Tecnologia inédita em geração de energia é aliada a desenvolvimento social em Minas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução MAB e Cemig

Jornal GGN – Na esteira dos ataques do governo federal à gestão fiscal de Minas Gerais, o governador Fernando Pimentel assinou nesta quinta-feira (08) um acordo inédito da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) com o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), para promover o desenvolvimento tecnológico e social.
 
A estratégia é promover a geração econômica sustentável na produção de energia, uma vez que a operação de uma nova fonte de usina híbrida, com células fotovoltaicas flutuantes instaladas no reservatório da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Santa Marta, ficará a cargo do movimento.
 
Pelo o custo de R$ 24,4 milhões, o Movimento formado ainda majoritariamente por mulheres dará conta não somente da operação da nova tecnologia, como também em cooperação com especialistas da Cemig, da Axxion, Efficientia e da PUC de Minas, até que jovens integrantes do MAB sejam treinados para atuar na manutenção da nova usina.
 
A novidade não somente está na forma de geração híbrida, como também no desenvolvimento econômico – considerando o baixo custo a nível público de pessoal para manutenção de uma usina – e social da região, uma vez que envolve populações e empreendimentos do entorno.
 
A parceria ocorreu partindo da própria Cemig, que abriu um chamento público e obteve 7 propostas de interessados em participar do projeto. Uma comissão interna escolheu o Movimento de Atingidos por Barragens por apresentar as melhores condições, segundo informações da própria Companhia Energética. Ainda, o movimento é reconhecido pelos protestos contra a privatização da energia, comum estratégia do governo de Michel Temer, que nos últimos meses se voltaram contra o estado de Minas e a Cemig. 
 
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A data de assinatura do convênio, Dia Internacional da Mulher, também guarda relação com o teor da parceria: o MAB é formado em sua maioria por mulheres e por famílias cujas rendas são mantidas pelas mulheres. 
 
A TECNOLOGIA
 
A geração de energia limpa híbrida será feita no reservatório de água da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Marta, que será coberto por células fotovoltaicas flutuantes, com capacidade máxima de geração de 1,2 MWp. Será um adicional para a produ;cão da usina hidrelétrica, que tem a capacidade de 1 MWp.
 
É a primeira vez que este tipo de tecnologia é instalado no Brasil, já existindo na China, Japão e em outros países avançados. A tecnologia foi desenhada por empresas do grupo Cemig em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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