Eletrosul inaugura usina de energia solar para venda no mercado livre

 
A Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, inaugura hoje (27) em Florianópolis uma usina de energia solar acoplada ao prédio da sede administrativa da empresa. O projeto tem 4,2 mil painéis fotovoltáicos instalados em uma área de 8,3 mil metros quadrados no teto do edifício. Apesar de o prédio absorver parte da energia, o objetivo principal não é atender ao consumo da empresa e de unidades vizinhas, e sim vendê-la no mercado livre.
 
“Comercialmente, temos contrato com uma pequena central hidrelétrica que atende à demanda [do edifício da Eletrosul]. Pode ser que a partir de 2015 a gente troque o contrato [passando a atender a toda a demanda local com a energia da usina solar]. Vamos avaliar. Mas, por enquanto, o objetivo é comercializar e divulgar [a tecnologia]. Nas cidades do futuro, haverá muitos prédios assim. Queremos estar prontos para o boom [da energia solar] “, explica Ronaldo Custódio, diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul.
 
De acordo com ele, o primeiro leilão para comercializar energia da usina deve ocorrer em agosto deste ano. O investimento no projeto, de R$ 9,5 milhões, foi financiado pelo banco de fomento alemão KfW.

 
Considerada sustentável, a energia solar sai mais cara do que opções como as hidrelétricas e termelétricas. Segundo Ronaldo Custódio, uma usina solar, com financiamento em condições idênticas ao de uma hidrelétrica, pode sair de cinco a sete vezes mais cara. Depois de construída, no entanto, ela tem a manutenção menos dispendiosa. “A hidrelétrica até tem um impacto ambiental global menor, embora tenha impacto local tanto do ponto de vista ambiental quanto social”, comenta.
 
Com capacidade instalada de 1.000 quilowatts, o suficiente para atender a 540 residências, a usina é o maior empreendimento na América Latina com produção de energia acoplada a um prédio. Além disso, é a única com esse conceito a gerar energia para comercialização.
 
Para Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, a usina de energia solar é um marco importante. “Eu acho que é uma iniciativa bem-vinda, junto com Tanquinhos e Tauá [usinas de energia solar respectivamente em Campinas, São Paulo, e no interior do Ceará]. Serve para mostrar que a energia solar é uma opção viável para a segurança energética”, diz.
 
Baitelo acrescenta que as iniciativas de maior porte têm avançado mais do que a implantação de pequeno porte e doméstica da energia solar, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) buscou incentivar em 2012, aprovando resolução que previa desconto na conta de luz para residências e empresas microgeradoras que fornecessem excedente.
 
“Esse é outro capítulo, que caminha mais devagar. A gente tem alguns problemas a transpor, principalmente o financiamento”. Segundo ele, as linhas de crédito ofertadas pelos bancos atualmente não têm prazos e taxas de juro satisfatórias. “Um projeto de energia solar que atenda a uma família pode custar de R$ 15 mil a R$ 20 mil. Se vai ter uma economia de R$ 30, R$ 40, R$ 50, o ideal é que o custo do financiamento seja esse. Estamos dialogando com governo e bancos. É um mercado com potencial muito grande”, observa.
Redação

4 Comentários

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  1. Ninguem ve nada de errado em

    Ninguem ve nada de errado em uma usina solar -das quais existem poucas no Brasil- ser construida e imediatamente colocada aa venda?

    Ainda mais da Eletrobras?!

  2. Viabilidade da Energia Solar

    Considerando a situação tecnológica e de custos atuais, o melhor aproveitamento da energia solar se dá através de usinas hidroelétricas. É o sol que “pega” a água do mar e joga a mesma sobre a terra, e a água corre de volta para o mar possibilitando a instalação de turbinas ao longo do trajeto da água, para fins de geração de energia, com a vantagem adicional de se poder armazenar esta energia em reservatórios, o que não é possível com a usina solar. Assim sendo, a energia hidroelétrica pode ser vista como sendo energia solar que usa a água como meio. O projeto da ELETROSUL, considerando uma rentabilidade de 10% a.a. precisa gerar uma receita de R$ 950.000,00/ano, sem considerar os custos de operação e manutenção. Como a geração solar só funciona quando tem sol, cerca de 40% do tempo, o valor unitário do MWh deverá ser de R$ 274,00. Hoje, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o custo marginal da geração hidro é de R$ 90,00/MWh, um terço do valor necessário para a geração solar. Se olharmos a “area alagada”, comparando com Itaipu que consegue 10,4MW/km2, a usina solar necessita cerca de 9 vezez mais área que a hidroelétrica. Assim sendo, considerando a situação atual da tecnologia e custos, a energia solar apenas é viável quando instalada no teto dos edifícios e para consumo próprio, pois neste caso a comparação de custos se dará com o preço de venda praticado pelas distribuidoras, que contém, além dos custos de geração, os custos de transmissão e distribuição, custos estes que não ocorrem neste caso.

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