Uma eleição, mas nem tanto, por Janio de Freitas

“Esta eleição é o funeral dos partidos, sob indiferença geral. A depender de quem seja o eleito, nem pás de terra vão receber”
 
Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – Seja qual for o resultado destas eleições, ela não nos aproximou mais da democracia. Muito pelo contrário. Essa é a análise de Janio de Freitas na sua coluna deste domingo (07), na Folha de São Paulo. 
 
O colunista lembra que este é o oitavo pleito presidencial desde a redemocratização e, assim como nas eleições que o antecederam, traz componentes que comprovam a “inabilitação brasileira para processos sucessórios razoavelmente civilizados”. 
 
Em primeiro lugar, nenhuma das campanhas aconteceram dentro dos parâmetros da normalidade, sem que houvesse a interferência de propósitos que transtornam a escolha do eleitor, e isso inclui atuação desmedida do Judiciário, modelo de cobertura dos meios de comunicação e a intensa circulação de notícias falsas: 
 
“O Brasil não seria brasileiro se não aproveitasse em larga escala a patifaria chamada de fake news. É incerto que venhamos a ter estimativas confiáveis dessa interferência na disputa eleitoral. Sua presença precedente bastou para dar certeza de uma influência profunda, no público desinformado e boateiro”.
 
Sobre a atuação do Judiciário, Janio destaca que “fez sua entrada na zona das afrontas à limpidez eleitoral. E o fez com gravidade inigualável no nível das instituições, por ser o próprio Supremo Tribunal Federal um dos fatores de transtorno”, completou. Vale listar que o Judiciário cancelou mais de 3 mil títulos de eleitores, porque não responderam ao chamado do cadastramento biométrico, impediu Lula de participar das eleições, mesmo sem a conclusão do seu julgamento em todas as instâncias e a ordem do Comitê de Direitos Humanos da ONU. 
 
Janio prossegue destacando que a preocupação com um golpe militar, por parte do eleitorado, atesta a anormalidade desta corrida eleitoral, fazendo com que o pleito atual esteja “à altura das antecedentes”. 
 
O jornalista, também chama a atenção para o fato de esta ser uma eleição sem partido, com “exceção relativa” do PT  e PSOL:
 
 “Alckmin, por exemplo, fez acordo com tantos partidos do centrão e, na batalha, não contou nem com o seu. A candidatura de Alckmin, por si mesma, demonstrava a derrocada do PSDB. Foi decidida por conta própria, contra a vontade do partido”.
 
O problema, pontua o articulista, é que a “Democracia não se constitui sem partidos. E partidos não se constituem sem fidelidade básica a ideias”:
 
“A orgia de interesses que é a política brasileira nega os partidos e trai a representação. Outra vez com a exceção do PT e do PSOL, o que foge a essa regra são parlamentares esparsos. Esta eleição é o funeral dos partidos, sob indiferença geral. A depender de quem seja o eleito, nem pás de terra vão receber”. Para ler o artigo na íntegra: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2018/10/ainda-mais-longe.shtml
 
Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Jânio, sempre Jânio. Claro e

    Jânio, sempre Jânio. Claro e cortante como quem ousa dizer a verdade em tempos de mentiras. Só tem um defeito: tá no jornal errado.

  2. Ha males que vem para o bem
    Funeral da globo face a record

    Qualquer que ganhe ou enquadra o judiciário ou não governa

    Fim do psdb e ultimo prego do caixão do DEM

    Ressurgimento das esquerdas que pareciam liquidadas pelo golpe

    A negativa a ordem da ONU resultará na vitória do mérito.

  3. BALANÇO DAS TRÊS PRIMEIRAS

    BALANÇO DAS TRÊS PRIMEIRAS HORAS DE PANFLETAGEM (convencimento) NESTA MANHÃ DE DOMINGO (Zona Oeste do RJ)

    De cada dez pessoas abordadas :

    3 são radicalmente bolsonaristas 

    3 são radicalmente contra o Capitão Facínora (votarão em Haddad ou Ciro Gomes)

    4 foram indiferentes na minha bordagem

    Obs:

    Passei em casa para tomar um anti-hipertensivo para retomar minha missão mais tarde

    VAMOS À LUTA !!

  4. bom post

    JF precioso como sempre.

    Sim, os partidos morreram e os que não morreram estão moribundos ( com uns poucas exceções) e ninguém vai chorar.

    E morreram por incompetencia das lideranças, o oportunimo rasteiro, porque as lideranças se apropriarem das legendas como fossem suas empresas, ou falta de democracia direta. O resultado é o que vemos.

    Mas, sem partidos não há democracia, e as candidaturas avulsas  tendem a serem mais nefastas que as candidaturas partidarias. As ideias e as boa vontade serão comidas pelos is interessas economicos.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador