Usar plano B seria “facilitar a vida para eles”, diz Dilma

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ricardo Stuckert
 
Jornal GGN – De passagem pelos Estados Unidos, a presidente deposta Dilma Rousseff disse em entrevista a Bia Willcox, divulgada na íntegra pelo Brasil 247 (veja aqui), que a crise iniciada no impeachment deve chegar a um “momento decisivo” com as eleições de outubro. Do ponto de vista do PT, ela afirma que sacar um plano B só porque Lula foi preso seria “facilitar a vida deles”, em referência a quem ajudou na perseguição ao ex-presidente.
 
“São momentos decisivos, as eleições serão importantes. Muitas pessoas falam ‘ah, mas o Lula está preso e vocês têm que buscar um plano B’. Que estranho… por que nós? Sabemos que o Lula é inocente, sabemos que ele sofre perseguição politica. Vamos deixar de considerá-lo candidato por que eles resolveram prendê-lo? É uma forma de facilitar a vida deles”, disse.
 
Dilma afirmou que acredita que a eleição será o momento de “sairmos dessa situação de crise da democracia no Brasil, de golpe parlamentar, judiciário e midiático”. “Achar que dá para fazer uma transição por baixo, um acordão por baixo, sem ter a legitimidade de um processo eleitoral que institua as condições para o pacto democrático, será flertar novamente com um fechamento ou com uma erosão da democracia.”
 
Questionada sobre a possibilidade de não haver eleição, Dilma disse que é um cenário improvável, mas que é preciso considerar as “condições” em que se dará o pleito. “(…) há eleições e eleições. Espero muito que sim (tenha eleição regularmente).”
 
Dilma ainda revelou que não chorou quando foi presa na Ditadura, tampouco quando passou pelo processo de impeachment. Mas “O dia que eu soube que ele (Lula) ia ser preso, eu chorei. Sabe por quê? Comove muito uma situação de absoluta injustiça. Engraçado que no dia do meu impeachment, atrás de uma pilastra no Palácio da Alvorada, quando eu desci a rampa, ele me abraçou chorando, soluçava. Eu disse para ele: ‘acalme-se’. Agora, na sua prisão, ele quem me acalmou.”
 
Leia a entrevista completa aqui.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Oito dias de terra em transe na Armênia e nada

    Prezados do GGN,

    Hoje está fazendo oito dias desde que os Armênios vêm protestando em massa contra o primeiro ministro Serj Sargsyan, da extrema direita, que conta com o apoio dos militares locais, e nada é publicado em nossa imprensa.

    Se fosse qualquer protesto contra o Maduro o PIG tupinambá estaria caindo de pau.

    Aqui o vídeo permanetemente ao vivo das manifestações, que já conta com 200 presos:

    [video:https://youtu.be/8W8aU2oodq0%5D

  2. Presidenta Dilma Rousseff no Democracy Now!

    Do excelente programa independente de jornalismo dos EUA, Democracy Now!, exibido hoje, 20/04/2018, a participação da presidenta eleita pelo  voto popular, Dilma Rousseff. 

    Com imagens do ativista e Prêmio Nobel Adolfo Peres Esquivel e da ocupação da Frente Povo Sem Medo e MTST no triplex da farsa judicial. 

     

    Parte 1 –  “Dilma Rousseff: Lula’s Imprisonment Is Part of a Coup Corroding Brazil’s Democratic Institutions”

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=j3cSQUqzqpg%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=j3cSQUqzqpg

    Parte 2 – “Dilma Rousseff: The Rise of Brazil’s Far Right Threatens Democratic Gains Since End of Dictatorship”

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=mp3n14D1pXU%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=mp3n14D1pXU

     

     

    Sampa/SP, 20/04/2018 – 20:56

    1. #

      Vamos morrer querendo e isso não colocará Lula na presidência. 

      Simples assim.

      Temos que nos unir senão a extrema direita vai ganhar a eleição! 

  3. #

    Não deixarão Lula ser candidato, nem que a vaca tussa. Nem mesmo se a população fizesse manifestações como as do ‘fora Dilma”. A Carminha já disse que não cede à pressão, com exceção da Globo, da Veja, da Folha, da Istoé e do Estadão, claro.

    Penso que as esquerdas deveriam abrir mão de lançar candidatos e se unir em torno de um só nome de centro esquerda, como por exemplo, o Roberto Requião.

    Caso contrário, com os votos pulverizados em 4 candidatos, estarão entregando o país à direita, ou pior, à extrema direita.

    Alguns vão de Manuela, outros vão de Ciro, outros vão de Haddad ou Celso Amorim , outros vão de Boulos e…

    Bolsonazi, ou Marina ou Geraldo Santo governarão este circo de malucos.

     

    1. É preciso reconhecer que a esquerda é minoria

       

      Jus Ad Rem (sexta-feira, 20/04/2018 às 22:00),

      A esquerda precisa reconhecer de imediato que dada a cultura mundial dominante muito difundida em quase todos os países do mundo, em qualquer lugar, salvo em pequenas populações isoladas, a esquerda é minoria. Esquerda no sentido de solidariedade e espírito coletivo.

      Sobre isso eu recomendo a leitura de entrevista de Gilles Deleuze com o título “Gilles Deleuze : Qu’est-ce qu’être de gauche?” que pode ser vista em francês no seguinte link:

      https://www.oeuvresouvertes.net/spip.php?article910

      Esta entrevista foi disponibilizada no post “Para Deleuze, esquerda ou direita é uma questão de percepção” de segunda-feira, 18/04/2016, às 11:04, aqui no blog de Luis NBassif, após sugestão de Jair Fonseca que trouxera o vídeo do blog de Luiz de Queiroz. Originalmente o post viera com o vídeo trazendo a tradução para o português, mas posteriormente o vídeo foi retirado, talvez por motivos de direito autoral. De todo modo o post pode ser visto então no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-deleuze-esquerda-ou-direita-e-uma-questao-de-percepcao

      A ideia da esquerda como minoria de Gilles Deleuze é mais elaborada e inclui compreender o próprio termo minoria como algo do ser humano que é um a se tornar, a se fazer. O ser humano deve ser no futuro um ser humano livre, destituído de poder, sem apegos e desejos de posse, sem ter a ideia de supremacia.

      No entanto, de modo menos elaborado, eu tenho a defendido a ideia da esquerda como minoria quantitativa, desde a década de 80 quando vi a dificuldade de François Miterrand ganhar a eleição na França.

      A entrevista de Gilles Deleuze é antiga e parece também que ele teve esse entendimento desde aquela época só que elaborou mais a ideia. Elaborou-a tanto que a esquerda não a aceita na integridade. Foi o que me pareceu que ocorreu com Arkx na discussão que tivemos junto ao post dele “Os Brasis: dentro do labirinto, por Arkx” de quinta-feira, 21/12/2017, às 08:31, aqui no blog de Luis Nassif, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/arkx/os-brasis-dentro-do-labirinto-por-arkx

      Na leitura dos comentários vale observar que o meu primeiro comentário que aparece no alto veio deslocado, pois o coloquei diretamente na caixa de comentário e não respondendo a comentário de Arkx.

      Sabendo ser minoria, esquerda pode mais bem elaborar a sua estratégia para a eleição de 2018. É claro que na realidade atual, e em qualquer lugar do mundo onde a esquerda pretende chegar ao cume do poder, o melhor seria compor com o centro.

      Um centro bom para a união do PT seria Ciro Gomes. Só que Ciro, já prevendo a dificuldade de um discurso da esquerda no momento atual, está assumindo um discurso de centro direita. É a única forma de ele ir ao segundo turno. Então para Ciro, a união do PT com ele, pode ser boa para garantir um número mínimo de votos que o leva ao segundo turno, mas vai enfraquecer Ciro Gomes em um hipotético segundo turno, uma vez que vai retirar toda a sustentação da direita ao Ciro.

      O pior, entretanto, da união do PT com Ciro é que a proposta anula completamente a campanha do PT para o legislativo. E há agora uma grande oportunidade de o PT até duplicar a atual bancada dele. Basta que o PT insista na campanha “Eleição sem Lula é golpe” e no final passe a adotar o lema “Eleição sem Lula é 13” e defenda que todo mundo do PT vote no 13. Será um voto nulo no caso de presidente, mas em uma eleição em que as pessoas terão muito dificuldade de votar corretamente em todas as candidaturas possíveis: dois senadores, um deputado federal e um deputado estadual, um presidente e um governador, conseguir amarrar o voto no 13 é o grande trunfo do PT.

      E enquanto o PT não lança o plano B, todo o problema que sobra é para a direita que fica sem saber como fazer. Assim o plano B não deve ser lançado, a menos que em vez do slogan substituto “Eleição sem Lula é 13” o PT no último momento lance o grito “Eleição sem Lula é o 13 do Vicentinho”, pois se criaria uma figura mística próxima de Lula, muito em cima da eleição, mesmo que ela não tenha possibilidade de êxito.

      Então a análise da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff é a mais correta. E o PT precisa reconhecer que sem Lula ele não ganha a eleição. E isso é válido para a esquerda. Sem Lula a esquerda não ganha a eleição. Além disso, muito eleitor de Lula não é suficientemente instruído para votar corretamente.

      Então, o PT não deve lutar por uma alternativa de composição uma vez que o voto em Lula é o máximo que a esquerda e o PT podem obter. Assim para o PT o melhor é defender o voto no 13 caso a candidatura de Lula não tenha como se manter.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 21/04/2018

      1. #

        Milhões neste país sequer sabem o que é direita e esquerda. São capazes de votar no Lula, e no mesmo voto, num senador do DEM.

        Lula tem carisma e o povo acredita nele. Infelizmente não deixarão ele ser candidato e, precisamos nos unir ao invés de nos fragmentarmos.

         

  4. Ela diz o óbvio. O problema do plano B é deles, não do PT

     

    Jornal GGN,

    Tão óbvio o que diz a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff que se espanta que a frase dela não seja o que todo mundo do PT esteja dizendo. E tudo pode ser mais ameaçador para a direita se em vez de dizer “eleição sem Lula é fraude”, pois a direita não teme cometer todas as fraudes possíveis e inimagináveis, a esquerda passe a dizer “eleição sem Lula é 13”.

    Eu já venho dizendo há bom tempo o que a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff disse. E digo sempre quando meus conhecidos da direita falam do problema do PT não ter um plano B. Eu respondo que é melhor assim, pois a direita fica sem reação. E o plano B do PT é lutar para que todos votem pelo 13.

    Fiz comentário para o post “Xadrez do pós-Lula e o fator Ciro, por Luís Nassif” de segunda-feira, 09/04/2018 às 00:50, eu que eu falava da necessidade do PT insistir até o último momento e o último momento pode ser estendido para além da eleição. O endereço do post “Xadrez do pós-Lula e o fator Ciro, por Luís Nassif” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-pos-lula-e-o-fator-ciro-por-luis-nassif

    Em meu comentário para Luis Nassif enviado quarta-feira, 11/04/2018, às 02:54, eu proponho que “o PT mantenha a candidatura de Lula até o fim. E o fim é até o segundo turno se ele for possível. Só que a proposta é bem radical, pois ele prevê que a candidatura de Lula se mantenha mesmo que o PT não consiga o registro da candidatura de Lula nem mesmo para o primeiro turno”.

    É claro que pode ser que por questões estratégias o PT não explicite esta alternativa e passe a falar em um plano B, para que enquanto se discute qual será o Plano B do PT, a direita fique paralisada. Só por causa disso é que eu acho que o PT embora já pudesse desde já indo fazer as camisas ensinando as pessoas a votarem só no 13, de cima em baixo, deve aguardar o máximo esta proposta.

    De todo modo é proposta que pode ser adiantada sem ser uma proposta do PT. É como se rala radicais fossem desencadeando essa ideia sem que ela recebesse o apoio explícito da cúpula do PT, até que no último momento o PT faça a escolher que seja a menor para a esquerda.

    Como forma de antecipação dessa proposta, eu já havia adiantado lá no meu comentário no post “Xadrez do pós-Lula e o fator Ciro, por Luís Nassif”, uma sugestão de jingle que consistiria mais ou menos no seguinte:

    “Vote no 13, vote no 13

    Bolim Bolacho

    Vote no 13, vote no 13

    De cima em baixo

    Vote no 13, vote no 13

    A questão é que a esquerda é minoria. Em momento assim, a esquerda precisa saber como aproveitar as cartas que foram jogadas para que ela possa tirar o máximo de benefício.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 20/04/2018

  5. Qualquer alternativa deveria ser Plano C

    A alternativa seria convencer o eleitorado do Presidente Lula a eleger um bom carcereiro, dada a inexorabilidade do fenômeno jurídico das pedaladas jurisdicionais, que o conduziu e promete mantê-lo no cárcere. Por isso, Plano C.

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