Ronaldo Bicalho
Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Os desafios das energias renováveis no Brasil

Do canal GEE

Neste episódio do programa InfoPetro, do Canal GEE, Clarice Ferraz, Professora e Pesquisadora do Grupo de Economia da Energia, fala sobre os desafios envolvidos na introdução das energias renováveis no setor elétrico brasileiro.

Parte 1:

https://www.youtube.com/watch?v=shNcXOjdvtE]

 

Parte 2:

[video:https://www.youtube.com/watch?v=_2gGD33rq_U

 

Ronaldo Bicalho

Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

4 Comentários

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  1. Faltou o básico, os custos!

    O pessoal que está no setor elétrico, que acende uma vela para cada santo, foge como o coisa ruim foge da cruz do essencial e que é vergonhosamente escondido para a população, os custos destas energias.

    Primeiro, quando se faz uma comparação entre o custo de implantação de uma usina hidrelétrica, nuclear ou termoelétrica, se mente descaradamente quando se diz que, por exemplo, o custo da geração eólica é menor do que qualquer outro tipo de geração, simplesmente porque uma geração eólica na realidade tem-se que acrescentar ao seu custo sempre o sistema de Backup que deverá existir quando não houver vento.

    Explicando melhor, instalado 1 MW de geração eólica, que na realidade nunca é 1 MW, é no máximo 0,3 MW ou 0,4 MW nos momentos de pico deste geradores, e o pior, este momento de pico poderá ser por exemplo a 1:00 as 5:00 horas da madrugada, quando não tem consumo. Além disto, e o mais notável, é que para o 1 MW de energia gerada (não a instalada, que seria muito maior) terá que ser RESERVADO NO SISTEMA o mesmo 1 MW de usinas não eólicas que garantam o sistema quando não houver vento. Além disto teremos que ter um sistema de distribuição que deverá ser dimensionado para o pico da geração eólica e em mais de 70% do tempo ficará ocioso. Somando tudo isto pode-se dizer sem medo de errar que o custo da geração eólica é praticamente o dobro da geração a gás, por exemplo, e mais do que isto na geração hidrelétrica.

    Quanto a micro-geração por células fotovoltaicas o problema é ainda pior, as distribuidoras vão receber dos micro-geradores uma energia ao custo da energia de venda, e com as perdas naturais do sistema, eles vão redistribuir a ele por um valor da energia vendida em contraposição à energia que eles adquirem no sistema a um custo muito mais baixo. Além disto há outro problema, está se vendendo o preço da energia gerada pelo custo da implantação e não está se divulgando o custo da manutenção. Se somarmos estes dois custos a energia solar gerada pelo micro-gerador será de quatro a cinco vezes maior do que a energia vendida pelas geradoras as distribuidoras, porém como o custo de implantação e manutenção é um custo difuso em que o micro-gerador que fica com todo este ônus ninguém está divulgando isto.

    Quanto ao backup que deverá ser fornecido ao sistema durante a tarde, noite e madrugada, quando a insolação é baixa, fica perfeitamente claro a sua necessidade, pois o usuário vai ter que utilizar energia durante estes períodos e não será de suas placas foto-voltaicas que ele vai retirar. 

    A micro-geração de energia é mais ou menos como os sistemas de aquecimento solar de água que se vendeu há mais de 30 anos para os incautos, é excelente para o norte e nordeste, onde não se precisa de água quente para as diversas atividades de uma casa e totalmente deficiente para locais frios onde o consumo de água quente é mais intenso.

    Mas vamos esperar mais uns cinco anos, quando vão começar os verdadeiros problemas de todo este imbróglio que está se fazendo nos dias atuais, quando a energia eólica mais solar ultrapassar 20% a 25% da matriz energética ficarão claro os problemas e tudo isto que se mistifica, se mente e se omite nos dias atuais vai ser mostrado com clareza, perdendo o país alguns bilhões em investimentos estúpidos em nome de uma pseudo sustentabilidade.

    1. Apenas um detalhe. O limite é

      Apenas um detalhe. O limite é 20% MESMO!

      Não se iluda com os 25% divulgados pela Alemanha porque 5,5% é proveniente da INCINERAÇÃO de lixo.

      Incineração, na Alemanha, é considerada energia tão limpa e renovável quanto eólicas e solares e POR ISSO faz parte dos mesmos 25% divulgados.

      Faça as contas…

    2. Concordando, inicialmente:

      0 – Antes de mais nada, o pessoal do Setor realmente acende vela para variados santos. Este é mais um governo da praga do presidencialismo de coalizão; formam-se imensos sacos de gatos para governar o país, os burocratas têm de atender todos os lobbies que florescem pela base “pralamentar”, perdem o foco, o rumo de qualquer ação planejada, impera o improviso, não há uma estratégia seguida com coerência, a dispersão de esforços e recursos escasos é imensa.

      Um exemplo é a emergência de leilões para iniciar exploração do fracking no país. Não há nenhuma necessidade urgente, periclitante, para começar um troço tão polêmico como este, pra quê a pressa? As detentoras da tecnologia, de equipamentos e das patentes dos coquetéis de venenos empregadas na operação querem vender, para isso pagam aos lobbistas; se não for para “caixa de campanhas”, deve ser direto em contas externas de burocratas posicionados.

      Vamos a alguma coisa restante:

      1 – Não há uma usina instalada no sistema que prescinda de backup, o “engenheiro” que desconhece essa informação básica, ele pode limpar o rabo com o diploma, vai misturá-lo com substância de mesmo valor.

      2 – O sistema já instalado cumpre a função de backup para novas usinas, é coisa de “português” imaginar que, uma vez contratado um parque eólico, ou qualquer outra usina, precisa contratar imediatamente outra que lhe sirva de backup. Aí precisariámos também de backup do backup, já que toda usina não pode prescindir de backup. A afluência da energia das eólicas está se demonstrando complementar ao regime da hidrolelétricas.

      3 – Existem várias externalidades de usina hidrelétrica, nuclear ou termoelétrica, que não são incorporadas ao cálculo de seus custos de implantação. São custos sociais, políticos e ambientais, que as mentes limitadas, consorciadas com interesse escusos, desconsideram. Vá verificar os impactos ambientais da mineração de carvão, sem falar dos problemas originados por sua queima, verifique também o destino das bacias de cinzas ao lado das usinas. Quem pode contabilizar, os custos pagos, na existência de populações tradicionais, índios, quilombolas e ribeirinhos dos projetos hidroelétricos, com qual método?

      A geração nuclear gera resíduos, que precisam de cuidados especiais, por prazos superiores ao da civilização humana; no ritmo da “queima” de combustível nuclear atual, não haverá mais o que “queimar” no próximo século, não se vai gerar mais nenhum kW nuclear, mas milhares de gerações dispenderão esforços, custos e energia para cuidar do lixo nuclear acumulado. É um egoísmo extremo das gerações atuais, uma falta de solidariedade total com as gerações futuras, uma grossa sacangem com elas; que tipo de valores éticos sustenta isso?

      4 – Quanto ao fator de capacidade da usinas, não existe usina com fator de capacidade de cem por cento. Vamos a um cálculo prático: até ontem, segundo o ONS, as hidroelétricas do Nordeste geraram 20.766,3 GWh neste ano, em 6.744 horas acumuladas, uma geração de 3,08 GW médios; o potencial instalado de hidroelétricas na região é aproximadamente de 10 GW; faça o cálculo, o fator de capacidade das hidroelétricas da região, até agora verificado no ano, se mostra inferior ao de muitos parques eólicos da mesma região.

      Há muito pouca coisa significativa para expandir, em termos de hidroelétrica no Nordeste, as outras alternativas renováveis são a proposta da hora na região: eólica, solar e biomassa; as hidroelétrica serão um recurso de backup, outro seria uma interligação elétrica mais direta, com os reservatórios do Sudeste.

      5 – Fico por aqui para não me alongar, em comentar o resto das besteiras da sua insistente teimosia, que desconhece em profundidade o assunto que comenta, repete bobagens que eu já comentei em outros momentos. Apenas mais uma parcial concordância, sobre a tal “pseudo sustentabilidade”, que é mais pseudo ainda, quando se ancora em coisas sabidamente esgotáveis, no prazo de uma ou duas gerações, entendendo por esgotável também o que terá extração declinante.

      Nenhum processo de crescimento ilimitado é sustentável sobre a Terra. Não se verifica esse tipo de coisas na natureza, senão, veríamos beija-flor do tamanho de uma ema, preá maior do que um touro, minhoca do tamanho de uma sucuri, lagartixa igual a um jacaré e outras aberrações semelhantes. Quem tensiona por crescimento ilimitado é a ganância promovida no processo de acumulação capitalista, infelizmente o sistema sócio-político dominante, ele está arrastando a humanidade para uma tragédia, pois o nível das atividades nos processo de produção que promove já ultrapassou as condições de sustentabilidade possível. Crescimento sustentável é um oxímoro.

  2. Que desafio que nada…

    As dificuldades impostas para a implantação da energia alternativa.

    Na crise o governo represa a demanda interna por consumo.

    Neste caso a demanda é praticamente infinita…

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