Vice de Bolsonaro, General Mourão diz que regime militar não foi ditadura

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – Depois do episódio público do deputado e hoje presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) de defender o torturador da ditadura do regime militar, coronel Carlos Brilhante Ustra, chamando-o de “herói brasileiro”, foi a vez de seu vice, o General Mourão, afirmar que o período do regime não foi ditadura.
 
“Considero pessoas que chamam período de presidentes militares de ditadura, não reconhecem o que era realmente”, disse, durante uma entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta segunda-feira (10).
 
Que o coronel apontado como um dos principais torturados da ditadura do regime militar no Brasil, Ustra, é valorizado por Bolsonaro, não havia dúvidas. Em episódio escancarado, na votação do impeachment contra Dilma Rousseff no Conselho de Ética da Câmara, em novembro de 2016, o deputado da extrema direita disse que Brilhante Ustra é um “herói brasileiro”.
 
Em programa do Roda Viva, da TV Cultura, Bolsonaro também disse que o livro “A verdade sufocada – a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, de autoria de Ustra, era seu livro de cabeceira. 
 
O General Mourão também já havia homenageado o torturador, chamando-o também de “herói” durante seu discurso de despedida do Exército, justificando depois que Ustra “combateu o terrorismo e a guerrilha, por isso ele é um herói”.
 
Agora, em entrevista à Jovem Pan, o General que é vice de Bolsonaro na chapa a candidato a Presidência 2018, falou abertamente que o período do regime militar no país não foi ditadura. E chegou a amenizar, inclusive, o instrumento para o estado de exceção no país:
 
“Era autoritário? Era. Ela teve instrumento de exceção que foi AI5 que não foi usado tantas vezes assim e tínhamos Guerra Fria. E aqui grupos armados buscaram atacar o Estado e não para derrubar a ‘tal ditadura’, mas queriam implantar a ditadura do proletariado”, disse, em defesa do regime.
 
Também amenizou que as torturas teriam sido “excessos” quase que naturais: “O Estado se defendeu. Houve excessos, mas na guerra excessos acontecem”, afirmou.
 
Questionado sobre o teor não ditador do Ato Institucional 5, que cassou mandatos, fechou o Congresso e cassou prerrogativas de resquícios da democracia no período ditatorial, Mourão disse apenas que era “um instrumento forte e potente na mão do presidente” e se negou a reconhecer como ditadura, apenas como “momentos tensos e difíceis que a história vai julgar”.
 
Acompanhe aqui a entrevista:
 
https://www.youtube.com/watch?v=EvEmpzQXDqY
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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