele apenas ABRIU A CAIXA DE PANDORA, rompeu a MENTIRA de que somos um país “impossível de se ajeitar….” – Ele era NOSSA MELHOR OPORTUNIDADE de “ajeitamento”, de ser uma LIÇÃO de humanidades diversas ao mundo, e o mundo ENXERGOU ISSO nele…. Mas com essa elite e classe média NARCÍSICAS, DOENTES, PERVERSAS, OBSCURANTISTAS, TOSCAS ATÉ A MEDULA, nem JESUS CONSEGUIRIA A CONCILIAÇÃO ALMEJADA…..
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    Que venha agora o guerreiro, o líder que LEVANTE AS MASSAS, não lhes dê apenas o sonho, a visão….
    .
    O tempo do confronto chegou! Não há outro caminho para o Brasil dessa sociedade perversa e burra, excludente, elitista, indiferente, satisfeita com suas distrações luxuosas, seus privilégios…… O Brasil da Globo, de Veja, o Brasil de Moro, Janot, o Brasil de Dellagnoll e assemelhados, o Brasil de Aécios, FHCs e assemelhados…. ONDE A POSSIBILIDADE DE CONCILIAÇÃO ENTRE AS CLASSES, COM ESSA GENTE ?!?
    .
    O tempo de Lula se esgotou….. No máximo, isso se o deixarem livre, que seja apenas a PONTE para o que precisamos para realizarmos o sonho, a visão que nos foi apresentada pelo próprio Lula,, tudo o que podemos ser afinal…
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    E não me venham com essa de que “O POVO DEFINE O SEU DESTINO….” – Sem lideranças que despertem o povo para as LUTAS NECESSÁRIAS, e as mudanças indispensáveis, viveremos apenas mais um tempo de ilusão.
    .
    Tivemos o sonho ás mãos….. Nos roubaram!
    Cabe a nós conquistá-lo ao preço que for!
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    (eduardo ramos)

  16. Lula

    A verdade é que para governar no seu primeiro mandato, e com uma minoria no congresso, Lula se utilizou do velho esquema implantado a decadas que era o mensalão. 
    Lula não inventou o mensalão, apenas o utilizou para comprar apoio dos partidos pequenos e com isso passar as suas reformas sociais. Apenas por ter criado o Bolsa Familia, a utilização do Mensalão ja teria valido a pena. Pois como diz, o ditado: “ha males que vem para o bem”.
    Porem com o fim do mensalão, e o fantasma do impeachment rondando o Planalto. Lula, teve que fazer um acordo com o Partido Maquiavelico do Diabolico Belzebu.
    E com este acordo, o PT e Lula tiveram a governabilidades necessarias para seguir governando e implementando suas reformas.
    Ai veio as passeatas de 2013, e Dilma decidiu dar presentinho para os manifestantes ao dar autonomia aos procuradores da Justiça que acabaram por eleger Janot.
    Com Janot a frente do timão, o barco começou a navegar em direção a apuração dos escandalos de corrupção a começar pelo maior deles, os desvios na Petrobras.
    E até ai tudo bem, so que Dilma esqueceu que quem dava sustentabilidade ao seu governo e detinha maioria tanto no congresso como no Senado era nada mais nada menos que o Partido Maquiavelico do Diabolico Belzebu.

    E quase no mesmo dia que o PT se recusou a apoiar Eduardo Cunha em sua cruzada contra a Lava-Jato, Eduardo Cunha se vingou ao apressar a tramitação dos processos de impeachment contra a Presidente Dilma Roussef.

    E o resto como se viu foi A Cronica de Uma Morte Anunciada.

    Assim que se Lula voltar, a pergunta de 1 milhão é: Como ele vai conseguir governabilidade no congresso? Ja que as duas opções:
    A) Mensalão
    B) Apoio do maior partido
    Por mais obvias que pareçam,  estão fora de cogitação.

    Assim que Lula pode até voltar, mas tera muita dificuldade em fazer uma coalizão que garanta governabilidade.

    Ou não.

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