Petroleiros elogiam contratação direta da Petrobras para explorar reservas

Enviado por Assis Ribeiro

Do Viomundo

Petroleiros celebram prioridade de Dilma à Petrobras
 
Dilma fortalece o Brasil no pré-sal
 
Contratação direta da Petrobrás para explorar reservas de 15 bilhões de petróleo atende à soberania e aos interesses nacionais
 
Por João Antônio de Moraes, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), e Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
 
Nesta terça-feira, 24, o governo da presidenta Dilma Rousseff deu um importante passo para a retomada da soberania nacional sobre uma das maiores reservas de petróleo do planeta, que é o pré-sal brasileiro. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a Petrobrás a explorar as reservas de óleo que excederem os cinco bilhões de barris que foram contratados em 2010 através de Cessão Onerosa feita pela União durante a capitalização da empresa.
 
Trata-se de uma região, cujo potencial de produção pode ser superior ao do Campo de Libra: entre 9,8 bilhões e 15,2 bilhões de barris de óleo.

 
O mercado e as petrolíferas privadas queriam que as áreas excedentes fossem devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) para serem licitadas. Mas a presidenta Dilma preservou o interesse nacional e contratou diretamente a Petrobrás para explorar essas reservas estratégicas, como prevê o Artigo 12 da Lei de Partilha.
 
Em outubro do ano passado, a FUP e a Plataforma Operária e Camponesa para a Energia realizaram uma grande mobilização nacional para impedir o leilão de Libra, cobrando do governo que já utilizasse naquele momento esse dispositivo da Lei 12.351/2010.
 
Liderados pela FUP, os petroleiros realizaram uma greve sete dias, que virou símbolo de resistência e indignação contra a decisão equivocada do governo de dividir com as multinacionais o controle do maior campo de petróleo da atualidade.
 
A luta não foi em vão. A pressão surtiu efeito e pela primeira vez nas últimas duas décadas, a Petrobrás voltará a ter o controle integral sobre áreas estratégicas de petróleo, que nos próximos anos deverão dobrar suas atuais reservas.
 
Isso não acontecia desde que o PSDB e o DEM acabaram com o monopólio da estatal, criando no governo Fernando Henrique Cardoso a Lei 9.478/1997, que concedeu às empresas privadas o controle sobre o petróleo brasileiro.
 
Esse cenário só mudou em 2010, por pressão da FUP, da CUT, dos movimentos sociais e de outras centrais sindicais que historicamente lutam pela retomada do monopólio da Petrobrás.
 
O governo Lula criou uma nova legislação para exploração e produção de petróleo e gás no pré-sal e em áreas estratégicas, instituindo o Fundo Social e a Petrobrás como operadora única.
 
Ao longo destes quase 20 anos de desregulamentação que os tucanos impuseram ao setor petróleo, mais de 50 operadoras privadas se instalaram no país, sem qualquer comprometimento com o desenvolvimento nacional.
 
Além de precarizarem condições de trabalho e de agredirem o meio ambiente, as multinacionais não fizeram sequer uma encomenda à indústria local.
 
Foram os navios e plataformas contratados pela Petrobrás que recuperaram a indústria naval brasileira. Em função das encomendas realizadas pela estatal, nossos estaleiros voltaram a gerar empregos e investimentos, que antes do governo Lula eram canalizados para fora do país.
 
O setor naval, que dispunha de apenas 2.500 trabalhadores em 2002, hoje emprega mais de 80 mil e deve contratar mais 20 mil operários nos próximos três anos.
 
Portanto, a reação negativa do mercado financeiro e da mídia à decisão do CNPE só confirma o que a FUP e a CUT já vêm denunciando há tempos: por trás dos ataques sistemáticos à Petrobrás estão os interesses eleitoreiros e comerciais dos setores do país que tudo fazem para impedir que a empresa continue cumprindo o papel estratégico no desenvolvimento nacional, principalmente após tornar-se a operadora única do pré-sal.
 
A sabotagem do mercado, derrubando as ações da única petrolífera do mundo que consegue dobrar suas reservas, evidencia ainda mais a campanha ostensiva contra a Petrobrás. O que está sendo questionado, portanto, é quem deve ser beneficiado pela riqueza gerada pelo pré-sal: o povo brasileiro ou as empresas privadas.
 
Essa é a disputa que coloca em lados opostos os que enaltecem o modelo de concessão, herdado dos tucanos, e aqueles que lutam por avanços no sistema de partilha, que devolveu à Petrobrás o monopólio na operação de campos estratégicos de petróleo e gás. Para a FUP e a CUT, petróleo é soberania e, portanto, deve ser controlado integralmente pelo Estado.
 
Somente assim, os recursos gerados por essa riqueza poderão ser aplicados em políticas públicas que melhorem as condições de vida da população. Por isso defendemos uma Petrobras 100% pública.
Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Talvez agora entendam o leilão de Libra e seus desdobramentos

    Inicialmente reporto-me ao final do post em que analisei a forma como o governo conduziu o leilão de Libra, para contextualizar o debate, ressaltando que ao invés do ufanismo dos dirigentes sindicais, como se fosse deles o mérito, caberia reconhecer que efetivamente o mérito é do Governo na realização de tal operação politico técnico e financeira magistral. Conseguimos o apoio de petroleiras fortes Shell, Total, CNCC …, que por seus interesses nos dão certo amparo contra a investida da mídia, e assim, foi criado um ambiente politico e economico necessário para que a maior parte das reservas do pré-sal, de antemão fossem reservadas a Petrobrás….

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-leilao-de-libra-e-a-imprescindivel-correlacao-de-forcas

    Por fim, a questão da correlação de forças, ínsita em tais embates, não pode ser desconhecida de nenhum dirigente sindical que se preze, e sabe que estava em jogo algo mais que a simples decisão de quem tem condições de explorar, mas sim, a de a quem será dado condições de explorar.

    O governo fez a escolha pela opção viável. Neste ponto, não esqueço o grande Senador Paulo Paim, rasgando a Constituição quando no primeiro ano do mandato do Presidente Lula, o salário mínimo não  alcançou 100 dólares.

    Hoje, o engano é facilmente percebido, mas, na época, a mídia em peso, e os setores mais a esquerda, foram unânimes em considerar o não aumento como um ato de traição.

    1. A OPEP é uma entidade que

      A OPEP é uma entidade que congrega uma parte dos paises exportadores de petroleo, não todos, o Canada e a Russia não fazem parte da OPEP. Os membros da OPEP são paises onde quase toda produção de petroleo é exportada, com pouco consumo interno. O A OPEP não tem como perfil de socio paises que usam o petroleo explorado na maior parte para CONSUMO INTERNO,  caso do Brasil. Os paises socios da Opep DEPENDEM quase exclusivamente da exportação de petroleo. O objetivo principal da OPEP é regular a produção de petroleo para que os preços internacionais não caiam pelo excesso de oferta. Para isso estipula QUOTAS de exportação para cada pais membro.

      Portanto o Brasil NÃO TEM O PERFIL DE PAIS MEMBRO da Opep, como levianamente falou-se quando apareceu o pre-sal, inclusive o Ministro da area disse essa bobagem, obviamente sem saber do que estava falando.

      A OPEP foi idealizada e criada pelo Ministro de Petroleo da Venezuela, Jose Perez Alfonso, nos anos 70;

  2. O que não se sabe é se as

    O que não se sabe é se as reservas são comprovadas (Proven Reserves), provaveis, possiveis ou é simplesmente INDICIO de oleo.. Como sempre precisão não combina com demagogia e ufanismo. Nem no proprio pre-sal já explorado há certeza do quantitativo de reservas, o ex-presidente da ANP falou em 35 bilhões de barris, na area politica em palanques se falou em 90 bilhões, a Petrobras estima em 14 bilhões. No mercado mundial de petroleo só existe reserva se comprovada, achismo não circula.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador