Termelétricas investem para produzir energia na entressafra

Jornal GGN – Em 2013, as usinas paulistas processadoras de cana-de-açúcar exportaram para o sistema elétrico nacional mais de 8 mil Gigawatt/hora (GWh), o que garantiu uma economia de 4% da água do principal reservatório do país, o submercado Sudeste/Centro-Oeste. Os dados são do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético Paulista, formado pelas usinas de São Paulo e o Governo.

Incluindo a energia destinada ao consumo das próprias usinas, a produção total de eletricidade da safra passada chegou a 14.731 GWh, cerca de 20% da geração total do Estado em 2013. O fornecimento adicional foi fundamental durante a época crítica do setor elétrico, o período seco, que vai de abril a novembro.

Com o desempenho do ano passado, muitas usinas investiram em turbinas de condensação para não precisar parar para manutenção. Com isso, o setor já registrou um aumento de 72% na produção de energia durante a entressafra, que vai de janeiro a março. É o que afirma Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

“Claro que o volume produzido na entressafra é muito menor do que no período seco. Ainda assim, a expectativa do setor é aumentar a produção total de energia em 10%”, afirma Zilmar. Com isso, o volume total deve chegar ainda em 2014 à marca de 16.510 GW/h.

No mês de maio, o preço médio do Megawatt/hora para a região Sudeste/Centro-Oeste chegou a R$ 806,97. Na região Nordeste, o MW/h sai por R$ 772,21 e na região Norte por R$ 334,59.

No mesmo período do ano passado, o preço do Megawatt/hora era o um só em todo o Brasil: R$ 344,84. Quatro anos atrás, em maio de 2010, o Megawatt/hora custava apenas R$ 32,45.

Sustentabilidade econômica da indústria e contrapartida ambiental

As usinas termelétricas produzem energia por meio da geração de calor. Para isso, elas realizam a queima de carvão ou cavaco de madeira. No caso da indústria sucroalcooleira, o insumo que vai ser queimado para produzir energia é o próprio bagaço da cana.

O executivo da UNICA explica que para cada tonelada de cana moída para produzir açúcar e etanol sobram cerca de 250 kg de bagaço. A biomassa é, portanto, uma fonte renovável e de baixo custo, um refugo da indústria que pode ser utilizado para fins lucrativos.

Além disso, sem a biomassa, a matriz de emissões de gases de efeito estufa do setor energético seria 23% maior. Em 2013, a indústria evitou que quase 8 milhões de toneladas de CO2 fossem despejados na atmosfera.

Redação

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