Uma oportunidade para a “Esquerda Democrática”, Por Wagner Iglecias

 
Durante a recente campanha eleitoral recebi mensagem com um convite para assinar um manifesto pró-Aécio Neves, de uma auto-intitulada “Esquerda Democrática”.
 
Eu jamais assinaria um documento daquele. Em primeiro lugar por entender que uma candidatura como aquela representava um retrocesso em dois sentidos: uma política econômica bem mais favorável aos ricos do que aos pobres e a volta da velha posição do Brasil como um país sem maior protagonismo no cenário internacional e completamente alinhado à Casa Branca. E em segundo lugar por discordar que várias das pessoas que já haviam assinado o documento sejam de esquerda. Ser de esquerda que, aliás, não é necessariamente uma virtude. E nem um defeito.
 
Mas enfim: neste momento em que eleitores de Aécio tomam as ruas, como se viu neste sábado em SP, ponho em dúvida ou mesmo rechaçando o resultado das urnas, pedindo o impeachment de Dilma e até, em alguns casos, defendendo uma intervenção militar, eu gostaria de saber qual será a postura dos signatários do tal manifesto “Esquerda Democrática”. Que eles sejam de esquerda eu não me convenci, mas acho que eles têm neste exato momento uma boa oportunidade de rechaçar tentativas golpistas e mostrar que são democratas.
 
*Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. 
 
 
ESQUERDA DEMOCRÁTICA COM AÉCIO NEVES DEMOCRACIA, DIREITOS SOCIAIS E SUSTENTABILIDADE
 
Para ver os nomes que assinaram a lista: http://esquerdademocratica.com.br/2014/10/16/signatarios/
 
1. Somos democratas. Intelectuais, profissionais de diferentes áreas, cidadãos de esquerda, ativistas de causas e ideias variadas. Alguns de nós estão ou estiveram vinculados a partidos. Outros jamais tiveram qualquer ligação deste tipo. Nossas posições independem de orientação partidária. Integramos o amplo e diversificado universo de homens e mulheres que defendem a democracia política, o pluralismo e a justiça social como base para uma sociedade mais igualitária, fraterna.
 
2. Sempre respeitamos o PT, em cujos candidatos muitos de nós já votaram. Pensamos que o rico pluralismo da esquerda deve se combinar com a recusa a qualquer posicionamento inflexível, submisso a princípios abstratos ou comandos partidários. Não aceitamos que nenhum partido atue como se fosse o único representante coerente da esquerda ou da democracia.
 
3. Partidos e políticos mudam ao longo do tempo. Nós, cidadãos, também. Governos nascem de um jeito, mas não permanecem iguais. O que se fez num período não pode ser repetido sem mais em outro período. Realizações de um tempo servem de base para conquistas de um tempo seguinte, mesmo que governos sejam distintos ou adversários. Valorizar conquistas cumulativas, buscar consensos mais que divergências, é um caminho que se mostra particularmente importante no Brasil, que tem vivido uma intensa modernização econômica e social sem o devido acompanhamento de uma modernização política.
 
4. Nas eleições de 2014, nos decepcionamos com o PT. A campanha petista no primeiro turno valeu-se de táticas e subterfúgios que desonram o bom debate. Caluniou, difamou e agrediu moralmente a candidatura de Marina Silva, sob o pretexto de que seria preciso fazer um “aguerrido” confronto político. Atropelou regras procedimentais e parâmetros éticos preciosos para a esquerda e a democracia.
 
5. Chegou a hora de as oposições mostrarem que podem governar o País. A aliança programática que se constituiu em torno de Aécio Neves, impulsionada por PSDB, PSB, PPS e PV, entre outros partidos, e pelo apoio de militantes da Rede e de lideranças políticas expressivas, como Marina Silva, será importante para que se consolide uma perspectiva de renovação. Agregará mais pessoas comprometidas com a democracia. E ajudará a que se supere o quadro de estagnação polarizada em que se encontra a política nacional, criando um polo progressista novo, alargado e requalificado.
 
6. Aécio Neves e aliados representam uma oportunidade para que se retomem os fios rompidos da vasta tradição do reformismo democrático no Brasil. Seu governo poderá dar seguimento às vitoriosas políticas sociais dos últimos anos. Programas de grande impacto social, como o Bolsa Família, o Mais Médicos e o Minha Casa Minha Vida, podem e devem ser aperfeiçoados, reestruturados e ampliados. O Estado precisa continuar a ser recuperado como fator de regulação econômica e de promoção do progresso social.
 
7. Nossa meta é ajudar a que tenhamos um País onde o governo dialogue com a sociedade, onde haja mais participação e os movimentos sociais sejam ouvidos, onde não se criminalizem as mobilizações populares e a polícia atue nos marcos do Estado de Direito, onde se governe para todos e se respeitem as minorias, étnicas e de gênero, as sociedades indígenas, as comunidades quilombolas e seus territórios, valorizando-se a educação, a saúde, a previdência e a Seguridade Social. Queremos um Brasil onde todos possam viver, trabalhar e conviver em paz, sem medidas que sacrifiquem e comprometam a juventude ou reprimam a criatividade e a diversidade cultural do País. Não aceitamos que se aprisione a sociedade num maniqueísmo “povo” x “elite”, que leva os cidadãos a simplificar o que não pode ser simplificado. Nem que se deixe solto o poder econômico e se permita que empreiteiras e grandes empresas invadam o processo político e eleitoral, corrompendo e deformando a democracia. A reforma do sistema político e da política tornou-se um imperativo democrático.
 
8. Devemos adotar uma visão mais abrangente do desenvolvimento e introduzir com clareza a sustentabilidade nas decisões sobre políticas públicas, fazendo com que ela esteja presente tanto no campo quanto nas cidades. A mudança climática precisa ser firmemente confrontada. Numa sociedade como a brasileira, a agricultura familiar e camponesa deve ser fortalecida, por inúmeras razões econômicas e sociais, assim como se deve atuar para proteger nossos territórios, seus recursos naturais e suas populações.
 
9. Precisamos de governos que bloqueiem a corrosão que os interesses privados vêm promovendo no campo público, como ocorre no SUS, na educação e na política assistencial. O capitalismo brasileiro se consolidou sob os governos do PSDB e do PT, tendo sido modelado pelas mesmas elites econômicas e pela predominância do capital financeiro. Agora, temos de avançar para um novo patamar de modernização e superar o padrão de liberalismo que presidiu àquela consolidação. Não dá para aceitar que os setores mais pobres da população sejam abandonados à própria sorte ou transformados em consumidores, em vez de cidadãos. Os direitos humanos não são negociáveis e nem se pode postergar a expansão dos direitos sociais e dos trabalhadores, seja mediante o aumento e a qualificação dos empregos, seja mediante a melhoria geral das condições de vida.
 
10. Como democratas, votaremos neste segundo turno em Aécio Neves e na aliança que se forma em torno de sua candidatura. Conclamamos eleitores e políticos dos diferentes partidos a nos acompanharem nesta opção. Ela se mostra hoje o melhor caminho para a reforma da política, a recuperação das boas práticas de governo e a preservação das conquistas sociais tão duramente alcançadas nas últimas décadas.
Redação

52 Comentários

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  1. O QUE O CU TEM A VER COM AS CALÇAS?

    O papel aceita tudo. De um lado, um programa, ou seja, as calças. Do outro lado, um candidato, ou seja, não vou dizer.

     

    O que o #$ tem a ver com as calças?

    sashameperguntou
    em http://sashameperguntou.tumblr.com/post/61113469663/o-que-o-tem-a-ver-com-as-calcas

    Sasha estava aborrecida com alguma coisa “Não tem nada a ver, nada, uma coisa não tem nada a ver com a outra”, ela reclamava de algo.

    – Nestas situaçõe brasileiro diz “o que o cu tem a ver com as calças”, Manu ensinou.

    – Hã, como assim, não entendi.

    – Diante de alguma coisa sem ligação com a outra a gente diz “o que o cu tem a ver com as calças?”.

    – Hahahaha, é verdade Silvinha?

    – É, esta é uma expressao bem comum, respondi.

    – Mas não vai sair falando isso com qualquer pessoa, né, Sasha?, Manu ponderou

    – Tá bom, hahahaha.

    Nas semanas seguintes, Sasha usava a expressão em qualquer situação. Qualquer uma!

    – Ah, estrogonofe com macarrão, o que o cu tem a ver com as calças? Casaco no calor, o que o cu tem a ver com as calças? Sugestão de pauta sobre homens velhos enviada pra uma revista feminina jovem, mas o que tem o cu a ver com as calças? – virou uma ladainha.

    – Sasha, para de falar isso, que canseira, não pode ser assim toda hora, reclamei.

    Manu começou a rir. E rir e rir. E, depois, me contou que o seu marido, que é francês e aprendeu esta e muitas outras expressões com ela, um dia exclamou, sério:

    – Mas o que o cu tem a ver com as meias!?!

    Achei fantástica esta versão, pois com a calça ainda existe uma relação de proximidade, não é? Mas com as meias é que não tem nada a ver mesmo.

    Adotei a expressão “customizada” pra minha vida!

  2. “Ser de esquerda que, aliás (…)”

    “Ser de esquerda que, aliás, não é necessariamente uma virtude. E nem um defeito.”

    (Esse sujeito pensa grande !  Parabéns!)

  3. Se o Brasil não fosse tão

    Se o Brasil não fosse tão covarde e tivesse punido os crimes da ditadura, colocasse os culpados na cadeia, eu duvido que hoje veríamos essa gente pedindo intervenção militar. Será que na Argentina eles saem a rua para pedir intervenção militar contra a presidenta Cristina Kirchner?

  4. Até  março  eles estaraõ

    Até  março  eles estaraõ pedindo o fuzilamento de Dilma descaradamente.

    Só que é o seguinte..essa garotada ( e seus pais) estão esquecendo de

    certas coisas  muito rapidamente.Teve alguem na paulista que sugeriu que

    o “Marcola” é um sujeito de bem. Vai vendo.

    1. Enaltecem torturadores e assassinos da ditadura…

      … sob aplausos de fhc, aécio, serra, aloysio,  aníbal. 

      Se venderam para os financiadores do golpe de 64. E agora recorrem as mesmas práticas.

      O psdb tornou-se um partido de amargurados golpistas.

       

      1. Não vou citar fonte mesmo

        Não vou citar fonte mesmo porque aqui em São paulo tá tudo seco,

        pelo que ouvi o   ódio  deles triplicou porque tinham plena certeza de

        vitória.Compraram os dados da pesquisa forjada de cabeça! Ou seja

        foram engabelados pelos mesmos.Era de rir  mas eles ( eles) estão

        com  nervos  saltitantes.

  5. Não consta do texto que Aécio

    Não consta do texto que Aécio implementaria medidas impopulares, se eleito, que, juntando tudo que se disse, para o enxugamento d amáquina administrativa, o povo trabalhador seria mais uma vez num governo neo-liberal o bode expiatório, o cristo levado ao calvário.  Tão pouco esclareceu o que seria dos programas sociais com a CEF reduzida a pouca coisa, conforme ditou Armínio Fraga. Nem quanas empresas brasileiras seriam vendidas, e quais as consequências disso no futuro. Emfim, só uma mente obnubilada seria capaz de assinar esse texto. 

  6. Inconformados com a ascensão social de milhões de pobres…

    … e com a quarta derrota seguida nas eleições, eleitores do psdb-PiG pedem abertamente por um golpe.

     Está claro que a população fez a escolha correta. 

     

    E mais evidente ainda que aécio, fhc e similares são os herdeiros políticos da ditadura de 64.

    O psdb é um anexo do PiG. 

     

  7. Numa das fotos que ilustram a

    Numa das fotos que ilustram a matéria tem um zé mané segurando uma faixa onde se le: O povo apoia as forças armadas. Pergunto: cidadão, quem lhe deu o direito para falar em nome do “povo”? Pode me incluir fora disso, seu bobo-alegre!

    1. Bopbos da côrte

      É tão bobão que  desconhece que a maioria da população brasileira apoia também. É tão bobão que não sabe que quem não apoia são os tucanos. Um deles ,o fhc , até quis acabar com o nosso exército. Pelego dos Estrados Unidos, usava como argumento que a guerra fria entre os Estados Unidos e a Rússia tinha acabado.  Foi um tucano,fhc, que sucateou  as Forças Armadas Brasileiras. Os recrutas eram dispensados por volta das quinze horas porque não tinha grana pra comprar rango. Os mais velhos hão de lembrar desses fatos. Como são “maL informados” esses eleitores tucanos.

  8. Infelizmente o PSDB caminha

    Infelizmente o PSDB caminha para o fim. Se Dilma fizer um bom 4 anos, com várias obras importantes sendo inauguradas e se a economia melhorar. Quem será o candidato do PSDB em 17? Aécio? Se ele perder? Será a última chance do PSDB. Quem viria? Qual nome? Serra com 80 anos em 21. Alckmin? E se a agua de SP acabar? Álvaro Dias? Perillo? Beto Richa? Aloisio Nunes? quem? Ou Aécio vai tentar até morrer? O desespero bate à porta.

  9.  Caro Nassif, nesses

     Caro Nassif, nesses momentos, um antídoto de confronto é nacessário. Ciro Gomes num papel forte, como ministro da justiça, seria eficaz. O governo precisa ocupar espaços nele mesmo e tomar o controle.

  10. Cristovam Buarque critica

    Cristovam Buarque critica quem se opõe a pedidos de intervenção militar, atribuindo apenas a desejos de mudança. 
    Aliás, em comentários no seu perfil há vários pedidos pela volta dos militares ao poder. Nojo!

    1. Nilva e pessoal,não tenho twitter,mas…umas questões cabeludas

      Deixaremo-nos de ler mais que 120 caracteres ou textos um pouquinho além? Se, sim, parem a leitura por aqui. Poupems-e e sejam felizes nas suas convicções e fé.//// Como saber se um twitter atribuído a essa ou aquela personalidade ou pessoa seja fake, falso? Pode ser pouca informação de minha parte, ou também por desconhecer por fontes seguras (diretas, discursos, artigos, vídeos) as posições de C. Buarque. Já votei nele uma vez pela tecla em que ele bate pela educação (e como somos semianalfabetos, principalmente em política, táticas e estratégias, me arvoro a ter esta opinião). Vejo muito mérito nisso (a tecla da Educação) . Desconheço suas outras facetas C.B. Mas custa-me crer que seja adepto de volta por militares, no máximo talvez apoiar manifestações democráticas de opiniões diferentes. Nâo haveria uma confusão nisso? Antes das eleições (votei em Luciana no 1 turno e Dilma no 2. turno, não sou mais filiado a partidos), mas em artigos que começam a ser publicados, pensei com meus botões se uma vitória de Dilma e sua mais do que uma amplíssima coligação não seria uma Vitória de Pirro, teria forças pra renovações do último ao primeiro escalão e rumos?  Mais de um artigo do Nassif deixa senões no ar (mas parece que não foi lido com mais atenção, já desde seu manifesto Porque Apóio Dilma, não lido com mais atenção e…. aplaudido… o q nem me surpreendeu muito pela qualidade do pessoal mais ativo no posts recentes). Nossa engatinhante democracia poderia ser criativa ao não dividir petrificadamente quem é e quem não é progressista (nem vou falar em estereótipos petrificados de esquerda). A mistura em torno de Marina e agora em torno de Aécio não deixaria sob fortes pressões para um avanço? Teria ele (e seu principal grupo) coragem e força pra contrariar as forças e indivíduos de destaque nacional, por seus sensos críticos , humanistas, que o apoiaram publicamente ? (Reparem que falo, apesar de não ser religioso, na máxima de que deus escreve certo por linhas tortas). Tapa-se com peneira os inúmeros equívocos do PT e os apoios frequentemente infantilizados e de rebanho em toda a sua trajetória de vida. Deixo no ar, por que apenas sugiro indagações e mais que tudo reflexões, para uma mexida em pensamentos e práticas. Em tempo: uma semana atrás, reproduzi uma longa análise de Outras Palavras questionando a tática nas eleições e erros do PT (os recentíssimos…) e a hipótese do que já está surgindo no mundo como partidos-movimentos – seria importante pararmos e não negarmos a priori aquelas reflexões, a análise e o que aponta para o futuro próximo. Abramos nossas cabeças, é duro, dói. Este participante há tempos vem pouco a pouco cortando na carne alguns dogmas em que acreditava convictamente, piamente, fervorosamente, mesmos assim não mudei de lado – embora alguns certamente possam achar que do vermelho caminhei para o avermelhado ou para o rosa, só porque hoje vejo progressistas (que creio não serem meros oportunistas) até mesmo no PPS do cacique Roberto Freire, e numa Marina que comportava Fernando Amaral e Erundina. Quem sabe o centro e o centro-direita não é empurrado para mais à direita e antipovo se não fossem os abundantes equívoso e intolerancias? Numa reportagem atribuída a Lula pela Carta Capital, ao fim, ele diz que respeitava quem não aderia a greves. Os humanistas, progressistas, liberais-democratas, os neo-esquerda que se supõem ter superado as concepções stalinistas, e, tb, sim, a jurássica e ortodoxa esquerda nesse país: seria impossível reunirem-se e conquistarem – com a grandeza das declarações de um Lula na CC – para uma espécie de Frente Ampla, sem pedir atestado de antecedentes – como em épocas diferentes, a DN e bases criaram  tristes episódios contra Ciro Gomes, uma cabeça que teria muito a contribuir, não fossem as muralhas, há de se pensar, não o vimos em campanha nacional. 

      1. É claro que o Senador

        É claro que o Senador Cristóvam Buarque não apóia nem a volta dos militares, nem manifestações que reivindiquem essa volta.

        O problema é outro. Ele apóia, no abstrato, algum tipo de manifestação contra o resultado das eleições, ou contra as políticas do governo em geral, e não está, ou estava, suficientemente informado de que as únicas manifestações contra o resultado das eleições ou contra as políticas do governo em geral que ocorrem neste mundo real em que temos de viver são manifestações infestadas de cartazes e faixas pela volta dos militares.

        No fundo, é o que o post do Wagner Iglecias cobra. Esse pessoal precisa voltar ao planeta terra, e dizer, de forma clara, que as viúvas da ditadura militar, os monarquistas, os integralistas, a direita “evangélica”, a TFP – que constituem a tropa de choque da candidatura que eles também apoiaram – não os representam.

  11. Bando de otários.

    Isso mesmo: otários. Acreditaram nas pesquisas fajutas da mídia. Acreditaram que seu candidato já estava eleito. Comemoraram muito durante a apuração. Festejaram. Abraçaram-se. Brindaram os “novos tempos”. Aplaudiram o “discurso da vitória” do roqueiro decadente. Fizeram um carnaval na casa do candidato e nas bases. Quando terminou apuração sentiram o peso da derrota comemorada antecipadamente. E uma certa vergonha. Ficaram murchinhos nas primeiras doze horas. Depois fizeram o que todo otário faz quando percebe que de fato é um otário: sairam ebravejando, gritando pela polícia, pelo exército, pela quinta frota, praguejando e dando vexame público. Pior que otário enganado é otário revoltado com a própria burrice.

  12. engraçado é que não muda…

    sempre querem golpe por intermédio de um golpe de loucura

    grande imprensa está enlouquecendo esses pobres coitados(as)

  13. Golpe, racismo, ódio de classe e escravismo

    É preciso recorrer à formação da mentalidade da elite colonial brasileira para compreender a atual onda de apelo à barbárie, via apelo à intervenção militar e à ditadura no Brasil, por parte dos eleitores e da elite hidrófoba do Aécio e do PSDB. Desta formação, um aspecto importante precisa ser salientado: a concepção de humanidade que forjou o imaginário civilizatório desta elite.

    A história cultural do Brasil moderno começa assim: portugueses investidos de uma fé absolutista e obscura chegam às terras brasileiras para colonizá-las. Esta colonização foi feita, como todos sabem, com mão-de-obra escrava negra e indígena. E porque de negros e índios? Porque estes eram povos pagãos, não eram cristãos e, assim, não eram reconhecidos como humanos, como gente: eram considerados bestas, animais, demônios, monstros, tudo menos seres humanos. Logo, submetê-los à escravidão e aos mais terríveis sofrimentos e privações era, para muitos senhores de engenho, um ato de bondade, pois se tratava de promover a purgação dos seus pecados, arrancá-los da condição bestial na qual viviam e, deste modo, abrir a oportunidade de serem aceitos por Deus.

    Foi esta concepção de humanidade, derivada do ocidente medieval, a qual restringia a católicos e cristãos o título de humanos, que forjou a mentalidade civilizatória da elite colonial brasileira. Deste modo, a rigor, os únicos humanos que habitavam estas terras eram eles mesmos, os membros desta elite descendente de europeus.

    Assim como esta elite sustentou a escravidão por quatro séculos com base nesta concepção de que negros, índios e seus descendentes não eram humanos, também cultivou, desde sempre, a imagem de que apenas os seus descendentes são humanos. Como qualquer estudante de direito sabe: só se atribui direitos e, portanto, dignidade e cidadania a quem se reconhece como humano.

    O apelo à ditadura e, portanto, à tortura, ao estupro, ao assassinato, à perseguição política, aos desmandos, às arbitrariedades, à negação dos mais elementares direitos humanos –vida, dignidade e liberdade-, diferentemente do que alguns autores acreditam, não tem a ver com uma desumanização desta elite, mas com uma determinada visão de humanidade restrita a si mesma.

    Como na clássica tese do sociólogo Florestam Fernandes: a questão de classe, no Brasil, é, antes de tudo, uma questão de raça, porque a maioria absoluta de trabalhadores pobres e miseráveis no Brasil é constituída de negros, índios e seus descendentes. E não foi senão a política adotada ao longo dos séculos por esta elite, baseada na negação de direitos, de oportunidades, de políticas públicas, de cidadania, de dignidade para os deserdados da nação, a responsável por tornar o Brasil o país mais desigual e injusto do mundo.

    Para esta elite, é muito difícil aceitar um governo que reconhece negros, índios e seus descendentes; que reconhece trabalhadores pobres; que reconhece pobres e miseráveis como seres portadores de humanidade e, portanto, de direitos, de dignidade, de cidadania e de valor.

    O atual apelo ao retorno dos militares e, portanto, o pedido de Golpe de Estado e à volta de uma nova ditadura no Brasil; o racismo, a violência simbólica cometida contra membros das classes subalternas, contra pobres e miseráveis nas redes sociais; o ódio de classe escancarado em várias mensagens; os ataques histéricos contra nordestinos, contra os programas sociais, contra as conquistas sociais dos últimos doze anos, todos estes elementos precisam ser entendidos, contextualizados e encaixados no legado ideológico (anti)civilizatório de parte da elite brasileira, devedora do escravismo.

    Como disse antes, não precisamos recorrer ao nazismo para entender o que está na raiz desta onda de barbarismo simbólico e político orquestrado pela elite hidrófoba e sectários do PSDB. O nosso escravismo foi tão brutal quanto e, assim como a elite nazista, esta elite pátria não possui qualquer contribuição civilizatória a oferecer ao país. É a barbárie pela barbárie, algo bom apenas para os seus instintos sádicos e seus interesses econômicos e políticos. 

  14. Espontaneidade

    Uma coisa que sempre serviu como termômetro para identificar o grau de espontaneidade de uma manifestação é o tipo de cartaz que os manifestantes carregam. Quando a manifestação é mais espontânea, os cartazes são artesanais, simples, quase toscos, como o que se viu nas manifestações de junho do ano passado.

    Reparem bem agora na produção gráfica desses cartazes da manifestação pró-golpe… Não parece evidente que tem alguém botando bastante dinheiro e planejamento nessa produção gráfica?

    A meu ver, há sinais evidentes de um processo deliberado e planejado de venezuelização do Brasil.

  15. interessante é como adotam o sentimento de vítima…

    para superarem o sentimento de fracasso…………………comportamento típico de covardes

    o de sempre pedir a intervenção de alguém, no caso dos militares

    1. nazismo cresceu assim…

      recrutamento de covardes, invejosos e fracassados para formarem grupos de elite……………….de frente

      após serem tratados como deuses, eram mandados de volta para suas cidades e aldeias, quando então passavam a perseguir e matar todos aqueles que sempre foram melhores que eles, inicialmente independente de serem judeus ou não

      isso aí é gente doente

  16. MAis uma
    Este “roqueiro” é mais uma decepção. Aquele.sujeito de 30 anos atrás não tem nada a ver com este vergonhoso pregador de golpe contra a democracia. O que está acontecendo com minha geração ?

      1. Lobão  pensa que é  judeu

        Lobão  pensa que é  judeu sionista !

        Trata-se de um paga -pau!

        É mais um rola-bosta visando conseguir espaço na mídia.

        Uma vez ele  disse ser  adorador de herodes, para ele foi um grande arquiteto!

        A foto é sugerível!

         

  17. já há motivos, mas……………..vamos ver como se desenvolve

    vamos torcer para que caiam na real, porque o que estão pedindo unicamente por se recusarem a aceitar o resultado de uma eleição democrática, justifica sim o uso das forças armadas, mas não da forma que estão pensando que vai acontecer ou da forma que eles querem que aconteça; se querem porque simplesmente querem

    até que pode ficar muito engraçado

  18. Deputado Federal Eduardo

    Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro foi armado à manifestação fascista na Avenida Paulista. MPF, MPE, Polícia federal, Polícia Estadual devem se manifestar sobre isso e com urgência.

     

    Captura de Tela 2014-11-02 às 19.58.43

    1. Duvido que só ele estivesse

      Duvido que só ele estivesse armado ali.

      Modus operands, galerinha mais jovem de escudo

      e um bando de “jagunços” mais velhos ao redor olhando

      torto para qualquer desavisado.Tatica manjada , velha e

      requentada, já faziam isso nos anos 80.Rapadura é doce

      mas não é mole, é assim que o fascismo age, desde

      sempre, se marcar ..havia um arsenal ali

       

      Obs.Me expliquem, porque BBs só aparecem em

      manifestações supostamente de esquerda?Eles

      são de esquerda ou criaram juizo e indireitaram?

      Enviado por Leo V.

    2. Caro Nassif e demais
      E se

      Caro Nassif e demais

      E se fosse algum petista, flagrado com arma?!

      GM, MAM, entre outros, declarariam estado de guerra?

      Saudações

  19. Esquerdas falsas e de griffe

    Deixaremo-nos de ler mais que 120 caracteres ou textos um pouquinho além? Se, sim, parem a leitura por aqui. Poupems-e e sejam felizes nas suas convicções e fé.//// Como saber se um twitter atribuído a essa ou aquela personalidade ou pessoa seja fake, falso? Pode ser pouca informação de minha parte, ou também por desconhecer por fontes seguras (diretas, discursos, artigos, vídeos) as posições de C. Buarque. Já votei nele uma vez pela tecla em que ele bate pela educação (e como somos semianalfabetos, principalmente em política, táticas e estratégias, me arvoro a ter esta opinião). Vejo muito mérito nisso (a tecla da Educação) . Desconheço suas outras facetas C.B. Mas custa-me crer que seja adepto de volta por militares, no máximo talvez apoiar manifestações democráticas de opiniões diferentes. Nâo haveria uma confusão nisso? Antes das eleições (votei em Luciana no 1 turno e Dilma no 2. turno, não sou mais filiado a partidos), mas em artigos que começam a ser publicados, pensei com meus botões se uma vitória de Dilma e sua mais do que uma amplíssima coligação não seria uma Vitória de Pirro, teria forças pra renovações do último ao primeiro escalão e rumos?  Mais de um artigo do Nassif deixa senões no ar (mas parece que não foi lido com mais atenção, já desde seu manifesto Porque Apóio Dilma, não lido com mais atenção e…. aplaudido… o q nem me surpreendeu muito pela qualidade do pessoal mais ativo no posts recentes). Nossa engatinhante democracia poderia ser criativa ao não dividir petrificadamente quem é e quem não é progressista (nem vou falar em estereótipos petrificados de esquerda). A mistura em torno de Marina e agora em torno de Aécio não deixaria sob fortes pressões para um avanço? Teria ele (e seu principal grupo) coragem e força pra contrariar as forças e indivíduos de destaque nacional, por seus sensos críticos , humanistas, que o apoiaram publicamente ? (Reparem que falo, apesar de não ser religioso, na máxima de que deus escreve certo por linhas tortas). Tapa-se com peneira os inúmeros equívocos do PT e os apoios frequentemente infantilizados e de rebanho em toda a sua trajetória de vida. Deixo no ar, por que apenas sugiro indagações e mais que tudo reflexões, para uma mexida em pensamentos e práticas. Em tempo: uma semana atrás, reproduzi uma longa análise de Outras Palavras questionando a tática nas eleições e erros do PT (os recentíssimos…) e a hipótese do que já está surgindo no mundo como partidos-movimentos – seria importante pararmos e não negarmos a priori aquelas reflexões, a análise e o que aponta para o futuro próximo. Abramos nossas cabeças, é duro, dói. Este participante há tempos vem pouco a pouco cortando na carne alguns dogmas em que acreditava convictamente, piamente, fervorosamente, mesmos assim não mudei de lado – embora alguns certamente possam achar que do vermelho caminhei para o avermelhado ou para o rosa, só porque hoje vejo progressistas (que creio não serem meros oportunistas) até mesmo no PPS do cacique Roberto Freire, e numa Marina que comportava Fernando Amaral e Erundina. Quem sabe o centro e o centro-direita não é empurrado para mais à direita e antipovo se não fossem os abundantes equívoso e intolerancias? Numa reportagem atribuída a Lula pela Carta Capital, ao fim, ele diz que respeitava quem não aderia a greves. Os humanistas, progressistas, liberais-democratas, os neo-esquerda que se supõem ter superado as concepções stalinistas, e, tb, sim, a jurássica e ortodoxa esquerda nesse país: seria impossível reunirem-se e conquistarem – com a grandeza das declarações de um Lula na CC – para uma espécie de Frente Ampla, sem pedir atestado de antecedentes – como em épocas diferentes, a DN e bases criaram  tristes episódios contra Ciro Gomes, uma cabeça que teria muito a contribuir, não fossem as muralhas, há de se pensar, não o vimos em campanha nacional.

  20. Irrelevante FHC
    Edú Por sorte  a  irrelevância de FHC é muito maior do que sua responsabilidade como ex-presidente.Percebe-se em situações de tensão como essa que claramente que ele esteve (nunca foi) sociólogo algum dia, não tem noção antropológica do Brasil, nunca foi um estadista, e seguramente não sossegará enquanto não aparecer um cadáver pra coroar seu ego ferido  por Lula ter um legado  com resultados superiores aos seus.FHC não consegue diferir o período eleitoral do Estado/Nação e de modo infantil passa recibo defendendo seu governo que mesmo com todo apoio da mídia não convence ninguém, enquanto Lula mesmo com todos os ventos midiáticos contrários ainda é o maior cabo eleitoral do país.

  21. O que eu acho mais

    O que eu acho mais interessante, alias ja disse isso inumeras vezes é como o extremo da direita e igual ao extremo da esqeurda

    No Face a galera que apoia a passeata ta dizendo que a midia nao noticiou o evento com o devido empenho para dar a realidade da proporção da passeata.

    Inclusive o pessoal do CQC segundo esses teria sido expulso acusados de ser simpatizantes da Dilma.

    A paranoia com a midia é um fetiche de todo antidemocrata…

  22. Esta matéria esteve o dia

    Esta matéria esteve o dia todo estampada no UOL com a seguinte chamada: “Eduardo Cunha levanta a bandeira do “Fora, PT.””

     

    Eduardo Cunha propõe parceria aos oposicionistas na Câmara: ‘Fora PT’

    956

    Josias de Souza

    02/11/2014 04:51Compartilhe6379,5 mil Imprimir Comunicar erro

    Longe dos refletores, Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, procurou os congêneres da bancada da oposição para pedir apoio à sua pretensão de tornar-se o próximo presidente da Câmara. De acordo com o relato de seus interlocutores, o deputado irá à sorte dos votos no plenário enrolado em três bandeiras:

    1. Fora PT: Eduardo Cunha apresenta-se como candidato favorito a impedir que um petista se apodere da cadeira de presidente da Câmara na legislatura que se inicia em fevereiro de 2015.

    2. Independência: desafeto de Dilma Rousseff, o líder do partido do vice-presidente Michel Temer sinaliza que comandará a Câmara como um magistrado parcial. Nas bolas divididas entre Planalto e Câmara, decidirá sempre em favor do Legislativo.

    3. Respeito às minorias: afirma, de resto: nas ocasiões em que a maioria governista ameaçar com o trator, proverá à minoria oposicionista a proteção dos escudos do regimento interno e da Constituição.

    Antes composta por PSDB, DEM e PPS, a infantaria oposicionista ganhou o reforço do PSB e do Solidariedade. Numa primeira rodada de conversas, decidiram costurar uma estratégia conjunta. Analisam a viabilidade de uma candidatura própria. Como Plano B, a maioria prefere Eduardo Cunha a qualquer nome do PT.

    Afora o flerte com os antagonistas de Dilma, Eduardo Cunha articula a formação de um bloco de legendas governistas para isolar o PT. Faz isso com o respaldo da unanimidade da bancada do PMDB, que o reconduziu à liderança na última quarta-feira.

    Ao farejar a movimentação do pseudoaliado, o Planalto decidiu tratá-lo como adversário. Porém, numa conversa com Temer, Dilma disse que, antes de decidir o que fazer, seria conveniente verificar como se comportarão os partidos. Auxiliares da presidente consideram adequado também saber quem sobreviverá às delações do petrolão. O problema é que, se demorar muito para levar o seu fubá, o Planalto arrisca-se a encontrar Eduardo Cunha voltando com o bolo -ou com o bololô.

     

  23. Quando 40.000.000 de pessoas

    Quando 40.000.000 de pessoas passavam fome, NENHUM DELES saiu a rua para reinvindicar MUDANÇAS…

    Estavam felizes e alucinados pelas noites em aeroportos alegres e sem povo!

  24. Wagner esse manifesto da

    Wagner esse manifesto da “Esquerda democrática” é um texto sofista.

    São tucanos de direita que se fingem de esrquerda e de democratas para tentar convencer os desavisados de que seus votos e atitudes são independentes de partidos. Dizem que já votaram no PT mas agora se decepcionaram com o PT e descobriram que Aécio é a última bolacha do pacote.

    Um manifesto sofista escrito por tucanos de direita e golpistas. Apenas isso.

  25. Esses abestalhados que ficam

    Esses abestalhados que ficam pedindo a volta dos militares não sabem nem o que falam, será que imaginam que com uma ditadura eles vão poder continuar se reunindo para manifestações? Que vão poder continuar falando as bobagens que bem quiserem na internet? Os apoiadores do golpe de 64 acabaram cassados, Lacerda que o diga. Quando havia manifestações, o Exército colocava gente infiltrada para identificar os “cabeças” e aí eram presos e torturados. Será que esses bobos alegres acham que ao menos poderão continuar falando em política? Sabem de nada, inocentes úteis.

  26. ensaio

    Essa “Esquerda Democrática” tem todo jeito de ser um ensaio do Cristovam Buarque visando criar um partido a la Rede Sustentabilidade (e possivelmente capturar seus membros). Se colar, colou. A inspiração vem da ala homônima da UDN que, ressentida com a guinada à direita do partido, deixou-a e formou o PSB.

    É só uma hipótese…

    (Tem um movimento com este nome também dentro do PT-RS, mas não tem nada a ver.)

     

  27. Não sei o que deu na cabeça

    Não sei o que deu na cabeça do Lobão para se julgar tão importante a ponto de achar que o PT vai perder seu tempo para persegui-lo e silenciá-lo. Acho que é algum tipo de alucinação (ou alucinógeno, talvez) ou alguma esquizofrenia. Em todo caso, acho que deveríamos fazer uma vaquinha para comprar uma passagem só de ida para o Lobão, qualquer lugar serve, desde que seja distante daqui (pensei na Sibéria). Já seria o começo de um país melhor.

  28. Politica

    Eu só queria entender por que esses srs. não questionam a Estado de São Paulo ser governado pelo psdb há mais de 20 anos, não me venham com nhenhen de que se esta falando no Brasil ou eles acham se  conseguirem a presidencia eles iriam abrir mão de um projeto para 20 anos. hahaha, eu devo ser um idiota/igno etc…

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