Entenda como funciona o julgamento político de impeachment

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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“Independentemente da tipificação jurídica, sempre o julgamento é político”, disse especialista em direito eleitoral, explicando que impeachment depende do Congresso

Jornal GGN – “O julgamento de impeachment é antes político do que jurídico”, disse o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP, Alberto Rollo, ao GGN. O especialista em direito eleitoral, que se encontrou com Ives Gandra, o advogado autor do parecer contra a presidente Dilma Rousseff, disse que o professor deixou claro e também lhe confirmou: “independentemente da tipificação jurídica, sempre o julgamento é político”.

A abertura da entrevista escancarou que muito se fala sobre o delicado tema, mas pouco se sabe. Não depende exclusivamente de argumentos, nem da atuação de um presidente da Câmara ou Senado. Mas um longo caminho, estabelecido por regras, com jurisprudência e herança pesada de um passado recente, além da jogatina política.

“[O impeachment] começa na Câmara e termina no Senado, como foi o do Collor. Lógico que os deputados e senadores têm o compromisso com a Constituição, com a verdade, com as provas, mas, no final das contas, o julgamento é político. Talvez, na consciência de cada um [parlamentar] vá pesar a seguinte dúvida: se eu votar para cassar a presidente Dilma, vai ser melhor ou vai ser pior para o Brasil? E eles têm o direito de pensar assim”, indicou Rollo.

A explicação não é opinativa, sustenta-se na Carta Magna.

Com a Constituição na mão, Alberto Rollo contou quais são as etapas de um processo de impeachment se a presidente da República fosse alvo, quem julgaria, quais são as condições para dar início e quais seriam as consequências.

Abrindo a Lei 1.079 de 1950, o especialista em direito eleitoral afirmou que crimes diferentes cometidos por um presidente da República podem ter regras próprias de julgamento.  Quando se tratam de crimes comuns, por exemplo, o julgamento é feito pelo Supremo Tribunal Federal. Mas se são crimes de responsabilidades, é o Senado que julga.

E, primeiramente, a denúncia deve ser protocolada na Câmara dos Deputados. Nesse momento, o presidente da Casa, atualmente Eduardo Cunha (PMDB), não tem poder exclusivo de decisão, apenas pode tornar o processo mais rápido ou mais devagar. Lá, dois terços dos deputados têm que votar pela aprovação da denúncia.

Assim, se 342 deputados federais concordarem com o julgamento, a matéria é encaminhada para o Senado Federal, órgão capacitado a processar e julgar o impeachment. Nessa fase, o presidente da República fica suspenso temporariamente do cargo, e o vice-presidente, no caso atual Michel Temer (PMDB), assume.

A partir daí, o Senado fica encarregado de ouvir as testemunhas, colher provas, emprestando poderes até então apenas de responsabilidade do Judiciário. Com o intuito de tornar os trabalhos de apuração mais imparciais possíveis, é o presidente da Corte Máxima brasileira quem preside a sessão de julgamento. Ou seja, Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), dirigiria o processo.

Alberto Rollo, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP“Por que colocaram o presidente do STF nesse ponto, nesse momento? Primeiro, porque estamos falando de presidente da República, então, olhe só a instabilidade de 200 milhões de brasileiros. [A decisão é para garantir] o mínimo de lisura, o mínimo de cuidado, cautela, e não transformar esse processo e sessões em um espetáculo de um colocando o dedo na cara de outro. Agora, o presidente do STF não vota, só dirige os trabalhos”, explicou o integrante da OAB-SP.

As características do julgamento são semelhantes a uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Os senadores passam a ter poder de investigação, de quebras de sigilos, acesso a inquéritos e documentos em segredo de Estado, intimar depoimentos, entre outras competências da Justiça. Nessa linha, e se ocorresse neste momento, o Senado também teria poder de requisitar todos os autos e apurações do Ministério Público Federal sobre a Operação Lava Jato, por exemplo.

Para deferir o impeachment, novamente seriam necessários dois terços dos votos dos senadores. Ou seja, para ser condenada, 54 membros da Casa deveriam julgar pelo impeachment da presidente da República.

Durante o processo de julgamento, desde o momento em que a Câmara aprova, há um prazo de 180 dias para o presidente permanecer afastado. Se transcorrerem esses seis meses, o presidente volta a assumir o cargo, ainda que o julgamento não seja concluído, devendo o mesmo continuar a tramitar.

Uma vez condenado, há dois tipos de penas. A principal, que é a perda do mandato e do cargo, e a acessória, que seria a inelegibilidade por oito anos. Não há definição na Constituição para a obrigatoriedade de aplicação da pena acessória. Por isso, é o Senado também que define se o presidente perde o mandato e fica inelegível, ou se apenas perde o cargo. Quem assume é o vice-presidente até o fim do mandato.

Caso o presidente da República renunciasse durante o processo, antes de ser julgado, ou tivesse a cassação do seu diploma, a mesma pena é aplicada, e o presidente da República perde o cargo, sendo o vice-presidente quem deve assumir.  

Apenas em um dos casos, não é o vice que assume: quando a cassação é decorrente de processo eleitoral, por exemplo, com irregularidades no uso de recursos para a campanha. O último prazo para esse tipo de processo terminaria em até 15 dias após a diplomação da presidente da República.

Entretanto, o artigo 32 da lei 9.504 (Lei das Eleições), prevê que os candidatos devem conservar a documentação de prestações de contas da campanha por 180 dias, ou seja, seis meses, “estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas”. Se eventuais questionamentos foram suscitados em representação eleitoral, o prazo para cassação por processo eleitoral, portanto, é estendido para 180 após a diplomação.

Neste caso, Alberto Rollo explica que nos dois primeiros anos de mandato, novas eleições são chamadas em 90 dias, e nos dois últimos, é o vice-presidente quem assume. A mesma regra ocorre quando há a vacância do vice-presidente da República, por morte, renúncia, ou quando é condenado.

Independente do processo de julgamento, o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP mostrou que os passos para um afastamento da gestão de Dilma Rousseff não são simples, exigem diversos fatores e dependem de um detalhado percurso no Congresso.

“A parte criminal do presidente da República, no capítulo de responsabilidade, tipifica como crime. Ser omisso também tem previsão, tanto na Constituição, quanto na lei 1079 de 1950. Mas existe uma diferença entre o julgamento jurídico e o julgamento político. E isso o professor Ives Gandra deixou claro na manifestação: juridicamente o processo tem sentido, mas depende do Congresso, e lá o julgamento é político”, concluiu Alberto Rollo.

Consulte mais:

Artigo: A transmissão do cargo de Presidente da República

Lei de Eleições

Lei de Eleições Comentada

Lei nº 4.737

Constituição: Responsabilidades do Presidente da República e Vice

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

46 Comentários

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  1. E desde quando a maioria dos

    E desde quando a maioria dos nossos parlamentares estiveram preocupados com os destinos do país? É aí que mora o perigo!

  2. Sobre impeachment, bem o

    Sobre impeachment, bem o advertiu o saudoso Raymundo Faoro:

    “Uma eleição congressual significa constituir um poder por força de uma representação constitucionalmente viciada. De qualquer modo, já que a previsão existe, em abstrato, fatalmente ocupará as fantasias dos conspiradores de sempre. Sobretudo se o governo falhar; se não falhar procurar-se-á fazer-lhe com que falhe, até pelo prazer de confirmar a profecia”.

    FAORO, Raymundo. A Semana Final. IstoÉ 1212, 23/12/1992, p.21

  3. Pululam especialistas para

    Pululam especialistas para dar aparência de legalidade aquilo que não passa de um golpe político. Se o impeachment é simplesmente político como dizem basta uma maioria eventual no congresso  e uma edição do jornal nacional para um presidente eleito cair.

    Evidente, que essa tese não passa de um estelionato intelectual, democracia é coisa séria não se pode destituir um presidente eleito sem que tenha cometido um crime grave previsto em lei e provada a sua culpa, tudo fora disso, repito, é golpe.  

    1. Perfeito…

      Perfeito Gaúcho, penso o mesmo, qualquer coisa que não seja A PROVA que um Presidente  cometa um CRIME é meramente um golpe disfarçado com ares de processo de impeachment “legalizado” jurídicamente.

  4. O Povo

    Se o povo quiser que Dilma saia, o que a cada dia se sublima, Dilma tem que sair. Isso não é tese minha, é tese de Lula, basta pesquisar.

     

     

  5. Sobre golpes, cachimbos e a boca torta.

    Se encararmos o significado da palavra golpe, associado a contextos políticos, veremos que o Estado brasileiro e as forças políticas que o compreendem nunca se afastaram muito dessa prática…ou seja, sempre vislumbraram e/ou utilizaram essa ferramenta como corriqueira para conquistar a hegemonia.

     

    O processo de independência pode ser considerado um golpe de uma parcela das elites portuguesas que viram a possibilidade de manter seus interesses intactos junto ao “novo” país, e não por acaso, entregaram-no ao filho da dinastia que comandava a metrópole portuguesa…Um golpe na chance de uma separação traumática, mas que implicasse na “invenção” de um país, e que não fosse apenas a continuação colonial.

     

    Diferente de todos os outros países americanos, o Brasil conduziu seu processo de emancipação sem rupturas, nem dissensos graves, permitindo às classes favorecidas resguardar seus privilégios.

     

    Não que nos outros países essas classes dirigentes não conseguissem a mesma coisa, mas ao menos naqueles países a correlação de forças reunidas para enfrentrar o colonizador acenou com outros acordos na formação daqueles Estados Nacionais…

     

    Já em 1889, na instalação republicana, outro golpe, e pela primeira vez com a participação militar como elemento de coerção. Novamente um acerto entre as elites destinado a rearrumar o precário arranjo de forças de um capitalismo agrário estressado pela mudança na sua forma de acumulação, do trabalho escravo para o assalariado.

     

    Veio 1930, e o eufemismo chamado “revolução” não esconde o viés golpista da ação que levou Vargas ao poder, e em 37, o golpe dentro do golpe…

     

    1945 não escapou a regra, e os militares já impregnados pela doutrina geopolítica estadunidense para a região defenestram Vargas do poder…Aqui poderíamos considerar que houve um contragolpe, destinado a retirar do poder um ditador, mas o fato é que Vargas foi impedido de concorrer às eleições…Então, era uma “democracia pela metade”…

     

    Com as instituições reestabelecidas, tentaram impedir a posse de JK, depois a de Jango, e 64 foi o desfecho de um ciclo, e aí tivemos a exacerbação máxima de um golpe com “tudo que tínhamos direito”: Certo consenso popular, mídia conservadora partidarizada, discurso moralista, guerra fria, e tantos outros componentes já conhecidos, aliados ao uso da violência física e simbólica como “medição da política”…

     

    Em 1992, no impeachment de Collor, outra vez os instrumentos golpistas funcionaram, e as mesmas elites que se associaram para alçá-lo ao poder, apearam-no, não sem um amplo apelo nacional, fabricado sob encomenda e alimentado por forças de todos os matizes, incluindo aí o PT e seus ressentimentos (ainda que justificáveis) com a derrota em 1989!

     

    Veio 2006 e Lula provou o seu quinhão golpista com a ameaça da ação 470, onde as teses em conflito naquela época no seio oposicionista eram: Tentar o impeachment, e arriscar que Lula fosse as ruas resistir ou sangrá-lo durante seu mandato…

     

    Vence a segunda hipótese, defendida por ffhhcc, que do alto de seus próprios recalques, avaliava que um operário não poderia fazer muito pelo país, e mais valia desmoralizá-lo para sempre…Não deu.

     

    Deu Dilma…

     

    E ela, contra todas as previsões, manteve-se próxima ao ex-presidente, sem deixar de dar uma cara própria ao seu governo, com medidas que incomodaram drasticamente o capital.

     

    Baixou os juros em 2011 e impôs um prejuízo de quase 100 bilhões de dólares a banca naquele ano…Manteve um arrojado plano de investimentos, incluindo aí a Petrobrás, que tornou-se ela mesma dona e sócia da maioria do Pré-Sal…Intolerável…

     

    Claro que a gestão do Estado capitalista por Dilma (e pelo PT), em uma coalisão de governo mais conservadora que progressista traz constrangimentos e contradições, não há dúvidas…

     

    Não podemos desconsiderar os recuos feitos no início desse segundo mandato, muito é verdade, tanto pelo assédio incansável dos golpistas da mídia e da oposição, tanto pelas hesitações dos próprios integrantes do governo, e junto a isso tudo, o retrocesso previsível da sociedade, que elegeu um Congresso mais hostil…

     

    Mas o fato é que o golpe que ronda Dilma não é novidade, ao contrário, é companheiro inseparável da cena política brasileira desde que nos entendemos como uma sociedade autônoma…

     

    Gostamos, paradoxalmente, de soluções que afastem o conflito de ideias, e que façam valer atalhos, isto é, embora detestemos o embate, aceitamos usar de violência para conceder-nos uma ideia de “pacificação”, seja ela institucional, jurídica ou violência propriamente dita, com tortura, perseguições, censura, etc…

     

    Dima enfrentou as tentativas de golpe de junho de 2013, e enfrentará tantas outras ao longo de seu mandato…

     

    Cabe ao PT construir junto à sociedade as condições de governabilidade, ganhando a batalha pelo senso comum, pelo imaginário da população, porque não se enganem: Todos os golpes contam com amplo apoio popular.

     

  6. O jurídico é que é e sempre

    O jurídico é que é e sempre foi político.

    As formas de racionalização que assume estão sempre condicionadas às correlações de força. Depois do ridículo julgamento do “mensalão” – que vai envergonhar a Ciência do Direito brasileira por muitas e muitas décadas ainda – a oposição sabe que pode forçar qualquer barra.

    O que muitos operadores do Direito se recusam até mesmo a ouvir é que, no limite, é a Lei que “cria” o desvio (Becker). Afinal, antes da existência da Lei todos são, por assim dizer, “iguais”. Alguns grupos, portanto, em coalizão com outros é que “criam” uma Lei contra ações de outros indivíduos ou grupos. É isso que está na base do processo de criminalização e de sujeiçao criminal.

    O princípio da anterioridade visa mitigar esse processo social, mas não é suficiente, no entanto.

    1. Atendendo a pedidos (estapafúrdiso, mas…)

      Povo é muito mais que míRdia ou oposição!

      Para haver destituição é preciso haver motivação!

      Chega de explicação pois não adianta, sua cabecinha é uma enorme confusão!

      E eu não sou poeta não!

       

  7. Antes das eleições a ameaça

    Antes das eleições a ameaça era o “golpe”. A candidatura Dilma seria impugnada.

    Eleita, agora a”ameaça” é o impeachment

    O próximo passo é acabar com essa bobagem de eleição….

    Aguardemos.

     

  8. Chega dessa história de

    Chega dessa história de Impeachment! Até quando deixaremos a pauta do País aos interesses das oligarquias políticas e financeiras? A Presidente da República foi eleita democraticamente, o governo pode ser medíocre, mas não é motivo suficiente para exigir a saída de um governante. Não somos mais uma “Republica de bananas”, se não respeitamos a instituição mais alta do executivo brasileiro, vamos respeitar o quê?

    Como fica a confiança no Brasil? 90% dos imbecis que clamam em redes sociais pela saída de Dilma Rousseff da presidência, nem mesmo sabem que assumirá o vice, e não Aécio Neves. E no caso de sairem presidente e vice, daí estamos fudidos!

    1. Joel,
      acho que você queria

      Joel,

      acho que você queria dizer casa de marimbondo. Não me fale em moribundo quando parece que os nervos estão à flor da pele.

      1. E “moribundo” mesmo

        Mas, não o moribundo que você imagina (sei bem qual o significado). É o moribundo nordestino. Aqui, muitos falam exatamente assim. E tenha certeza, seriamos nós, os nordestinos que lutariamos com mais força para combater o golpe. Isso de impeachment é invenção de golpista tucano e togado.

         

  9. impeachment

    Fernando Henrique Cardoso procurou o jurista Ives Gandra Martins sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o jurista citou vários artigos constitucionais admitindo a possibilidade. O parecer de Ives foi criticado por outros juristas, entre Dalmo Dallari que orientou o governo, caso houver avanço deste assuntou entrar com uma cautelar na Justiça para se precaver.

    A ação de FHC foi criticada pelo jornalista Ricardo Boechat do Jornal da Band da Bandeirantes que no governo FHC havia motivos para impeachment dele.

    Um dos debates da era FHC era se incompetência era motivo de destituição do presidente.

    O falecido Barbosa Lima Sobrinho que assinou o pedido de impeachment de Fernando Collor,  disse que fosse a ele o pedido de impeachment de FHC ele assinaria devido às privatizações.

    Já o contista e articulista Carlos Heitor Cony disse que um dos brasileiros que não tem moral para criticar o governo do PT é FHC.

    O impeachment é legal e é um julgamento político de improbidade administrativa que pode condenar ou inocentar movimentando todos poderes e toda a sociedade, aconteceu com Richard Nixon nos anos 1970, com Andrés Peres na Venezuela e Fernando Collor no Brasil na década de 1990.

  10. Impechment: um ‘bode na sala’?

    Desde o início do ano que fica se discutindo: vai ter impechment, não vai ter impechment. Antes da eleição as contas não iam ser aprovadas e Dilma não ia tomar posse. Nada aconteceu. Mas vamos lá, o que Não está se discutindo? cade a discussão sobre o ajuste fiscal e o aumento dos juros, que é prometida pelo governo Dilma e subscrita pelos oposicionistas, pelo PIG e pelo Deus mercado? Sumiu. Houve grita depois do ministério de Dilma, com Levy, Kátia Abreu e o pastor dos esportes. Houve grita depois das restrições no seguro desemprego e nas pensões. Há demissões nos setor automobilistico no ABC com greves de trabalhadores. Cade esses assuntos? como vai ser a reforma agrária? vai ter com Kátia abreu no ministerio? viram novas restrições de seguridade em nome da ‘justiça’ e do ‘equilíbrio fiscal’? Igrejas evangélicas organizarão as olimpiadas? Como ficará o emprego diante da política de ajuste e elevação de juros? esses assuntos sumiram, estão no rodapé em letras pequenas. Dilma prometeu e reprometeu o ‘foco na educação’, o ‘pais que educa’; cade as propostas do novo governo para a educação, além do contigenciamento no duodécimo de execução orçamentária?Vão haver cortes para educação?quais?quanto?A politica de expansão continuará? sem dinheiro? como? Nem uma palavra.

    Desconfio que essa história de impechment que é cantada igual a um mantra de um lado, enquanto o outro monocórdicamente fala do lava jato, lavo jato, é um bode na sala. Não temos inflação de 200%, não temos um choque como a tomada da poupança de Collor – o choque é ‘gradualista’, se me permitem – não temos um partido inserido na sociedade civil com uma militancia aguerrida como era o PT na época do Impechment de Collor. O grande negócio tem ministérios importantes e o congresso na mão, não teria porque querer apear o governo. Esse assunto repetido a exaustão cria um clima de terror para depois se aceitar o inaceitável. Parece uma psyop às avessas. Como em 1992, tinhamos que engolir uma politica pró-mercado e a reforma previdenciária do PT, senão haveria golpe. Desconfio seriamente que isso é uma forma de todo mundo dizer: tirem o bode daí, que a gente aceita o saco de maldades quando ele chegar.

  11. Didático

    O post é didático, já que a grande maioria não tinha a menor idéia, e alguns continuam sem tê-la, do que é o impeachment.

    A previsão legal, bem como o exercício do impedimento é salutar à democracia. Não fosse essa previsão legal, o mandatário poderia se tornar um ditador.

    Acredito que nos oito crimes tipificados na lei 1079/50, temos uma meia dúzia deles que seriam plenamente imputáveis à atual presidente. Achar o crime não é o problema.

    Como bem coloca o autor, trata-se de um julgamento político. O crime é detalhe.

    Me parece óbvio que, se 2/3 da Câmara Federal autorizam a denúncia do Presidente, não há como seguir no cargo, senão a um imenso custo para a nação.

    Não adianta ficar alegando que alguém estaria “roubando” um mandato concedido pelo povo, pois não foi outro senão o povo que elegeu o Congresso.

    Portanto, não respeitar a vontade do Congresso seria tão antidemocrático quanto, senão mais.

    Sob essa teoria da proteção do voto, então, jamais se poderia cassar um deputado, um senador ou sequer um vereador.

    E, para lá da teoria, na prática, todos sabem que na formatação política brasileira, sem o apoio do Congresso o Presidente vira um fantoche.

    1. Por isso acho que

      Por isso acho que concomitantemente a um eventual impeachment de Dilma, deveria ocorrer o impeachment do Governador de São Paulo Geraldo Alckmin do PSDB. Ou são os dois, ou não é nenhum, porque crime de responsabilidade por crime de responsabilidade, me parece que privar milhões e milhões de água por uma insanidade e irresponsabilidade pautada por planos eleitorais é imensamente mais grave que ilações sobre Dilma ter participado das falcatruas que vicejam na Petrobrás muito, mas muito antes do Governo de FHC ter afundado sem qualquer consequência jurídica a P-34 com mortes a mais não poder.

  12. É preciso dar nome aos bois.

    Se esse blog quer continuar a “debater” a interrupção criminosa do mandato presidencial que o faça, sob pena de ter que enfrentar as cobranças à sua consciência, se é que lhe sobrou alguma.

    Mas faça pelo nome correto.

    Não dê o apelido de impeachment a GOLPE. O NOME É GOLPE!!!!

    Qualquer outra injunção ou masturbação teórica que se afaste desse nome (GOLPE) é corroborar com os que pretendem executá-lo.

  13. Gente estou ficando com medo

    Gente estou ficando com medo até aqui no Nassif!

    Nassif qual é o objetivo dessa pauta é ir nos preparando para o pior?

    1. o meu receio é que isso nos

      o meu receio é que isso nos desestruture, não em termos de crença,

      cada um tem a sua, mas nas razões e referenciais que sempre tivemos….

      perder o chão, como diria o outro….

      endemoniado no meio do redemoinho….

  14. O golpismo está solto, o

    O golpismo está solto, o GOLPISTA carcomido do FHC arrebentou com o pais, comprou eleições e ninguém falou em impeachment, quero ver esses caras tomar o mandato da Dilma na mão grande, no golpe paraguaio, ela não cometeu nenhum dos crimes previstos na lei 1079/1950, tem muito de preconceito contra a Dilma, falam de impeddimento da presidente como se fosse um processo trivial.

  15. E essa figura quer explicar

    E essa figura quer explicar como funciona o 

    impeachment

      Não,ninguém sabe.  Detalhe pra nós, professora.

            Um amigo dizia: Me explique como se tivesse 6 anos de idade.

                   Cada uma ,Patricia,

                     Este é um blog antenado– profissional– não é amador.

  16. GOLPE

    Existe algum processo judicial com relação as contas de campanha de Dilma, protocolado no prazo – artigo 32 da lei 9.504 (Lei das Eleições)?

     

    “Entretanto, o artigo 32 da lei 9.504 (Lei das Eleições), prevê que os candidatos devem conservar a documentação de prestações de contas da campanha por 180 dias, ou seja, seis meses, “estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas”. Se eventuais questionamentos foram suscitados em representação eleitoral, o prazo para cassação por processo eleitoral, portanto, é estendido para 180 após a diplomação.”

  17. é golpe, amigo!!!
     golpe

    é golpe, amigo!!!

     golpe sujo….

    o golpe em andamento…

    parem que eu quero reagir…..

    ou como diria o raulzito, parem o mundo

    que eu quero descer….

  18. Pantomima

    Pelos requisitos e pela forma da tramitação, imagino que o julgamento da presidente no Senado não seria mais do que uma pantomima, posto que deveria haver a configuração de um crime, oitivas, instrução probatória, etc. Segurar uma pantomima dessas só teria sentido se houvesse uma acusação – falsa que seja – que a envolvesse pessoalmente em algum ilícito. Fora disso, seria uma pantomima descarada demais que mesmo os maiores caras de pau teriam dificuldade de sustentar.

    Assim não vejo muito sentido não nas declarações desse senhor. E menos ainda em dar publicidade a elas.

  19. Entenda como funciona o julgamento político de impepeachment

    Muito elucidativas as polidas explicações da articulista de como educadamente se pode foder de vez com um País. Tudo dentro da lei dos bons costumes.

    Diria até assépticas, com a elegância dos frequentadores dos salões dos bem nascidos deste País.

    Golpes de estado, sejam eles com tanques de guerra na rua ou com as luvas de pelica de rábulas apátridas e com a imprensa porca golpista a bater os tambores de guerra nunca mais!

    Ou ficar a Pátria livre ou……..usar a coleira no pescoço puxada pelo gringo e seus asseclas ‘brazileiros’ e achar que ela, vá lá, não aperta tanto assim e é só afastar um pouco com os dedos e pronto ela afrouxa!

    Já falei por aqui uma vez: – o momento de sua escolha de vida está chegando mais rápido do que tu pensas. Você vai ter que lutar ou se acovardar de vez. Acorda, pois a questão é contigo, só com você.

    Ou fazes a história do seu País com dignidade e coragem ou seja um mero figurante, esbravejando atrás de um teclado de um computador, um reles revoltado de poltrona a colocar a culpa em Dilma, Lula e no PT, o seu caminho mais fácil.

    Vá para as ruas e defenda a Democracia que nos custou muito caro, pois o sangue no asfalto dos que nos precederam não tem preço! Faça barulho, pois eles agem nas sombras desde sempre.

     

  20. Um grande Paraguai, seriamos

    Um grande Paraguai, seriamos alvo de zombaria da comunidade internacional. Para nao falar dos boicotes. Numa nacao que baba por assentos permanentes na ONU, isso seria o fim. Apesar de todas estas evidencias contra a tese do impedimento, parece-me haver uma insistencia proposital do jornalista Nassif. Sei lah, isso talvez aumente as clicadas e tempo do blog e aumente tambem o faturamento. Grana mesmo.

      1. De fato, você tem razão. A

        De fato, você tem razão. A oposição não quer assento na ONU, a oposição quer que o país seja apenas o quintal de onde extraem seu sustento entre uma viagem a Miami e outra a Paris. Assento na ONU atrapalha o bom andar do negócio escravagista.

  21. Também acho que é didático

    Também acho que é didático esclarecer que o PT não é o PRN de Collor, assim como Lula e Dilma não são Collor e seus eleitores não são também os eleitores do Collor e nem do PRN de Collor.

    Também acho didático esclarecer que hoje sabemos do papel dos jornalões e da Rede Globo na ditadura militar, sabemos de suas manipulações em prol daqueles que dificultam o seu debacle através de negociatas e chantagens e mais do que isso, sabemos do valor do voto e prezamos a democracia.

    Também acho didático esclarecer que NÃO ESTAMOS MAIS NOS ANOS 90 E MUITO MENOS EM 1964.

    Também acho didático esclarecer que um processo de impeachment incendiará o país e que as pessoas que propugnam isso nestes tempos de comunicação fluída, devem pensar em suas famílias, na segurança dos seus filhos, dos seus bens e naquelas coisas que prezamos muito, bem antes de propagar essas sandices.

    Também acho didático esclarecer que desrespeitar a vontade popular, que romper um ciclo a duras penas conquistado de estabilidade política e de regras compactuadas para a chegada ao poder, pode significar muito sangue nas ruas, inclusive de quem loucamente, acha que o Brasil é o Paraguai ou Honduras, com o devido respeito a essas nações.

    Vamos cobrar, fazer oposição civilizada, fazer críticas democráticas, mas nada de aventuras golpistas.

    Sabemos como começam essas loucuras, mas jamais como terminam. 

  22. Os tucanalhas descobriram o

    Os tucanalhas descobriram o GGN, e estao tentando contaminar o leitores do blog, esqueceram que o povo sabe pensar e decidir o melhor para o Brasil. Perderam a eleiçao, e agora, como criança mimada, querem tirar a Presidente atraves de golpe. Desinformados acham que Aecio assumiria. Ontem os paulistas começaram receber as contas de agua com multas, é melhor se preocuparem com  impeachment do governador de Sao Paulo. 

  23. Golpe
    Enquanto isso … Nada de Reforma Política. E tudo continuará como sempre. Muita gente se achando esperta, só repetindo o discurso da Glopista. Uns teletubbies. Vamos lá, repetindo de novo… de novo… de novo!!!! #Golpistas

  24. Ora, pois, como diria Camões,

    Ora, pois, como diria Camões, trata-se de um julgamento, ainda que político. Julgamento em que o réu será chamado a falar, a fazer sua defesa, a demonstrar sua inocência.

    Julgamento da mais alta importância, que será público, provavelmente transmitido por rádio e tv, sem contar a internet. Aqui não é o Paraguai, onde foi possível fazer um impeachment em 24 horas, sem direito à defesa, sem contraditório, sem debate público.

    Então me esclareçam o seguinte: os dirigentes da oposição estão tão seguros assim de dar a palavra a Dilma Vana Rousseff num julgamento destes, para que exponha o contexto em que se dão ou se deram mai-feitos na administração pública brasileira? Não temem que a defesa dela seja também um libelo de acusação contra os inúmeros crimes de responsabilidade, ou simplesmente crimes comuns, cometidos pelos líderes da oposição, pelo seu baixo clero, pelas suas bases municipais, pelos barões da imprensa, do latifúndio, da alta finança?

    Eles querem mesmo ouvir de novo a presidente da república repetir, “todos soltos”?

    Se eu fosse um deles, pensaria duas vezes.

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