A dinâmica da Bolsa de Valores

Jornal GGN Uma das principais mudanças trazida pelo capitalismo foi a democratização do capital das empresas através do mercado acionário. A importância para as empresas e consequentemente economia de um país é a possibilidade de além de receber investimento externos, captar recursos para seu desenvolvimento e financiamento dos seus projetos e, também ser opção de investimento para pessoas e instituições.

Os recursos para investimento vêm da parcela da renda que não é consumida, ou seja a poupança, ou qualquer outra disponibilidade financeira. Quanto mais crescem mais as empresas necessitam de recursos que poderão ser obtidos através de empréstimos, reinvestimentos de lucros e participação de acionistas. E é através desta última opção que a empresa pode obter mais novos recursos para investimento e melhora do seu processo produtivo. Em contrapartida, o investidor vira sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos quando a empresa obtiver lucros.

Assim, se dá a democratização do capital. O objetivo primário aqui é entender o processo e e esclarecer os conceitos.

A Bolsa de valores é uma entidade civil onde são realizadas as operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. Ela dá liquidez a esses títulos por meio de pregões.

Tipos de Ativos

Os principais ativos negociados são as ações e debêntures.

Ações

As ações são os títulos emitido pelas companhias ou sociedades anônimas que representam o capital da empresa. O valor unitário de cada ação é a divisão do capital pelo número de títulos.

Não há prazo de validade e a empresa poderá resgatá-las, amortiza-las ou reembolsá-las a qualquer tempo.

As ações podem ser classificadas como o quadro abaixo:

Classificação das ações

 

 

Garantias

Natureza

Ordinárias

Direito a voto nas assembleias gerais e participação nos resultados das empresas

Preferenciais

O acionista terá prioridade no recebimento de dividendos e no reembolso de capital

Forma

Nominativas

Nome do titular inscrito no certificado ou cautela e em livro próprio de registro

Escriturais

Não há movimento física de documentos, a propriedade vem da posse da ação.

Rentabilidade

A principal forma de remuneração são os dividendos que é o lucro líquido da empresa (sem tributos) dividida entre os acionistas de acordo com as respectivas participações no capital. As empresas são obrigadas a destinar o percentual mínimo de 25% do lucro líquido para o pagamento de dividendos. A outra parte do lucro vai para reinvestimentos e reservas.

Outras formas de rentabilidades são juros sobre capital próprio (remunera os acionistas com os juros sobre o capital em vez de dividendos), bonificações em ações e em dinheiro

Debêntures

Debênture é um título de crédito ao portador, ela garante um direito de crédito contra a companhia

Elas podem ser resgatáveis em dinheiro ou conversíveis em ações. Tem prazo mínimo de um ano para as não conversíveis e de três anos para as conversíveis, mas não tem prazo máximo.

A rentabilidade das debêntures vem através de taxa de juros pré-fixada, flutuantes ou fixa e taxa referencial ou básica (TR e TBF)

Para a Empresa

A decisão de abertura de capital pela empresa exige além de estudos e pesquisas, uma nova cultura na empresa.

Para negociar suas ações a empresa precisa abrir capital solicitando o registro da empresa junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que fiscaliza e regulamenta o mercado de capitais brasileiro (títulos e valores de renda variável) e também solicitar autorização para distribuição de suas ações. Depois terá que solicitar junto à Bolsa de Valores (no Brasil é a BM&F Bovespa) o pedido de registro de emissores e de valores mobiliários.

A colocação de ações no mercado se dá por meio de lançamento público, ou chamada distribuição primária, que é quando a empresa emite novas ações ao mercado, ou seja, a própria empresa é o vendedor e obtém para o seu caixa os recursos oriundos da venda. A primeira colocação pública de ações é chamada de Oferta Pública Inicial ou IPO (na sigla em inglês).

Outra forma de colocação é a distribuição secundária onde se vendem as ações que já foram emitidas, cujos proprietários são os atuais sócios.

Vale a pena?

Abrir o capital da empresa implica colocá-la a julgamento público. Se a empresa tiver projetos viáveis e rentáveis, sempre haverá investidores interessados em financiá-los. Se apresentar bom desempenho com suas ações sendo negociadas em grandes volumes e a preços crescentes, a procura por essas ações será maior que a oferta. Consequentemente, será um incentivo para a empresa emitir novas ações no mercado primário.

Entretanto, se os projetos não apresentarem bom desempenho ou não forem viáveis as negociações daquela ação cairão e os preços também; a oferta de papeis será maior que a procura.

Há vantagens?

Com abertura de capital a empresa terá acesso a amplo volume de recursos, dividirá os riscos do negócio com os novos sócios e terá sua imagem fortalecida além de maior profissionalização.

Como desvantagens há o alto custo de abertura e manutenção e também uma pressão maior e cobrança sobre a gestão da empresa.

Investidor

O investidor que quiser se tornar sócio da empresa, isto é, adquirir ações, deverá se dirigir a uma corretora. No caso de IPOs (lançamento de ações) deverá procurar um banco ou corretora participante do lançamento.

O investidor sempre visa num investimento o retorno, o prazo e proteção e estima sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. Sendo que a rentabilidade está diretamente relacionada ao risco. Quanto maior o risco maior a rentabilidade. Por isso tem que ter bem claro o seu objetivo e perfil e procurar orientação de bancos e corretoras antes de qualquer decisão.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador