Nível dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste é o menor desde 2001

O nível dos reservatórios de água das hidrelétricas do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste caiu de 40,1% para 37,6% desde o início de fevereiro. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), este é o menor percentual para o período desde 2001. Nesse ano, quando foi determinado um racionamento de energia pelo governo federal, foram registrados, entre o fim de janeiro e o fim de fevereiro, índices de armazenamento entre 31,4% e 33,4% na região.

O Subsistema Sudeste/Centro-Oeste concentra 70% da capacidade de armazenamento dos reservatórios do país. Desde 2002, o nível dos reservatórios desse subsistema tem se mantido sempre acima de 50% nesta época do ano. No dia 9 de fevereiro do ano passado, por exemplo, o nível estava em 41,6% e, em 2012, em 77%. Na mesma data, em 2007, foi registrado o maior índice do período: 83% de armazenamento.

Em janeiro deste ano foi registrada a pior média histórica de afluência de chuvas desde 1932, segundo o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Só vamos poder afirmar com precisão em abril, quando acaba o período chuvoso. Mas como não temos previsão de chuvas para os próximos dias na região, é uma situação crítica, mas não desesperadora”, diz Nivalde de Castro, coordenador do Gesel.

Segundo ele, o ideal seria fazer, por meio das distribuidoras, uma racionalização voluntária do uso da energia, por meio de descontos para quem gasta menos. “No momento, não podemos falar ainda em racionamento, porque ainda temos água nos reservatórios e temos as termelétricas, que ajudam nos períodos críticos”. Ele explica que a proposta é diferente da situação que ocorreu em 2001, quando houve uma crise no modelo elétrico no país, que impôs a racionalização compulsória de energia pelos consumidores brasileiros durante nove meses.

Apesar do cenário atual, o governo federal afirma que o fornecimento de energia elétrica do país está assegurado, “em quantidade e qualidade necessárias ao adequado atendimento de todos os consumidores”, segundo nota oficial divulgada hoje (10). O documento diz ainda que o planejamento do setor elétrico brasileiro considera um cenário conservador em relação ao consumo de energia, e que são contratados nos leilões de reserva uma capacidade de geração adicional para atender o crescimento do mercado. “Esses critérios de planejamento fazem com que haja sempre um excedente de energia, o que garante o suprimento mesmo com eventuais atrasos de algumas obras de geração”, diz a nota. Segundo o governo, o blecaute registrado na última terça-feira (4) não está ligado ao nível dos reservatórios.

Nas outras regiões, o nível dos reservatórios vem subindo gradativamente. No Subsistema Nordeste, o nível dos reservatórios está em 42,78%; no Sul, atinge 48,72%; e, no Norte, o indicador chega a 69,28%.

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. Há um consenso no mercado de

    Há um consenso no mercado de que teremos racionamento em ano de eleição. A situação é muito séria!

    Preparem-se!

    Se a bandeira do Governo Dilma é gerência, ela vai ter que rebolar durante a campanha para explicar isso.

     

    Hoje o NE esta exportando energia pro SE. Deu uma chuvinha no NE e os reservatórios estão em 50% mas isso não supre o SE por muito tempo.

    Há conversas sobre “Energia Emergencial 2.0”. Obviamente com outro nome, hehehe. Pode ser energia complementar.

     

    Estão pensando até em térmicas a óleo mas talvez…já seja tarde demais.

    PS. Térmicas a óleo combustível foram descartadas por serem extremamente poluentes.

     

    De quem é a responsábilidade? Primeiro EPE. Segundo Governo. nesta ordem.

    Na prática os responsáveis são 1- Bertin 2 Linhas de transmissão

     

    Se não acredita saiba que hoje estamos pagando R$1000 por uma planta térmica com 468 geradores diesel em série que pertencem ao Cantarelli. Resumidamente um lixo de planta.

    Porque fazemos isso? 

  2. Estivéssemos num governo

    Estivéssemos num governo tucano , as chances de termos um racionamento severo seriam enormes. Incompetência , mercadismo xiita , ocupação política de cargos técnicos , combinação Fernandista para o grande apagão , aquele que penalizou o povo brasileiro e derrubou o PIB. Do que nos livramos …

  3. La Niña
    Janeiro e Fevereiro
    La Niña

    Janeiro e Fevereiro sempre foram os meses mais chuvosos do ano no Sudeste do Brasil. Nunca houve históricos de seca nesta época do ano e nesta região.

    Segundo a explicação científica, devido ao fenômeno climático “La Niña” que ocorre a cada 6 anos, surge uma massa de ar seco que vai da África até o meio do oceano Atlântico Sul. Este fenômeno sempre existiu.

    O que mudou é que ele ganhou tamanha força que acabou entrando Continente adentro, cobrindo todo o Sudeste do país. Nunca houve um La Niña tão forte assim. Este fenômeno deve durar até maio, pois dura um semestre, mas em casos excepcionais pode durar anos.

    O La Niña tem previsão de durar até maio (quase 6 meses), mas pode em casos excepcionais durar anos.

    Cientistas especulam que devido ao aquecimento global, os La Niñas mais fortes devem ficar comuns daqui para frente, e aumentar de intensidade a cada vez que voltam de 6 em 6 anos.

     
    As massas de ar umidas vindas da Amazônia, se chocavam com as frentes frias vindas do Sul e chovia 2000 mm aqui em São Paulo. Este ano tivemos cerca de 1100 mm pois o La Niña bloqueou tanto as massas de ar vindas da Amazônia quanto as frentes frias. Além do mais metade da umidade da Amazônia provém da floresta, sem floresta o clima fica muito mais seco.

    E as temperaturas tendem a aumentar até 5 graus nas próximas décadas, segundo os cientistas, junto com a desertificação, só no Nordeste já surgem 4 focos de desertificação que avançam rapidamente.

    Entre as maiores consequencias da seca, estão:

    a quebra do abastecimento de água de várias cidades, junto com

    racionamento.

    aumento da temperatura, já que não temos nuvens para refletir os raios de sol intensos nesta época do ano.

    aumento de preços de alimentos ocasionados pela quebra da safra pela seca, o que gerará  inflação.

    Desemprego, pois várias fábricas estão parando as linhas de produção que dependem de água dos rios, que estão em seu volume mínimo.

    Racionamento de energia, caso a seca se prolongue muito, devido ao baixo volume de hidrelétricas, e se as termo eletricas movidas à gás forem usadas, para compensar, teremos aumento de preço na tarifa, pois o gás é mais caro do que uma hidrelétrica.

     

    Aumento do álcool combustível e do biodiesel, devido à quebra de safra pela seca ( e por tabela da gasolina, pois esta tem álcool em sua composição também.)

    Recessão, pois o PIB brasileiro que já está crescendo pouquissimo, pode ser afetado por estes entraves à economia.

    Vale lembrar que a civilização Maia que tinha cidades e pirâmides, começou a desmatar para conseguir mais áreas de plantio, até que uma seca de trinta anos, nunca vista antes obrigou seus habitantes a migrar para outras regiões, e as pirâmides e cidades Maias estão abandonadas na mata até hoje.

    Coincidentemente o Fenômeno ganhou esta força toda após a aprovação do Novo Código Florestal aqui no Brasil, que dá sinal verde para o desmatamento quase desenfreado.

     

    Infelizmente, o PMDB composto em sua maioria de ruralistas pressionou o Governo Dilma para a aprovação do novo código florestal, e o Governo como depende doapoio do PMDB como base aliada acabou fazendo vista grossa e deixando que aprovassem com fracos protestos.

     

    Os próprios ruralistas e grandes fazendeiros que pressionaram tanto para uma legislação liberal para desmatamento, agora serão os maiores prejudicados pela seca.

    (O PSOL partido de oposição ao governo Dilma, foi junto com o PV (partido Verde) os dois únicos partidos que votaram em unanimidade contra o novo código florestal. O Lider do PSOL, Ivan Valente foi um dos que mais lutou contra este código e avisou sobre as mudanças climáticas que estamos vendo hoje.)

     

     

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