Sem alianças, Marina vai de ‘horário pessoal gratuito’

Jornal GGN – Contemplada com apenas 4 segundos em cada bloco de propaganda eleitoral, Marina Silva, pré-candidata à Presidência pela Rede Sustentabilidade, se volta para as redes sociais para dar seu recado. A partir de agora cria-se uma espécie de ‘horário pessoal gratuito’, em que Marina conversa com os eleitores pelas redes sociais. Sem aliança confirmada e com pouca expectativa de confirmação até a convenção nacional da sigla no dia 4 de agosto, Marina usará o tempo de televisão apenas para alertar os eleitores sobre as transmissões nos perfis sociais.

Outro candidato da Rede, o ex-juiz Marlon Reis, usou este estratagema nas eleições suplementares pelo governo de Tocantins, em junho deste ano. A campanha modelo, saiu do desconhecimento da população para 9% no resultado final. Esse feito é tido pela legenda como exemplo a ser seguido na campanha presidencial. Reis foi autor do projeto da Ficha Limpa e utilizou uma rede de voluntários, o que deve ser seguido por Marina.

A coordenadora da campanha de Marina, em entrevista ao jornal O Globo, disse que a tv só servirá para chmar na internet. “É tipo o ‘Eu sou o Enéas'”, brinca a coordenadora citando o antigo candidato do extinto Prona.

Marina também se utilizará de sua rede de simpatizantes para divulgação da transmissão. A princípio a pré-candidata pretende fazer duas transmissões por semana com colaboradores da campanha, as tais ‘lives’ tão utilizadas nas redes.

E a campanha, desta vez, primará pela informalidade e clareza, já que nas duas últimas candidaturas, Marina foi criticada por falas que eram consideradas exageradamente complexas. O foco vai ser a simplificação do conteúdo da mensagem para os eleitores, até porque Marina tem entre os que já se declaram como eleitores estão entre pessoas de baixa renda no Nordeste.

A campanha da Rede terá direito a R$ 5 milhões do fundo eleitoral, isso para presidência. Igual valor está reservada aos candidatos a outros cargos. Segundo a coordenadora de campanha, nenhuma empresa de marketing foi contratada e contarão com ajuda de voluntários em vários segmentos.

Segundo declarações de Marina Silva, a reforma eleitoral foi feita especificamente para diminuir suas chances nas eleições, já que mudou o tempo de TV e instituiu o fundo eleitoral. Ela afirmou que a reforma eleitoral era conhecida na Câmara como ‘Lei Marina’, conforme lhe relatou o deputado da rede Miro Teixeira.

Marina atacou o acordo de Geraldo Alckmin com o centrão e admitiu que seu partido tem dificuldades para costurar uma coligação com mais siglas. Segundo ela, a dificuldade repousa em sua exigência por acordos programáticos.

A Rede procurou outras legendas que já se aliaram a Marina, como PV e PPS. Os dois partidos tendem para a neutralidade ou o apoio a Alckmin. Segundo parlamentares destes partidos, um dos principais entraves para uma aliança com Marina seria a reticência em iniciar conversas concretas.